Torta de Maçã (TobiIzu)

By _rayhxx

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Izuna Uchiha é o filho mais novo de um dos maiores e mais ricos marqueses da cidade de Viena no século XIX, q... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo

Capítulo 4

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By _rayhxx

Um bufar saiu de sua boca quando enfim conseguiu entrar em sua mansão e fechar a porta. A chuva tinha parado de cair tarde, e isso preocupou tanto os seus pais que quase teve que ficar na casa deles por aquela noite. Mas conseguiu os convencer do contrário, por sorte. Izuna iria morrer de fome caso não chegasse ainda naquele dia.

E falando nele, não demorou muito para aparecer em sua frente quando Delilah ainda estava pondo seu casaco um pouco molhado sobre o cabideiro e ouviu passos apressados vindo do corredor, e logo em seguida, braços fortes a apertando em um grande e terno abraço. Sorriu com seu carinho e retribuiu-o, contudo, logo o sentiu se afastar e viu seu sorriso grande e sua testa suada, como se tivesse feito um grande esforço agora a pouco.

— Eu pensava que não ia chegar hoje mais, estava preocupado! — ouviu sua exclamação com um sentimento quente em seu peito

— Não precisa se preocupar com minha pessoa, Izuna. — disse com convicção enquanto deixava o guarda chuva encostado na parede, como se algum criado fosse arrumar para si, era um costume que já tinha desde cedo — E aliás, eu vim toda apressada para cá pois sei que está agoniando de fome.

— Eu estou mesmo. — falou o Uchiha, dando de ombros e sem vergonha de sua frase, fazendo a Beaufay negar com a cabeça com um sorriso mínimo ao mesmo tempo que seguiam para o verdadeiro interior da casa, achando graça de seu jeito. O observando naquele momento, o via como sempre ficava em casa, um roupão cobrindo quase todo o seu corpo; porém, o diferencial era a sua aparência um pouco cansada — Todavia, eu já dei um jeito nisto para nós dois.

— Como assim? — arqueou a sobrancelha confusa. Desde que o conhecera, nunca o viu encostando em uma panela sequer — pelo menos não decentemente, e se ele fez alguma coisa para jantar, que Deus poupasse seus estômagos

No entanto, não precisou de uma explicação dele, já que assim que chegou na cozinha, um cheiro delicioso entrou em suas narinas e seus olhos arregalaram-se ao ver a mesa com duas lindas e pequenas tortas em seu centro. Aquilo cheirava tão bem que a fazia querer ir direto se sentar e não comer nada além daquela doce sobremesa — o que seria muito anti ético de acordo com sua antiga professora de etiqueta.

— Eu disse que dei um jeito, não?

— Realmente... — sussurrou maravilhada, a boca salivando enquanto chegava mais perto e observava a mesa feita meio desajeitadamente, entretanto ainda assim muito bem preparada para alguém que vinha de família rica como o moreno — Inacreditável, Izuna.

— Ora, não finja tal surpresa. — pronunciou o maior, dando de ombros, mas logo se mostrou envergonhado pelo jeito da morena ao corar minimamente — Você sabe que tenho verdadeiros dons em sobremesas, desde cedo em nossa amizade eu mostrava e lhe oferecia coisas deste tipo.

— Ah, é verdade, não é?

Ah sim, se recordava melhor agora. Seu melhor amigo sempre aparecia em seus pontos de encontro com comidas doces e saborosas, normalmente pães caseiros e com essências de frutas ou então tortas que pareciam ter sido feitas por mãos de anjos. Sorriu com as lembranças, sentindo falta de quando da época e de quando nada era estranho entre eles, diferente do agora. Com o casamento, invés disto os aproximar, os afastou ainda mais. Claro, seu marido praticamente continuava o mesmo adolescente e jovem adulto de antes, preocupado e otimista. Ele era incrível, gostava de ajudar quem pudesse, lhe aconselhava quando precisava e fazia de tudo para o melhor dos dois. Somente agora, com todas as responsabilidades que aquele matrimônio trazia, ele pareceu ficar cansado de repente. Ainda era o mesmo, só que mais deprimido.

Se aproximou mais da mesa e com um pano pegou com cuidado o prato onde estava uma das tortas, cheirando e sorrindo para o Uchiha que ainda estava acanhado por conta de sua bajulação.

— Vamos comer. — disse finalmente, fazendo um sorriso aparecer na face do moreno

×××


— Tomara que não chova novamente. Não é, senhor Beaufay? — disse Jolene, uma expressão preocupada quando se virou para o seu chefe assim que entrou em sua sala —... Senhor Beaufay?

A ruiva hesitou, mas tomou coragem o suficiente para enfim se aproximar de Izuna, tocando seu ombro levemente e o chacoalhando para ver o Uchiha pular de susto por acordar de repente. Por céus, havia dormido sentado e no meio do trabalho. Pôs a mão sobre os olhos, envergonhado por estar daquela forma e principalmente pela presença de sua secretária.

— Está tudo bem, senhor Beaufay? — perguntou a aflita mulher, apertando um pouco os papéis que tinha entre os dedos

— Estou, Jolene. — sorriu para a moça apreensiva, se levantando e pegando os documentos que a secretária estava ali para entregar — Desculpe por isso, fui dormir tarde ontem à noite.

— Entendo senhor, perfeitamente. — assentiu para o Beaufay, os olhos verdes se abaixando até ver somente os pés de ambos— Se precisar de alguma coisa pode me chamar que eu virei.

— Claro, obrigado.

A menor se curvou minimamente, logo se retirando da sala do outro e se indagando o motivo do sono do moreno. Contudo, logo se lembrou de que aquilo não era sua conta ao mesmo tempo que sentava em sua cadeira na mesa do lado de fora da sala do maior. Era somente sua secretária, uma funcionária abaixo de seu cargo, e nem ao menos o conhecia fora da vida trabalhadeira.

— Jolene. — o chamado a fez levantar a cabeça e encarar a face provocativa de Michelle, que estava descaradamente encostada em sua mesa de trabalho, quase subindo em cima da mesma. Os cabelos curtos e loiros dela, assim como sua pele quase tão branca como a de Jolene, se contrastavam com sua maquiagem pesada e seu vestido verde escuro — Eu acabei de ver você saindo da sala do senhor Beaufay-

— Não me venha com piadas sem graça Michelle. — suspirou cansada e tentou prestar mais atenção em seu trabalho, porém, a mão que se pôs sobre os papéis que precisava analisar a fez bufar desta vez

— Ah, vai. — insistiu a loira, pegando um batom do bolso de seu vestido e passando enquanto se olhava com ajuda do espelho na mesa da amiga — Ele é bem bonito, você não acha? — ela riu, imaginando a imagem do chefe — Aquele cabelo fofo dele é uma graça. — então, a mulher se virou para a ruiva novamente — Você e ele dariam um belo casal.

— É uma pena então. — expulsou a mão com raiva de cima dos papéis, todavia, não prestou mais atenção nos mesmos — Ele é casado com a senhorita Beaufay, não se recorda? Seria maluca se arriscasse algo com ele, aquela mulher certamente arrancaria meus cabelos com uma tesoura.

— Não seja dramática, Jolene. — soletrou seu nome com audácia como sempre fazia, terminando enfim de se maquiar — Delilah é um anjo em pessoa, não faz mal a uma mosca. Ela é frouxa demais, aposto que nem brigaria conosco se fizéssemos safadezas com o marido dela.

As bochechas pálidas e brancas de Jolene ficaram em brasa, encarando a mulher à sua frente com olhos arregalados e como se esta estivesse falando sobre explodir o lugar em que estavam.

— Meu santo Deus do céu! Se for para falar tais bobagens que faça isso em sua casa e sussurrando para ver se nenhum anjo a escuta.

— Nem mesmo você pode se fingir de santa. — Michelle revirou os olhos, tirando agora um cigarro da roupa e o acendendo com um isqueiro, soltando a fumaça rente ao rosto da amiga — Você é quem pensa sobre coisas assim com nosso chefinho, querida Jolene.

— Eu-

— Shiu. — a loira pôs o dedo indicador sobre os lábios da outra, a impedindo de falar enquanto fumava — Não me retruque de novo ou irei costurar a sua boca.

A ruiva retirou a mão dali com descuido e baixou a cabeça, pensando em como tinha chegado até àquela situação.

×××


— Nós realmente precisamos de uma empregada... — murmurou Izuna assim que chegou à padaria

Estava ali pois Delilah estava ocupada na cozinha, e eles precisavam fazer as compras antes que morressem de fome. Conseguiu um dia da semana de folga, e também percebeu que poderia fazer aquilo muitas e muitas vezes; mas preferia trabalhar justamente e direito do que deixar tudo na mão de outras pessoas. Já levava algumas bolsas cheias de ervas e frutas, e agora, passava na padaria para comprar massas e pães. Era frustante vir de um lado para o outro na cidade, carregando compras nas mãos em suas roupas chiques. Era humilhante para alguém como si, cada passo que dava era um chute em seu ego enriquecido.

Contudo, seu desapontamento sumiu assim que enxergou uma figura larga atrás do balcão da padaria, limpando a bancada de madeira sem prestar atenção a quem entrava.

— Marcel! — exclamou assim que chegou mais perto, tendo o olhar do homem finalmente pregado em si, este, surpreso pela sua aparição repentina

— Izuna! O que faz aqui? — perguntou animado, suas bochechas gordinhas corando pela alegria de ver o amigo de longa data ali em seu comércio

— A feira. — balançou as sacolas em frente a sua visão, recebendo uma cara duvidosa — A Delilah não teve tempo, então pediu minha ajuda.

A expressão dele mudou um pouco, porém, percebeu que Marcel quis fingir, mantendo-se contente a sua frente.

— Você e a Delilah realmente se casaram, não é? — o moreno maior riu, suas madeixas claras caindo um pouco sobre seus olhos tristes quando ele baixou a cabeça — Era meio previsível, vocês andavam grudados como carne e unha.

— Marcel... — adquiriu uma expressão triste quando percebeu, levando a mão até o ombro do amigo. No entanto, este negou com a cabeça, como se soubesse o que passava em sua mente

— Está tudo bem, Izuna.

— Tem certeza? — indagou, preocupado com seu estado

— Claro. — levantou a cabeça, tentando elevar o astral do Uchiha — Você não precisa se preocupar com isso.

Por que, além do mais, ela sempre foi apaixonada por você, não é?

— Como está indo esta nova vida, muito cansativa para um mauricinho como você? — perguntou rindo, acabando por tirar um sorriso por parte do Beaufay. Não queria estragar o dia dele e pôr minhocas em sua cabeça

— Sinceramente, acho que sim, meu bom amigo. — o moreno menor disse, dando de ombros

Uma risada alta saiu de suas cordas vocais, acabando por atrair alguns clientes ao redor e isso o fez baixar o tom, tirando sarro da cara envergonhada do menor.

— Você realmente não daria conta de uma padaria. — falou risonho e contagiante

— Claro que eu daria, e sabe por quê? — brincou Izuna

— Diga-me. — incitou, entrando no jogo do outro ao se apoiar sobre o balcão

— Pois teria o melhor padeiro de toda a cidade para fazer pães deliciosos na minha cozinha.

— Ou então, um inimigo de longa data que o esmagaria até mesmo em seu dia de abertura.

O Uchiha revirou os olhos, retrucando o maior em seguida.

— Você não faria isso comigo.

— Quem disse que não?

Acabou rindo exageradamente de novo ao ver a face nervosa do Beaufay, entretanto, não permaneceram mais tanto tempo numa conversa e ajudou o moreno menor em suas compras.

Marcel sabia bem o porquê de olhar no rosto do mais baixo e sentir frustração, até mesmo raiva dele. Não gostava de sentir tal coisa, soava como uma traição em sua mente venenosa, assim como seu coração naquele momento. Não deveria desejar o mal de ninguém, mesmo que este tenha feito alguma crueldade — mesmo de indiretamente — para si.

Pois tirar Delilah de sua vida era como arrancar seu coração e o transformar em pedaços na estrada, onde qualquer um poderia pisar.

Foi Izuna quem foi seu primeiro amigo, quando ninguém mais quis; foi ele quem o apresentou a Beaufay; foi ele quem o fez ter todos estes sentimentos maravilhosos que no momento o devoravam de dentro para fora. E se sentia culpado por não ver o Uchiha como o anjo que ele era, como deveria ser visto. E tinha medo de que alguém descobrisse esse medo, esse terror; ou então, que sentisse o mesmo que si.

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