𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱...

By aPandora02

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Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do... More

❗Importante❗
~ Personagens ~
1 - Alpine
2 - Socializar
4 - Invasão
5 - Socorro
6 - Confia Em Mim?
7 - Rodovia (Parte 1)
8 - Rodovia (Parte 2)
9 - Companheiro Caído
10 - Lado Errado
11 - Eu Sou Daiana...
(Parte 2) 1 - O Pacto
2 - Passado E Futuro
3 - Suspeitos
4 - O que aconteceu?
5 - Sujeito Mascarado
6 - Sacrifícios
7 - Dallas
8 - Visita Ao Pesadelo
9 - Ruínas De Um Homem
10 - Viva Por Mim
(Parte 3) 1 - O Que Acontece Depois
2 - Seguir Ou Não Seguir?
3 - Em Frente
4 - O Que Você Omite?
5 - O Passado Sempre Volta
6 - Bons Amigos
7 - Um Novo Capitão América
8 - Digno
9 - Um Símbolo Ou Um Objeto?
10 - Um Quase
11 - Super-Soldados
12 - Convite
13 - Jantar
14 - Ameaça
15 - Ordens
16 - Zemo
17 - Madripoor
18 - Princess Bar
19 - Respira, Expira
20 - Brownie
21 - Certo ou Errado?
22 - Abra Os Olhos
23 - Dog Tag
24 - Crianças
25 - Pessoas Confusas
26 - Ponto Fraco
27 - Não
28 - Sem Fôlego
29 - Medo
30 - Silêncio
31 - Dor
32 - Liberdade
33 - Planos

3 - Traidor Entre Nós

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By aPandora02


"Te dizem: Você é o melhor

Mas quando vira as costas, eles nos odeiam

Ah, que triste

Todo mundo quer ser meu inimigo"

(Enemy - Imagine Dragons)


Daiana teve dificuldades para dormir na noite passada, incapaz de cessar os pensamentos que a todo instante voltavam àquela encruzilhada do dia anterior onde tudo o que via era fumaça e o homem do braço de cor prata assustador, que atormentou os seus sonhos pelos poucos minutos que conseguira adormecer. Parte sua temia que ele invadisse seu apartamento a qualquer instante, mesmo sabendo o quão estúpido era aquele pensamento visto que ela nada tinha a ver com coisas perigosas além do que presenciara.

— Bú! — Soou próximo ao seu ouvido.

Sobressaltou quase derrubando a decoração de vidro sobre uma mesinha escura em um dos enormes corredores da Triskelion quando mãos tocaram seus ombros de repente.

— Matthew! — Repreendeu tentando conter sua voz, segurando o vaso de flores que balançou e ameaçou se espatifar no chão. — Qual é o seu problema?

— Está tensa — ele não se desculpou, preocupando-se mais em analisá-la, jogando o paninho laranja sobre o ombros. — E distraída.

— Não estou distraída — rebateu balançando os ombros para livrar-se de seu toque.

— Então por que está limpando o mesmo espelho há uns cinco minutos? — Cruzou os braços com um sorriso convencido.

Daiana piscou algumas vezes e olhou para o espelho redondo acima da mesinha que tinha como única decoração aquele vaso de flores. Desceu então para suas mãos onde segurava um paninho laranja como o do amigo, úmido com o produto de limpeza próprio para aquele material. Vendo que perdera aquela discussão, puxou o pano sobre o ombro dele e jogou em seu peito forçando-o a pegar para que não caísse no chão.

— Recebemos para trabalhar, não conversar — deu-lhe as costas ouvindo sua risada rouca.

— Não vai me contar? — Insistiu escorando-se na parede ao seu lado e quando não obteve respostas olhou para longe, curvando os lábios para baixo. — Tudo bem, então eu falo — Daiana conteve a vontade de revirar os olhos, lamentando que tivesse escolhido começar a socializar justo com uma pessoa tão tagarela como ele. — Houve uma perseguição no centro, sábado — a mulher brevemente parou de limpar a mesinha, sentindo seu corpo enrijecer e seu coração acelerar.

Temendo que ele percebesse, engoliu em seco voltando aos seus afazeres.

— Ah é? — Tentou soar descontraída.

— Sim — ele prosseguiu. — Não tenho certeza, mas parece que quem estava no carro sendo perseguido era Nick Fury.

Incapaz de conter-se, Dai voltou seu rosto pálido de olhos arregalados para o homem ao seu lado, pega totalmente de surpresa por aquela informação.

— O que? — Sua voz soou como um sopro.

— Como eu disse, não tenho certeza — lembrou rapidamente para que não ficasse com fama de fofoqueiro, e fofoca mentirosa. — O carro, pelo menos, parecia com o dele pelo que vimos nos jornais e em todos os outros sites de notícias. Também não o vi hoje por aqui, estive cuidando todos os que entraram e saíram até agora. Fury está atrasado há quase duas horas.

Ela refletiu por alguns instantes sentindo seu estômago embrulhar com todas as lembranças de sábado a atingindo.

— Com licença — recolheu seu material de trabalho apressadamente. — Vou limpar o elevador.

Seria mesmo Nick Fury que estava naquele carro que ela viu explodindo e mesmo assim deu as costas? Correndo e fugindo do perigo sem se importar se alguém precisava de ajuda... Sentiu um gosto amargo em sua boca com a possibilidade de seu chefe, que fora tão gentil em empregá-la apesar de tudo, ter precisado de sua ajuda, se ainda estivesse vivo naquele momento, e por medo ela lhe deu as costas como resposta. Um nó começou a se formar em sua garganta quando as portas do elevador totalmente feito de vidro se fecharam.

Estava no penúltimo andar e mesmo que tivesse limpado aquele elevador diversas vezes, nunca se acostumaria com a altura. Talvez fosse uma fobia ou algo que chegasse perto, mas toda vez que olhava para baixo e via o chão tão distante de seus pés e os edifícios e pessoas tão pequenos, era como se o ar lhe fugisse dos pulmões e tomá-los outra vez fosse dolorosamente difícil.

Cantarolando uma música qualquer em sua mente enquanto o elevador subia para o último andar, tentava se distrair tanto da altura que estava, quanto dos últimos acontecimentos e do remorso que sentia crescer em seu peito, fazendo-a pensar que se algo de ruim acontecera a Nick Fury, a culpa era sua. Daiana era uma pessoa horrível.

Dentre tudo o que aconteceu e poderia vir a acontecer, principalmente considerando a imensidão que era Triskelion e a quantidade de pessoas que iam e vinham, considerou qual seria a probabilidade de encontrar-se com Steve Rogers assim que as portas metálicas abriram para revelar sua figura. Sorriram surpresos um para o outro com o homem em seu traje de herói e escudo nas costas que dava alguns poucos passos para dentro do pequeno espaço antes que as portas se fechassem outra vez.

— Bom dia, srta. Stewart — cumprimentou-a com um leve aceno com a cabeça.

— Bom dia, sr. Rogers. Que surpresa — murmurou baixinho a última parte, esguichando no vidro um pouco mais do limpa vidros que estragaria suas unhas se não usasse as luvas amarelas de borracha.

— Você é uma surpresa agradável em tempos sombrios — ele também pareceu comentar mais consigo mesmo do que com ela. — Voltou bem para casa?

— Sim — mentiu com bastante facilidade.

Ninguém estaria bem depois de presenciar o que ela presenciara, mas disfarçariam perfeitamente caso não quisessem em hipótese alguma comentar do ocorrido.

— Bom — ele assentiu e as portas se fecharam outra vez, passando a descer os andares.

Pelo canto de olho, de maneira discreta sem nunca parar o seu trabalho, a mulher notou como o capitão exalava tensão e como parecia mais calado, sério e pensativo naquela manhã comparado ao último encontro deles. A reação do homem foi um sinal a mais de que talvez os rumores que Matthew ouvira estivessem corretos, também porque como eram conhecidos e trabalhavam juntos, obviamente Steve reagiria daquela forma se algo realmente grave tivesse acontecido com o diretor. Engoliu em seco com suas mãos começando a tremerem.

— Na verdade... — ela voltou a falar atraindo sua atenção, imediatamente arrependendo-se. — Saberia me dizer como está Nick Fury? — Sua voz soou baixa e hesitante, tal como seu corpo quando Steve mudou sua postura para mais séria.

— O que sabe sobre Nick Fury? — Ele tinha um tom mais duro, diferente do que já havia utilizado com ela.

— Então é verdade? — Olhos de cor mel encontraram com os azuis um pouco mais escuros naquele momento. — Descobriram quem era aquele homem?

Algo lhe dizia para calar a boca, mas se Steve, que era o Capitão América, sabia algo a respeito do sujeito que vinha lhe atormentando os pensamentos e causando pesadelos, então ela precisava saber para que pudesse sentir-se um pouco mais tranquila com a possibilidade de ter sido localizado ou preso sem apresentar risco algum para mais ninguém.

— Homem? —Sua voz aprofundou e Daiana precisou respirar fundo com seu coração acelerando quando ele deu um passo para mais perto dela.

Ainda que tivesse certeza de que Steve não a prejudicaria, não pôde impedir sua mente de traçar estratégias de defesa e ataque se a situação fugisse do controle e a vassoura ao seu lado seria sua principal arma depois que ela espirrasse o produto de limpeza que tinha em mãos em sua face para atrasá-lo um pouco.

— O do braço de cor prata — surpreenderia se ele a tivesse ouvido, mas ouviu.

— Bra... — calou-se quando as portas abriram outra vez revelando o agente Brock Rumlow e mais três sujeitos que carregavam maletas.

— Equipe S. T. R. I. K. E. completa no local — dizia o único sem maleta. — Capitão! — Cumprimentou Steve, que retribuiu com um leve aceno da cabeça.

— Rumlow!

Daiana fora ignorada por todos os três que acabaram de chegar para lhes fazer companhia e interromper a conversa que a mulher começava a se arrepender de iniciar. Aquele não era o momento para conversar, tampouco o local adequado. Estava em horário de trabalho, consequentemente atrasando-se e não desejava ser despedida

— Eu falarei com você depois — murmurou baixinho para que apenas ela pudesse ouvir.

— A perícia encontrou umas fibras no telhado e quer que vejamos — o agente voltou a atrair a atenção do Capitão pouco depois das portas fecharem e eles começarem a descer outra vez. — Quer que eu prepare a equipe?

Sabia que não era adequado ouvir as conversas dos agentes, mas Daiana não tinha escolha. Abaixou-se para pegar do balde no chão um novo paninho de limpeza devido a sujeira do que usava, para então voltar a limpar a segunda das três paredes de vidro grosso do elevador.

— Vamos esperar e ver o que é primeiro — respondeu o de escudo com as mãos juntas em frente ao corpo, mantendo os olhos fixos no chão.

— Certo — Rumlow virou-se para encarar a cidade que crescia à medida que desciam.

Daiana jamais teria percebido o que os olhos atentos e treinados, também desconfiados após as últimas notícias, de Steve notaram.

Porque um dos agentes pousava a mão sobre a arma presa em sua perna, quando não havia nenhum sinal de perigo? Franziu o cenho percebendo que os homens se mexiam vez o outra intercalando o peso do corpo nas pernas, como se ou estivessem ansiosos, ou disfarçando por algum motivo. Observou também a mulher ao seu lado, buscando qualquer sinal suspeito após a conversa curta e interrompida que tiveram, mas ela agora parecia totalmente focada em tirar uma mancha insistente do vidro, genuinamente pensando estar segura naquele lugar.

O elevador anunciou que havia parado outra vez e as portas tornaram a abrir. A faxineira precisou empurrar o balde repleto de produtos para entre as suas pernas, não querendo atrapalhar ninguém quando mais quatro agentes adentraram o pequeno espaço, tornando-o ainda menor e forçando-a a se encolher para mais perto do canto na intenção de passar despercebida como fora orientada a fazer, mesmo que começasse a se sentir sufocada.

Não atrapalhar ninguém e fazer o máximo para passar despercebida.

Steve aproximou-se um pouco mais da única que não aparentava ser uma ameaça naquele local, ainda que tivesse sido orientado a não confiar em ninguém da S. H. I. E. L. D. naquele momento, pois havia um infiltrado roubando informações e querendo o pendrive. A mulher seria uma boa suspeita, mas não tinha acesso direto às áreas privadas. Foi arrancado de suas deduções por Brock aproximando-se parando de costas em sua frente e falando por sobre o ombro:

— Ei! Sinto muito pelo o que houve com Fury — Daiana não deveria, mas gelou com as palavras de um dos agentes próximos de seu patrão. — Foi bem chato o que aconteceu.

O que aconteceu? Sua mente gritava querendo respostas e atordoada cessou os movimentos da limpeza. De repente os olhos perdidos lá em baixo não se importavam mais com a altura quando a culpa a corroeu. O que aconteceu? O que eu fiz? Não! O que eu não fiz?

Dispersa demais, não notou a maneira como Steve olhou para o agente e para ela quando se virou minimamente para trás afim de analisar sua reação, e confusão o dominou ao vê-la absorta em pensamentos com um semblante notoriamente abalado. Se tivesse algo contra Fury ou fosse uma infiltrada afim de querer prejudicá-lo ou a S. H. I. E. L. D., não teria tido aquela reação. Mas agora não descartava a ideia de que ela pudesse saber de algo.

— Obrigado — ainda desconfiado de todos, agora um pouco menos da única mulher presente, não deixaria a educação de lado.

O elevador parou outra vez e todos precisaram se encolher um pouco mais para dar espaço aos três grandes e fortes homens que ocuparam o espaço restante. A mulher começou a se sentir claustrofóbica com o pensamento de ter peso demais e aquela coisa despencar. Não sobreviveriam àquela altura.

O elevador começou a descer novamente quando as portas se fecharam e analisando cuidadosamente a todos e a tensão de seus músculos, Steve teve a certeza de que algo estava muito errado e que aquela era muito possivelmente uma emboscada para ele. Daiana, entretanto, acreditava nada ter a ver com aquilo e lamentou que estivesse no lugar errado na hora errada, não querendo que a mulher se ferisse porque tinham ele como alvo principal. Acidentes acontecem, eles diriam se algo acontecesse à inocente e frágil funcionária.

Puxou o ar para seus pulmões.

— Antes de começarmos — disse em alto tom arrancando-a de seus pensamentos lamentosos e conseguindo a atenção de todos os presentes —, poderiam deixá-la sair do elevador?

Daiana franziu o cenho e arfou quando teve a sensação de que algo estava muito errado e que ocorrera justo quando ela não estava atenta. Felizmente, Steve estava. Virou-se a tempo de ver suas costas largas e tensas virarem-se abruptamente para o lado, impedindo que fosse atingido por um bastão de choque puxado por um dos grandes homens em sua frente que tinha a intenção de atingi-lo e a alarmou que eles estivessem lutando dentro de um espaço tão pequeno com um enorme risco de queda.

Graças aos reflexos apurados devido a clara situação de risco em que se encontrava e que ordenava todos os seus sentidos estarem ainda mais atentos, Daiana conseguiu se abaixar a tempo e desviar do choque que a teria atingido. Alguém bateu no painel e o elevador parou de se mover, para o seu desespero.

Em um piscar de olhos Steve era contido por um grande homem atrás de si. Dois seguravam seu braço direito, um o esquerdo e estava preso em um mata-leão. Um dos homens empurrava o bastão de choque contra seu peito, obviamente lhe causando dor e assistir a cena encolhida no chão para não ser atingida fez a mulher estremecer ao imaginar as marcas que ficariam. Um quinto homem parou em sua frente arrancando a alça da maleta que carregava e a prendeu em seu pulso, fazendo-os entenderem que aquilo na verdade era um grande, forte e grosso imã que o impossibilitaria se conseguissem prendê-lo contra a parte metálica do elevador, acima de sua cabeça, como estavam tentando fazer.

Steve, grunhindo de dor e também pelo esforço exigido, conseguiu puxar o braço para baixo fugindo de ficar preso e livrou-se dos homens ao seu redor com chutes e socos, restando apenas o que o prendia pelas costas. Acertou o enorme homem careca quando jogou sua cabeça para trás atordoando-o com o golpe violento antes de arremessá-lo para frente, rachando o vidro. Prendeu o grito em sua garganta ao perceber que a chance de aquilo partir-se e deixá-los em um perigo ainda mais real de queda a atormentou como nunca. Queria chorar, mas nem mesmo isso conseguia. Estava completamente paralisada.

Assistiu Rumlow, que até então demonstrara ser uma boa e confiável pessoa, chutar para cima a mão de Steve, que continha o grosso imã, prendendo-o imediatamente na parte metálica do elevador. Vendo que o loiro não conseguia soltar-se, próximo a ele o moreno puxava o bastão de choque prestes a acertar-lhe as costas. Então a mulher agiu por puro instinto antes que Steve, ainda preso, pudesse tentar defender-se na situação complicada em que se encontrava. Daiana se jogou contra o agente.

Os dedos apertaram ao redor do produto de limpar vidros, espirrando nos olhos de um dos homens que se aproximava para juntos agredirem Steve em desvantagem. Urrando de dor com as mãos nos olhos, caiu de joelhos no chão e com um chute certeiro do Capitão, apagou alí mesmo. Voltando-se agora a Rumlow, sendo a arma de choque a maior preocupação deles, as duas mãos de Daiana agarraram seu pulso fazendo-o, por distração de sua surpresa pela reação da mulher contra eles, que até então mantivera-se encolhida e aparentemente frágil, tropeçar nos próprios pés cambaleando para o lado até que ela o tivesse preso contra a parede de vidro e as mãos firmes no pulso do homem que recusava-se a soltar a arma.

Recuperou-se rápido de seu ataque, mas antes que pudesse golpeá-la, Daiana foi mais rápida ao erguer o cotovelo direito dobrado na altura de seu pescoço para que pudesse manter a mão dele imobilizada, acertou-lhe uma cotovelada na garganta que o fez tossir fortemente. Com o mesmo golpe conseguiu fazê-lo soltar a arma que caiu no chão enquanto se curvava com as mãos no pescoço recuperando o ar ao mesmo tempo que continuava a tossir.

Daiana recuou apenas dois passos antes de sentir fortes e grandes braços envolverem seu corpo mantendo os seus próprios ao lado do corpo, impedindo-a de mover a parte superior acima dos cotovelos. Parou de sentir o chão sob seus pés ao mesmo tempo que Brock Rumlow se erguia parcialmente recuperado e com o rosto vermelho de raiva mirando-a.

Fechou sua mão em punho erguendo-o e o levando em direção de sua face, mas Daiana utilizou da vantagem de estar suspensa no ar para erguer os joelhos até seu peito e empurrar os pés com toda força simultânea de suas pernas quando o homem enfurecido esteve perto de acertar-lhe um golpe que certamente adicionaria outro hematoma em seu corpo. Viu-o sendo jogado novamente contra a parede, mas ainda havia o sujeito que a tinha em seus braços.

Tentou jogar a cabeça para trás, como Steve havia feito antes, mas este foi mais rápido e desviou deixando-lhe apenas a opção de bater os calcanhares em seus joelhos e os cotovelos em suas costelas fazendo-o gemer de dor. Aproveitando disso tentou outra vez o golpe inicial e soube que o acertou quando a dor explodiu em seu ferimento ainda não cicatrizado na nuca, a desnorteando por tempo suficiente de ser arremessada contra a parede.

Seu braço doeu com o impacto e sua visão girou. Estava mal, mas bem o suficiente para conseguir bloquear o chute do homem enorme com os braços cruzados em X em frente a sua face afim de protegê-la. Os braços doeram com tamanha brutalidade e antes que pudesse acertar-lhe outra vez, Steve soltou-se a tempo pular em suas costas em um mata-leão como haviam feito com ele. Pelo canto de olho, Steve a tempo viu o agente Brock Rumlow prestes a acertar-lhe nas costas com o bastão de choque, então foi mais rápido ao virar-se na direção do homem, fazendo-o eletrocutar o seu comparsa ao invés do alvo real.

Daiana se pôs em pé e assim ficaram os três restantes, ofegantes e machucados se encarando em posição de defesa e ataque, sendo o agente o único portando agora não apenas um, mas dois bastões de choque. Estava em bem mais vantagem comparado aos outros dois, mas Daiana ainda tinha sua vassoura que teve seu cabo rapidamente agarrado e pronto para ferir alguém.

— Espera aí — pediu o agente intercalando o olhar entre a faxineira e o capitão. — Eu só quero que saiba, Capitão — sorriu ladino de modo debochado—, que isso não é pessoal.

Avançou para atacá-lo tendo seu golpe bloqueado um pouco acima de suas cabeças pelo loiro. A outra mão, com o bastão ligado e o som das correntes elétricas que estremeciam qualquer um que ouvisse perto o suficiente, foi de encontro ao peito de Steve, mas nunca chegou a atingi-lo. Daiana havia acertado com o cabo da vassoura em suas costas, pegando-o de surpresa e impedindo seu ataque. Outros dois golpes com a vassoura foram desferidos em suas costas até pensar em acertar-lhe a parte de trás do joelho quando o viu erguer a mão para eletrocutar Steve.

O fez e o agente grunhiu de dor perdendo um pouco do equilíbrio antes de furiosamente equilibrar-se em uma perna para chutar o objeto das mãos da mulher. Rapidamente recuperado, soltou-se de Steve com um solavanco e acertou a ponta do bastão nas costelas de Daiana, fazendo-a gritar de dor e encolher-se.

— Deixa ela — gritou o outro antes de brutalmente acertar-lhe com o punho em sua face, forçando-o a afastar-se dela.

A arma caiu no chão e a morena puxou o ar para seus pulmões outra vez, com as costas apoiadas na parede de vidro, cuidando para não tropeçar em algum dos corpos caídos. Os dois trocavam socos e vendo-o prender Steve contra a parede e o antebraço forçando sua garganta, Daiana ergueu-se e rapidamente o acertou novamente, mas desta vez com um chute, na parte de trás de seus joelhos forçando-o a vacilar por tempo o suficiente para que Steve o nocauteasse.

Ofegantes, agora restavam apenas os dois em pé dentro do elevador.

— Pareceu meio pessoal — disse para o homem desacordado no chão antes de recolher seu escudo que fora arrancado dele no início da luta, e com um golpe utilizando o mesmo, removeu com facilidade o grande imã de seu pulso.

Daiana levou alguns segundos a mais para assimilar o que havia acontecido, sem poder acreditar que parte dos homens caídos, estavam no chão por sua contribuição. A adrenalina ainda corria por suas veias quando seus olhos encontraram os de Steve tão surpreso quanto ela.

— Eu não sabia que além de corridas, você também lutava — comentou apertando um botão do painel bloqueado. — Obrigado.

— Eu também não, mas não há de que — de cenho franzido, fitou-a outra vez abrindo a boca para perguntar-lhe algo, mas sendo interrompido pelas portas abrindo.

Para o seu terror, o que encontraram não foi um corredor vazio, e sim lotado de homens fortemente armados tendo eles como alvos de suas miras. Steve colocou-se em sua frente com o escudo protegendo-os como a primeira reação a ser tomada naquele momento por reflexo.

— Parados! — Um deles mandou em maneira áspera. — Solte o escudo e levante as mãos.

— Steve — assustada, foi tudo o que conseguiu dizer abaixando-se rapidamente para agarrar o cabo da vassoura no chão.

Sem tempo para pensar e temendo que tanto ele quanto a mulher, que até o momento o ajudara, fossem presos ou feridos devido a hostilidade de outros, girou e em um golpe certeiro fez com que o escudo rompesse alguns grossos cabos expostos em uma das paredes, fazendo algumas faíscas saltarem e o elevador despencar em alta velocidade.

Daiana não conseguiu prender o grito de horror por vivenciar o que mais temia. Steve a envolveu com os braços e fez com que ambos ficassem agachados até arranhões irritantes soarem do alto e para o seu alívio o elevador começar a parar lentamente, provavelmente não voltaria a funcionar tão cedo.

Se colocaram em pé rapidamente percebendo que haviam parado entre duas portas. Com apenas uma mão em uma força impressionante que a lembrou um pouco do sujeito de sábado, Steve conseguiu afastar as portas grossas e metálicas do andar de cima, mas não totalmente, parando assim que viu outro grande grupo de homens fortemente armados correrem em suas direções, prontos para atirarem. Fechou as portas novamente.

— O que faremos? — Perguntou ao homem já percebendo que devido a câmera presente no pequeno espaço, muito provavelmente estava desempregada.

Steve olhou ao redor deduzindo que no andar de baixo também haveriam pessoas armadas, então não perdeu mais tempo conferindo. Caminhou até uma das paredes inteiras, segurou o corrimão e olhou para baixo calculando a altura e o possível dano que causaria. Daiana não era tão resistente quanto ele e se recusava a abandoná-la depois de tudo, ainda que não a conhece o suficiente.

— Eu tive uma ideia — respondeu sem encará-la.

— Steve Rogers, abra a porta! — Batiam freneticamente nas portas trancadas fazendo a tensão aumentar.

Daiana olhou para onde ele o fazia antes. Juntou os pontos e arregalou os olhos.

— Sem chance — espalmou as mãos em seu peito tentando afastá-lo quando este a envolveu com um dos braços. — É uma péssima ideia e hoje é um péssimo dia para morrer.

— Eu não disse que o plano era bom — rebateu não lhe dando mais tempo para pensar, discutir ou tentar desvencilhar-se.

— Vocês não têm para onde ir — continuavam gritando do outro lado e fora a última coisa que ouviram antes de Steve abruptamente firmar agora os dois braços ao seu redor, erguê-la com facilidade do chão e correr na direção da parede de vidro.

Daiana fechou fortemente os olhos e escondeu o rosto na curva do pescoço do homem agarrando-se a parte da frente de seu uniforme quando alguns cacos de vidro atingiram seu corpo, não dando muita importância se a haviam ferido ou não. Steve conseguiu girá-los no ar de modo que a deixasse em cima dele e o escudo sob eles, protegendo-os do primeiro impacto que era o telhado do espaço de lazer livre na entrada de Triskelion, não tardando muito para que o segundo impacto, desta vez no chão em meio aos cacos de vidro, viesse em seguida.

Resmungaram de dor e as pessoas próximas afastaram-se imediatamente olhando para eles e para cima, conferindo de onde vieram, um tanto atordoadas. Daiana pôs as mãos no chão não se importando com os cacos que lhe causavam pequenos ferimentos nas palmas, querendo apenas aliviar o peso de Steve que além de arriscar-se, os salvou e tentou protegê-la de um dano maior ferindo a si mesmo.

— Você está bem? — Em meio aos resmungos de dor e com certa dificuldade para erguer-se do chão devido a dor que explodia em todos os seus membros, preocupou-se com ela.

— Eu é que te pergunto — agarrou-o pelos braços tentando ajudá-lo de alguma forma.

— Não é nada novo para mim — tentou sorrir, mas saiu meio sofrido e ela o retribuiu sem vontade. — Vem — agarrou sua mão a arrastando para a saída.

— Espera! — Firmou os pés no chão e soltou-se de seu agarre. — Minha vassoura! — Resvalando um pouco nos cacos de vidro, agarrou o objeto e voltou a correr com Steve um tanto desacreditado que ela se preocupasse com aquilo.

Precisavam ir para o mais longe possível de Triskelion, que no momento não era mais um local seguro nem para ele e nem para ela.

O caminho que seguiram os levou para a garagem.


• Oie, como estão??

• Esse capítulo foi um pouquinho mais longo

• Steve preocupadinho com ela, pra nem dois minutos depois ela estar dando vassouradas nos agentes kkkkkkkkk

• Nunca subestimem uma faxineira hihihi

• Perde tudo, só não pode perder a vassoura

E agora as coisas vão começar a ficar agitadas

• ✨Me desculpem qualquer erro 

• ♥ Espero que estejam gostando ♥

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