O Lado Mais Sombrio de Nova I...

By saraleao16

21.2K 1.6K 5.8K

"Uma cidade, cinco adolescentes, um assassinato. A elite nova-iorquina nunca se mostrou muito mais do que ape... More

DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
AVISO

12

492 42 282
By saraleao16

O primeiro intervalo havia começado e eu precisava pôr em ação o quanto antes o que eu tinha em mente. Eu só precisava encontrar Jacob. Só isso. Além, é claro, de criar coragem e deixar de lado o meu orgulho para ir falar com ele sobre aquilo lhe pedindo ajuda mesmo depois de eu ter lhe dito coisas horríveis, brigado ontem mesmo com ele, lhe dado um soco deixando uma linda marca em seu lábio e tendo rixa que atravessa duas gerações. Mas quem se importa, hum? Não é grande coisa, só... isso.

Quem eu estou tentando enganar? Estou completamente perdida nessa missão de falar com Jacob. Tive que me convencer que de fato estava o procurando já que eu claramente apenas andava em círculos sem fazer qualquer esforço para avistar o Beaumont.

Entretanto, como o mundo utilmente tem conspirado contra mim, é obvio que Jacob precisava dobrar o corredor e aparecer bem a minha frente.

-Scott. – Ele fala alto tentando atrair a minha atenção já há uns bons dez metros nos separando. Cada um em uma ponta do corredor.

Noto que, pela primeira vez, ele não está acompanhado de seus guarda-costas particulares.

Maravilha!

Notem o tom de sarcasmo da minha voz, ok?

Preferia mil vezes mais alguém presente além de somente Jacob e eu sozinhos em um corredor completamente vazio.

Por que todos tinham que estar tão ansiosos para o intervalo?

Olho meu relógio e vejo que em poucos minuto o sinal tocará, indicando que o intervalo finalizou e todos devem estar em suas salas nos próximos três minutos.

Se eu conseguir enrolar só uns cinco minutinho já será ótimo. É o tempo certo para este corredor estar lotado e o meu desconforto passar.

Por que eu estou me sentindo assim? Não é como se eu nunca tivesse ficado sozinha com Jacob. Eu só... Não sei o que está acontecendo.

Estou mais nervosa que o normal, bem mais.

Jacob começa a andar a passos largos em minha direção ao ver que me mantive ali, estática, recebendo como um sinal de que eu estou o ouvindo, o que não é muito verdade no momento, só consigo escutar as batidas aceleradas do meu próprio coração e a as vozes do meu subconsciente discutindo o que eu devo fazer.

Elas não calam a boca, por Deus...

Ele fica a minha frente, a feição tensa; é visível sua mandíbula travada. Dou um pequeno passo imperceptível para trás, querendo criar alguma distância maior entre nós dois e de duas uma, ou ele não percebeu e permaneceu no seu lugar vendo que eu fiz aquilo de proposito, ou ele simplesmente ignorou por estar nem aí com isso.

-Jacob. – Ergo meu queixo não querendo demonstrar qualquer sinal de fraqueza perto dele, mas sim mostrando estar a sua altura, ou até maior. – O quê quer?

-Falar com você, acho que está obvio.

-Estou ouvindo.

-É o seguinte, você se acha muito espertinha, não é? Me mandando aquele negócio, usando aqueles trocadilhos... – Seu tom irritado se faz presente e quase vejo fumaça saindo por suas narinas.

Espera... ele recebeu algo?

-Do que você está falando? – Questiono na tentativa de tirar algo mais concreto dele.

Se for o que eu estou pensando, isso está sendo bem mais fácil do que eu imaginei.

-Não se faça de sonsa. – Ele ri por entre os dentes, virando o pescoço para o lado em incredulidade com o que eu disse. – Você sabe o que é.

-Bom, então refresque a minha memória. – Sorrio "inocentemente".

-Aquela maldita carta.

-Ah...

-Foi você, não foi? Achou mesmo que eu sou burro o suficiente para acreditar naquela baboseira? E ainda, no final, teve a ousadia de pedir para que eu não fosse falar com você... Você é muito mais ingênua do que eu pensei.

Então ele recebeu uma carta...

Me pergunto se outras pessoas também receberam uma.

-Se quisesse tanto falar comigo, podia ter simplesmente me chamado, loirinha. – Ele sorri malicioso e eu saio de imediato do transe de ideias que eu me encontrava.

Posso dar outro soco nele?

-Você é muito babaca mesmo. – Nego em indignação, meu dedos massageando o espaço entre as minhas sobrancelhas próximo ao meu nariz.

-Já ouvi coisas piores, meu amor. – Passa a língua nos lábios em um ato de contentamento e... orgulho?

Ele se orgulha disso, de ser um canalha?

-Por Deus, Jacob! Eu não escrevi aquilo, seu doente.

-Sim, sim...

-Eu não escrevi porque eu também recebi uma. – Tento gritar o mais baixo que posso, não quero correr a chance de algum bisbilhoteiro nos encontrar daquele jeito falando sobre isso.

-O quê?

-Isso mesmo, idiota, eu também recebi. – Lhe digo firme, nervosa por ter duvidado.

Naquele instante, como coincidência do destino, o sinal toca.

Quando eu quero, ele não toca, mas na hora que eu preciso de tempo, ele aparece. Muito obrigada!

Centenas de alunos repentinamente aparecem pelo corredor, fazendo com que Jacob e eu, instantaneamente, nos separássemos, percebendo só agora que estávamos muito mais próximos do que pensávamos estar.

Como eu fiquei a tão poucos centímetros assim dele?

O olho embaraçada, mas ele não parece afetado, muito pelo contrário, parece estar maquinando algo em sua mente. Ele olha para os lados e seus olhos pousam em algo.

A próxima coisa que vejo, é sua mão agarrando o meu braço e me puxando junto da multidão de alunos.

-Jacob. – O encaro confusa enquanto continua me guiando para algum lugar sem eu entender. – O quê está fazendo? – Pergunto em alto e bom tom, mas, por causa do burburinho dos alunos, somente ele pode escutar, o que para mim é ótimo.

-Só fica quietinha e anda mais rápido. – Diz estressado.

-Aonde estamos indo? – Questiono mais uma vez, mas ele nada responde.

Tento me livrar de seus braços, mas ele é mais forte e continua me segurando como antes. Pelo visto a minha resistência não fez nenhuma diferença.

-Para de tentar fugir, Ashley. – Ele usa o meu primeiro nome e então percebo que talvez seja algo sério.

Ele nunca me chama de Ashley.

Finalmente ele para bem em frente a uma porta.

Jacob olha para os dois lados, provavelmente conferindo se alguém estava no vendo, consequentemente eu faço o mesmo. Seria péssimo para a minha reputação ser vista assim tão próxima de Jacob.

-Não tem ninguém vendo. – O aviso percebendo que ele ainda corre seus olhos pelo corredor lotado.

O Beaumont apenas acena e abre a porta deixando que eu entrasse primeiro, adentrando a seleta logo após.

-Jacob, que raios foi isso?! – O indago irritada, dessa vez, podendo falar alto o suficiente por estarmos sozinha nessa sala que mais parecia um armazém. Havia algumas tabuas de madeiras, ferramentas, telas par pintura e tintas das mais variadas cores. Acho que aqui é um depósito. Nunca soube da existência desse lugar.

-Você não queria conversar? Pois bem, estamos aqui. – Abre os braços mostrando o lugar ao nosso redor. – Agora você pode se explicar sem ninguém nos ouvindo ou incomodando.

-Temos aula agora. – O relembro.

-Tá, que seja. – Reviro os olhos para o seu comentário. – Pode começar, explique-se.

-Primeiro, para de falar como se você fosse o meu chefe, eu não te devo nada, está bem? E segundo, tenta pedir com um pouquinho mais de educação. – Ele me lança um olhar de "é sério isso?" e eu somente cruzo os braços reforçando minha fala.

-Me explique que carta é essa e porque você a escreveu.

-Dá para melhorar, mas como você é um brutamonte acho que isso é tudo que eu conseguirei arrancar. – Sorrio cínica para ele. – E eu não escrevi essa porcaria tá? – Suspiro sem paciência. – Não que eu precise provar algo para você, mas... – Abro o terninho do meu uniforme e retiro do meu bolso oculto a carta que recebi ontem. – Aqui. – Lhe entrego o pedaço de papel dobrado. – Me entregaram depois da detenção, quando cheguei em casa.

Ele pega e a abre, os olhos passando rapidamente pelas letras gravadas no papel, letras que me fizeram estremecer e ter medo, muito medo.

-Quem me garante que não foi você quem escreveu os dois?

-Jacob, olha para mim, acha mesmo que eu faria algo assim?

-Não sei, me diga você.

-Você não é assim tão burro, sabe que não foi eu.

-Ah, então não me acha burro? – Ele arqueia uma das sobrancelhas.

-Jacob, foco! – Tomo o papel de sua mão. – Olha a letra. – Coloco o papel de frente para o seu rosto. Essa não é minha letra! Aposto que é a mesma da sua carta. – Ele comprime os lábios confirmando o meu pensamento. – Já tentou ao menos se perguntar o porquê eu faria isso antes de chegar me acusando?

-Por que sua amiguinha morreu e você precisa dar uma de heroína? Sem contar que você me odeia, amaria bagunçar a minha mente. – Ele sugere.

-Acha mesmo que eu ia interferir em uma investigação policial simplesmente por e odiar ou querer dar uma de heroína?! Acha que eu iria arriscar o meu histórico para ficar perto de você?! Sabe que eu poderia ser presa por estar entrando nessa furada, não sabe?

-Ah, verdade, você é santa demais e jamais faria algo que te tirasse da sua zona de conforto.

-Isso mesmo! – Afirmo mesmo sabendo que não é verdade, pelo menos não totalmente. Eu só queria que Jacob parasse de duvidar e entendesse que eu não fiz isso.

-Então não foi você? – Ele tenciona mais uma vez.

Aposto que ele preferia que fosse eu a um lunático de verdade a escrever essas cartas, essas ameaça... E eu queria mesmo que fosse verdade. Até se passou na minha mente essa ser uma brincadeira de alguém, ou até mesmo dele. E, Deus, como eu queria que fosse.

-Não. – Repito o óbvio.

Ficamos em silêncio, ambos retendo as informações recebidas nos últimos minutos.

-Ele ameaçou sua família? – Pergunto a Jacob quebrando aquele momento.

-Ameaçou. – Ele mais uma vez fica tenso.

-A minha também. – Comprimo os lábios olhando para os meus pés por alguns segundos antes de voltar a erguer o queixo e o encarar. – Não podemos contar para os nossos pais, nem para a polícia, não temos a quem recorrer, a única opção é...

-Desvendar esse assassinato. – Ele completa e um novo ar preenche o ambiente. Um ar pesado e tenebroso, Jacob e eu ainda compreendendo o que isso significa.

-Caramba, eu vou ter que fazer isso com você. – Ele diz em repulsa.

-Saiba que sentimento é mútuo.

-E como fica isso, o fato de que nos odiamos?

-Teremos que ser profissionais. – Digo a ele que ri abafado.

-Você consegue? – Ele pergunta em tom provocativo.

-Claro que sim, a real pergunta é se você consegue?

-Não sabia que a princesinha do Uper East Side se irritava assim tão fácil.

-Quer cala a boca. – Replico cansada daquilo.

-Primeiramente, não. E segundo, vamos ter que arranjar reforço para isso. – Ele muda de assunto assumindo uma pose mais séria.

-Eu contei para Audrey sobre isso. – Lhe digo. – Ela pode ajudar. Você também tem amigos que também entrarão nisso se pedir.

-Sabe que arriscamos a vida deles os metendo nessa situação?

-Sei. Eu deixei todas as opções em extremo aberto para Audrey e mesmo assim ela quis entrar. – Suspirei sabendo que pus minha melhor amiga em perigo. Me arrependo tanto, mas não conseguiria esconder dela. Além de que ela não precisa, até insisti para ela não querer entrar nisso, mas ela é cabeça-dura, é claro que não perderia essa oportunidade de se arriscar. – Bom, não conseguiremos isso sozinhos, vamos precisar, querendo ou não, de mais pessoas nos ajudan-.

Minha voz é cortada pelo som das caixinhas de som que haviam espelhadas pelas escola.

-Bom dia alunos, perdoem a intromissão em suas aulas, mas o diretor pede que o sr. Jacob Beaumont e a srta. Ashley Scott compareçam a sua sala imediatamente, obrigada e bons estudos a todos. – A secretaria da direção diz pelo alto-falante.

Jacob e eu nos entreolhamos. O garoto dos olhos verdes xinga baixinho e suspira pesadamente.

-O quê eles querem agora? – Questiona mais para si mesmo do que para mim quando abre a porta da saleta.

Enquanto ele murmura xingamentos e reclamações pelo caminho, eu permaneço calada, mil e uma coisa se passando em minha mente, todas girando em torno da pergunta: "o que eu fiz dessa vez?".

Céus, por que eles estão nos chamando?

Já sofri emoções demais nessa última semana, não estou preparada para qualquer outra notícia.

A última vez que me chamaram era para avisar da morte de Rose...

Agora ainda chamam não só eu, mas também Jacob.

Por Deus, o quê pode ter acontecido?

-Quer relaxar? Seu nervosismo está me deixando nervoso? – Jacob reclama comigo.

-Eu não estou fazendo nada, imbecil.

-Está pensando demais.

-Oh, mil perdões, agora os meus pensamentos te atrapalham?!

-Exatamente!

-Você muito irritante mesmo. – O olho incrédula caminhando ao seu lado em passos apertados e firmes. Sentia como se fosse rachar o piso a qualquer instante, pisava tão forte pela raiva e o nervosismo acumulado por causa da situação e de Jacob, que não duvidava que isso fosse acontecer.

-Agora eu sou irritante? Não sou eu quem está quase se contorcendo com os pensamentos de estar indo para a diretoria!

-Ah, sinto muito que eu me preocupo com a minha vida acadêmica e futuro!

-Mas está me irritando.

-Problema é seu.

-Só cala a boca.

-Eu estava quietinha até você brigar comigo.

-Você estava pensando. – Ele replica como se isso fosse uma desculpa de verdade.

-E o que queria que eu fizesse? Tivesse um ataque cardíaco e morresse para parar de pensar?! – Não tento esconder minha revolta e indignação através da minha voz.

-Até que isso não seria má ideia...

Uma tosse ecoa na nossa frente e vemos a vice-diretora nos encarando.

Meus olhos arregalam no mesmo instante.

Será que ela ficou todo esse tempo vendo Jacob e eu brigarmos?

-Modos, por favor, senhores.

Sim, ela viu.

-Sr. Beaumont, você é um cavalheiro, tem que tratar muito bem as mulheres. – Comprimo os lábios me repreendendo por estar quase gargalhando da cara de Jacob e de como a sra. Hearst se referiu a ele.

Jacob? Um cavalheiro? Por favor...

-E você, srta. Scott, é uma dama, deve se comportar como tal, não fique o retrucando.

Agora é a vez de Jacob caçoar de mim, me encarando com um sorriso sarcástico de canto.

Parecíamos duas crianças birrentas se provocando, eu sei disso.

-Agora, por favor, entrem, o diretor os aguarda. – Ela falou arruando o seu próprio terninho de estampa xadrez na cor rosa claro. Era muito bonito para falar a verdade, me lembrava alguns modelos da Chanel. – E se comportem!

Assentimos e passamos pela grande porta de orvalho escuro.

A vice-diretora fechou a porta nos fazendo olhar na direção.

-Bom dia senhores. – O nosso diretor, sr. Sullivan, nos cumprimentou fazendo com que olhássemos, dessa vez, em sua direção, tirando nossa atenção da porta que acabara de ser fechada.

-Bom dia. – Respondemos em uníssono.

-Sentem-se. – Aponta com as suas mãos gorduchas as duas cadeiras do mesmo material da porta com um estofamento vermelho carmesim.

Nos sentamos silenciosos e com a postura impecável.

-Bom, confesso que do sr. Beaumont eu esperava algo assim, afinal, sua passagem aqui pela diretoria é bem frequente. – O mais velho começa falando e Jacob sorri com sua menção a ele.

Como ele pode ter orgulho disso?

-Mas srta. Scott, eu fiquei pasmo quando soube o que fez. A senhorita é uma aluna exemplar, tem notas excelentes, um comportamento exemplar... E foi mais por causa disso que pedi que os dois comparecessem em minha sala. – Minha ansiedade pulsava em minhas veias e eu ainda não entendia o que estava acontecendo. – Sei que os dois estão passando por momentos muito difíceis, com o assassinato, a prisão... – Ele tenta não ser muito direto nessa parte, não prolongando o assunto e falando com suavidade e delicadeza sobre a situação que nossas famílias se encontram. – E eu até daria um tipo licença para que ficassem a próxima semana sem vir a escola, vocês sabem, para se recuperarem e tudo mais, mas como já teremos o recesso não vejo o porquê. – Faz uma pausa que, na minha opinião, foi dramática demais. – E eu espero sinceramente que tenha sido por causa dos últimos acontecimentos que os dois tem agido dessa forma.

-Perdão, mas do que exatamente o senhor está falando? – Pergunto ainda perdida quanto ao que se tratava aquela reunião.

-Nós sabemos que vocês fugiram da detenção pela janela, vimos tudo pelas câmeras. Acho que a minha mente parou de funcionar naquele instante.

As câmeras.

Droga! As câmeras!

-Senhor, eu...

-Senhorita, não precisa se explicar, nenhum de vocês precisa. Darei um desconto para ambos por causa do momento complicado que se encontram, e por isso não irei contatar seus responsáveis. Contudo, quero que fique claro, não haverá segunda chance. Se isso se repetir, podem ter certeza, levarão suspensão e detenção, além de que seus pais saberão do que aconteceu.

-Não se repetirá. – Afirmo sem nem pensar duas vezes.

Minha vida acadêmica é tudo para mim.

-Não ficaremos de detenção? – Jacob pergunta e o diretor assente com as mãos cruzadas em cima de sua mesa.

-Não dessa vez. – Ele se levanta, também nos fazendo levantar. – Estão dispensados pelo restante do dia, podem ir para suas casas, descansar e pensar sobre o que fizeram. Reflitam.

Ele acha mesmo que ficaríamos pensando no que fizemos como um castigo?

Olha, eu fiquei muito preocupada, e até pensei que ficaríamos de detenção ou coisa pior, só que eu não acho que me arrependo de verdade, todavia também acho que não faria de novo.

-Aproveitem o feriado. – Diz por fim apontando para a porta com as duas mãos.

-O senhor também, obrigada. – Agradeço antes de me retirar e Jacob só continua ali parado como uma arvore.

Estão vendo? Ele não é nem um pouco cavalheiro, e nunca vai ser, eu aposto. Coitada da sua esposa, se um dia se casar.

Assim que a porta se fecha, eu mudo minha feição arrependida e ingênua para outra irritada e impassível.

-Como? – Falo respirando pesadamente. – Como não pensou nas câmeras, Jacob?

-Por que está me culpando?

-Porque você que me convenceu a fugir daquela detenção!

-Quer relaxar, Scott? Nada aconteceu, eu sabia que não aconteceria. – Ele dá de ombros.

Espera. O quê ele disse?

-Opa, o quê? – Paro tudo notando o que acabara de acontecer. – Repete. – Peço com o cenho franzido.

-O quê?

-Você disse "eu sabia que nada aconteceria" ... – Percebo o que aquilo pode significar. – Você sabia? Jacob, você sabia?! Sabia das câmeras e do risco de sermos pegos?

-Sim, por quê?

Ele perguntou "por quê?"?!

É sério mesmo que ele ousou perguntar o porquê?

-E você não pensou em me contar por nenhum segundo? – Cruzo os braços ficando frente a frente com ele, meus olhos fixos nos seus mesmo com a diferença de altura.

-Na verdade, não. Precisava de você para me encobrir, sabia que não fariam nada se você fosse uma das cumplices. Eles sentiram dó de nós dois e blá blá blá. E cá entre nós, sabe que é uma das queridinhas deles. Por isso, eu só não sabia, como tinha total e plena certeza, de que nada aconteceria. – Sorrio satisfeito com o seu plano.

-Então só me usou para se safar? – Junto todas as informações, boquiaberta com o que ele estava dizendo.

-Foi bem isso mesmo. – Seu tom indiferente é insuportável.

-Hum, nesse caso, eu acho melhor você dar o fora daqui e trancar bem a portar da sua casa. – Sorrio da forma mais graciosa que consigo.

-E por que eu faria isso?

-Bem, porque... – Sorrio ainda mais abertamente. – Eu vou matar você.

-Sim, sim, vai nessa. Sabe que não consegue viver sem mim. – Coloca uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha, provavelmente tentando me desconcertar e distrair.

-Se não tirar sua mão daí eu vou quebrar ela.

-Tão delicada. – Ele ri saindo andando na minha frente. – Te mandarei mais informações do que faremos mais a tarde. – Ele avisa sem nem sequer olhar para trás.

-Eu já tenho planos, tá legal? E você vai me obedecer.

-Claro, vossa majestade do Uper East Side. Te mando quando chegar em casa. – Ele ignora completamente o que eu disse.

-Como fará isso? – O indago.

Ele não tem meu telefone e não sabe onde moro. Talvez mande alguém...?

-Eu sou um Beaumont, Ashley. – Vira o pescoço sob seu ombro olhando diretamente em meus olhos. – Sabe que eu dou um jeito. – Lança uma piscadela e eu rio entre os dentes da sua atitude, não achando graça, mas em pura incredulidade com os seus atos.

Ele é inacreditável...

Jacob ainda será a causa da minha visita a um hospício ou uma cela de prisão. 



NAO SE ESQUEÇAM DE VOTAR, COMENTAR E COMPARTILHAR!

Continue Reading

You'll Also Like

48.5K 5.4K 33
➩ 𝗚𝗮𝗯𝗿𝗶𝗲𝗹𝗮 𝗚𝘂𝗶𝗺𝗮𝗿𝗮𝗲𝘀 capitã do time da seleção feminina de vôlei brasileira , no auge da sua carreira sendo considerada uma das mai...
33.3K 1.6K 23
Essa história é uma como as outras porém tem muito amor envolvido, traições e um pouco de suspense, também então vem acompanha o tralha e a Victória...
38.1K 2.4K 26
𝗢𝗡𝗗𝗘 Arthur Fernandes é quebrado emocionalmente. Isso foi causado pela morte do seu melhor amigo, parte da culpa é dele, mas não se conforma com...
876K 38.9K 88
📍𝐂𝐨𝐦𝐩𝐥𝐞𝐱𝐨 𝐃𝐨 𝐀𝐥𝐞𝐦𝐚̃𝐨 - 𝐑𝐢𝐨 𝐃𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨, 𝐁𝐫𝐚𝐬𝐢𝐥 "dois corações unidos num sentimento, novinha e guerreiro em um só...