Um Natal de Mudanças

By urreapreciouss

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+ nosh | especial de Natal 🎄 Josh Beauchamp sempre amou o Natal. As luzes, o clima aconchegante, as pessoas... More

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By urreapreciouss


Quarta-feira, 15 de dezembro

09:15

11:51

***

Noah entrou no apartamento e automaticamente sentiu o cheiro bom de comida. Largou as coisas no sofá e logo foi até a cozinha para descobrir o que cheirava tão bem, dobrou um pano de prato para não queimar a mão e tirou a tampa da panela, sorrindo quando viu que era sua comida favorita.

— O cheiro é bom, pelo menos? — Josh apareceu de repente, apenas com uma calça cinza de moletom e os cachinhos pingando no ombro.

— Ótimo.

— Que bom.

— Como você fez Lámen? Você não sabe nem fritar um ovo!

— Eu sei feitar um ovo sim! E fazer arroz e algumas outras coisas básicas.

— Lámen não.

— Procurei uma receita, não experimentei ainda, então não se se ficou bom... Ou, pelo menos, comível.

Riu envergonhado por não ser dos melhores cozinheiros (como Noah). Ao passo que Urrea sorriu, as borboletas dançando na barriga, ao imaginar Josh se esforçando em fazer sua comida preferida, só para agradá-lo.

— Já que não conseguimos jantar ontem, e você ia cozinhar, pensei que poderíamos almoçar hoje, com a comida por minha conta.

— E se o seu Lámen não tiver comível?

— Aí vamos ter que sair pra almoçar! — Riem juntos.

— Ok. Vou arrumar a mesa. É melhor botar uma camisa pra gente comer.

Josh olhou para o próprio abdômen nu, ficou tão eufórico quando ouviu que Noah estava em casa que tinha esquecido de colocar o resto da roupa.

— Certo. — Voltou para o quarto, colocando a primeira blusa que achou no guarda roupa, para poder voltar depressa.

A mesa já estava posta com os pratos, talheres, copos e a panela, tudo em cima de uma toalha vermelha. Noah fizera aquilo muito rápido. Sentaram-se um de frente para o outro, como de costume, e se serviram.

— Lembra daquela vez que a Any veio aqui e você fez uma sopa? — Noah encarava o prato. — E ela meio que foi parar no hospital de tanto sal e pimenta que tinha na sopa?

— Lembro...

— Então você não vai me julgar se eu disser que tô com medo de experimentar, né?

— Não, porque eu também tô... — Josh encarou o amigo. — Juntos?

— Tá.

Contaram 1, 2, 3 e levaram as colheres à boca. Noah fez uma cara pensativa, analisando o sabor que tocava sua língua.

— O que achou?

— Hum... Até que é bom. — Sorriu, continuando a comer, fazendo Josh sorrir também.

Seguiram o almoço conversando coisas aleatórias. Noah começou a contar sua experiência na nova balada, explicando como Hina tinha caído no palco porque estava bêbada e queria pedir o número do DJ.

— Ela caiu?!

— Tropeçou nos próprios pés, uma maluca.

— Tudo isso por um telefone?

— É. Ela invocou que o DJ não parava de me encarar desde que entramos lá e quis pegar o número pra mim, mesmo eu negando algumas vezes. Mas ela é determinada.

— Uau...

— Em defesa dela, o DJ era muito lindo, então eu valorizo o esforço da minha amiga.

— E ela conseguiu afinal?

— Mais ou menos. Depois que ela caiu, Heyoon achou melhor levá-la pra casa, então resolvermos ir todos, já tava tarde mesmo. Aí quando estávamos no estacionamento o DJ apareceu lá e pediu o meu número, e também pediu desculpa por ter esperado a Hina cair no chão pra ir falar comigo, então meio que deu certo.

— E você passou?

— Óbvio! Não ia fazer desfeita da vergonha dela e ele era realmente bonito, então por que desperdiçar uma boa oportunidade? Além do mais, vou poder jogar na cara da Hina que ela continua passando vergonha por mim mesmo quando diz que vai parar.

— Hm... Entendi.

Noah esvaziou sua tigela.

— Bem, não é o melhor Lámen que eu já comi, mas tava bom.

— Realmente... — Josh levou a última colherada aos lábios também. — O da Heyoon é melhor.

— Mas é bem comível. Pra uma comida sua tá até muito gostoso. Já sei que se um dia você se mudar, não vai passar fome!

— Por que eu me mudaria?

— Sei lá, uma hora você vai enjoar da minha companhia, né?

Josh ficou em silêncio, se sentindo culpado por ter sido grosso na noite anterior.

— Noah, sobre ontem...

— Relaxa, Josh, não precisa ficar me explicando. Eu sei que o seu dia tinha sido longo e você tava cansado e tudo mais. Já disse que tá tudo bem, sério.

— É que eu...

— Você me ajuda montar a árvore? — Interrompeu. Nem ele tinha certeza do porquê não queria saber o que tinha acontecido.

— Claro...

— Legal, vou levar tudo isso pra cozinha, depois a gente lava.

Deixou a louça suja na pia, enquanto Josh levantou procurando a tão falada árvore de Natal do Noah.

— Cadê a árvore?

— Na porta — gritou da cozinha, terminando de ajeitar as coisas.

Josh se direcionou pelo corredor para trazê-la para a sala, quando teve uma surpresa. Tombou a cabeça de lado, estranhando o tamanho, mas pegou e deixou no tapete, ao lado da TV, onde imaginou que Noah gostaria de deixá-la.

— Acertou em cheio, é aí mesmo que eu coloco sempre!

Essa é a árvore?

— Sim, por quê?

— É um pouco pequena.

— Tem um metro, não preciso de mais que isso.

— É que eu tava imaginando uma super árvore... Pelos tweets de vocês.

— Sinto te decepcionar.

— Não! É só... Tô costumado com decorações extravagantes.

— Não é o tamanho da árvore que faz o Natal, Josh — respondeu, quase grosseiro.

— Eu sei.

— Ainda vai me ajudar ou tá desapontado demais com o tamanho dela? — Noah esticou um pisca-pisca em sua direção.

— Desculpa... Claro que eu vou ajudar.

Os dois rodearam a pequena árvore com o pisca-pisca e depois enfeitaram com bolas vermelhas e douradas, bengalinhas doces e floquinhos de neve. Não demoraram muito, devido ao tamanho, mas ainda faltava um item.

— Onde tá a... — Josh se interrompeu, quando viu o objeto na mão de Noah.

Era linda. Dourada, vazada de um jeito que criava espaços indefinidos, mas simétricos, e com uma pequena luzinha dentro.

— A parte mais importante... — Noah deu um leve beijo na estrela, antes de ligar e colocá-la no topo da árvore.

— Ficou ótimo. — Josh sorriu.

— Ficou...

Ficaram um tempo em silêncio, encarando a árvore pronta.

Josh desviou o olhar algumas vezes, apenas para admirar o rosto sereno de Noah diante da decoração. Os olhos brilhando, quase como se quisesse chorar, não entendeu se era de felicidade, tristeza, emoção ou qualquer outra coisa.

— Sabe, eu amo o natal. Amo decorar a árvore, pendurar meias, fazer bolachas e casas de gengibre... Acho que é o meu evento preferido do ano — comentou, prendendo a atenção de Noah. — Não sabia que você também gostava... Quer dizer, todo mundo gosta, mas não sabia que você gostava tanto. Se soubesse antes, teria comprado outras coisas pra gente decorar o aparamento. Uma guirlanda e mais o que você quisesse...

Noah podia ver o brilho em seus olhos. Era fofo. Mas, então, sentiu o peito apertar com lembranças que ele preferia esquecer. Passar um dia todo ao lado de Josh decorando a casa e se divertindo com o clima acolhedor do Natal era uma ideia tentadora. Porém, ele não gostava daquele feriado do jeito que Josh pensava.

— Na verdade, nunca foi uma data emocionante pra mim. É só mais um dia normal.

Josh ficou confuso.

— Então... Por que dar tanta importância pra um símbolo natalino?

— Costume. — Deu de ombros, queria mudar de assunto. — Homenagem, sei lá. E isso importa?

— Acho que não...

— Legal. Agora que acabamos, a louça não vai se lavar sozinha!

Josh o observou juntando as caixas do sofá, ponderando se deveria ou não propor a ele o que estava em sua mente desde de manhã. Sem sentir muito controle sobre própria língua, chamou:

— Noah?

— Eu.

— O que vai fazer no Natal?

— Nada.

— Não vai pra casa?

— Eu tô em casa.

— Sim, mas não vai ver a sua família? Quer dizer, você é da Califórnia, né?

— Sou e não tenho família lá.

— Todos moram aqui?

— Não.

— Então você não vai...

— Josh, não quero falar sobre isso, ok?

Sentiu que estava entrando em território proibido pela expressão no rosto dele. Não era sua culpa, mesmo depois de um ano de amizade, nenhum dos dois nunca tinha falado sobre a família ou sobre qualquer coisa de antes de se conhecerem. E isso o preocupava, ainda mais quando queria pedir que passagem o Natal juntos, afinal, não conseguiria passar pelo feriado daquele ano sozinho.

— Desculpa...

— Não esquenta.

— Então não tem planos para o feriado?

— Como você sabe, fui demitido recentemente e não vou visitar ninguém... Então, é. Não tenho planos.

Era agora.

Ele deveria?

Mas e se estragasse as coisas?

E se Noah ficasse bravo pelas mentiras?

Estava inseguro.

Mas precisava dele.

— Noah, vai pro Canadá comigo? — falou tão rápido que nem ao menos conseguiu distinguir as palavras.

— Quê? Não entendi nada.

Respirou fundo, esperando que o ar em seus pulmões o ajudasse a se acalmar. Não funcionou.

— Vai pro Canadá comigo?

— O quê? — A pergunta fora repentina e pegou Noah de surpresa. Por que Josh queria que ele fosse ao Canadá com ele?

— Não entendeu de novo?

— Entendi..., mas não entendi. Deu pra entender...?

— Hm, não... O que eu tava tentando dizer sobre ontem, é que eu recebi uma carta de casa.

— Casa???

— É.

— Canadá???

— É...

— Calma, você é... do Canadá?

— Sou...

— Mas... Você... Mas... — Noah não sabia o que dizer. Estava, literalmente, sem palavras. — Por que nunca me disse que é canadense?

— Você nunca perguntou.

— É, mas você sabe que eu sou daqui. Quer dizer, da Califórnia. Mas... Daqui. Estados Unidos. País em que moramos. Americano.

— Eu te perguntei...

— Meu Deus.

— Tá bravo?

— Não... Tô confuso. Você me disse que veio pra cá pra estudar.

— E eu vim.

— Do Canadá!

— E que diferença isso faz?

— Nada. Tirando o fato de que eu moro com você há um ano e não sabia nem que você era de outro país.

— Desculpa... É que não costumo falar muito sobre a vida que eu tinha antes de me mudar pra cá.

— Sei... — Noah conseguia entender. Ele também não gostava de falar sobre como era sua vida em Orange County. — Só não sei porque escondeu sua nacionalidade de mim por tanto tempo. Tipo, sou eu.

— É complicado, Nô... Odeio ter escondido de você, mas... É complicado.

— Espera. Eu já vi muitos filmes de Natal pra saber onde essa conversa vai parar... Você não é nenhum príncipe ou algo do tipo, é?

— O quê? — Josh o encarou confuso e depois começou a rir. — Não. Claro que não!

— Ah, vai saber...

Noah tinha uma cara engraçada e Josh não conseguia se controlar.

— Relaxa, você não vai precisar lidar com uma rainha chata.

— Ufa.

Se encararam e começaram a rir descontroladamente. Era engraçado pensar em Josh como um príncipe. Se bem que, para Noah, ele já era um, faltava apenas o título real.

— Então, notícias de casa? — Voltou ao assunto que iniciou a conversa estranha onde descobriu que Josh era de outro país.

— É...

— Pelo seu tom, isso não parece muito bom.

— Eu meio que fui convidado pro casamento do meu irmão.

— Uau! — Noah não evitou arregalar os olhos em surpresa. Um casamento? Do nada?

— É, uau...

— E por que isso continua soando como uma coisa ruim?

— Digamos que a minha relação com a minha família não é das melhores. E eu não sabia que ele ia casar agora.

Agora? Tipo...

— Tipo dia vinte e cinco.

Vinte e cinco de dezembro??? No dia de Natal?

— Meu irmão sempre quis casar nessa época. Com tantos outros meses pra casar... É bizarro eu sei.

— Ah... É um pouco estranho, mas cada um com seus sonhos. Eu acho.

— Sei lá. Ele vai transformar um feriado que passamos em família em uma data pra ele e pra noiva.

— Se for pensar por esse lado... Mas ainda não entendi onde eu me encaixo nisso.

— Eu não quero ir sozinho.

— Por quê? É sua família.

— Não os vejo há dois anos, Noah — contou, vendo curiosidade nos olhos verdes — Antes de eu me mudar pra Nova York, eu e meu irmão tivemos uma briga feia. Nós dissemos coisas terríveis e acabei discutindo com a minha mãe também. Desde então não tenho mais falado com eles... Só que é o casamento dele e eu não queria faltar, apesar de tudo.

— Seria realmente chato não aparecer.

— Mas eu não consigo fazer isso sozinho.

— E por que você tá me chamando? — Não é que Noah não quisesse ir, ele adoraria, apenas achou o pedido inusitado, considerando que Josh tinha amigos mais antigos do que ele. Any, inclusive, já conhecia a família. — Any, Savannah ou Krystian não podem ir?

— Podem. Mas eu queria que você fosse comigo.

Noah sentiu o estômago frio, seu rosto continuou intacto, mas por dentro saltitava. Josh nem fazia ideia de como aquelas palavras foram importantes para ele.

— Só se você quiser, é claro. Como disse que não tinha nada pra fazer eu pensei que, de repente, seria legal se fizéssemos isso juntos. Sei lá.

O encarou, sem dizer nada, segurando o riso e tentando manter a expressão neutra, vendo o resquício de vergonha surgir através da vermelhidão nas bochechas de Josh. Ele era adorável com vergonha.

— Acho que você ia gostar do Canadá, St. Albert é um lugar legal. É frio como em Nova York, até mais, mas você gosta de frio, então acho que não tem problema... Lá fica lindo nessa época do ano, a cidade fica toda enfeitada. Como é pequena e todos se conhecem, as famílias sempre fazem mutirão pra decorar o centro, é um evento legal, eu adorava participar... No centro tem uma loja que vende o melhor chocolate quente do mundo. Fica do lado de uma fonte enorme que sempre congela pelo frio, é um cenário bem bonito. Sei lá acho que seria... Por que você tá rindo?

— Você tá falando sem parar e suas bochechas estão vermelhas. — Noah não conseguia parar de rir. — Tá nervoso, Joshy?

— Óbvio, porra! Eu te chamo pra passar o Natal na minha casa e você fica me olhando sem dizer nada, me senti um idiota! — Enfiou o rosto na almofada, se sentindo patético.

— Ei... Não tem que ter vergonha de mim. — Tentou controlar o riso, sua barriga doía. — Eu vou com você.

Josh levantou o rosto, um leve sorriso se formando.

— Vai?

— Uhum. Não tenho nada melhor pra fazer mesmo.

— Ou ou ou, mais respeito pelo meu convite por favor?!

Pegou a almofada e bateu no rosto de Noah. Em seguida, saiu correndo pela sala, para fugir da vingança dele, que chegou através de uma almofadada nas costas. Embarcaram numa guerra quase sem fim, que só parou quando uma das almofadas descosturou, virando um monte de penas espalhadas pelo ambiente. Deitaram no tapete da sala para recuperar o fôlego.

— Nem lavamos a louça e já fizemos mais bagunça.

— Temos que arrumar isso logo.

— Por que nós somos assim, hein? — Noah riu, tirando uma pena do cabelo.

Josh, então, notou como ele estava bonito naquele dia, especialmente naquele momento, rodeado de penas artificiais.

— Ei, Nô.

— Oi?

— Desculpa por esconder de você.

— Tá tudo bem. Mesmo. Eu entendo.

— Ok... — Se arrastou para mais perto dele. Por algum motivo, o espaço entre os corpos o estava irritando. — E obrigado.

— Pelo quê?

— Por aceitar ir comigo.

— Acho que vai ser legal... E como eu poderia negar depois do lance do melhor chocolate quente do mundo? Tá me devendo um desses agora.

— Vai ser a primeira coisa que vamos fazer quando pousarmos.

— Show! E quando vamos?

— O voo é depois de amanhã.

— Depois de amanhã??? — Noah levantou com tudo, espantado.

— Muito tarde?

— Um pouco. Por que sua mãe avisou tão em cima da hora?

— Pra não dar tempo de eu pensar demais e escolher não ir.

— Ok... Tenho que ajeitar tudo, então. Começando com a louça. Você arruma a sala e eu cozinha?

— Pode ser.

— Beleza. — Se afastou. — Dois dias... Dois dias.

Josh ficou feliz que ele tinha aceitado o convite. Talvez devesse ter contado tudo o que aquele evento significava, assim como Any lhe aconselhara, mas era difícil falar sobre aquilo. Apenas esperava que as coisas não saíssem demais do seu controle.

14:22





NOTAS DA AUTORA

Muitas coisas a serem contadas hihi

O clima de natal chegou e tudo tá mais lindo agora. 

Não esqueçam de votar e deixar um comentário para me incentivar, é muito importante <3

Beijos, até amanhã.

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