Desilusão

By BrendaSousa373

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Depois de uma desilusão amorosa, Ana se sente encurralada pelas lembranças e para lidar com isso, ela encontr... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capitulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Captulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Fim

Capítulo 56

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By BrendaSousa373


Quando chegou o dia do então jantar na casa do Peter, com a companhia ilustre dos pais dele, eu me senti impotente, incapaz de aparecer lá depois de ter dormido com o Fred. Eu sei que eu e Peter não somos oficialmente namorados, mas eu de alguma forma estava alimentando suas expectativas e me dói muito o fato de ter que quebra-las, mas eu infelizmente não posso evitar.


Então a única solução que eu encontrei foi inventar uma gripe em cima da hora, e ainda por cima, contagiosa, assim ele não poderia me visitar, dando a entender que eu estava em um péssimo estado e não poderia aparecer na frente dos pais dele com os olhos lacrimejando e o nariz escorrendo.

Seria um desastre.

E também não acho que conseguiria olhar nos olhos dele e fingir que não aconteceu nada.

E apesar de parecer desapontado do outro lado da linha, ele disse que não tinha problemas e que haveria outras oportunidades.

Suas poucas palavras e o seu silêncio me deixaram triste e aliviada ao mesmo por ele nao achar que estava inventando desculpas.

Apesar de eu estar.

No trabalho eu também havia comentado com o Mike  que provavelmente ficaria doente e que faltaria.

Para não parecer suspeito.

Então fiquei em casa dois dias fazendo absolutamente nada, e com um peso enorme na consciência.

Até que para a minha surpresa a campainha toca.

Será que ele não levou muito a sério o que eu disse e resolveu vim verificar.

Estremeci ao olhar no espelho e notar que minha aparência saudável não era nada convicente.

A campainha soou insistente.

Meu coração acelerou e eu me senti em desespero por não conseguir nada pra usar para fazer minha indisposição parecer real.

Passei as mãos pelo cabelo, aflita.

A campainha tocou mais uma vez e eu me irritei, e a única pessoa que me veio na cabeça foi o Fred.

Então calcei as pantufas e segui descendo as escadas, em seguida fui pisando fundo até a porta, ainda achando que era ele, já que era o único que não sabia que eu estava doente.

—– Fred, agora não — Resmunguei abrindo a porta.

Mas me assustei ao ver que não era ele, e sim o Robert.

—– Quem é Fred? —  Ele arqueou as sobrancelhas surpreso e confuso ao mesmo tempo, porém com um sorriso calmo nos lábios.


—– O vizinho — Coçei a cabeça perdida — Ele às vezes aparece aqui pra me perturbar.

—– Que idade ele tem?

Não entendi porque ele perguntou isso.

—–  Ah tem uns.. — Mexi os olhos pra pensar —  Oito, um menino, e está obcecado por mim,  acredita?


Vou me arrepender pelo resto da vida de ter contado essa mentira e espero que Deus não me castigue por eu ter inventado uma doença para não ter que enfrentar as minhas dificuldades.


—– Nossa, a idade do meu filho — Ele disse se surpreendendo novamente, me deixando também surpresa por que até então eu não sabia que ele tinha um filho.

—– Eu não sabia que você tinha um filho?

—– Na verdade eu tenho dois, o outro tem seis anos —  Ele falou empolgado, demostrando em suas feições que seus filhos eram sua prioridade.

—– Que legal — Falei com um meio sorriso, me perguntando porque ele não disse isso antes.

Talvez por que eu nunca demonstrei interesse pela sua vida pessoal.

—– É sim, desculpa não ter falado antes, nunca caímos nesse assunto —  Ele disse contente.

—– Sem problemas.

—– Então, Mike me disse que você estava doente, e como eu estava passando pelo bairro, decidi passar aqui e ver como você estava? eu...fiquei preocupado.

Já estou virando uma mentirosa patológica.


—– Eu estou bem melhor, tomei um remédio — Me atrapalhei nas palavras o deixando ainda mais confuso.

—– Isso é ótimo, espero não está atrapalhando.

—– Não, entre — Convidei saindo da frente do seu campo de visão.

—– Obrigado.

Ele passou por mim e procurou o meu olhar escondido atrás da porta.

Depois eu imediatamente fechei a porta e o segui até a sala, resmungando mentalmente.

Esperava algo do tipo " Não, não posso, eu tenho um monte de coisas pra resolver.


—–  Sente-se — Apontei para o sofá —  Quer tomar alguma coisa?

—– Não, obrigado — Ele disse sorrindo, se acomodando no sofá.

—– Está bem —  Me sentei próxima a ele, que ficou me encarando admirado.

—– Sabe, esse menino não está errado em está obcecado por você, você é realmente uma mulher encantadora, Ana.

—– Obrigado — Agradeci  possivelmente corada. Você também não fica pra trás — Elogiei, e vi um sorriso radiante crescer em seus lábios.

Robert ao contrário do Peter era um cara maduro e experiente, e estava ali próximo da meia idade, mas estava em excelente forma.

Era bonito, bem sucedido e galanteador, com certeza ele sabe tratar muito bem uma mulher.

Não entendo porque alguém como ele está sozinho ou melhor como uma mulher larga um homem assim, já que ele havia comentado que ele era divorciado.

Será que há algo sombrio por trás de toda essa gentileza que ele expressa.

Prefiro acreditar que não.

Ele tirou uma carteira do bolso e dentro dela tirou uma foto dos seus filhos.

O mais velho se parecia com ele, tinha os mesmos olhos marcantes, cílios volumosos, além de covinhas inocentes que contornavam lindamente o seu sorriso

O outro tinha poucos traços do pai, e provavelmente puxou a mãe, mas não deixava de ser tão belo quanto o irmão.

Realmente são crianças lindas.

—– São crianças adoráveis.

—– Sim, queria muito que você os conhecesse pessoalmente — Ele falou com os olhos brilhando, mas de repente ficou cabisbaixo.

—– Por que, onde eles estão? — Perguntei ao notar sua tristeza repentina ao olhar para a foto dos filhos.

—– Com a mãe, ela foi embora e os levou, e desde então não tenho mais notícias deles, e essa foto é a minha única lembrança.

Meu coração se apertou.

—– Sinto muito por isso.

—– Sinto tanta falta deles —  Ele desabou em um choro contigo e o abracei.

—— Calma, não fique assim, você vai
encontrá-los.

Ele se afastou e olhou dentro dos meus olhos com uma expressão dolorosa.

—– Obrigado, Ana.

—– Por nada.

Ele continuou me olhando até que senti seu rosto voluntariamente se aproximando do meu.

E seus lábios ficaram bem próximos dos meus, incitando sua vontade de me beijar.

Suspirei com o coração cheio de culpa, e a abaixei a cabeça, bloqueando o.

—– Eu estou namorando um cara — Menti, até porque eu não estava com ninguém, só não queria ter que lidar com isso.


Um é bom, dois é ótimo mais três, minha cabeça vai dá um nó.

Ele se afastou e logo assumiu uma expressão de decepção, ele sempre foi claro em relação aos seus sentimentos, e que só estava esperando uma atitude minha.

—– Eu ia te contar, mas não tive a oportunidade.

Ele riu de nervoso e depois voltou a ficar sério de repente, se recompondo.

—– Ok, é melhor eu ir embora — Ele falou se levantando enquanto eu o acompanhei com os olhos levantados me sentindo mal por magoa-lo —  Melhoras, Ana, espero que volte ao trabalho em breve.


Ele sorriu, mas seu olhar escondia uma imensa tristeza.

—– Hoje mesmo vou voltar pro trabalho —  Sorri afim de amenizar sua dor, e ele sorriu fraco, possivelmente arrasado.


—– Obrigado por me receber em sua casa.

—– Foi um prazer.

Acompanhei ele até a porta, e depois que ele foi embora eu escorei na mesma, sentindo uma pontada no coração, e não demorou muito para as lágrimas alcançarem meus olhos.

Eu não queria decepciona-lo, mas a vida é sobre isso, decepções.

Homem é bom, mas não dar pra ter todos.

Pelo menos não no meu caso, porque acabo me envolvendo emocionalmente com eles, e não é fácil me desvincular desse sentimento.

E eu torço muito para que ele consiga recuperar seus filhos, e que também encontre uma mulher que mereça ele, que cuide dele da mesma forma que ele cuidou de mim. Uma mulher que ria de suas piadas, e que saiba reconhecer suas qualidades e tolerar seus defeitos.

Agora eu só preciso fazer o mesmo com o Peter, o que não será fácil, mas não tem por quê eu ficar enganando ele, ele é um cara incrível que não merece passar por isso, eu não quero mais ter que me sentir como se eu estivesse fazendo algo de muito errado.

Quando você não sabe o que fazer, nem o que dizer a alguém, você simplesmente se afasta, eu não entendo porque as pessoas fazem isso, por que é tão fácil dizer um não a um desconhecido, e para alguém que você ama é tão difícil.

Fiquei semanas e mais semanas sem falar com o Peter, ignorei todas as vezes que ele me ligou, e me esforcei horrores para não ler suas mensagens, mas contudo, fiquei surpresa que ele não tenha vindo me procurar, talvez a ideia de fazer ele perder o interesse em mim tenha funcionado, e  talvez seja melhor assim.

Eu não mereço alguém como ele.

Chorei agarrada ao travesseiro, ao imaginar ele sofrendo com a duvida, mas acho menos pior que ele ouvir da minha boca que apesar de tudo que ele me fez eu não sinto nada.


No trabalho eu seguia triste e desanimada, exceto quando eu atendia as mesas, onde eu forçava um sorriso do tamanho do mundo para agradar os clientes.

E tudo bem, todo mundo faz isso, finge que está bem quando na verdade não está.

Mas tinha uma pessoa que não comprava muito a minha simpatia forçada, e essa pessoa era o Mike.

—–  Agora pode falar — Ele disse assim que ficamos a sós.

—– Que? não tenho nada pra falar —  Disfarcei

—– Você tá com essa cara desde da hora que você chegou, e nem vem dizer que é porque está doente, inclusive  você me parece bem melhor.

Olhei pra ele e suspirei profundamente me rendendo a sua curiosidade.

—– Eu acho que não sou mais a favorita do chefe — Falei triste e ressentida.

Ele logo arrastou uma cadeira e se sentou na minha frente, como se fosse aquelas velhas fofoqueiras de esquina.

—– Vocês brigaram? — Ele Sussurrou ao passar uma garçonete.

—–  Não foi bem isso, mas ele foi embora chateado comigo quando eu recusei o beijo dele.

—– Você o que? — Ele arregalou os olhos surpreso por eu ter recusado o que todas queriam, mal sabe ele que aquele homem já esteve em meus braços antes, mas eu infelizmente o deixei escapar entre meus dedos.

—– É complicado, Mike, um dia eu te conto.

Ele continuou me olhando como se eu fosse uma burra por ter recusado uma oportunidade única como aquela.

Sorri carinhosamente de sua expressão ingênua.

—– Mike, que tal sairmos pra beber algum dia? —  Falei entusiasmada, me convencendo de que ele seria uma melhor companhia para me distrair de toda aquela frustração. Ele era divertido, atencioso e ninguém melhor que ele para me arrancar umas boas risadas.


—– Claro, eu adoraria — Ele sorriu animado com o convite, que até então ninguém tinha feito.

—– Ok, vamos marcar então.

Por um instante toda tristeza que eu estava sentindo se converteu em ansiedade, misturada a alegria por trás de um imenso sorriso em meu rosto, enquanto Mike me encarava surpreso e intrigado.

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