Gatinhos Também Jogam

By Heartagrama

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A encrenca estava a vista, desde o momento em que o "cachorro humanóide", que jogava Super Mário estava sendo... More

Gatinhos Também Jogam

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By Heartagrama

Esta fanfic one-shot segue uma continuação dos outros trabalhos: Como é duro ser fofinho/How hard it is to be cute! e Gatinho à flor dos pelos/ Garden Adventure, e assim como as demais é apenas algo leve e fofo sem muito aprofundamento de enredo.

Personagens e seus respectivos papéis de gato

Xue Meng: Russian Blue + Scottish Fold
Jiang Xi: Russian Blue
Wang Chuqing: Scottish Fold
Xue Zhengyong: vira-lata
2Mei Hanxue: Persa
Shi Mingjing / A-Nan: British Shorthair + Ragdoll
Menção de Nangong Si, mas sem definição.

Avisos: Classificação T pela escrita, mas diria +18 por que há alguns trocadilhos de duplo sentido, além de menção de RanWan sendo... RanWan.

A arte da capa é uma comissão  do artista @acekouhai

***

Tec-tec- tec- tec - tec...

As patinhas fofas dançavam sobre o teclado e mexiam no mouse para lá e para cá de forma ligeira. Não que isso tenha resolvido de toda forma. Ainda não era rápido o bastante e nem ele tinha destreza o bastante e por esse motivo depois de mais uma notificação de game over, um filhote muito nervoso pulava irritado em cima do teclado.

- Maldição! O que há de errado com você? Como você pode falhar e me deixar perder de novo? Você acha que eu não tenho orgulho? - Esbravejava o pequeno filhote de Scottish Fold.

Claro que depois de tentar duelar com a máquina por quase duas horas no jogo que o cachorro humanoide sem querer deixou aberto, Xue Meng estava muito, muito bravo.

Por que Super Mário tinha que ser tão contra ele?

Era fim de tarde, e lá fora o sol despejava raios laranjas no céu azul enquanto um outro gato assistia a situação sem saber o que fazer.

Observando a cena, o pequeno A-Nan, um filhote mestiço de Ragdoll e Britch Shorthair sabia que ia dar ruim de alguma forma. Não havia uma única vez que Xue Meng, o gatinho encrenqueiro que ele podia chamar de melhor amigo, não conseguisse se encrencar.

E a encrenca estava a vista, desde o momento em que o "cachorro humanoide", que jogava Super Mario, e que estava sendo seguido pelos olhinhos espertos e curiosos de Xue Meng deixou seu equipamento de diversão virtual ligado ao ser arrebatado com a visão do humano favorito de Xue Meng, logo após este sair do banho.

Para A-Nan, que era um gato, não fazia sentido Mo Ran sair como um cachorro abanando o rabo apenas porque o roupão de banho do outro homem havia escorregado levemente pelo ombro. Sem prestar atenção em mais nada, o cachorro-humanoide apenas o seguiu e trancou-se com ele no quarto proibido.

Como a srta. Mu havia se mudado em definitivo para a cidade, A-Nan agora via Xue Meng com muita frequência. Naquele dia em particular, a srta. Mu precisou na última hora, de alguém que cuidasse de A-Nan, mas ao chegar na porta de Hua BiNan, descobriu que ele tinha ido levar seus amados pets para uma consulta de rotina com um médico veterinário(no fundo A-Nan achou que ela sabia sim, e que apenas queria aproveitar para que ele, A-Nan fosse ao veterinário também), e Shi Mei estava trabalhando.

Quando a srta. Mu estava saindo da porta da casa dos irmãos, Mo Ran que tinha ido a feira, a viu e ao cumprimentá-la, notou a cesta de transporte de animais. Ao ser informado sobre a situação, como um bom vizinho, ele se ofereceu para tomar conta do jovem A-Nan.

- MengMeng está impossível esses dias! Provavelmente está sentindo falta de companhia de novo! Vai ser bom brincar com um amiguinho.

E agora ele estava apenas esperando a catástrofe.

Como esperado, não demorou muito para eles ouvirem alguns rosnados do humano Chu Wanning sibilando venenosamente dentro do quarto proibido que o cachorro era semelhante a uma besta selvagem.

Vários sons estranhos saíam daquele quarto de forma extremamente ruidosa e até mesmo assustadora, e constantemente, Mo Ran precisava sair do quarto com a desculpa de ligar a TV em um volume relativamente alto, para encobrir as travessuras que por certo ele cometia a portas fechadas.

Distraído pelos sons inconvenientes, A-Nan não notou que Xue Meng, agora um pouco mais ágil, mas nem por isso menos desastrado e fofo, subiu como um raio até a mesa do computador e agora apertava os botões do teclado furiosamente como se fosse um experiente cat-gamer.

Desde que se conheceram, A-Nan sabia que o temperamento de Xue Meng era deveras complicado, e que dificilmente alguém o convencia de que seus planos pouco ou nada calculados poderiam dar algum problema. Mesmo assim, A-Nan, o miado do bom senso naquela casa, tentou alertar e fazer o pequeno Xue Meng perceber os riscos da situação.

- Pequeno Xue, tome cuidado. Há muitos fios saindo desses aparelhos!

- Não se preocupe A-Nan, eu sempre vejo como o Mo-cachorro se movimenta. Se ele consegue, eu também consigo! Apenas veja como eu sou esperto.

O humano de Xue Meng era um amante de antiguidades, e completamente avesso a ideias de consumismos exagerados, portanto enquanto algo estivesse funcionando, ele se recusaria a jogar fora. Se algo ainda tivesse concerto, ele se recusaria a comprar um novo. Portanto, o computador da casa ainda era um modelo mais antigo, sem as modernidades dos sistemas por indução, e por isso havia alguns fios soltos.

Enquanto pulava irritado por ter perdido mais uma partida, Xue Meng acabou esbarrando no monitor, e em sua fúria, o movimento brusco fez a tela fina balançar suavemente. Ao tentar segurar com suas patinhas para que ele parasse de balançar, ele não percebeu que uma de suas patas ficou entre os fios que conectam o teclado ao monitor.

Ao suspirar aliviado, depois de passado o susto, Xue Meng pulou novamente, mas dessa vez, para finalmente sair da mesa e ir procurar insetos do lado de fora da casa, conformado com o fato de que o Super Mário não era tão legal quanto aparentava.

Só que ao descer, invariavelmente, sua patinha enrolada nos fios, trouxe consigo mais do que o seu corpinho fofo de gatinho...

***

Xue Meng miava com a injustiça. Por que ele tinha que sofrer tanto?

Ele explicou para seu humano que não tinha culpa se todos os equipamentos resolveram desmaiar juntos. E ele pareceu entender. Até mesmo deu batidinhas em sua cabeça depois de suspirar e olhar feio para o cachorro Mo que queria deixá-lo na rua.

Ele havia se desculpado profundamente com seu humano, miando inúmeros pedidos de desculpas, enquanto o cachorro Mo tentava em vão ligar os equipamentos finalmente danificados de forma permanente.

Seu humano parecia estar chateado, e o repreendeu, e até mesmo o mandou ir para sua "caminha" para refletir sobre suas atitudes, mas de noite ele parecia mais tranquilo e pelo que ele entendeu, Mo-Cachorro já tinha até escolhido um modelo de computador ultra moderno para comprar. Então por que ele estava a caminho do Covil de Algodão Perfumado Taxue de novo?

O Covil do Algodão Perfumado era um lugar de castigo supremo, e que Mo-cachorro parecia ter imenso prazer em fazer Xue Meng ser torturado ao levá-lo para lá.

Lá moravam duas criaturas fofas completamente odiosas pelo simples fato de que ao olhar para eles ninguém conseguiria odiá-los.

Tinha que ser muito mal-amado para não sentir vontade de correr os dedos ou as patas na densa massa de fios macios que eles tinham. Tão suaves como pluma. E esse era um dos muitos motivos pelo qual Xue Meng, apesar de ser amigo dos dois gatinhos persas brancos, não gostava muito de ficar perto deles. 

Mei Hanxue e seu irmão Mei HanXue conseguiam esconder atrás de seus longos bigodes graciosos uma verdadeira alma de cachorro. Por que mais eles teriam tanta força de vontade de provocá-lo o tempo inteiro? Mas não importava o quanto ele miasse para seu humano e para o Mo-cachorro, contando como eles haviam babado em seu pelo, ou como prenderam seu rabo, ou como eles estavam sempre roubando na brincadeira de esconde-esconde, se enfiando no armário de panelas da srta. Mingyue.

Depois que Xue Meng se zangava quase ao ponto das lágrimas e ameaçava sair portinha afora é que eles davam uma trégua ao choroso Xue Meng.

Mei HanXue lhe daria um petisco que ele guardava apenas para Xue Meng e Mei Hanxue começaria a tentar pular nele para brincar enquanto se ocupava tentando comprá-lo com elogios.

- Mengmeng está tão forte! E cresceu tanto desde a última vez em que nos vimos!

Xue Meng fungava com seu pequeno nariz gelado e tentava resistir às investidas bajuladoras nem que fosse pela força do ódio. Mas não demorava muito para que ele cedesse e ficasse furioso novamente, mas dessa vez consigo mesmo.

O fato de que ele próprio ficava suspirando como um gatinho bobo sempre que se encostava nos pelos macios deles, querendo se enfiar em todo aquele pelo sedoso, ou como ele ronronava sem perceber ao ter as patinhas deles e suas línguas rosas acariciando suas orelhinhas pequenas. Eles faziam ele se derreter como um filhotinho bobo( o que de fato ele era), e na opinião de Xue Meng isso era incompatível com sua supremacia felina de gato forte e robusto como um tigre.

Que focinho ele poderia ter para encarar os pais e até mesmo o gato ranzinza Jiang Xi? Mas era simplesmente impossível negar qualquer um dos pedidos insistentes de Mei Hanxue, principalmente quando ele pulava de um lado para outro querendo brincar de cambalhotas com ele.

Não! Xue Meng não quer ir! Ele não quer ir para o Covil do Algodão Perfumado e ser vítima novamente dos encantos de fada felina dos gêmeos persas. Mas era tarde demais para se agarrar a poltrona e chorar com miados altos e lamentosos para comover seu humano.

Mo - cachorro havia colocado ele no carro ainda dormindo, removendo sua almofada fofinha da cama sem que ele notasse. Talvez por isso ele tenha esquecido de colocá-lo na cesta de transporte.

Xue Meng era um inimigo mortal da cesta de transporte porque sabia que só entrava nela quando ia para o Covil do Algodão Perfumado Taxue. E Mo Ran só conseguia colocá-lo dentro da cesta depois de ter suas mãos arranhadas pelo gatinho nervoso.

Claro que Xue Meng simplesmente ignorou que Mo Ran estava ao volante e pulou em cima do colo dele enquanto ele dirigia, pouco se importando se ele quase causou um acidente por estar miando desesperado e arranhando as coxas do cachorro humanoide!

- Vire essa coisa! Vamos para casa! Não me deixe lá! Você não tem coração!

Felizmente, Mo Ran conseguiu chegar na casa da srta. Mingyue para deixar Xue Meng sem machucar ninguém na rua e sem bater o carro.

Xue Meng apenas olhou para a residência fina que era o quintal dos gêmeos.

A casa era de modelo tradicional, e como ficava no campo, mais afastada, era possível ver uma densa extensão verde por trás da casa como um tapete que se estendia até o horizonte.

O verde forte em contraste com o telhado escuro e as paredes brancas como marfim apenas deixava em evidência a elegância arquitetônica da casa.

Havia um pequeno lago com um pouco de hera crescida, mas cujo aspecto rústico fazia a moldura perfeita para as carpas coloridas que pontilhavam o lago. O aspecto selvagem se transformava em algo gracioso em contraste com a grama aparada e o caminho peninsular de madeira, que faziam uma ponte até uma pequena construção no meio do lago onde a srta. Mingyue gostava de tomar chá na companhia de seus preciosos gatos e jogar partidas de Mahjong com as amigas Song Qiu Tong e Ye Wangxi e agora mais recentemente com a srta. Mu também.

Xue Meng sabia que sua sorte não estava muito boa, mas ainda assim enquanto esperneava nas mãos de Mo Ran que o segurava pelo cangote, ele desejou que Nangong Si, o gato arrogante e orgulhoso da srta. Ye estivesse lá para dividir o fardo da resistência com ele.

Assim que Mo Ran foi atendido pela srta. Mingyue, Xue Meng avistou dois pompons correndo pela casa para encontrá-lo, mas com os pelos completamente alinhados. Ou quase.

A julgar pela disposição dos pelos de Mei HanXue, Xue Meng estava seguro que a srta. Mingyue continuava vendo tutoriais de tranças na internet e usando-os como cobaias.

Mei Hanxue como sempre era o mais amistoso e o mais conversador.

- Mengmeng! Que bom ver você! Nós estávamos com saudades!

Xue Meng apenas miou irritado sem poder concordar com ele.

Da última vez que ele ficou de "castigo" na residência da srta. Mingyue, foi por que eles tentaram invadir o quarto proibido para averiguar o que eram os instrumentos de tortura que o cachorro mantinha em uma caixa debaixo da cama e que foram os motivos pelo qual o quarto se tornou proibido para Xue Meng.

Os objetos causaram interesse em Mei Hanxue e durante sua última visita, ele simplesmente grudou em Xue Meng e o importunou até que ele concordasse em liderar a expedição de exploração aos tesouros escondidos no quarto proibido.

A caixa ficava sempre estrategicamente do lado do cachorro, e após se esgueirar como verdadeiros gatinhos ninjas para dentro do quarto, cheio de piruetas ágeis que fariam Super Mario sentir inveja, incluindo o fato de Mei Hanxue se pendurar na maçaneta da porta para abri-la com uma destreza e confiança que eram claramente fruto da experiência, eles conseguiram entrar enquanto o humano e o cachorro da casa se distraiam do lado de fora.

Xue Meng ajudou a empurrar a caixa até que eles pudessem abri-la.

Mei Hanxue mal tinha conseguido ter um vislumbre do conteúdo, quando Mo Ran entrou e com uma agilidade digna de atleta mergulhou no chão, levantando a caixa no ar longe das vistas e das patinhas dos gatinhos inocentes.

Chu Wanning era categórico sobre manter sua intimidade longe das vistas das crianças.

Ele conseguiu bater os joelhos, o peito e o queixo no chão, mas o importante era manter a castidade dos gatinhos, que não entenderam nada, completamente intacta.

Tudo ficou bem, mas isso não impediu Xue Meng de ir parar no Covil de Algodão Perfumado Taxue por cinco longos dias como castigo por agir como um bisbilhoteiro curioso...

Sabe-se lá quantos dias ele ficaria sendo chutado da cama no meio da noite por Mei HanXue ou acordar sufocado com o aperto de leão de Mei Hanxue, que gostava de abraçá-lo enquanto dormia?

- Vá cumprimentá-los Mengmeng! Veja como eles estão felizes por ver você!! - disse Mo Ran enquanto empurrava Xue Meng em cima de Mei Hanxue que já estendia as patinhas para segurá-lo.

- Eles crescem tão rápido! - Xue Meng ouviu a srta. Mingyue dizer - Parece que foi ontem que eles chegaram aqui em casa e olhe o tamanho deles agora... Logo estarão fugindo atrás das gatas da vizinhança.

- Hahaha, talvez. Mengmeng é tão de lua que eu tenho minhas dúvidas.

Xue Meng olhou com maldade para Mo Ran, desejando ter destruído a pele grossa da cara dele com suas garras em vez das calças que estavam na lavanderia. Ele sentiu um breve momento de culpa depois da satisfação efêmera de provocá-lo por Mo Ran ter perdido sua bolinha favorita e que foi presente dos gêmeos enquanto arrumava a casa.

A-Nan o fez perceber que aquilo não estava certo e Xue Meng se sentiu muito envergonhado na presença do amigo, que era sempre muito calmo, responsável e íntegro.

Mas agora Xue Meng sentia que fazer picadinhos das roupas de Mo Ran era muito pouco. 

- Quem é de lua aqui seu cachorro! Vou contar tudo pro meu humano! Você vai ver! Vou fazer você ser banido para o sofá!

E com isso ele continuou miando, bastante sentido enquanto Mei Hanxue sorria.

- Awwwnnnt... você é mesmo muito, muito fofo!

Mei HanXue, o gatinho sério, apenas balançava a cabeça. Seu irmão olhava para Xue Meng como se ele fosse a boneca que uma menina sonha ganhar de presente.

- Tão fofo quanto o som de uma gota caindo continuamente em uma panela de metal.

- O que você quer dizer com isso? - Ouvir o gatinho silencioso fez o pequeno Xue Meng esquecer o cachorro crescido que era o marido de seu humano e se voltar para o gatinho silencioso e bonito.

- Você reclama demais. - Xue Meng bufou indignado, mas o gatinho não o deixou revidar. - Venha logo, nossa humana já deixou uma porção de petiscos extra para você.

Tudo parecia perfeito é claro. Xue Meng era muito bem tratado pela srta. Mingyue. Ele brincou com bolinhas de lã, caçou insetos no jardim junto com os gêmeos e sujou as patinhas e o nariz com o lodo que ficava perto do lago, comeu petiscos de atum e ração especial para filhotes, descansou em sua própria redinha que estava lá desde sua segunda visitas, perseguiu borboletas durante a tarde na companhia dos gêmeos e de A-Nan e até mesmo de Nangong Si( que não queria sujar os pelos), enquanto ouvia uma animada partida de Mahjong em que a srta. Ye conseguiu esvaziar os bolsos de suas amigas.

Claro que Mo Ran esqueceu de buscá-lo mais uma vez e ele apenas viu os outros amigos partindo para casa. Pelo que Mei Hanxue ouviu do fim da conversa, Mo Ran planejou levar Chu Wanning para uma breve estadia nas montanhas para mais uma "lua-de-mel" fora de hora para deixá-lo feliz. Seu humano não estava muito feliz com os gastos, e apenas isso fazia Xue Meng se sentir culpado.

No entanto, Xue Meng também sabia que essa era uma desculpa perfeita e patética para o cachorro humanoide torturar seu humano. Sempre que isso acontecia, seu humano voltava com marcas dignas de uma luta com um lobo selvagem. E é claro que isso também significava, uma forma de fazer Xue Meng ser torturado também. Mo-cachorro via com seus próprios olhos de cachorro, como, apesar de todos os cuidados da srta. Mingyue, Xue Meng voltava cansado de ser feito de brinquedo vivo dos irmãos Mei.

Não importa a hora do dia ou noite, Mei Hanxue parecia um daqueles brinquedos com pilha, mas com bateria ilimitada. Cheio de vigor e vitalidade, ele gostava de pular na barriga de Xue Meng para fazê-lo brincar com ele, antes de ser vencido pelo cansaço.

Naquela noite, não foi diferente. Xue Meng tomou uma tigela de leite todinha e assistiu televisão no colo da srta. Mingyue junto com os gatinhos brancos. A grande sala era aconchegante e moderna, com uma TV tão grande quanto a dele.

Tinha um prazer diferente receber carinhos enquanto assistia. 

Humanos e felinos, pensou Xue Meng sentindo Mei HanXue acariciar com sua cabecinha bem atrás de suas orelhas, onde antes a srta. Mingyue tinha acariciado com os dedos das mãos com unhas bem-cuidadas. 

Parecia quase um pouco ciumento. 

Xue Meng já havia se acostumado a assistir sozinho por que Mo-cachorro sempre roubava os carinhos de Chu Wanning, e o convencia a se trancar com ele no quarto proibido enquanto Xue Meng ficava sozinho vendo os dramas da mocinha orgulhosa que derramou café sem querer nos sapatos de luxo de um grande médico rico que era na verdade um mafioso perigoso.

Ele é muito irritante e destrata ela, que fica indignada, sem saber que ele a trata assim em parte por que ele teve um caso amoroso com a mãe dela no passado, e que na cabeça dele, ele foi trocado pelo pai da mocinha, e que é, segundo suas palavras, um Zé-Ninguém. Parecia muito com a história de seus pais, só que sem a mocinha.

Xue Meng não sabia se torcia para que o médico mafioso fosse o par romântico dela na trama ou não. O amigo de infância inconveniente e bipolar parecia uma opção muito boa também. Xue Meng queria muito ver quando 'Wang Xiaoxue' finalmente descobriria que seu amigo era um pouco trapaceiro e que ele na verdade era duas pessoas fingindo ser uma só...

Quando a srta. Mingyue desligou as luzes, anunciando a hora de dormir, Xue Meng estava cansado. Ele sabia que tendo ido para o chalé nas montanhas, dificilmente Mo Ran ou até mesmo seu humano viria buscá-lo tão tarde, ou até mesmo nos próximos dias, e já estava conformado em ter que dormir espremido na cestinha perfumada com âmbar-gris.

Com sorte, Mei Hanxue iria querer dormir em vez de inventar novas e criativas brincadeiras noturnas. Mas a sorte nunca estava do lado de Xue Meng.

- Não olhe para mim. - dizia Mei HanXue, com os olhos fechados sem se preocupar quando Xue Meng apelava para ele. - É você quem o deixa nesse estado de euforia, então se vire!

- Vamos MengMeng, vamos caçar vaga-lumes lá fora! Você vai ver, tem muitos deles! - Miava Mei Hanxue, puxando Xue Meng pelo rabo sem se preocupar com seus protestos ou que ele arranhava o piso de madeira envernizada ao tentar se segurar usando as garras. - Ou você está com medo que eu consiga pegar mais vaga-lumes com meu charme do que você?

Xue Meng se orgulhava de sua resistência e suas habilidades de caçador. Ele valia por mais de dez filhotes juntos, então ninguém deveria caçoar ou subestimar sua habilidade. Se sua fraqueza consistia nas palavras "técnicas secretas", nada instigava mais seu instinto do que a necessidade de defender o seu ego ganhando uma boa competição.

- Como você ousa? Apenas olhe e aprenda!

Com isso, Xue Meng saiu em disparada atrás de Mei Hanxue que depois de conseguir seu intuito, largou seu rabo e saiu correndo passando por uma portinha para o jardim banhado pelo luar.

Mei HanXue não sabia exatamente o que teria que concertar para variar, então esperou calmamente, relaxando por um tempo, até se dispor a caminhar displicentemente e procurar os dois gatinhos travessos no jardim.

A noite poderia reservar outras surpresas, mas isso talvez seja palco para outra história, depois que três gatinhos parassem de perseguir as luminescentes criaturas aladas, que fugiam e provocavam, enquanto observavam do alto o pequeno trio em sua competição durante sua feliz brincadeira noturna.

Notas:

Axl(meu gato) está desaparecido há 23 dias agora, então essa fic é dedicada apenas para ele.

O título é um trocadilho com uma frase da música "Ama, sofre, chora"

Esse foi o post que inspirou a ideia de Xue Meng como um "gatinho gamer"

https://twitter.com/BichinhosFB/status/1446961524925468675?s=20

Talvez, apenas talvez, o próximo drama/histórias de gatinho seja sobre o triângulo amoroso formado entre Madame Wang, Xue Zhengyong e Jiang Xi. E como será que termina o dorama que Xue Meng está assistindo???

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