- Marcelo Narrando -
Tinha tido uma discussão boba com a Brenda, tão boba que nem lembro mais o motivo. Estava jantando com os meus filhos quando meu celular tocou e vi que era o segurança da Brenda, atendi na hora e já fiquei com raiva.
- O que foi? - Felipe perguntou curioso
- Vou precisar sair - falei rápido e saí sem esperar resposta, dirigi igual um maluco pra casa da Brenda, cheguei lá um segurança logo veio falar comigo
- O cara já está no galpão - falou sério
- Depois vou conversar com vocês - falei sério e fui em direção ao portão, toquei a campainha e não demorou nada pra ela atender
- Eu não sei o que te falaram mas eu não fiz nada, foi tudo muito rápido e eu logo empurrei ele e ainda dei um tapa - falou tudo rápido - Acredita em mim
- Ei, eu acredito em você - falei sério - Nunca que iria desconfiar de ti
- Sério? - perguntou aliviada e me abraçou
- Lógico que é, amor - falei calmo apertando ela no abraço - Ele te machucou? - perguntei preocupado
- Não, na hora que eu empurrei os seguranças tiraram ele - falou me olhando e eu dei um selinho demorado nela
- Eu vou ter que ir resolver isso - falei e ela negou com a cabeça
- Não faz besteira, por favor - pediu séria
- Só vou fazer o necessário - falei e ela respirou fundo
- Toma cuidado então - falou me dando vários selinhos - Vem pra cá depois
- Venho sim - afirmei e saí
Cheguei no galpão e não me surpreendi quando vi o cara do supermercado. Ele estava sentado em um cadeira com as mãos amarradas.
- Quem vai me explicar o que aconteceu? - perguntei sério
- Nós estávamos como sempre vigiando o perímetro e de olho em quem se aproximava da senhora e da casa dela. Ele chegou lá, ela saiu e começaram a conversar, até que começou uma discussão e entramos em alerta. Quando vimos ele agarrou a senhora e tentou beijar mas ela logo meteu um tapa na cara dele - o chefe de segurança da Brenda falou e eu assenti
- E ele machucou ou tentou? - perguntei puxando uma cadeira e sentando cara a cara com ele
- Não, antes dele pensar chegamos - falou sério
- Agora é comigo - falei e eles se afastaram - Nunca te explicaram que não é deve agarrar uma mulher a força?
- Eu não fiz nada, ela que deu uma de maluca - falou com raiva
- Você está chamando a minha mulher de maluca? - perguntei cruzando os braços
- Sua mulher? - perguntou debochado - Percebi que você tem grana e ela só está contigo por isso
- É mesmo? - perguntei rindo - Por dinheiro ou não é comigo que ela está e você tem que respeitar ela
- E quem é você pra me obrigar a fazer isso? Você é um velho - gritou na minha cara e eu peguei uma faca que sempre carrega no bolso
- Eu sou um velho - afirmei e rasguei a bermuda dele
- Tá maluco? - perguntou tentando se esquivar
- Maluco ficou você quando agarrou a minha mulher - falei sério e ele engoliu a seco - Só vou deixar um lembrete pra você nunca mais tentar olhar na direção dela e se mesmo assim você cismar com ela eu vou fazer muito pior - falei seco olhando nos olhos dele e percebi que ele estava se tremendo
Finquei a faca na coxa dele e escrevi um G em tamanho médio, ele gritava, xingava e tentava se soltar.
- Eu vou te denunciar - gritou com o rosto vermelho e resmungava de dor
- Tem certeza Maurício Oliveira - falei rindo e ele me olhou assustado - Morador de Caxias, tem 23 anos, mora com os pais, cheira como quem bebe água e cursa administração
- Como você sabe dessas coisas? - perguntou assustado
- Tenta denunciar que você vai se arrepender de ter pensado nisso - falei me levantando - Larga esse lixo em algum depósito de esgoto
- Sim, chefe - falaram e eu me levantei saindo