Katherine Young Point of View
— Então nos vemos amanhã? — Mordi meu lábio enquanto encarava os seus que chamavam a minha atenção. Suas mãos estavam em volta da minha cintura e minhas mãos em seu peito.
— Por que não dorme comigo hoje? Sinto falta de acordar com você do lado. — Ele disse me fazendo sorrir. Eu estava ficando cada vez mais melosa perto dele, e sinceramente, era inevitável.
— Por que alguém precisa cuidar daquela ali. — Apontei para Brooke que estava sentada nas escadas do prédio junto a Tom, o mesmo tentava a manter sentada e riam juntos de algo.
— Tá, tudo bem. — Ele disse colando seus lábios nos meus. — Se cuida, tá? — Ele disse e assenti com a cabeça lhe dando mais pequenos beijos.
Ele me apertou contra seu corpo durante o beijo e senti novamente as borboletas no estômago me deixando atordoada. Nós dois permanecemos daquele jeito durante o beijo por um tempo e pude ouvir Brooke me chamando atrás de mim. Sua voz estava embargada.
— Agora eu tenho que ir. — Sorri o encarando e lhe dei mais alguns pequenos beijos. — Me liga. — Me afastei do mesmo quando ele soltou minha cintura e sorriu assentindo com a cabeça.
Tom se aproximou de mim junto a Brooke.
— Ela é toda sua. — Ele disse rindo. Brooke mal conseguia se manter de pé, estava cambaleando e quase fechando os olhos.
— Desistiu fácil assim? — Ri segurando a mesma pelo braço, ele negou com a cabeça.
— Não desisto tão fácil. — Ele fez sinal de silêncio pra mim e sorri. — Boa noite meninas. — Ele disse indo em direção ao carro de Sebastian.
Sebastian piscou pra mim antes de dar a volta no carro e entrar no mesmo junto a Tom.
— Vem, praga. — Falei a carregando.
— Ai, não me chama assim. — Disse chateada e colocou seu braço em volta do meu pescoço.
Nós duas adentramos o prédio e seguimos pelo corredor até subir as escadas. Não eram muitas mas ainda sim estava sendo difícil carregar essa garota que quase caia escada abaixo.
— Por que você tinha que beber tanto? — Murmurei a segurando enquanto subia os últimos degraus.
— Por que é divertido. — Ela disse sorrindo e me abraçou. — Eu te amo, sabia? — Ela disse me encarando enquanto andava com dificuldade.
— Brooke, se controla. — Falei rindo andando pelo corredor até chegar ao meu apartamento.
— Mas é sério, eu amo você. — Ela disse e procurei minha chave na minha bolsa. — Você é a melhor amiga do mundo. — Ela encostou seus lábios na minha bochecha e demorou alguns segundos até afastar.
— Eu também te amo, amiga, calma ai. — Ri enquanto abria a porta do apartamento e a levei para dentro. — Fica sentada ai. — Falei a colocando no sofá e me virei para fechar a porta.
Após trancar a porta, ao me virar, não encontrei ela mais no sofá. Andei até o meu quarto e a vi jogada na cama.
— Sua cama é tão gostosa. — Ela disse tirando seus sapatos e os jogando no chão me fazendo rir.
— É bem confortável. — Falei colocando seus sapatos no canto do quarto, fui até a mesma e a ajudei a retirar seu vestido.
— Espera ai. — Ela se virou me encarando. Sua maquiagem estava toda borrada. — Vocês já transaram aqui, não foi? — Franzi o cenho. — Ew, Kat. — Ela disse querendo sair da cama e a segurei rindo.
— Vai ficar ai, para com isso. — Ela se debatia na cama me fazendo rir mais. — Eu troco os lençóis, garota.
— Ah. — Ela disse parando de se debater. — Mas ainda sim, eca. — Fez careta e terminei de tirar seu vestido. Procurei por alguma camisa grande minha no armário e joguei para ela.
Ela se sentou com dificuldade e colocou a mesma. Enquanto isso, eu retirava minha roupa e vestia meu pijama.
— Quer comer alguma coisa? — Perguntei terminando de me vestir.
— Quero. — Ela disse deitando novamente. — Ai, preciso te contar uma coisa. — Ela disse rindo.
— Fala. — Fui até a cozinha e procurei por algo para comer. Abri os armários e encontrei alguns Chips de batata, peguei 2 pacotes e abri a geladeira pegando refrigerante de latinha.
Caminhei até o quarto e a mesma se sentou.
— Eu transei com o Tom. — Disse mordendo seu lábio e pegando a batatinha.
— É, eu sei. — Sorri a olhando.
— Como você sabe? Você estava com o Sebastian. — Ela me olhou franzindo o cenho e começando a comer.
— É por que, infelizmente, eu ouvi vocês dois. — Ela arregalou seus olhos.
— O QUE? — Ela exclamou me fazendo rir. — Mas espera, você estava com o Sebastian no banheiro também? — Concordei com a cabeça e ela arregalou os olhos novamente. — Mas que safada. — Ela disse batendo no meu braço me fazendo rir.
— Eu sou um ser humano, tá? Tenho minhas necessidades. — Ela riu abrindo a latinha da bebida e encostando suas costas na cabeceira da cama.
— Ele está estranho com você? — Ela perguntou mudando de assunto e me encarando.
— Ele disse que gosta de mim. — Ela abriu a boca surpresa e sorri. — E eu disse que também gostava dele. — Ela sorriu.
— Mas por que eu sinto um mas vindo ai? — Suspirei comendo a batatinha.
— Mas, ele vai embora, Brooke. — A encarei. — Não sei do que adianta falar que gostamos um do outro se ele ainda vai embora. — Ela continuou comendo das batatas.
— Pelo menos você tirou um peso do seu peito, amiga. — Ela disse me olhando.
— Ai é que está, não tirei. — Respirei fundo e me ajeitei na cama encostando minha cabeça em seu ombro. — Por que justo quando eu me apaixono por alguém, ele tem que ir embora? — Minha cabeça bateu na cabeceira quando ela afastou seu ombro. — Au. — A encarei.
— Você disse que está apaixonada? — E no momento em que me perguntou, ela parecia estar mais sóbria do que nunca.
— Volta a ficar bêbada, por favor. — Falei a encarando.
— Você se apaixonou por ele. — Ela disse sorrindo e me abraçando de lado.
— Infelizmente. — Murmurei colocando minha cabeça em seu ombro novamente.
— Não fala assim, Kat. — Ela disse dando pequenos tapinhas na minha cabeça em forma de consolo. — Se apaixonar é bom.
— Fala isso pra você. — Olhei para cima a encarando. — Você é a garota descolada que não sofre nunca quando se apaixona por alguém. — Ela riu.
— Não é bem assim. — Ela disse. — Eu já sofri muito pra ser assim hoje, você acha mesmo que é tão fácil assim? — Suspirei a ouvindo.
— Eu só queria que algo desse certo. — Desabafei e ela tirou as batatinhas da nossa frente e as colocou no chão junto as latinhas abertas.
— Vem cá. — Ela disse se ajeitando na cama e me deitei ficando de costas para ela, ela me abraçou por trás e puxou o lençól da cama para nos cobrir. — Você não vai ficar sozinha aqui. — Ela disse murmurando atrás de mim. — Você é minha melhor amiga, e eu vou cuidar de você. — Suspirei fechando meus olhos.
— É sua obrigação. — Murmurei e a ouvi rindo atrás de mim.
— É sim. — Depois o silêncio se instalou e ela apagou as luzes do quarto com o controle que estava sob a escrivaninha ao lado da cama.
[...]
03:00 AM
Eu segurava sua mão com tanta força enquanto me debruçava em seu corpo sentindo as lágrimas molhar todo o meu rosto. Aquela dor que eu sentia era a pior coisa do mundo. Vê-lo desacordado e cheio de hematomas naquela cama me quebrava o coração como nunca. Naquele momento, eu quis gritar, quis gritar e implorar aos céus para que ele não me deixasse. Ergui minha cabeça para encarar seu rosto machucado e acariciei o mesmo devagar.
— Por favor, não me deixa. — Sussurrei segurando sua mão firmemente.
O som da máquina ao lado começou a apitar e me assustei, logo ouvi alguém abrindo a porta e vários médicos e enférmeiros entrando no quarto. Olhei ao redor e reparei que estavámos em um hospital. Uma das médicas me tirou de perto dele e começaram a tentar trazê-lo de volta.
Eu estava completamente confusa e assustada, a máquina não parava de fazer barulho enquanto os médicos o arrodiavam tentando ressucitá-lo.
(...)
Tomei um susto ao bater o rosto no chão e abri meus olhos olhando ao redor, me sentei no chão e avistei Brooke deitada na cama, vi que sua perna estava completamente jogada no meu lado da cama. Ela tinha me empurrado da cama. Suspirei me levantando da cama e fui até o banheiro lavar o rosto.
Ao sair do banheiro, vi que ainda era madrugada. Estava tentando organizar os pensamentos após o pesadelo. Eu sentia que tinha algo de errado e uma aflição surgiu em meus pensamentos. Algo dentro de mim pedia para que ligasse para ele e assim o fiz. Fui até a sala e peguei meu celular na bolsa discando seu número.
Ele não atendeu a primeira chamada e nem a segunda. Agora eu estava começando a ficar preocupada, mas ele poderia estar dormindo.
— Está tudo bem? — Me assustei ao ouvir Brooke de pé com os cabelos assanhados.
— Tive um pesadelo. — Falei desligando a tela do celular.
— Com ele? — Ela coçou seus olhos e caminhou em minha direção se sentando ao meu lado no sofá.
— Ele não me atende. — Falei encarando o chão e sentindo minha perna batucar o chão freneticamente.
— Ele deve estar dormindo, Kat. — Ela disse e alguns segundos depois, meu celular tocou. Era um número desconhecido mas atendi rapidamente.
— Alô?
— Katherine? — Reconheci a voz de Tom do outro lado da linha.
— Tom? — Encarei Brooke que se aproximou curiosa. — O que aconteceu? Por que me ligou?
— É o Sebastian. — Ele disse e senti uma pontada em meu coração. — Ele está no hospital.
Encarei Brooke assustada e a mesma tomou o celular da minha mão. Algumas partes do pesadelo surgiram em minha mente e corri até o meu quarto para me trocar.
— Já estamos indo. — Ouvi Brooke dizer e em seguida me entregou o celular. — Não surta, tá? Ele vai ficar bem. — Ela disse indo pegar algumas roupas minhas para se trocar.
— Eu sabia que algo tinha acontecido. — Murmurei preocupada sentindo minhas mãos trêmulas.
— Katherine, ei. — Ela disse me parando e me segurando pelos braços. — Ele vai ficar bem, não foi nada tão grave. — Ela disse e assenti com a cabeça.
Nós duas estávamos vestidas e saímos do apartamento as pressas. Saímos do prédio em seguida e entramos em seu carro as pressas. Ela ligou o mesmo e saiu em disparada seguindo as rotas do GPS até o hospital. Respirei fundo sentada no banco e guardei meu celular em meu bolso. Minhas mãos estavam trêmulas e minha garganta doía segurando o choro. Os piores pensamentos surgiram em minha mente naquele momento para me torturar.
(...)
Corri pelos corredores do hospital após passar pela recepção com Brooke e procuramos pelo quarto onde ele estava. Brooke apontou para o quarto na minha direção e entrei no mesmo abrindo a porta. Avistei Tom sentado ao lado de Sebastian que estava deitado, ele estava quase cochilando quando eu fiz barulho entrando no quarto. Ele me olhou ficando de pé e logo Brooke surgiu atrás de mim. Me aproximei aos poucos da cama o vendo de olhos fechados, seu rosto tinha alguns cortes com curativos e seus braços estava com faixas e alguns roxos.
Toquei devagar em seu rosto e o mesmo abriu seus olhos, Tom e Brooke deixaram o quarto em silêncio. Ele piscou algumas vezes e não pude evitar as lágrimas que caíram pelo meu rosto.
— Ei. — Ele sussurrou dando um pequeno sorriso, seu lábio estava com um pequeno corte.
— Ei. — Acariciei seu rosto devagar e segurei sua mão. Não pude evitar de o abraçar e o ouvi gemer baixo. — Desculpa. — O soltei preocupada e ele sorriu me olhando.
— Não chora. — Ele murmurou baixo levando sua mão até o meu rosto. Ele acariciou o mesmo e fechei meus olhos por alguns segundos.
— O que aconteceu? — Perguntei limpando meu rosto puxando a cadeira do meu lado e me sentando ao seu lado na cama. Minha não estava agarrada a sua o tempo todo.
— Invadiram o meu apartamento. — Ele disse e franzi o cenho surpresa.
— Como fizeram isso? Achei que tivesse seguranças por toda parte. — O encarei preocupada.
— Não sei, mas quando cheguei no apartamento, fui pego de surpresa. — Ele murmurou fazendo careta enquanto tentava se arrumar na cama. — Estavam tentando roubar algo, eu acho.
Respirei fundo apertando sua mão e baixando o olhar.
— Quem fez isso com você? — Perguntei o encarando. — Você viu alguma coisa?
— Não sei. — Ele disse molhando seus lábios. — Mas já passou, vai ficar tudo bem. — Ele disse tentando me tranquilizar.
— Você não pode voltar pra lá. — Falei suspirando. — Vai ficar comigo.
— Não, está tudo bem, eu posso ir para outro hotel. — Ele disse.
— Eu me lembro perfeitamente que você disse que sentia falta de acordar ao meu lado. — Semicerrei meus olhos e ele riu fraco fazendo careta pelas dores que sentia. — Todo esse tempo, você já deveria saber quem manda nessa relação. — Ele me encarou e suspirou.
O que eu tinha falado? Droga. Eu disse relação? Baixei meu olhar e limpei minha garganta.
— Tudo bem. — Ele disse baixo sorrindo fraco.
Acariciei seu rosto novamente e deitei minha cabeça devagar em seu peito sentindo sua outra mão acariciar meus cabelos. Naquele momento eu queria poder lhe dizer o que eu realmente sentia, mas sabia que não seria um momento adequado. E a curiosidade atiçava os meus pensamentos, quem poderia ter feito isso? E por que iria roubar justamente o Sebastian? Algo nessa história me parecia estranho.