Cicatrizes - Pjm + Jjk

By Kim_NamHye

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[CONCLUÍDA] Nossas vidas podem ser comparadas com o nosso próprio corpo, mesmo com os momentos bons que vivem... More

Introdução
🎵Playlist🎵
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Bônus: O (Re)Começo
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Fim - Cicatrizes 🩹

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By Kim_NamHye

Maior capítulo até ent, 5,93k de palavras para vcs!!! (Tendência é melhorar ou piorar, depende do ponto de vista)

Boa leitura!💖
#CriaturaParruda

🥊📷

Meu filho não dá trabalho, é praticamente um santo nessa Terra. Não falo isso por ser pai dele, é porque é a realidade. Jaemin é bonzinho, respeitador, obediente e simpático, minha mãe o educou com muito cuidado e afeto, como se fosse o seu filho. Então por que merda a professora me convocou para uma porra de uma reunião?

Ela só pode tá querendo se confessar, meu deus. E se ela for fazer isso, é hoje que a sua ilusão acaba pois eu não estou disponível emocionalmente pra ninguém, a gente só transou e pronto, acabou. Não tem porque se apaixonar, não. Ela que nem pense em querer transar comigo de novo, deus me livre.

Faz uma semana que estou bem com o meu pirralho, sempre o levo e busco na companhia do Jimin e nunca se quer falo um A com essa professora, mas já percebi o seu olhar pervertida e as mordidas que ela dá nos lábios sempre que me vê. Nem me sinto atraído, eu sinto é um certo nojo, raiva e ressentimentos, meu primeiro, único e último relacionamento não foi o melhor do mundo e qualquer um que fique próximo de mim desse jeito eu já afasto, detesto no fundo da minha alma.

Que o ser celestial dê forças a essa professora pois eu não vou enrolar muito para dá um basta em seu discurso de boba apaixonada, namoral.

- Então, Romeu. Preparado? - Jimin me pergunta enquanto caminhamos, já na avenida da escola.

- Não é Romeu, é Jungkook hyung. - Jaemin corrige enquanto caminha de mãos dadas comigo e com a criatura, tentando não pisar nos riscos.

- É força de expressão, pirralho. E cala a boca, Jimin. - é as minhas respostas, nenhuma na intenção de ofender ou sei lá, mas só assim para o Jimin calar essa matraca dele, não me incomoda ele falar e falar mas incomoda pra cacete ele falar sobre professora.

- Alguém tá muito mal humorado, eu hein. - Jimin comenta ao mesmo tempo que nega incrédulo com a cabeça.

- A professora do meu filho está me chamando pra uma reunião, quer que eu fique como, criatura?

- Eu juro que fiz nada, Jungkook hyung. - Jaemin reforçou ao parar de andar, eu o pego no colo e suspiro ao esclarecer:

- Eu sei, meu amor. Relaxa.

- Ai meu deus. - Jimin diz de repente, parece até meio bobo quando me abraça de costas e passa a mão pequena nos cabelos de Jaemin. - Eu não aguento você todo bom pai, muito fofo.

- Jimin hyung é bem doidinho mesmo. - Jaemin comenta, fazendo ele saltar para trás incrédulo e cruzar os braços, até me provoca uma risada e faz eu parar de andar.

- Se danar, moleque. Puxou ao seu pai mesmo no quesito falar mal. - Jimin resmunga todo irritado (ou melhor, fingindo), provocando uma risada entre eu e a minha quase cópia de quando tinha a mesma idade, até trocamos olhares. - E vocês riem ainda, né? Tô vendo que vou sofrer quando me casar com o seu pai.

- Casar com o papai?! - Jaemin pergunta espantado, puta merda, Jimin não falou isso. - Como assim, Jungkook hyung? - Jae me olha novamente, perdidinho.

Jimin começa a ri que nem uma gazela e depois diz com um ar superior, como se fosse o bonzão da porra toda: - A vingança é tão doce.

- Ele está brincando, Jaemin. Não tá vendo que esse sonso tá rindo. - acuso ao apontar para o ruivo. - Jae que fala coiso e eu que pago.

- Ele aprendeu com o pai, não tem culpa por ser afiadinho, pô. - Jimin justifica ao fazer um carinho leve em nossas cabeças, mas eu tiro a sua mão da minha e isso o provoca uma risada escandalosa, em seguida seus lábios vem até a bochecha do meu filho e para a minha.

A minha, mano. Jimin me dá um beijo na bochecha.

Puta merda, tinha que me beijar também. Meu deus, eu surto pra caralho com essas coisas e nem sei o porquê, talvez eu esteja ficando doido.

Jimin segue o caminho enquanto eu nego com a cabeça e vou logo atrás, mas percebo Jaemin meio afastado e pensativo então decido perguntar já que me preocupa ele assim.

- Tudo bem? Pois não parece.

- É que... - ele hesita um pouquinho, mas eu o incentivo a continuar a dizer ao passar a mão em sua cabeça e sussurra um "pode falar, pô". - Eu sempre me perguntei se Jungkook hyung vai se casar um dia, me dá uma mãe e um irmãozinho também, você vai?

Bom, não. Casar está fora da minha lista de planos depois de tudo que passei com a mãe de Jaemin, quem sabe um dia que a minha cabeça seja menos assombrada pelo passado eu adote um menino ou uma menina para cuidar e ser o irmão ou a irmã que Jaemin quer, mas se for é isso, uma mãe não.

Mas poxa, ele tá com uma cara de tacho, dá até dó de dizer a verdade mas eu não quero mentir também, né. Então eu sou sincero mas do jeito mais leve que consigo.

- Eu passei por poucas e boas com a sua mãe então eu não pretendo me casar um dia, mas nunca se sabe, né. Só não cria expectativas, ok?

- Ok... - ele assente levemente com a cabeça, ainda meio triste. - Vovó disse que a mamãe não foi uma boa pessoa... Ela deve ter sido mesmo muito má, né?

Poxa, não é maldade confirmar isso para uma criança de cinco anos? Que dó, Jaemin não merece isso tudo não, mas justo por não merecer é que vou tentar dá o melhor de mim.

Sinceramente, eu não gosto de falar sobre a Sunnie então não irei entrar em detalhes sobre com ele, talvez em um dia distante mas hoje e agora não, então o que eu faço é... bom, só confirmo com a cabeça e em seguida tento tranquiliza-lo:

- Relaxa, pirralho. Pelo menos você tem a melhor vó do mundo e um pai que tá ficando menos pior, né? - ele assente com a cabeça e sorri, abraçando-me pelo pescoço.

- Vovó sempre me disse também que uma hora Jungkook hyung voltaria ser bonzinho comigo, Jungkook hyung não é malvado como a mamãe foi.

- A vovó contou tudo para você pelo jeito, né? - interrogo ao perceber que ele sabe de mais das coisas.

- Mais ou menos, vovó só não disse porquê Jungkook hyung já ficou em um lugar horrível por muito tempo, só disse que a culpa foi da mamãe. Não pode falar, né? - ele me pergunta de volta e o que eu faço é negar com a cabeça lentamente.

Ainda bem que Jae é um menino muito compreensível, como eu já disse uma vez, as coisas que ele passou comigo acabaram por trazer uma maturidade que poucas crianças de sua idade tem. Eu não considero isso uma vantagem, longe disso, Jae deveria viver sem nenhum histórico precário mas é, foi destinado a isso e o que eu posso fazer é a sua história ser diferente.

Ele não vai passar as mesmas coisas que eu passei, vou cuidar direitinho do meu filhote e, futuramente, quando ele estiver na sua adolescência e começar a namorar, eu irei querer saber de tudinho para que ele não passe por um relacionamento abusivo como eu passei. Pretendo ser o melhor amigo do meu filho.

- Jungkook! - Jimin volta para nós, mesmo que ele tenha ficado uns cinco passos a nossa frente durante esses últimos minutos. - Quer que eu te espere ou vai falar com ela depois?

Eu olha para o lado e percebo já está no portão da escola, com a minha cabeça fervendo de memórias do passado eu decido o que acho melhor para minha sanidade mental: - Depois.

- Ok. - é tudo o que ele fala, ponho Jaemin no chão e me ajoelho em sua frente para deixar um beijo em sua testa.

- Ok, vai lá, pirralho.

- Até, Jungkook hyung. Tchau, Jimin hyung. - ele acena para nós e entra na escola, vejo de longe a professora o acolhendo no portão principal onde a maioria das crianças ficava em uma fila indiana com suas professoras, me olhando como sempre, faltava me comer vivo.

Eu reviro os olhos, analiso rapidamente os seus dedos já que ela parece ser uns aninhos mais velha do que eu e lá está uma aliança de ouro, essa mulher é casada ainda, puta que pariu.

Faltava eu vomitar ali na calçada quando Jimin decide do nada pular em mim e ficar me abraçando pelo pescoço enquanto eu, automaticamente e por sorte dele, o seguro pelas pernas, um tanto assustado.

- Caralho, Jimin. - reclamo espontaneamente.

- Já faz uma semana que tô te pedindo pra me levar a faculdade, hoje é o dia? - começo a seguir em frente, o carregando desse jeito mesmo. Jimin nem é tão pesado, parece ter dois quilos só.

- Tá, só porque é sexta-feira.

- Aí, - ele se anima todo e me aperta com força, em seguida dando um beijo forte em minha bochecha. - obrigado, Jungkook!

Ele todo empolgado é a coisa mais linda, mas isso não tira o fato de o quão sem jeito eu fico ao ponto de sei lá, é tão estranho.

Enfim, com o transtorno eu solto as suas pernas e ele quebrar o abraço, eu giro em torno dos meus próprios pés, sem graça eu exijo ou pelo menos tento exigir com a voz falhada: - Não beija mais a minha bochecha, pelo amor.

- E por que?

- Porque quem faz isso é viado.

Não foi proposital ter saído como se eu fosse um escroto homofóbico mas foi a primeira merda que veio em minha mente, eu estralo meus dedos mais sem graça do que já estava e me viro para o lado direito, querendo sumir dessa rua.

Boa, hein.

- Bom... - Jimin solta uma risada e põe as mãos em sua cintura. - Eu sou viado e em nenhum momento você disse que não gosta, então vou continuar.

- E eu não... - sou cortado por um beijo que é roubado na bochecha de novo, não sabia que o meu corpo poderia esquentar tanto por causa disso.

- Não o que? - Jimin me incentiva a continuar, eu nego com a cabeça e me viro para seguir o caminho, não quero me atrasar para o treino e não quero que ele se atrase pra faculdade.

Eu pareço um idiota com o Jimin, ele sabe me deixar todo sem graça e querer morrer com a cabeça entalada no asfalto se for possível. É que, sei lá, talvez seja a beleza dele que me encabule todo, ou o seu ar divertido, seu sorriso vibrante, sua energia contagiante. Ele faz eu achar que é possível desafiar as leis da física e voar para longe, tudo isso por conseguir me ajudar com o pirralho, meu deus.

Tá, melhor parar de pensar sobre isso. Pareço até um adolescente apaixonado falando essas coisas sendo que não, nunca irei de me apaixonar e por um homem ainda, eu não me sinto atraído.

Não posso me sentir atraído.

- Hey, - depois de longos minutos de silêncio, Jimin quebra quando estamos próximos a sua universidade que é só virar a primeira rua da escola de Jaemin e seguir reto. - você poderia andar de mãos dadas comigo?

- Não me diga que...? - nem precisei terminar a frase para ele assentir todo sem graça, o que me provoca um revirar se olhos e um coçar na nuca. - O que eu disse sobre mentiras?

- Um dia será verdade...

- Park Jimin! - o repreendo incrédulo.

- Tô brincando, pô. Mas é que deu certo e ele parou de me amolar pra gente sair, então podemos continuar um pouquinho mais. - ele se aproxima de mim e cruza os dedos em frente ao peito, com um bico nos lábios. - Por favorzinho, Jungkook!

Eu suspiro fundo ao perceber o seu rosto tão próximo ao meu, Jimin parece ter saído desse seu jeito pidão e começa a me olhar com certa intensidade enquanto morde a ponta dos lábios como se tivesse se segurando para não fazer alguma coisa, mas ele mesmo nos afasta e coça a garganta sem graça enquanto se vira para o outro lado.

Sei lá o que acabou de acontecer, mas não é a primeira vez que Jimin fica sem graça sendo que eu fiz absolutamente nada, eu juro que só respirei e o olhei de volta.

- Não vou precisar te beijar e nem nada, né? - eu odeio mentiras mas Jimin me ajuda tanto com o pirralho que decido fazer o mesmo, só para ficarmos quites.

- Não, não quero que o nosso primeiro beijo seja ass-... Quer dizer, não. - ok, eu não entendi.

Sei que já iria sair uma lorota dos lábios de Jimin mas ele sempre anda brincando com essas coisas, por que agora ele foi se importar com isso?

Ok, só aceito e estendo a minha mão para que ele pegasse. Percebo Jimin meio nervoso e morder a ponta de seus próprios lábios, ele devagar cruza os nossos dedos e fica ao meu lado, todo tímido.

- Parece que tem duas maçãs no lugar das bochechas. - cutuco um pouco humorado, ele revira os olhos e dá um tapa no meu ombro. - O que? Tá todo vermelho aí.

- Fazer o que, né? - é tudo o que ele diz, voltando a ser o Jimin de sempre e prosseguir o caminho enquanto me puxa logo atrás. - Vamos, princeso. Você não pode se atrasar também não.

- Nunca me atraso, relaxa. - eu gosto de ir cedo para o meu treino mas ele só começa mesmo às nove horas, então eu não tenho que ficar extremamente preocupado com a hora.

Prosseguimos o caminho em total silêncio e andando de mãos dadas, mas sem qualquer desconforto. Ao chegamos em frente da sua faculdade que é outro prédio médio parecido com a escola do pirralho, Jimin olha para um lado e para o outro e solta nossas mãos, deixando também um suspiro fundo sair dos seus lábios.

- Tá, ele não está perto então tudo limpo. - ele se posiciona na minha frente, estendendo a mão para que eu apertasse. - Valeu pela ajuda, meliante.

- Meliante o seu cu e eu te devia, sorte sua é isso, criatura. - mesmo assim eu aperto sua mão.

- Me deve nada não, mas mesmo assim, obrigado. - agora ele me puxa e dá um abraço bem apertado, como a maioria das vezes, eu sou pego de surpresa então não sei muito bem o que eu faço.

Sinceramente, eu não sei muito sobre como abraçar alguém e dificilmente eu tenho essa vontade mas... bom, Park Jimin está aqui agradecido enquanto me abraça e é maldade eu não corresponder, não é?

Por isso eu tento, dou a volta em seu tronco e faço um carinho leve entre seus cabelos, acabo por perceber que Jimin é alguns centímetros menor do que eu, coisa que não mudou muito desde anos passados.

- Baixinho. - solto em um sussurro, sinto o sopro de uma risada impulsiva do Jimin e ele aconchega a sua cabeça em meu ombro, acabo até por aperta-lo um pouquinho mais.

Não sei quanto tempo ficamos assim mas se dependesse de nós, não teríamos encerrado o breve carinho. Digo isso pois foi duas pessoas desconhecidas por minha pessoa foram os responsáveis por quebrarem o nosso contato ao gritar escandalosamente: - Jimin hyung tá namorando!

Meu deus, eu mereço...

Eu ergo a minha cabeça enquanto Jimin se vira para frente, ele deixa uma risada leve escapar e abraça os dois caras para cumprimenta-los. Um era alto enquanto o outro mais baixo, o mais alto parece ter saído de uma revista de modelo de tão bem vestido, era uma camisa social branca, uma calça jeans clara e um all star preto e branco, enquanto o outro parecia ter saído de uma revista de rappers, todo gótico, camisa branca mas um coleta preto, calça preta e o cabelo escondido em um boné virado para trás.

- Quando vamos marcar o nosso encontro a casal, hein? - o mais alto pergunta ainda eufórico, o que me provoca um revirar de olhos mas não por está impaciente.

É que a sua energia é muito positiva, dá até inveja.

- Você é tão idiota, fez cursinho? - Jimin pergunta em deboche, esse alto dá um soco em seu ombro e volta o seu olhar para mim, o mais baixo também me olha como se estivesse tentando lembrar de algo mas quem solta é o modelo.

- Para tudo, você é Jeon Jungkook, não é?! - enfim vem a sua pergunta e a minha confusão é esclarecida pelo meu olhar perplexo.

Como assim ele me conhece?

- Amor, é o Jeon Jungkook! - eu nem respondi e o modelo confirma para o skatista falso, que estrala os dedos como se enfim tivesse se lembrado.

- É mesmo, meu deus. Não acredito que estejamos aqui na sua frente e você não tenha quebrado os nossos dentes. - o skatista para, seus olhos arregalam e a surpresa também vem junto com a sua fala. - E meu deus, não acredito que você sabe abraçar.

- De onde vocês me conhecem? - pergunto mais confuso do que nunca, até ignoro o fato dele ter sido um completo babaca com o seu comentário.

Só porque eu desconfiguro a cara de um significa que eu não sei ser carinhoso? Vai a merda com essa limitação.

- Eu assisto todos os seus campeonatos, tanto ao vivo quanto pela internet, além de você ser muito conhecido por essa universidade, todo mundo amaria fazer um documentário sobre você, onde nasceu, viveu, como começou e porquê não consegue parar quando a luta é finalizada. - o modelo explica brevemente.

Eu nunca pensei que seria famoso desse jeito, eu luto em frente de uma platéia mas a fama nunca passou pela minha mente e eu nunca fui parado ou barrado também, até porque eu ando sempre escondido e no meu mundo.

Sinceramente, odiei no fundo da minha alma saber sobre isso pois o meu objetivo está longe de ser famoso, deus me livre viver entre os holofotes e ser entrevistado por jornalista todos os dias, tanto que é por isso que não tenho nenhum patrocínio para receber mensalmente uma bela de uma quantia. Tô bem com o dinheiro que ganho a cada vitória e até mesmo nas derrotas, apesar delas estarem praticamente extintas.

- Você parecia mais forte quando te vi na última luta, a gente foi assistir. Vi que o Lee Sin está na quarta cirurgia plástica pra endireitar a mandíbula. - o skatista comentou, mas ele não parece tão animado assim quanto o seu namorado, acredito que eles sejam já que o outro o chamou de amor.

- Tô indo. - é tudo o que eu falo, olho para Jimin que estava com um olhar bem preocupado sob mim, acho que deixei bem na cara o quão desconfortável eu estou.

- Ele é como as teorias dizem, seco. - o baixo comenta, eu reviro os olhos agora sim bem impaciente e me afasto do Jimin e dos seus amigo.

Toma no cu, não sou obrigado a ser tratado como um cara sem sentimentos e fingir que não ligo pra isso. Eles (sentimentos) são podres e mofados mas existem ok, Jaemin está me mostrando isso e cada dia que se passa eu consigo melhor indentifica-los.

Mas, sem muita surpresa, não demora para eu ouvir Jimin me chamar quando eu já havia atravessado a rua, eu me viro para trás e ele para em minha frente controlando a respiração que acelerou um pouquinho por ter que correr até aqui.

- Perdoa eles, tá? Eles só não tem noção de nada sobre você e acabaram agindo assim mas juro que são bons depois que conhecem melhor.

- Tanto faz, Jimin. - respondo sem muita paciência mas com a situação, não com Jimin. Ele não tem culpa. - Vai pra aula, já já atrasa.

- Tudo bem entre a gente? - mesmo assim ele pergunta apenas para confirmar, com receio.

Eu reviro os olhos e ponho a mão em seu ombro, como forma de tranquiliza-lo é que eu digo com a maior serenidade possível: - Eu sou babaca mas não é pra tanto, relaxa o cu que você não tem culpa de nada. Só saiba que não venho mais pra essa universidade agora que sei que sou famoso e, muito menos, quero ficar próximo dos seus amigos, ok?

Ele assente levemente com a cabeça, eu só faço o mesmo com um sorriso forçado no rosto e gesticulo para que ele atravesse a rua novamente. Ao olhar para um lado e para o outro é que Jimin acena para mim e atravessa, assim como eu também aceno para ele e prossigo o meu caminho até a academia.

Nada melhor do que "relaxar" os músculos, sempre é eu e mais três que fica treinando juntos pois a luta pode ser individualista mas, nesses momentos, é que precisa de um companheiro. Como sempre eles ficam com medo de fazer dupla comigo mas nunca aconteceu de eu espancar um, eu sempre vou leve, pô. Só no campeonato que pego pesado.

- Meu deus, Jeon. Tá com ódio? - o cara que mais tem coragem de abrir a boca para mim entre os três perguntou depois de eu ter aplicado um doble para que ele caísse no chão com tudo.

As vezes eu me espanto com o quão eu sou forte, pegando leve eu acabei de fazer um maromba reclamar de dor ao cair então, imagina no campeonato. Só. imagina.

É, eu faço estrago. Quase mato o coitado, mas tô trabalhando para que isso não aconteça novamente.

Coisa que trabalho há três anos, e ainda não surtiu efeito.

É que sei lá, acho que a energia do povo que assiste acaba por fazer o meu transtorno todo triplicar, eu nem penso no que estou fazendo quando sou tirado por quatro homens de cima do coitado.

Enfim, durante o treino é que eu tenho a notícia de quem participarei de um novo campeonato no final da semana que vem. O valor do prêmio, como sempre, absurdo. Então já estou ansioso para pegar esse dinheiro e entregar uns noventa por cento pra minha mãe e uns dez porcento para mim.

Não que eu vá gastar a minha parte em cigarro, a última vez que eu fumei foi há cinco dias pois sentia os sintomas da falta de nicotina atingir cada célula do meu corpo mas a ideia do Jimin está dando certo, o remédio está mesmo inibindo a vontade de fuma e ele possuir um maço de cigarro do qual só me dará um por dia ou nem está dando certo.

Não estou sofrendo para me livrar do cigarro.

Mas, bom, esses dez porcento será para eu comprar três presentes: um para Jae, um para a minha mãe e outra para a criatura do Jimin, ele merece também. O que será? Não faço a mínima ideia mas depois eu caço por aí.

Olho o relógio e falta vinte minutos para acabar o treino, eu suspiro fundo e levanto a mão rapidamente para ter o direito de falar já que o treinador estava explicando para os marmanjos algumas táticas.

- Tenho que ir, não posso me atrasar. - então eu aviso, quero logo me livrar dessa conversa que tenho com a professora do meu filho, procrastinei de mais.

Os quatro me olham estranhamente, eu pedir para sair mais cedo é raro e ainda tem o fato de que, quando um dos três a minha direita pedem, eu julgo que só o cacete.

"Se é pra sair cedo é melhor nem vim" é o que eu sempre comentava, mas agora eu os entendo perfeitamente então se é uma coisa que nunca mais irei fazer e falar mal.

- E por que? - não demorou para o meu treinador perguntar, ele geralmente só diz um "vai lá" mas né, eu sou "especial".

- Reunião de pais. - sou breve, como sempre.

Eles continuam a estranhar, nunca que eu pedi para sair por causa disso até porque quem participa dessas coisas é a minha mãe. Mas nesse caso é especial, posso faltar não e tem outra, agora eu quero ser bem ativo sobre tudo relacionado ao pirralho.

Porém, dependendo do desenrolar da conversa, eu mudo Jaemin de escola. Eu que não vou aturar uma senhora apaixonada por mim só por causa de uma transa, não sou obrigado.

Enfim, lógico que ele não nega mas, ainda sim, está confuso e meio intrigado, dá para perceber. Eu vou até a ducha e tomo um banho rápido, só para tirar o suor mesmo, passo o perfume e vou até o meu armário para pegar as minhas coisas e vazar daqui.

Caminho um tanto apressado para chegar logo a escola, a aula termina as duas e meia e era dez pras duas quando eu cheguei lá e o portão ainda estava perfeitamente fechado. Toco a campainha e demora alguns minutinhos até que uma senhora de cabelos grisalhos e brancos veio me atender simpática.

- Olá, quem é o senhor? - ela pergunta educadamente, toda fofinha.

- Oi, sou o pai de um dos alunos dessa escola, Jeon Jungkook.

Seu sorriso cresce ainda mais, ela se aproxima ainda mais do portão e o destranca enquanto comenta: - Que honra conhece-lo, Jeon Jaemin é um menino muito bom e só sabe falar sobre você esses dias.

Pelo jeito essa velha é bem atenciosa e gosta muito do meu pirralho, fico até aliviado em saber disso e saber que sou o motivo da euforia do garoto faz eu sorri mínimo, mas sincero.

- Bom, prazer... Eu sou a diretora da escola, pode me chamar de senhora Bi. - ela prossegue, se curvando educadamente enquanto caminhamos para a pequena escadaria.

- Ok, o meu nome eu já disse. - ela solta uma gargalhada, acho que achou graça a maneira que eu falei e ainda bem. Não quero que ela pense que sou um pai mal educado ou arrogante, né.

- Gostaria de saber, por que o senhor compareceu há essas horas? Jaemin está no meio da aula ainda, falta alguns minutos. Ele está passando mal por acaso e eu não estou sabendo?

- Não, pô. Relaxa. - eu tranquilizo a velha enquanto adentramos a escola, estamos em um pequeno corredor que já dá a vista do enorme pátio, sabe deus onde fica as salas. - A professora me chamou para uma reunião então eu vim, suave.

- Ah, claro. - ela concorda levemente com a cabeça, ao nosso lado tinha um outro corredor com algumas portas e é para ele que a senhora aponta, anunciando: - A primeira porta a direita é a sala dos professores, pode espera-la ali, ok?

- Tá bom. - mostro o meu polegar e arrumo a alça da minha mochila, seguindo o caminho que ela pediu.

A sala é pequena, só há uma mesa e quatro cadeira, além de uma prateleira de livros ou arquivos, sei lá. Tudo colorido para melhor organização.

Eu suspiro tensionado e puxo uma das cadeiras para me sentar do meu jeito marrento, as pernas toda aberta e os cotovelos apoiados sobre a mesa. Levou só alguns minutos para que a professora entrasse e, então, sorrisse para mim. Aí senhor, viu.

- O que quer? - sou direto e sem cerimônia, analisando-a melhor, ela é realmente uma mulher que aparenta ser uns oito anos mais velha do que eu, realmente há uma aliança em seus dedos mas né, melhor não entrar a fundo sobre o chifre alheio.

- Bom... Não sei se o senhor lembra de mim mas há algumas semanas atrás... - ela começa, tão tensa quanto eu.

- Lembro. - digo indiferente, mesmo que nervoso eu não irei demonstrar isso.

- É que... Bom, a gente transou e...

- Você é casada e eu não tenho interesse em namorar, principalmente mulheres beeem mais velhas do que eu. A gente só transou e já era, ok?- a interrompo, não tenho paciência mesmo para ouvir discursos e palavras fofinhas, nunca nem se quer as tive e não é agora que vou querer ter. Até porque a declaração de amor dela seria a mais falsa de todas.

- O meu marido não precisa saber de nada, senhor Jeon, a gente não precisa namorar mas se quiser ficar vez ou outra... Eu gostei tanto da...

- Sério, não continua. - eu me levanto rapidamente da cadeira, foi até brutal eu diria. - Eu não quero, não adianta insistir. Tenho dó do seu marido por tá casada com você, ele merece uma mulher melhor.

- Mas...

- Não há mas, Nabi. Foi só uma vez e já era, esquece. Foi só uma coincidência você ser a professora do meu filho, se continuar assim eu juro que tiro Jaemin dessa escola. - paciência tem limite e a minha é beeem curta, quem sabe assim ela vê que não tô com vontade, né?

- Nem se eu te pagar pra você me comer? - meu deus, sério?

- Não, eu hein. Para com isso. - eu nego incrédulo com a cabeça, sem saber até como reagir direito. - Qual o...

E então ela me ataca, vey. Do nada sinto a sua mão em minha nuca tentando fazer nossos lábios colarem e a outra agarra a minha cintura, sorte a minha é a força que tenho, então ela só consegue um selinho mesmo pois logo eu seguro seus braços e a empurro com uma força controlada para longe, para que ela não caísse no chão e se machucasse. Limpo meus lábios e nego com a cabeça, assustado com as lembranças que invadem a minha cabeça com força, as lembranças do meu relacionamento com a Sunnie.

- Vai para o inferno, Sunnie. - eu esbravejo para essa professora, furioso.

Saio da sala dos professores e me deparo com a diretora que deve ter ouvido tudo que conversamos, ela olha ridicularizada para a professora que veio logo atrás de mim enquanto eu seguro a vontade de chorar e a única coisa que peço é: - Traga o meu pirralho.

- Tudo bem, senhor Jeon. - ela dá mais uma olhadela para a professora que estava caladinha e sem jeito atrás de mim, eu suspiro furioso e sigo o meu caminho de volta para o portão principal, só consigo ouvir algo como "pode ter certeza que você não será mais professora dessa escola, Nabi".

Enfim, eu aguardo alguns minutos enquanto a diretora vai chamar o meu filho e foi só o pirralho me vê que o seu sorriso se desmanchou, ele não é bobo, sabe quando tô mal e... Bom, eu vejo preocupação em seus olhos mas o medo é bem evidente também, ele tem medo que eu seja o babaca de sempre.

Sinceramente, até eu sinto medo disso. Mas não vou estragar tudo como aquela vez, vou me segurar ao máximo por eles, ninguém mais pagará pelos meus transtornos além de mim mesmo.

- Tudo bem se quiser apresentar alguma queixa, Jeon... A se-...

- Relaxa, você vai manda-la embora então eu só espero que venha uma professora melhor para o meu filho. - digo enquanto pego o pirralho no colo, que intercala o seu olhar entre eu e a diretora, confuso.

- Em nome da escola eu agradeço, mas eu sei que o que aconteceu não é a melhor coisa então, tem certeza mesmo? - eu assinto levemente com a cabeça, ela solta um suspiro e nos acompanha até o portão de saída, forçando um sorriso enquanto se despedia da gente.

Já na rua, eu ponho Jaemin no chão novamente e seguro a sua mão para caminhamos até a nossa casa quando ele para e diz: - Precisamos esperar o Jimin hyung, Jungkook hyung.

Bom, eu até tinha esquecido do Jimin por conta das mil e uma bagunças que estão em minha cabeça mas ok, iremos espera-lo de baixo da árvore já que é o que o pirralho tanto deseja, ele pode até não insistir mas eu sei que é isso que quer.

E quer saber, eu também.

Eu achava que o silêncio iria se instalar entre nós até Jimin chegar, coisa que não demoraria muitos minutos mas, no lugar disso, o pivete senta bem coladinho a mim e cutuca o meu braço para que eu o olhasse e, assim, perguntasse: - Tá tudo bem?

É a primeira vez que a preocupação não está só no olhar, também está na voz e no cuidado que teve para perguntar. Jaemin é um garoto tão bom, eu que sou sortudo de ser o pai dessa criança e não o contrário.

Meu coração aquece mas a bagunça na mente se mantém, meio afetado eu só afirmo com a cabeça que estou bem, ou seja, minto.

- Sei que Jungkook hyung não está bem mas deve ser coisa chata de adulta, né? Vovó disse que são essas coisas que deixam Jungkook hyung ruim.

Minha mãe sempre justificou o meu comportamento e Jaemin sempre compreendeu, ele realmente não tem uma cabeça de uma criança de cinco anos. As vezes parece ser mais maduro do que eu.

- Digamos que é... - sou sincero, mas forçando um sorriso que não quer existir.

- Pena que não entendo muito, queria fazer Jungkook hyung ficar melhor. - ele demonstra o seu descontentamento com os lábios curvados para baixo e os bracinhos cruzados.

Eu solto uma risada sincera e o abraço de lado, apertando levemente ao confessar: - Só de ficar aqui já está ajudando bastante, pirralho. Relaxa.

- Que seja verdade, não gosto de mentiras. Papai do céu não gosta também. - eu solto uma risada pela mera semelhança entre nós e o abraço ainda mais, dando um beijo em sua testa e, sinceramente, me sentindo bem melhor.

Eu não estou sozinho, só não estava deixando ninguém se aproximar e isso é um alívio inexplicável. Primeiro Jimin e agora Jaemin, eu fico em pane de um jeito que não sei como o meu coração aguenta.

- Mas já saíram? - ouço a voz da criatura enquanto eu ainda aperto meu filho, suas mãos estavam na próprio cintura e a sua cara fechada mas com humor, como se a gente tivesse matado aula.

- Jungkook hyung teve reunião com a professora mas me tirou da escola cedo, coisa de adulto. - Jaemin explica brevemente enquanto se levanta para abraça Jimin como quase sempre faz assim que o vê, é sua forma de cumprimenta-lo.

Sua pose de durão desmancha e a leve preocupação é demonstrada em seu rosto, ele sabe melhor do que ninguém o que aconteceu então né, se eu tirei Jaemin na escola mais cedo é que deu merda.

- E está tudo bem? - ele olha atenciosa e ansiosamente para mim.

- É... - concordo levemente com a cabeça, não estou nada bem para ser sincero mas nunca fui de dizer por aí então não é agora que vou irei começar. - Vamos, tô com fome.

- Eu não, hoje foi kkultteok, comi até a barriguinha dizer chega. - Jaemin comentou todo animado ao começarmos a caminhar pela rua.

- Tô vendo que o banheiro será um fedor hoje. - Jimin comentou e eu, por algum motivo, dei uma risada exagerada e incrédula ao negar com a cabeça. - É sério, Jungkook. Seu filho tem a barriga podre.

- E você não, né? Seu cocô sai com cheiro de rosas do campo. - sou irônico e humorístico ao dizer, fazendo Jaemin ri mínimo. - Ah, me poupe.

- Ridículo. - é o que ele sempre dizia quando eu o irritava e ele achava fofo mas nunca queria admitir.

Quem diria que ele achava fofo por gostar de mim, viu. Fui tão burro de não reparar, mesmo que não desse em nada, pelo menos teríamos conversado e ele teria me superado rapidamente.

Mas agora ele só diz por dizer mesmo, pelo menos é o que eu acho. Não sou o melhor cara para se apaixonar principalmente depois de tanta merda que eu fiz com ele assim que nos reencontramos, o máximo que ele deve me ver é como um amigo. E que continue assim mesmo, depois do que aconteceu com essa mulher, a maior certeza que eu tenho é que não quero de jeito nenhum namorar tão cedo, nem se quer transar eu quero.

Meu coração já se machucou muito uma vez, ele não será destroçado novamente.

Continua...

Como estão meus amores?? Eu estou bem!!

Mais uma att e espero que tenham gostado, acho que em praticamente todas as notas cá estou eu agradecendo e esse não será diferente, vcs não sabem o quanto eu fico feliz ao ler o comentário de cada um, ao chegar algum leitor novo e, aaaaa, o melhor de TD é que eu realmente estou amando desenvolver essa história e saber que está indo bem, sabe, fico tão soft que chego a não ter palavras🥰❤️

Falta só alguns votos e estaremos com 1k, é MT coisa, e já vou avisando que já pensei no presentinho para quando esse dia chegar, falta só algumas coisinhas mas a qualquer momento estará aí para vcs🥰


Mas é isso, bjus e até o próximo capítulo 😘💖

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