Esferas Elementares

By LeticiaMedeiiros3

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Quando coisas estranhas começam a acontecer na vida de Miranda, ela começa a se perguntar se a possibilidade... More

Notas Iniciais.
Prólogo.
Parte I
Capítulo 1 - Um péssimo começo.
Capítulo 2 - Palestras e discussões.
Capítulo 3 - Uma conversa irritante.
Capítulo 4 - Vamos ao parque?
Capítulo 6 - O mago do ar.
Capítulo 7 - Apresentações.
Capítulo 8 - Conversas dolorosas.
Capítulo 9 - Pequenas grandes coisas.
Capítulo 10 - Uma pequena fada azul.
Parte II
Capítulo 11 - Bem-vindos a Trigan!
Capítulo 12 - Banhos, discussões e profecias.
Capítulo 13 - Os pássaros negros.
Capítulo 14 - Emoções.
Capítulo 15 - Mal-entendidos.
Capítulo 16 - Você se lembra?
Capítulo 17 - Indo a lugar nenhum.
Capítulo 18 - Feridas abertas.
Capítulo 19 - Cicatrizes da alma.
Capítulo 20 - Conversas, muitas conversas.
Capítulo 21 - Feliz aniversário!
Ficha e curiosidades sobre os personagens.
Capítulo 22 - Despedidas.
Capítulo 23 - A beira do precipício.
Capítulo 24 - Sozinhos.
Capítulo 25 - Tempestades.
Capítulo 26 - Despertar.

Capítulo 5 - Encontros.

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By LeticiaMedeiiros3

Miranda


Aparentemente eu não tinha nada a ver com essa história.

Não estava fazendo drama nem nada assim, era só um fato. Fato esse que Tyler deixou bem claro quando me vetou das suas reuniõezinhas com Zoe.

Depois do ataque do homem-pássaro não dava para simplesmente fingir que não tinha nada acontecendo então Zoe e eu simplesmente aceitamos que o Cavaleiro de Armadura Brilhante estava falando a verdade, pelo menos a parte que tínhamos visto era verdadeira, e isso bastava, ao menos por enquanto.

Antes de ser praticamente cancelada, Tyler tinha falado um pouco mais sobre Trigan e como o maluco também conhecido como Arian estava a mais de duas décadas tentando dominar todos os quatro elementos e acabar com tudo e todos que ficassem em seu caminho. E eu acho loucura que mesmo que, no mínimo, Arian saiba que uma única pessoa não pode dominar mais de um elemento ele queira ter todos os quatro. Tyler tinha dito que, pelo que ficou sabendo, há ainda a possibilidade de uma criança cujos ambos os pais tenham poderes pode não dominar elemento algum.

Mas apesar de ter perdido a melhor amiga nessa última semana, ter sido vetada e cancelada, nem é isso que está me irritando – Ok, talvez um pouco -, é também o fato de Tyler saber tanto sobre esse mundo mágico, magia e essas coisas e não nos dizer como sabe de tudo isso. Ele apenas dá respostas vagas do tipo "Isso não é importante" ou "Outra hora eu falo sobre isso", ele vai se esquivando e ignorando as perguntas e isso tem me irritado. Nem mesmo para Zoe ele quis dizer.

Sentei-me em minha cama e agarrei o travesseiro apertando o objeto macio desejando ser o pescoço de Tyler, eu ainda me lembrava da nossa última discussão antes dele me mandar embora do seu primeiro treino com Zoe, no dia seguinte ao ataque do homem-pássaro.

Nós estávamos na mesma clareira ainda toda chamuscada do parque, Tyler disse que era um bom lugar por que era escondido e poucas pessoas iam ali, mesmo que eles não pudessem ver os monstros ou as formas superpoderosas de Tyler e Zoe ainda podiam ser machucadas se entrassem no meio de uma luta, por isso a primeira regra era sempre levar a luta para o mais longe possível das outras pessoas.

Ainda estava pensando em tudo isso quando vi Zoe em sua forma de gladiadora voar alguns metros para trás e cair de bunda no chão e voltar ao normal. Tyler a tinha empurrado.

- Vamos, Zoe! Você tem que ao menos tentar!

- Eu estou tentando! – Zoe rosnou de volta batendo a terra da roupa e ficando de pé.

- Então tanta mais! O próximo monstro que aparecer não vai esperar você estar pronta, ele vai atacar! E eu se eu não estiver por perto?

- Eu já entendi, Ok? – minha amiga suspirou e eu já estava começando a me irritar com Tyler se achando a última bolacha do pacote.

- Então vamos outra vez.

- Vocês não podem dar uma pausa? – perguntei intervindo. Zoe ainda estava arfando devido o esforço para se transformar e todas as quedas.

- Os monstros que vêm para nos matar não dão "Uma pausa". Então não, Florzinha, não podemos. Agora, Zoe.

- Mas ela mal se aguenta de pé! – disse ficando de pé do tronco em que estava sentada e ignorando o apelidinho.

- Isso é algo que ela deveria decidir, e não você – Tyler respondeu cravando os olhos escuros em mim.

- Oh pessoal, por favor – Zoe pediu, mas nós dois a ignoramos.

- Se não sou eu a decidir, tampouco é você! Ficar empurrando ela assim só vai servir para machucá-la. E se os ferimentos não estiverem todos curados?

- Nós dois sabemos que já estão. E se isso é tudo, melhor você voltar a se sentar se não quiser ir embora, já que nada disso tem a ver com você.

- Como é!? – pergunto surpresa pelo desdém nas palavras. Tyler sorri.

- É como você ouviu. Nada disso tem a ver com você, Florzinha. Se ficar só vai atrapalhar e se machucar, então é melhor ir. Não foi você quem disse que queria distancia de nós?

- Mas você disse que não faria diferença... – murmurei tomada pela magoa. Mas a raiva ainda fervilhando também. – Seu idiota! Se quer que eu vá apenas diga de uma vez!

- Vá embora, Miranda – ele diz calmamente e quero matá-lo. A frase, por algum motivo, dói ainda mais por ele ter usado meu nome.

- Zoe? – chamo minha amiga e ela está olhando de mim para Tyler aparentemente sem saber o que fazer. O Cavaleiro Idiota nega com a cabeça olhando para a minha amiga e ela engole em seco. – Zoe? – chamo mais uma vez e vejo-a hesitar.

- Tyler tem razão, Mira. É melhor você ir, não quero que se machuque.

- É isso então? – pergunto irritada e vejo Tyler sorrir.

- Aparentemente sim – ele diz e não me aguento. Atiro a garrafa que tenho nas mãos no idiota e a vejo acertar seu nariz e ele recuar surpreso antes de pegar minha bolsa, dar meia volta e sair dali ignorando os xingamentos de Tyler e as tentativas de me chamar de Zoe.

Desde então tenho passado meus dias xingando os dois mentalmente e ignorando as mensagens e ligações de Zoe. Ok, talvez seja um pouco infantil da minha parte, mas qual é! Eu fui totalmente expulsa e humilhada por aquele idiota e ela não fez nada! Argh, que ódio!

Voltei a respirar fundo e me jogar na cama encarando o teto branco do meu quarto e chego à conclusão que deveria pintá-lo.

Quando ouvi a campainha tocar ignorei, eu sabia quem era, mesmo por que a pessoa estava berrando o meu nome no portão. Quando o silêncio voltou me senti um pouco mal, mas não me mexi, ainda não estava com vontade de falar com ela. Sentei-me na cama prestes a ir até a cozinha fazer um lanche quando vi Zoe parada na porta do quarto usando uma de suas muitas leggings e tênis de corrida, talvez estivesse vindo da academia.

- Tia Suze me deixou entrar – ela diz e só então me lembro que hoje, por algum milagre já que é sábado, minha mãe não está de plantão.

- Bom pra você.

- Mira, por favor. Você tem me evitado a semana inteira, precisa disso tudo?

- Me diz você. Cadê seu namorado pra dizer se você pode ou não falar comigo? – perguntei irônica e a vi suspirar.

- O namorado é seu, não meu. Ty e eu somos só amigos e você sabe disso, fora que eu ainda acho que ele está certo, só foi um idiota na hora de falar – ela resmunga se aproximando da cama e continuo sentada exatamente onde estou. - Você tem que se afastar pra não se machucar.

- Ty? – pergunto. – Sério? Estou vendo a amizade. E se você veio aqui para defendê-lo, não perca seu tempo e vá treinar. É a melhor coisa que você faz, afinal, isso não tem nada a ver comigo, não é?

- Ah, chega! – Zoe explode e pula em cima de mim nos derrubando na cama e me amassando num abraço. – Eu senti sua falta essa semana, Ok? Acho que nunca ficamos tanto tempo sem nos falarmos! Não importa o que o Tyler disse. Eu só não quero que se machuque, Mira. É só isso e mais nada e você sabe que se você tivesse voltado no dia seguinte aquele idiota não teria dito nada. Ou melhor, teria dito o de sempre e vocês teriam brigado como sempre, afinal é só o que fazem.

- Por que não disse nada quando ele me expulsou? – pergunto quando ela me solta e nós sentamos na cama uma de frente para a outra.

- Por que eu achei que assim estivesse protegida. Mas você decidiu que nos odiava e sumiu, eu entrei em pânico de preocupação e você provavelmente não vai acreditar, mas o seu Cavaleiro também estava bem preocupado com a possibilidade de você ter se metido em encrenca.

- Duvido – resmunguei e ela riu.

- É verdade. Você sabe que o Ty só disse aquilo tudo pra você ficar com raiva e ir embora, não sabe? – ela pergunta e dou de ombros, lá pelo meio da semana eu tinha pensado nessa possibilidade. Dele ter sido tão idiota assim de propósito, por que, apensar das nossas implicâncias Tyler nunca tinha dito nada como aquilo.

- Eu pensei que poderia ser o caso.

- E por que não voltou?

- Por que ainda estava chateada! Minha melhor amiga me trocou sem nem pensar duas vezes! – reclamo fazendo bico e ela ri me abraçando.

- Eu amo você, Fadinha. Sério.

- Também amo você – resmungo o que só a faz rir um pouco mais.

Depois disso deixei pra lá o fato de que estava com raiva, não ia adiantar nada e no fundo, no fundo, eu sabia que não era culpa de nenhum deles que eu não tivesse nenhum poder. E, eu odiava concordar com Tyler, mas ele tinha razão, além de não poder ajudar, talvez eu até atrapalhasse. Pouco mais de uma hora depois de chegar, o celular de Zoe tocou e para nossa surpresa – só que não! – era Tyler a chamando para ir treinar. E só depois de me perguntar uma dezena de vezes se eu ia ficar bem mesmo e eu dizer que sim – que escolha eu tinha? – foi que ela disse que ia e finalmente se despediu de mim.

Então eu voltei ao início, deitei na cama e encarei o teto.

Mas meu estomago reivindicou o lanche que não fiz e resolvi ir até a cozinha comer. Fiz uns sanduíches, comi e mesmo que não precisasse, deixei alguns para minha mãe que tinha saído e deixado um bilhete avisando que visitaria a vovó e talvez não voltasse para o jantar. Mas, independente disso, como estávamos sem nada para fazer o jantar resolvi ir ao mercado, dar uma volta e não pensar em nenhuma dessas loucuras com certeza iria me ajudar.

E foi o que eu fiz, sem saber que a confusão estava apenas começando.

Assim que pisei o pé para fora de casa eu soube que sair para não pensar em nada não ia ajudar. Por que eu comecei a pensar no que eu tinha de tão especial para ver essas coisas e não ter um poder para me defender? Será que era tudo por causa do que aconteceu quando criança? Apertei meu braço com a cicatriz e respirei fundo, ficar remoendo isso não ia adiantar, mas ainda assim eu ficava me questionando se tudo isso tinha um motivo ou não.

Depois de 10min. decidi que não valia a pena gastar minhas energias pensando nisso e foi então que eu o vi.

O cachorro que era exatamente como um vira-lata comum com pelos pretos a poucos metros de mim na calçada. Mas eu sabia que ele não tinha nada de comum quando pareceu olhar diretamente pra mim mesmo que tivessem mais pessoas na rua, e, quando o cachorro rosnou e seus olhos vermelhos brilharam, eu soube que estava ferrada. Então fiz o que qualquer garota no meu lugar faria: dei meia volta e comecei a correr.

Cada célula do meu corpo gritava para correr mais rápido e não olhar para trás, e foi isso que fiz.

Eu desviava de pessoas e esbarrava em algumas sem me dar ao luxo de me desculpar, eu segui pelas calçadas por onde tinha vindo e passei em frente a minha casa e continuei a correr, tinha gente demais por perto e eu lembrei da primeira regra de Tyler. Seu eu não podia lutar, ao menos afastaria o maldito cachorro de perto das pessoas que nem ao menos conseguiam vê-lo – sorte delas! – e o levaria para longe.

Eu continuei a correr tão desesperada que mal olhava pra onde ia, só queria me afastar o máximo possível do cachorro que, mesmo que eu não olhasse, sabia que ainda estava atrás de mim, só parei quando bati com tudo em alguém. A pessoa me segurou e arfando como eu estava não consegui emitir nenhum som muito coerente que não fosse um gemido surpreso.

- Você está bem? – o homem perguntou e sorri o olhando e me esquecendo por um segundo do que estava acontecendo. Ele também tem um sorriso no rosto e um cabelo loiro que brilha como o sol, mas não é isso que chama atenção, nem mesmo sua beleza, são seus olhos. O direito é verde, de um verde límpido e brilhante que desconcerta, mas o esquerdo é castanho, cor de chocolate, daqueles que sempre nos fazem bem.

- Heterocromia – é tudo que digo e isso o faz rir. Percebo o que estou fazendo e me desvencilho dele corando. – Me desculpe, sério. E obrigada por me ajudar.

- Tudo bem, ao menos você é bem informada – ele se refere aos próprios olhos e sorrio. Heterocromia é o nome da condição genética onde um individuo ou ser vivo possui a íris de cores diferentes. – Posso saber por que estava correndo?

O pequeno instante da nossa conversa se vai e olho para trás, o cachorro parece se aproximar cada vez mais e é impressão minha ou ele ficou maior?

- É uma longa história, mas obrigada por me ajudar e desculpa!

- Você está fugindo daquilo? – sua pergunta me para quando estou a dois passos dele, me viro e ele está apontando para o cachorro que agora parece próximo demais.

- Você consegue vê-lo? – pergunto e sei que ele entendeu a pergunta, sei, por algum motivo, que ele sabe o que está acontecendo por que olha em volta como se para ter certeza que ninguém mais vê o cachorro que agora parece ter quase um metro de altura e continua com os olhos vermelhos fixos em nós.

- Vamos – o garoto me chama, mas ainda estou tão surpresa entendendo a situação que não me mexo. – Vem! – ele agarra minha mão e voltamos a correr, mas agora juntos.

Ele consegue ver o monstro!

Ele consegue ver o monstro!

Isso é tudo o que o meu cérebro grita enquanto corremos.

Tyler tinha dito que eram quatro esferas, mas como desde o início tem sido apenas ele e Zoe nessa história eu talvez tenha achado realmente que não teria mais ninguém, mas são quatro elementos e, aparentemente, eu acabei de encontrar mais um. E tirando eu, a exceção, para ver essas coisas você tem que ter uma esfera e, se esse for o caso, talvez eu não morra hoje afinal.

Quando chegamos a um beco sem ninguém e também sem saída sabemos que é o fim da linha eu e o garoto paramos, arfando e tentando controlar a respiração, mas não conseguimos, não sem antes do meu velho conhecido, Cão do Inferno, aparecer, o cachorro agora parece perto do seu tamanho normal com algo entorno de uns 4 metros de altura e ocupando quase todo o espaço no beco, nos encurralando e encarando como se fossemos lanchinhos deliciosos.

Para ele, assim como para o homem-pássaro, nós somos apenas uma deliciosa refeição.

- Acho que chegou a nossa vez, senhorita – o garoto loiro diz parado ao meu lado puxando a manga da blusa e revelando um bracelete em seu braço direito exatamente igual ao de Tyler, mas o seu é feito em couro marrom e o disco nele é amarelo e não vermelho, com uma pequena espiral dentro. Engulo em seco sem muitas opções além da verdade. – Senhorita?

- Agora é uma hora ruim para dizer que eu não tenho poderes como você provavelmente tem? – pergunto e ele me olha surpreso.

É uma péssima hora por que sinto o ataque do monstro antes mesmo de vê-lo, o Cão do Inferno vem com a pata em direção ao loiro e o empurro no último instante, mas não sou rápida o suficiente, sinto as garras afiadas do monstro cortar a pele do meu braço direito, sinto a dor e sinto quando sou lançada pelo ar em direção à parede do beco e, a última coisa que sinto é o impacto do meu corpo contra a pedra sólida, tudo dói e finalmente eu perco a consciência.


~ X ~

Zoe


Por algum motivo estranho depois que encontrei a esfera eu fiquei melhor em ler as pessoas, suas expressões, sentimentos e, em algumas vezes se eu a conhecer o suficiente, até se estão dizendo a verdade ou não. E hoje quando fui até a casa de Mira ela não foi totalmente sincera comigo.

Mas como culpá-la se Tyler foi um idiota com ela e eu não fiz nada?

Respiro fundo mais uma vez pensando nesse mesmo assunto, mas no fim acho que estava certa. E se ela se machucasse por minha causa? Essa coisa de esferas e monstros é, como Ty disse em nossa primeira conversa lá na faculdade, problema meu e responsabilidade minha, Mira só iria se machucar sem motivo se ficasse perto de nós.

- Se eu quisesse acertar uma bola de fogo na sua cabeça e te dar um novo corte de cabelo eu teria feito isso. Qual é Zoe, você não está nem tentando! – Tyler em sua versão Cavaleiro de Armadura está reclamando a minha frente pela milésima vez na última hora e suspiro.

- Desculpa, eu...

- Você estava muito longe que eu vi. O que é agora? A Florzinha outra vez? – Tyler pergunta e sorrio, mesmo quando Mira não está aqui ele a chama assim. Será que é muito errado querer que eles se beijem logo para ver se, se apaixonariam um pelo outro ou se matavam logo de uma vez? Acabei rindo dos meus próprios pensamentos. – O que foi?

- Nada. E sim, é sobre a Mira. Tem uma semana e ainda acho que você foi muito grosso com ela e nós dois sabemos que você não queria ter dito nada daquilo.

- Como se fizesse diferença eu querer ou não. Se ela fica iria se machucar e não tem por que ela se machucar por causa disso, dessa merda! – ele resmunga se afastando e não pela primeira vez sinto tanta raiva vinda de Tyler que assusta. Mas sei que nada dessa raiva é direcionada a mim ou Miranda é algo relacionado ao passado dele.

- Então você fez para protegê-la?

- Você sabe que sim. E você mais que ninguém deve saber que de mim ela não aceitaria de outro jeito, aquela garota me tira do sério e sei que ela ficaria só para me desafiar.

- Provavelmente ficaria mesmo – sorrio, mas meu sorriso morre quando meu colar começa a brilhar, Tyler olha para ele também. E, quando desfaz sua forma de cavaleiro, seu bracelete está brilhando também. – O que isso significa?

- Não tenho ideia – ele admite.

- Você sabe que essa porcaria devia vir com um manual, não sabe? Tipo, o que cada brilho aleatório significa?

- Um monstro ou uma esfera – Tyler diz sério e paro com as brincadeiras. – É tudo que sei. Que ela brilha quando tem um monstro ou uma esfera perto. No dia quem vi você e a Florzinha na boate eram os dois. No dia do auditório era sua esfera reagindo a minha e vice versa. No dia do parque sua esfera reagiu ao homem-pássaro e a minha a vocês dois, mas nunca soube distinguir a diferença, se é que tem alguma.

- Então... Agora? Uma esfera ou um monstro?

- Eu espero muito que seja a primeira opção, mas vem, vamos descobrir.

Seguir uma esfera mágica não é uma das tarefas mais fáceis do mundo, mas já há algum tempo Tyler tinha descoberto que tínhamos que seguir o brilho e não deixá-lo se apagar, por que quanto mais íamos na direção certa, mais as esferas brilhavam. Se o brilho diminuísse, dávamos meia volta e seguíamos para o outro lado.

Continuamos a andar e quando dei por mim estávamos numa vizinhança que eu conhecia como a palma da minha mão, a ideia de que as esferas estavam nos levando aonde eu achava que estavam me apavorava em diversos níveis e de várias formas diferentes.

- Não pode ser – murmuro enquanto continuamos a andar em direção à casa que também é um pouco minha.

Quando as esferas repentinamente param de brilhar e nós paramos também sinto a preocupação de Tyler em relação a mim sem nem mesmo olhá-lo.

- Qual o problema, Zoe? Você conhece essa casa?

- É a casa da Mira – digo e nós não conseguimos nem nos mexer antes da porta da frente ser aberta e não é minha amiga que vejo.

Há um garoto loiro nos encarando, há algo brilhando em seu pulso direto, mas não me importo com isso, nem com seus olhos de cores diferentes que me lembram um gato que tive quando criança, nem mesmo sua beleza me chama atenção. Nesse momento tudo o que quero saber é onde está Miranda.

A ansiedade do homem dos olhos de gato é quase palpável quando nos vê, estamos os três nos encarando e, sendo sincera, tenho medo de ser a primeira a quebrar o silêncio por que reparo pela primeira vez em algo assustador sobre a aparência do loiro, ele está coberto de sangue.

~~ ♥~~

Olá, voltei!

Gostaram do capítulo? O que estão achando da história? Por favor, me deem uma opinião!

O que vocês acham que aconteceu com a Florzinha e o loiro dos olhos de gato? Quero saber as teorias u.u

Beijocas e até, Lelly ♥

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