A Corte de Asas e Espadas

By CamilleW4

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[CONCLUÍDA] Catrin é filha do Mestre Espião da Corte Noturna e de sua parceira Gwyneth. Catrin cresceu em mei... More

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AVISO IMPORTANTE!
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SEGUNDA FASE - Sinopse
II - 01
II - 02
II - 03
II - 04
II - 05
II - 06
II - 07
II - 08
II - 09
II - 10 Parte 1
II - 10 Parte 2
II - 11
II - 13
II - 14
II - 15
II - 16
II - 17
II - 18
II - 19
II - 20
II - 21
II - 22
II - 23
II - 24
II - 25
II - 26
II - 27
II - 28
II - 29
II - 30
II - 31
II - 32
II - 33
II - 34
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II - 37
AVISO - FIC NOVA NO AR
AGRADECIMENTOS

II - 12

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By CamilleW4

O dia novamente se ergueu sobre o acampamento. Um novo dia, uma nova batalha daquela merda de guerra.
Enquanto Thalis vestia sua armadura dourada, e se enchia de armas ele ainda era capaz de sentir o gosto de Adyra, de ver aqueles olhos violeta o olhando como se ele fosse algo sagrado, o que ele sabia ser replicado com uma intensidade muito maior pelo olhar dele.
E aquela admiração e desejo que ele sentia... ele sabia o que significava, mas não se deixaria sentir. Não em um campo de batalha, não em meio à uma guerra e não sem ela ter percebido. Pois mesmo que tenha sido Adyra a procurá-lo durante as duas vezes que eles estiveram juntos, ele ainda se lembrava daquelas palavras.

Eu jamais vou me esquecer de tudo o que aconteceu, comigo, mas principalmente com Catrin.

Aquele trauma que também envolvia ele. Talvez trepar com ele vez ou outra não a afetasse, mas significar ter algo a mais, um sentimento a mais e algo mais profundo com a pessoa que era tão próxima de quem provocou aquele sofrimento a assustasse e afastasse. E Thalis não queria aquilo. Porque o pouco que ele tinha dela, ainda seria melhor do que não ter nada.

Então o Grão-Senhor da Corte Primaveril deu as primeiras ordens aos seus comandantes e seguiram para a batalha.

.....

Ethan tinha perdido poucos soldados, mas ainda se sentia responsável pela vida de cada um deles. Seu pai disse que era normal sentir-se assim, que mesmo ele, que já havia dirigido diversas batalhas, se sentia assim a cada morte.
Ele prometeu a si mesmo que quando voltasse à Illyria visitaria cada uma daquelas famílias e ajudaria com qualquer coisa que fosse necessária.
Não concertaria, não os traria de volta, mas ele ajudaria com qualquer coisa que pudesse e que eles quisessem.

Dyana tinha dito aquilo a ele enquanto descansavam um pouco em sua tenda na noite anterior, que não era sua culpa, mas tinha certeza que ajudar as famílias poderiam ser alguma coisa, pois quando as fêmeas muitas vezes perdiam maridos e filhos e ficavam sozinhas, as coisas ficavam muito ruins.

Ele deixou aquela calma pré-batalha se instalar nele. Ainda era estranho, mesmo que seu pai tivesse o ensinado sobre tudo aquilo. Então ele começou a dar as ordens para sua legião, junto com Catrin, suas legiões voariam na mesma formação que o dia anterior. E então partiram para cima do exército inimigo.

.....

A batalha era exaustiva, Catrin não tinha dormido direito. Bem, nem ela nem Nyx, mas principalmente ele, parecia ainda estar ligado na batalha. Mas ela não se deu o direito de pensar no cansaço. Ela mal enfiara a adaga no pescoço de um soldado de Hybern enquanto já fincava a espada no peito de um que parecia ser de Rask.

Ela continuou firme enquanto dirigia as fêmeas. Mas aquela batalha, foi diferente do dia anterior. Aquela batalha estava muito mais dura, porque Hybern agora vinha com tudo o que tinha em questão de exército e proteções mágicas que os Grão-Senhores faziam um imenso esforço conjunto para quebrar, mesmo que ela não visse o Rei ou qualquer pessoa de poder ali. Eles ainda estavam ocultos. O que seria deles quando liberassem um poder extremo? Esse pensamento fazia seu sangue gelar.

Foi quando ao seu lado, ela viu uma das fêmeas que ela dirigia ser morta, não era uma das mais íntimas dela, mas mesmo assim ela sentiu. E então aquele macho presunçoso que a matou se inclinou para ela com um sorriso odioso. O último que ele daria. Catrin então posicionou sua espada quando ele a atacou. Espada por espada, ele tinha tirado a vida de uma das suas e ela cobraria a dívida.
O macho era bom, era odiosamente bom, devia ser de uma patente alta. Ele se deliciava com Catrin lutando com ele, sem dúvidas, uma oponente a altura, ele tinha certeza venceria. Mas a batalha cantou para ela. Aquela canção antiga e mortal. Então Catrin cantou de volta e com um um giro rápido, preciso, forte e cruel. Com apenas um movimento ela cortou a cabeça do macho que caiu ainda com aquele sorriso estampado.

Ela não teve tempo de sorrir de volta, então voltou a lutar.

.....

Adyra estava cansada até os ossos, merda como ela estava cansada. Aqueles soldados estavam com mais fome de matar. É claro, o dia anterior tinha sido uma batalha branda, para eles pensarem que seria fácil, mas naquele dia, Hybern e Rask se desencadeara com força total.

Ela via ao longe os Grão-Senhores direcionando suas ondas de poder para quebrar as proteções dos rivais. Nyx e sua mãe entre eles. Mas seus olhos se voltaram para o Grão-Senhor dourado, a armadura de ouro contrastando com um capa verde escura. Ela fez uma nota mental para tirar sarro de toda aquela pompa quando se vissem mais tarde. Porque mesmo que eles não tivessem combinado de se ver, ela iria até ele. Thalis a respeitava e dava a ela sempre a escolha de procura-lo ou não, mas sempre que ela ia até ele, o Grão-Senhor não hesitava.

Então por um segundo, ela poderia jurar que Thalis a encontrou no meio da multidão de soldados, mas ela não teve tempo de pensar, não quando Gwyn surgiu ao lado dela cortando um soldado pronto para ataca-la.

— Não se distraia Adyra. — Foi o aviso que sua tia deu. A Valquíria encarnada.

Adyra obedeceu e voltou a luta.

.....

Catrin e Ahryn estavam muito cansadas. Mas se mantinham firmes enquanto reuniam as soldadas e verificaram se tinham perdido alguma. Tinham perdido cinco fêmeas, e muitas estavam feridas, mas era de se esperar, todas as legiões, de todas as Cortes haviam perdido muitos soldados.

Elas terminaram de auxiliar uma soldada a enfaixar o pulso que ela tinha aberto na batalha quando Ahryn perguntou a Catrin.

— Você viu Dyana? — Ela perguntou.

— Não, não vi. — Catrin respondeu.

— Merda. — Ahryn disse balançando a cabeça em negação.

Então elas buscaram em meio às outras fêmeas, mas não encontraram nenhum sinal de Dyana.

— Talvez ela esteja com Ethan. — Sugeriu Catrin. — Vou procurar por ele.

Ahryn concordou e então Catrin saiu em busca do primo.

Ela o encontrou conversando com Nyx. Seu parceiro logo notou sua chegada, dando um abraço rápido nela. Então sua atenção se voltou para Ethan.

— Você viu Dyana? — Ela perguntou.

— Não, não a vi depois da batalha, imaginei que ela estivesse com você e as outras. — O rosto de Ethan endureceu. — O quê aconteceu Catrin?

— Nem eu nem nenhuma outra fêmea a viu depois da batalha. — Catrin disse com a voz tensa.

— Merda, merda, merda. — Xingou Ethan olhando ara todos os lados, como se pudesse enxerga-la. — Você consegue procurar por ela não consegue? — Ele perguntou para Nyx.

— Posso, apenas... apenas me dê um minuto. — Nyx disse enquanto seus olhos se fixaram em um ponto distante e inexistente.

Cansado, Catrin notou que ele estava cansado.

— Eu... eu não consegui encontrar ela em lugar nenhum aqui no acampamento. — Nyx disse cauteloso.

Ethan não disse mais nada antes de se lançar até o campo de batalha abaixo, agora vazio exceto pelos corpos e por alguns soldados que recolhiam armas.

— Merda Ethan. — Nyx disse antes de voar atrás dele.

O coração de Catrin começou a bater mais forte, ela sentiu que poderia vomita-lo. Onde estava Dyana? Onde estavam Nyx e Ethan, que ela mal via na escuridão já tomando o lugar.

E o coração de Catrin que batia forte quase parou quando ela viu Ethan, rápido como jamais viu, trazendo alguém em seus braços, Nyx voava em seu encalço.

O coração de Catrin quase parou quando Ethan colocou Dyana no chão. Desespero, desespero devastado tomava conta dele.

Desespero que também tomou conta de Catrin quando ela viu aquele corte profundo no pescoço de Dyana, quando viu seu rosto drenado de sangue... e de vida.

— Faz alguma coisa. — Ethan gritou para Nyx. — Você tem poder de cura, eu sei que tem, faz alguma coisa Nyx. — Ele gritou agarrando o primo pelo colarinho e o chacoalhando. A gritaria chamando a atenção do acampamento todo.

— Ethan... eu... não tem o que fazer. — Nyx engoliu em seco, apoiou a mão no ombro do primo, e encarou seus olhos. — Eu não consigo fazer nada, ela... ela está morta Ethan.

Morta.

Morta.

Dyana, sua amiga, estava morta.

Dyana a fêmea irreverente que jurou ser boa com espadas naquele primeiro dia de treinamento estava morta.

Aquilo... perder uma amiga...

Mas ela então observou Ethan, paralisado olhando para aquele maldito corte na garganta de Dyana. Ele apenas observou.

— Ethan.. — Nyx chamou.

Então Ethan gritou, um grito capaz de estilhaçar o mundo, um grito que pode ser ouvido por todo o acampamento e Catin não duvidou que poderia ser ouvido pelo acampamento inimigo também.

Porque naquele grito estava o entendimento: Dyana estava morta.

Catrin chorou, chorou ao ver a amiga morta, chorou ao ver o sofrimento do primo.

Ethan era incontrolável enquanto ele pegou o corpo inerte e já frio de Dyana e o abraçou. Um silêncio pesado se instalou nele.

— Ela... tem alguém da família dela aqui? — Cassian perguntou para Catrin, ela não tinha visto o tio chegando, provavelmente convocado pelo grito estrondoso de Ethan.

— Tem, o pai dela está lutando. Se não me engano, o nome dele é Eros. — Ela falou entre as lágrimas.

— Eu vou procurá-lo. — Cassian disse olhando para o filho, que não olhava para lugar nenhum se não para o rosto de Dyana.

— Tudo bem. Eu vou... eu vou avisar as meninas. — Catrin disse tentando enxugar as lágrimas. — Fique com ele. — Catrin disse a Nyx e então saiu.

....

Catrin chegou até onde as fêmeas estavam, Ahryn veio correndo até ela.

— Acharam ela? Eu ouvi alguém gritando. — Ela perguntou.

Catrin apenas começou a chorar e abraçou forte a amiga.

— Ela morreu Ahryn. Dyana morreu. — Catrin conseguiu dizer.

Ahryn pareceu ficar em choque e depois chorou abraçada com Catrin. Por um tempo a Capitã e sua imediata apenas choraram abraçadas, então Ahryn saiu do abraço da amiga.

— Como descobriram? — Ahryn perguntou.

— Quanto contei para Ethan, ele saiu igual louco para o campo de batalha. Ele voltou com o corpo dela. — Catrin contou. — Quer ir até lá? Tio Cassian tinha ido procurar o pai dela. Devem estar juntos agora.

— Tudo bem. Vamos. — Ahryn disse.

.....

Nyx observou Ethan, ele só tinha deixado o corpo de Dyana para que o pai dela pudesse pegar e abraçar a filha aquela última vez.
Cassian observava aquela cena com uma tristeza profunda no rosto. Nestha que tinha acompanhado Cassian e Eros até ali, agora estava ajoelhada ao lado do filho com uma mão gentil acariciando o ombro dele. Mas Ethan continuava com os olhos fixos na fêmea que agora tinha os cabelos ensopados de sangue e lama acariciados por seu pai.

As próprias mãos de Ethan estavam encharcadas do sangue dela. E ele sabia disso.

Nyx não conseguia mensurar a tristeza nos olhos do primo. E ele queria poder fazer algo, mas não havia nada a ser feito.
Ele notou Catrin se aproximar com Ahryn, sua parceira parecia estar um pouco mais calma, mas por aquele laço entre as almas deles, ele sabia que a tristeza e até mesmo culpa a corroía.
Ahryn irrompeu em um choro agudo. Bryan, Darhlan e Adyra se aproximaram, o primeiro assumiu o lugar de Catrin ao lado da irmã, enquanto ela deslizou para o lado de Nyx, no abraço de seu parceiro.

— Se quiserem, eu posso queimar o corpo, ou enterrá-lo. Enfim, dar qualquer descanso que queiram. — Nyx ofereceu, com o poder que tinha, seria mais fácil de dar um descanso adequado a fêmea que tão bravamente lutou.

— Não quero enterra-la aqui, não onde vai ficar abandonada. — Eros olhou para Ethan, como se também fosse uma decisão dele, o Capitão apenas assentiu. — Queime o corpo e espalhe as cinzas, assim ela pode vagar para onde quiser, melhor do que apodrecer nesse lugar.

— Quando quiserem. — Nyx disse.

Então os mais próximos a ela lavaram seu rosto, tentaram tirar um pouco do sangue dos cabelos escuros dela. Adyra entregou seu manto para que cobrisse o corpo o pescoço aberto. Então um por um, os amigos se despediram dela, então seu pai, e por último Ethan.

Ele se ajoelhou ao lado dela, depositando um carinhoso beijo em sua bochecha. Então encostou sua testa com a dela e disse tão baixinho, que Nyx mal distinguiu, conseguiu apenas escutar o final das palavras. "Eu te amo, obrigada por cada momento."

Ethan então se levantou, afastou-se, e acenou para Nyx.
Ele chamou aquele grão de poder da Corte Outonal e chamas envolveram o corpo inerte e quando retrocederam, apenas cinzas restaram. Ele então enviou um vento, beijado pela brisa da noite, que levou aqueles restos do que um dia tinha sido uma vida alegre pelo ar, ele desejou que o vento os levasse para o norte, para a Corte Noturna.

Então, pouco a pouco o grupo se desfez. Catrin disse que iria para a tenda, precisava de um pouco de silêncio e descanso.

Então, sobraram apenas Ethan e ele. Nyx sentou-se ao lado do primo que encaravam aquele maldito campo de batalha.

— Se ela fosse minha parceira, eu sentiria que ela estava em perigo, eu teria sentido ela morrer? — Ethan perguntou.

— Eu... acho que sim, eu não sei o quanto o fato de eu ser daemati torna meu laço com Catrin, minha comunicação com ela diferente, mas você teria pelo menos sentido o laço se romper quando ela... — Nyx não terminou, mas Ethan sim.

— Quando ela morreu, pode dizer Nyx, não falar sobre não vai mudar o que aconteceu. — Ethan disse. — Nós não éramos parceiros, eu já sabia disso, mas... eu a amava, de toda forma, eu a amava.

— Eu sei. — Nyx disse apertando o ombro do primo.

— Eu vou vingar a morte dela naquele campo amanhã. — Ethan falou com uma vontade aço, seus olhos pareciam diferentes, os seus sifões brilharam forte. — Ela não terá morrido em vão.

Nyx não soube o que responder, não sabia o qua responder, mas tinha certeza que qualquer um que entrasse no caminho de Ethan no dia seguinte, seria morto.

Ele saiu do local, indo verificar se precisavam dele para alguma coisa, e depois iria até a tenda, Catrin poderia estar precisando dele.

.....

Kirian estava devastado. Por tantas coisas que ele nem poderia dizer. Queria tanto acabar com aquilo, mas aquilo significaria acabar com a única coisa que havia dado certo em sua vida.

Até encontrar sua parceira, até ela o beijar.

Ele quase tinha caído por terra quando a viu pela primeira vez. Pela beleza de sua corpo e sua alma.
E quando ela o beijou... deuses, ele soube que estava apaixonado por ela. E ele nunca havia sentido isso, amor por alguém, não daquela forma.

Mas ele ficou triste por ela. Triste por aquela pessoa incrível ser parceira da pessoa podre que ele era. A Mãe ou sabe-se lá quem tinha sido horrível com ela.
Mas, ele não conseguiria mais viver dentro da própria mente. Ele sabia que risco corria ao contar a ela.

O risco de seu irmão descobrir e mandar tudo a merda.

E o risco de ela não querer nunca mais olhar em sua cara.

O segundo, não era um risco, era uma certeza. Ela o odiaria para sempre, com razão.

Então ele vestiu a pele de Ardan pela última vez. A última farsa para sua parceira e atravessou até o local sagrado deles.

Assim que Ilitia o viu, ela lançou-se em um beijo com ele. Pelos deuses, ficava cada vez mais complicado para ele.

— Ilitia, por favor. Você tem que me escutar. — Ele disse.

— Ardan, eu sei. Eu sei que somos parceiros. — Ilitia disse irradiando alegria.

Ele enrigeceu. Merda, merda, merda. Ficava cada vez mais difícil.

— Ilitia... tem mais coisa além disso que você precisa saber. — Ele disse, a felicidade que ele tinha visto nela se esvaiu. Ele quebrou junto com aquilo.

— O quê poderia ser mais importante que descobrir a parceria? — Ela perguntou confusa. 

— Eu... eu não acredito que uma pessoa como você, é minha parceira. — Ele falou.

— Se está dizendo isso por você ser soldado, eu não me importo com isso. — Ela tentou dizer. Ele apenas negava, ela cortou o caminho entre eles, segurando o rosto dele com as mãos. — Ardan...

Ela dizendo aquele maldito nome inventado como se amasse. Talvez ela gostasse, mas gostava do nome que ele inventou, a pessoa que ele  inventou. Ele não suportou as mãos dela sobre ele, então as segurou delicadamente e as retirou, dando um passo para trás.

— Primeiro Ilitia, eu não sou apenas um soldado, eu sou um General, um príncipe. E segundo — Ele engoliu em seco. — meu nome não é Ardan.

Ilitia olhava assustada, confusa, petrificada, mas deixou ele continuar.

Ele não tinha mais o que falar, não tinha mais o que fazer. Então ele removeu aquele feitiço, mostrando sua verdadeira versão, seus verdadeiros cabelos e olhos. Ilitia cambaleou dois passos para trás, ele era diferente de qualquer corte, ela sabia, ela sabia que ele era de Rask ou Hybern.

— Quem... quem é você? — Ela perguntou.

— Kirian. Meu nome é Kirian. — Ele respondeu. Ela deu outro passo para trás, com medo, ele sentiu o cheiro do medo.

— O General de Hybern. — Ela disse assustada. — Porquê, como?

— Meu irmão ordenou que eu viesse para cá, e descobrisse informações sobre vocês. — Vergonha preenchia cada palavra. — E você foi a primeira pessoa que eu encontrei. — Ele deu uma risada amarga, odiosa. — O destino é uma merda.

— Você veio nos espionar, e encontrou sua parceira. — Ilitia disse indignada. — E eu fui idiota e caí nisso.

— Não Ilitia, você foi seu coração bom. Sou eu que sou ruim, meu irmão é ruim e me fez me aproveitar de você. — Kirian falou.

— Eu... eu não consigo acreditar que aquele macho que passou as duas últimas noites aqui comigo, é o cruel General de Hybern que está prestes a destruir minha casa. — Ilitia disse chorosa.

— Eu... me desculpe. — Ele pediu, e foi sincero.

— Kirian... eu não acredito que você seja essa pessoa que diz, eu sou a prova Kirian, que não precisamos ser como os pais, que podemos reescrever a história. — Ela disse se aproximando, esperança brilhando naqueles belos olhos verdes.

E aquilo... aquilo foi a quebra final para Kirian.

— Eu não posso. Me desculpe, eu não posso. — Ele disse.

— Não pode, ou não quer? — Ela perguntou

— Eu não posso, eu não posso me virar contra meu irmão. — Ele disse, esfregando o angustiado rosto, a decepção e o nojo no rosto de Ilitia, ele não apenas via, mas sentia, pela droga de laço entre eles, ele sentia... Kirian se aproximou, aproximou apenas para ver garras disparando da mão dela. Irmã de um Grão-Senhor, e óbvio que tinha poderes.

— Não chegue perto de mim. — Ela disse, com tanto ódio, que Kirian mal podia suportar. — Mesmo seu irmão sendo errado, cruel, mesquinho, você me diz que não pode deixá-lo, então vá. Nunca mais se aproxime de mim, ou morra nessa guerra, seria um favor. Nunca mais se aproxime de mim e depois que chutarmos vocês de Prythian, nunca mais venha para perto de mim, da minha família ou do meu povo, porque se essa guerra não te matar, eu faço com minhas próprias mãos.

Mal sabia ela, que já tinha o matado com aquelas palavras. Ele não tinha mais o que dizer, apenas, tentar compensar de alguma forma o que tinha feito.

— O Rei e a Rainha vão liberar o poder deles amanhã e... eu vou usar Narben. — Ele revelou.

— Estaremos prontos. Vá embora antes que eu perca minha paciência. — Ela rosnou.

E Kirian não teve outra opção a não ser voltar para o acampamento de Hybern e rezar para que o que Ilitia tinha dito sobre estarem prontos fosse verdade.

.....

Catrin tinha desabado logo depois de se lavar o máximo que conseguia e trocar de roupa, estava tão cansada. Tão triste, porque Dyana estava morta, e o grito de Ethan ainda ressoava em seus ouvidos.

Mas o sono a exigiu a levou para a inconsciência, ela nem sabe por quanto tempo. Mas foi acordada por um barulho, alguma coisa caindo.

Ela acordou sobressaltada. Apenas para ver Nyx parado na tenda, seu capacete jogado ao chão, o que tinha feito o barulho.

Ele estava em choque, completo e absoluto, suas narinas se dilatavam e ele parecia respirar com dificuldade.

— Nyx, meu amor, o que foi? — Ela perguntou.

Ele ainda estava em choque e... medo? Parecia medo em seu olhar. Nyx lutava para buscar as palavras, como se não conseguisse formar nada.
Ele tomou fôlego uma vez então conseguiu finalmente pronunciar as palavras que mostraram a Catrin o motivo daquele choque.

— Grávida. Você tá grávida.

Oi mores, como estão?

Eu avisei que esse capítulo ia ser tenso kkkk

Sobre a gravidez da Catrin: no livro, não especifica (ou eu não me lembro pelo menos) quanto tempo demora para o cheiro do bebê se tornar aparente, então não sei se dava para ela ter passado o dia sem ninguém sentir... mas eu acho que demora um pouquinho para descobrir, então me perdoem qualquer furo a respeito disso.

Enfim, não se esqueçam de deixar seu voto, chegamos 5k deles, o que é surreal!
Também não se esqueçam de comentar bastante, eu leio absolutamente tudo o que vocês comentam!

É isso, beijinhos e até o próximo! ❤

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