II
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{i never liked the quiet before}
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"i spend hours in the garden
i walk alone to the store
and it's quiet uptown
i never liked the quiet before"
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Ele nunca havia gostado de silêncio. Nunca conseguira se acostumar a ele. Talvez aquela fosse uma consequência de ter crescido com seis irmãos, em uma casa sempre cheia e barulhenta. Talvez fosse apenas um traço de sua personalidade. De uma forma ou de outra, a quietude sempre assustara Charlie Weasley. O deixava ansioso. Como se estivesse suspenso no tempo, apenas esperando o próximo ruído. Apenas esperando algo acontecer.
Silêncios eram ausência. Ausência de sons. Ausência de música. Ausência de risadas. Ausência de pessoas. Ausência de vida. Ausência de um irmão. A Toca era apenas ausência naqueles dias e era difícil até mesmo estar ali. As paredes daquela casa, que sempre seria o lar de sua infância, haviam se tornado opressoras. Claustrofóbicas. Insuportáveis. Então, o rapaz se sentava no jardim por horas e horas, se agarrando aos sons da natureza. A qualquer barulho que pudesse encontrar. Qualquer vestígio de agitação que fizesse as coisas parecerem minimamente normais. Minimamente certas.
Quando a natureza o decepcionava, o brindando com sutileza e calmaria, Charlie recorria ao Beco Diagonal. Pegava para si a responsabilidade de resolver qualquer questão que envolvesse a loja dos irmãos – e como era estranho pensar em Gemialidades Weasley em um mundo na qual já não existiam gêmeos Weasley!
O homem fazia isso, porque queria ajudar, mas principalmente por não aguentar a inatividade. Porque precisava fazer algo ou iria enlouquecer. Porque precisava ver tudo se agitar ao seu redor. Porque precisava do barulho, das conversas, da gritaria, das gargalhadas, dos sons de uma rua que nunca dormia. Precisava do caos. Porque Charlie sabia que, enquanto houvesse caos, haveria algo de Fred no mundo. Porque Charlie sabia que aceitar o silêncio era aceitar a morte do irmão e isso era algo que ele não queria fazer. Que não podia fazer. Que se recusava a fazer.