Michael admirava-a dormir, a única pessoa a quem ele admirara enquanto dormia era a filha, mas ali estava ele sentado em uma cama de hospital e não se cansava de admira-la, ela era linda e estava tão serena e tranquila, em seu sono reparador!
- "Abençoe-a Senhor para que ela não tenha pesadelo, e que ela se recupere logo e volte para casa. Dê-me sabedoria para eu falar com ela, seja o Senhor com ela, para que ela te ame, e te aceite como Senhor da vida dela, e se for possível realizar o desejo do meu coração, se essa for a Sua Vontade para as nossas vidas, que ela venha a sentir por mim o mesmo que eu sinto por ela, e possamos juntos Te Servir e fazermos um ao outro feliz neste mundo até o momento de estarmos na Sua Presença, em nome de Jesus Senhor ouça o clamor do Seu servo. Amém". - Orou.
Distraído quase caira da cadeira ao ouvir a voz da mãe de Claudia ao seu lado, não a ouvira entrar, muito o admirava Claudia não ter acordado com o escândalo da mãe.
- Que diabos você está fazendo aqui sozinho e bulinando com a minha filha? - Perguntou ela furiosa.
Ele ficou corado. Ele não estava fazendo nada demais, sacudiu a cabeça confuso, tentando visualizar o que ela vira. Ele estava sentado na cadeira, segurando a mão de Claudia e inclinado, mas sua cabeça estava encostada na cama, talvez tocando, mais muito de leve a costela dela ele jamais faria algo tão desprezível.
- Boa tarde dona Marta, eu jamai...
- Não me interessa! - Exclamou erguendo as mãos. - Quero você fora daqui.
- Dona Marta, eu prometi...
- Você quer que eu chame a polícia? - Gritou histérica.
Claudia ouviu gritos e assustada abriu os olhos sonolenta, por isso não gostava desses medicamentos, vai saber o que essas enfermeiras estavam injetando em suas veias? Mexeu-se inquieta, vendo a mãe apontar o dedo para o Michael.
- Mamãe! - Chamou fazendo uma careta devido a garganta seca.
- Está sentindo alguma dor? - Perguntou Michael se aproximando dela preocupado.
E só então ela pensou que estava horrível, despenteada, com a cara inchada e com mau hálito, corou violentamente, como não pensara nisso antes de concordar que ele esperasse até ela acordar? Engoliu seco e foco nos gritos da mãe.
- Mamãe pare de gritar estamos em um hospital! - Pediu rouca, Michael olhou-a preocupado a mãe a ignorou.
- Se você não sair daqui agora eu vou chamar a polícia. - Disse a mãe empurrando-o, e se aproximando da filha. - Como você está minha filha? - Perguntou passando a mão na cabeça dela. - O que foi? Você está vermelha igual a um tomate maduro! - Disse franzindo a testa, olhando da filha para Michael. - O que está acontecendo aqui? - Perguntou irada.
- Não está acontecendo nada! - Respondeu Claudia ainda mais corada.
- Como não? Cadê a irresponsável da sua irmã? - Perguntou pegando o celular. - Eu pensando que ela estava cuidando de você, e ela te larga aqui com um completo estranho!
- Ele não é nenhum estranho mãe. - Disse sorrindo.
- Ah, não! E você o conhece a anos, não é mesmo minha filha? - Perguntou sarcástica.
Claudia fechou os olhos, imaginara que o pai já teria dito a verdade para a mãe, mas pelo visto ela estava errada, e o pai ainda não dissera a ela que contara tudo para a filha sobre o rapaz que a encontrara naquela noite tenebrosa, e a mãe seria capaz de expulsa-lo do quarto, só para manter esse "segredo" guardado.
- Ele é meu colega de trabalho mãe, e é o filho do Stivie, não creio que ele seja tão estranho assim. - Respondeu Claudia frustrada.
- Grande coisa ser filho do Stivie. - Debochou. - Até que enfim, cadê você? - Perguntou ao telefone saindo do quarto.
- Desculpe, minha mãe ela é um pouquinho difícil. - Justificou constrangida.
- Só um pouquinho? - Perguntou sorrindo, aproximando-se novamente.
- E a Katie? - Perguntou preocupada. - Desculpe-me, eu não deveria ter permitido que você ficasse aqui.
- Eu escolhi ficar, e a Katie está muito empolgada porque vai à igreja com a Luciana e a Carla.
- A minha irmã vai à igreja? Uau! - Exclamou feliz. - A Luciana me falou que conheceu Lauren; ela ficou encantada com Lauren e Katie.
- E as duas com ela. - Disse distraído - Katie está encantada com a igreja de Luciana, ela disse que é pequena e aconchegante, a nossa igreja está grande demais.
- Mais não é esse o intuito das igrejas crescerem? - Perguntou confusa.
- Sim. Mais infelizmente às vezes ela cresce tanto em número que esquecemos qual é o foco principal. - Disse triste.
- E qual seria esse foco principal? - Perguntou interessada.
- Conquistar as pessoas para Jesus, e vivermos como os irmãos em Cristo que somos. O salmos 133,1 diz: "Oh, quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união". E infelizmente estamos perdendo isso.
- E você sente falta disso. - Afirmou solidária, ele assentiu abaixando a cabeça. - Michael! - Disse pegando na mão dele. - Você também deve ir à igreja, eu sei que é importante para você. E quando acabar o culto abrace o maior número possível de irmãos e diga a eles que você os ama, e se der tempo você vem aqui me falar como foi, não tenha pressa eu não vou a lugar nenhum nessa noite. - Disse bem-humorada, e ele desejou ardentemente beija-la naquele momento, mas apenas sorriu.
- Tem certeza que não vai fugir enquanto eu estiver fora? - Perguntou erguendo a sobrancelha.
- Tenho. Mas se por ventura isso vir a acontecer, eu deixarei as migalhas para você me seguir, as orientações ficarão lá na recepção. - Ele gargalhou.
- Eu acho bom. - Disse beijando a testa dela. - Eu vou. - Ele engoliu seco. - Mas volto. - Disse dividido entre o desejo de ir e o de ficar, mas sabia que ela estava certa ele precisava ir, Deus sempre em primeiro lugar, e nos últimos dias ele estava muito relapso.
- Que diabos está acontecendo com a sua irmã? - Perguntou dona Marta entrando furiosamente no quarto, Michael piscou para Claudia e saiu do quarto em silêncio.
- Mamãe qual o seu problema? Pare de gritar, esqueceu-se de onde a senhora está? - Perguntou impaciente.
- Não me venha com gracinha, eu quero saber o que você está fazendo com a minha filha? - Perguntou irada.
- Eu não estou fazendo nada com a sua filha. - Respondeu murchando, a mãe se aproximou encarando-a estranha. - O que foi? - Perguntou assustada.
- O que está acontecendo entre você e aquele lá? - Perguntou calma apontando para a porta. A calmaria antes da tempestade.
- Aquele lá tem nome mamãe, e não está acontecendo nada entre mim e ele. - Respondeu inquieta.
- Nunca vi você olhando daquele jeito para nenhum outro homem. - Disse pesarosamente.
- Mamãe a senhora nunca me viu olhando para homem nenhum. - Comentou constrangida, a mãe franziu a testa.
- Isso é verdade! - Puxou a cadeira e sentou perto da filha. - Minha filha eu só não quero que você sofra como a sua mãe.
- Pelo que eu soube, não havia nada de errado com o meu pai! - Disse sentando.
- Ele abandonou vocês, ele poderia...
- Ele poderia muita coisa se o meu avô não tivesse se envolvido, por favor, não se envolva! - Pediu corada.
- Isso é sério? Eu sou a sua mãe, sempre estive do seu lado e você está me dizendo para não me envolver com a maior besteira que você está prestes a fazer por causa de um cara que você nem conhece? Um cara com um passado duvidoso, filho de um mafioso, e ex-marido de uma viciada! - Concluiu alterada.
- A senhora sabe o que fizeram com o meu telefone? - Perguntou quase às lágrimas.
- Você está me ouvindo Claudia? - Gritou.
- Estou mamãe, eu não sou surda. Eu só quero o meu telefone, por favor! - Disse com as lágrimas molhando seu rosto.
- E o que você quer tanto com o seu celular? E por que cargas d'agua você está chorando? - Perguntou a mãe alterada.
- Eu não estou chorando e quero ligar para o meu pai. - Respondeu fungando, a mãe fungou mais alto.
- Claudia o que está acontecendo? Você já me expulsou daqui hoje, e está querendo fazer isso de novo? - Perguntou irritada.
- Não! Eu não expulsei a senhora mais cedo, e nem pretendo fazê-lo agora...
- Ah, não? - Interrompeu-a. - Então o que foi aquilo, e por que você quer ligar para o seu pai? - Perguntou desdenhosa.
- A senhora está cansada de ficar me acompanhando em hospitais, não tem dado a devida atenção às meninas, eu só quero que a senhora entenda que eu preciso sim da senhora, mas eu já posso me virar algum tempo sozinha, a senhora pode cuidar das suas coisas, eu vou ficar bem mamãe. E agora eu quero falar com o meu pai, porque não quero discutir com a senhora.
- E por que você iria discutir comigo? - Perguntou confusa.
- Sério mamãe? A senhora percebeu que o Michael é alguém especial para mim, o mais provável é que não passemos de amigos, mas ele é especial mamãe, e olha os comentários que a senhora faz! - Argumentou pesarosamente.
- Filha mais é verdade! - Disse erguendo os braços. - Você quer o quê? Que eu fique feliz com essa situação? Você nem sabe que relação ele tem com a madrasta...
- MÃE! - Exclamou horrorizada interrompendo-a.
- O que você quer Claudia? Que eu minta para você? Que eu ache muito natural a pouca vergonha daquela família? - Perguntou indignada.
- Mamãe, eles já resolveram as suas diferenças. Eu sei que é complicado, mas a senhora já parou para pensar que talvez o Stivie não me queira perto do filho dele? Afinal eu sou mais quebrada que o Michael! - Ela olhou de boca aberta para a filha.
- Por que cargas d'agua o Stivie faria uma coisa dessas? Você é ótima! É linda, carinhosa, generosa! - Disse acariciando o rosto da filha.
- Pelo mesmo motivo que a senhora está me falando todas essas coisas mamãe, os pais não querem seus filhos ou filhas, envolvidos com pessoas problemáticas. - A mãe franziu a testa. - E, por favor! Eu quero meu telefone.
- Pegue. - Disse pegando o celular da filha na bolsa. - Ainda vai ligar para o seu pai? - Perguntou entregando o celular para a filha.
- Isso depende da senhora. - Disse erguendo a sobrancelha. - A senhora vai continuar falando mal da família do Michael? - Perguntou sorrindo, a mãe sorriu e puxou a cadeira, sentando ao lado da cama.
- Certo! Me fala como é ser uma heroína? - Perguntou sorrindo, e Claudia riu também.
- A senhora não tem jeito mamãe! - Disse sorrindo pegando a mão da mãe.
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Michael encontrou Victória e Eduardo na entrada da igreja, cumprimentou-os sorrindo estava com saudades de estar na casa de Deus e de estar com os amigos. Sentiu uma mão no seu ombro, virou-se ainda sorrindo.
- O bom filho a casa torna! - Disse o pastor sarcástico, Michael franziu a testa.
- Algum problema pastor? - Perguntou confuso.
- Que tal você me dizer se há algo errado? Pode ser depois do culto? - Perguntou erguendo a sobrancelha.
- Claro! Com certeza! - Respondeu sem jeito, e o pastor entrou na igreja cumprimentando alegremente os outros fiéis.
- O que deu nele? - Perguntou Eduardo confuso.
- Eu disse que ele estava chateado comigo! - Respondeu Michael olhando para dentro da igreja.
- Isso foi estranho, ele está mais que chateado ou infeliz com você. - Argumentou Eduardo intrigado.
- Homens são tão distraídos! - Comentou Victória, balançando a cabeça. - Ele finalmente percebeu que o Mike jamais vai se interessar pela doce Ana Maria 'que nem é tão doce assim', diga-se de passagem.
- Isso é crueldade amor! - Disse Eduardo sorrindo.
- Espera aí, ele me disse alguma coisa que na igreja havia ótimas mulheres pra mim, incluindo a filha dele, mas eu achei que ele estava apenas fazendo conjecturas! - Disse surpreso olhando os amigos de um para o outro.
- Não pense nisso! Deus está no controle de tudo como sempre, então vamos esperar nas coisas boas que Deus tem reservado. - Disse Victória encarando-o, seu tom de voz fez seu esposo levantar uma sobrancelha, Michael apenas sorriu.
- O que você está sabendo que eu ainda não sei amor? - Perguntou Eduardo olhando de um para o outro.
- Eu não...
- Não quero ser chata, mas o culto já vai começar. - Sarah a interrompeu. - O que vocês fizeram contra o pastor para ele estar tão mal-humorado? - Perguntou arqueando a sobrancelha.
- Ele te mandou vir atrás de nós? - Perguntou Eduardo sorrindo.
- Sim. E ele está muito estranho, até parece que são só vocês que estão aqui fora. - Disse olhando em volta.
Michael acompanhou o olhar da amiga, várias pessoas conversavam animadamente fora da igreja, era natural algumas pessoas ficarem conversando lá fora até o pastor iniciar o culto, ele respirou fundo.
- Vamos entrar logo, antes que ele mande mais alguém vir atrás de nós. - Disse Michael se virando para entrar, Victória puxou-o pelo braço.
- Posso falar contigo só um minutinho? - Perguntou ela séria.
- Claro! - Eduardo beijou a esposa e entrou na igreja com a cunhada. - O que foi? Algum problema? - Perguntou preocupado.
- Como foi com a Claudia? - Perguntou mordendo o lábio, sinal de nervosismo.
- Foi tudo bem! - Respondeu olhando-a nos olhos, ela fungou.
- Mike você tem alguma coisa para me falar? - Perguntou frustrada.
- Você quer saber se eu vi a tatuagem no braço dela? - Perguntou sorrindo.
- Sem graça! - Resmungou empurrando-o. - E como você está? Ela já sabe sobre você e aquela noite? - O pastor iniciou o culto.
- Eu estou bem agora; e sim ela já sabe. - Ela sorriu.
- Quero saber todos os detalhes. - Disse puxando-o para dentro. - E a propósito eu posso contar para o meu marido? Você não queria que ele soubesse porque não queria ele preocupado com você, e nem queria ficar falando a respeito, mas agora não tem motivo para nada disso. - Ele parou a puxando.
- Será que não? Ainda não sei se a Claudia quer todo mundo sabendo da história dela.
- Então fala logo com ela, ou eu vou falar com ela. O Edu sempre soube que eu escondo um segredo seu e ele super entende, mas você é amigo dele também e ele está se perguntando o que pode ser tão grave para você não confiar nele.
- Vocês dois se importariam de entrar, por favor! - Perguntou o irmão que ficaria na porta naquela noite.
- Desculpe-me irmão! - Pediram os dois ao mesmo tempo entrando na igreja.
A igreja não tinha uma pessoa fixa para ficar na porta, por isso havia uma escala, e o irmão que estava lá nessa noite era um senhor já idade que a única coisa que Michael sabia dele, era que seu nome era Moisés e que era viúvo, com tristeza mais uma vez naquela noite ele pensou que estava em dívida com a igreja na qual era membro, em que momento se tornara tão frio com os irmãos em cristo? Concentrou-se no culto.
Naquela noite o pastor que levou a Palavra falou do Amor infinito de Deus, o sermão foi João três dezesseis, e foi uma mensagem revigorante e edificante. No entanto quando o pastor Sílvio pegou o microfone o coração de Michael gelou.
- Vocês podem dizer que Deus os julgariam inocentes como Davi fez no salmo vinte e seis? Se Deus coloca-los à prova vocês poderão dizer que estão de acordo com a Verdade de Deus? Deus nos ama incondicionalmente, Ele deu Seu Filho Unigênito para morrer por nós, e aí, vocês têm vigiado, como Davi, vocês podem dizer "não passo tempo com mentirosos, não ando com hipócritas, não me reúno com os maldosos, não estou ligado aos perversos, lavo minhas mãos para declarar minha inocência". Quantos de vocês meus irmãos têm vindo ao altar do Senhor com cânticos de gratidão, pois estão cheios de inocência e tem certeza de cumprir com o desejo de Deus? Meus irmãos devemos amar a Deus em primeiro lugar e como está escrito no salmo um, "feliz o homem que não segue os conselhos dos perversos, não fica no caminho dos pecadores, nem se junta aos escarnecedores", cuidado irmãos tem muitos de vocês se perdendo, vigiem, orem, não deixem que o mal adentre à casa de vocês.
Em todos esses anos de conversão Michael nunca teve problemas com liderança, a avó o ensinara que qualquer autoridade era instituída por Deus e deveria ser respeitada, mas sério naquele momento estava complicado lembrar que ali, naquela igreja, aquele senhor era a autoridade máxima.
- "Senhor meu Deus, o Senhor conhece o meu coração, e sabe de tudo o se passa comigo, seja o Senhor comigo para que eu não peque contra o meu pastor, o Senhor o colocou aqui para nos orientar e guiar, para que façamos a Tua Vontade, e eu Te peço Senhor, oriente-o e guie-o para que ele faça a Tua Vontade. Eu não sei de nada Senhor mais confio em Ti, para me guiar na direção correta, em nome de Jesus não permita que a mágoa que eu estou sentindo agora aumente Senhor, tire de mim toda mágoa, ressentimento e raiva que eu estou sentindo, seja o Senhor comigo e não me deixe pecar. Em nome de Jesus não me deixe pecar contra o meu pastor, amém". - Orou.
Edna estava dando os avisos, e lembrando aos irmãos que não saíssem sem cumprimentar uns aos outros. Fazendo-o se lembrar do que Claudia havia lhe pedido, sorriu ao lembrar dela.
- Você sabe que o pastor te deu uma indireta bem direta, não sabe? - Disse Everaldo assustando-o. - Você falou alguma coisa pra ele sobre o motivo desse seu sorriso bobo? - Perguntou olhando para o altar onde os pastores conversavam. - Acho que o pastor Mário não gostou da intervenção nada haver do pastor Sílvio. - Disse franzindo a testa. - Mike, você está sentindo que está acontecendo alguma coisa estranha na igreja? Que a igreja já não é mais a mesma de antes?
Michael olhava pensativo para Everaldo, de todos os irmãos Albuquerque Everaldo era o menos intenso, ele não era do tipo que ficava se preocupando com as coisas, mas com certeza depois da Eduarda era o mais atento ao comportamento das pessoas. Ele olhou intensamente para Michael que sorriu.
- Você quer respostas para todas essas perguntas ou foram aleatórias? - Perguntou franzindo a testa, Everaldo sorriu arrastando o amigo. - Eu respondo todas elas, se você me acompanhar em uma missão.
- Missão? Estou dentro. - Everaldo era assim, ele dizia sim e depois perguntava do que se tratava. - Qual é a missão? - Michael sorriu.
- Abraçarmos o maior número de irmãos e dizermos a eles que os amamos. - Everaldo olhou para os grupos dentro e fora da igreja.
- Quando que nossa igreja virou essas panelinhas? - Perguntou triste. - Aliás ali está a nossa panelinha. - Disse indicando os irmãos e a esposa.
- Verdade! - Concordou Michael também triste. - E aí?
- Vamos nessa! - Respondeu rindo. - Ótima ideia essa sua.
- Não foi minha ideia. - Disse orgulhoso
- Foi da Claudia. - Everaldo gargalhou alto, fazendo alguns irmãos olharem para eles.
- A mulher que o pastor acha que está te desvirtuando, te pediu para ser carinhoso com seus irmãos em Cristo? Já amo minha cunhada de coração, e vamos que temos muito abraços para dar.
E os dois começaram a abraçar as pessoas e a dizer que as amavam, e apesar de surpresas e confusas, elas sorriram e começaram também a abraçar umas às outras, e do meio para o fim estavam todos se abraçando e dizendo que se amavam.
E quando as pessoas começaram a se despedir, Michael percebeu que o número de grupos haviam diminuído, e os grupos estavam interagindo entre si, de repente parecia que todos estavam falando a mesma coisa, as pessoas estavam mais misturadas.
Michael e Everaldo estavam afastados olhando os irmãos conversando verdadeiramente uns com os outros, os dois pareciam crianças, coradas e felizes.
- Diga à Claudia que foi uma ótima ideia, fazia tempo que eu não me divertia tanto. - Disse sorrindo.
- Direi sim. Bem às respostas para as suas perguntas. Sim eu sei que a indireta do pastor foi pra mim; sim eu falei com ele sobre o motivo do meu sorriso bobo; e sim, hoje eu pensei exatamente no quanto a nossa igreja tem esfriado, e no quanto não somos mais os mesmos.
- Ainda bem que ainda temos a oração de sábado pela manhã, parece que naqueles momentos ainda estamos em comunhão completa com Deus.
- Isso porque dedicamos aquele momento exclusivamente para a oração e a adoração, e não ficamos pensando no irmão'A' ou 'B'.
- Faz sentindo. - Afirmou distraído.
Sorrindo Michael pegou o celular distraído e ligou, sempre o desligava no culto, assustou-se ao ver a hora.
- Jesus amado! Mais de meia noite, eu preciso buscar minha filha! Tchau Everaldo. - Disse saindo, esbarrando no pastor.
- Mike, posso falar rapidinho com você?
- Lamento pastor, mais vai ficar para outra hora, está muito tarde, e eu tenho que pegar minha filha.
- Achei mesmo estranho não vê-la, está tudo bem com ela?
- Sim, está tudo bem! E desculpe-me pastor, mas podemos nos falar amanhã depois do culto. Tchau, paz! - Despediu e saiu correndo.
Continua...