Constelações

By Fuqqboi

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Onde Sirius gosta de tatuar constelações. " - Eu acho que nunca te disse isso, mas eu amo suas sardinhas - Si... More

Lua Cheia
Coroa De Flores
Floresta Proibida
Salão Comunal
Dorcas e Torre de Astronomia
O Trem
Lar
Halloween Parte 1
Sirius Black
Você está me deixando louco
Olhos Laranjas
Tick-Tock
Remus Lupin
Perdão
De Pink Floyd à Bowie
Bang
A Residência Lupin
Eu também tenho cicatrizes
Perguntas e Respostas
Velhos Hábitos
Trevo de Quatro Folhas
Milagres
Poções
Oscar Wilde
Amor
O Acordo
Cão e Gato
Regulus Black
Amarrando as Pontas
Passagens Secretas

Halloween Parte 2

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By Fuqqboi

Sirius estava encostado na parede externa do castelo, seus braços estavam cruzados e ele sorria pra cena. Peter segurava a mão da garota que gostava, e eles estavam conversando. E rindo. E ela olhava pra ele num jeito que fazia o coração de Sirius esquentar. Ele gostava dessas cenas nos livros que Remus lia para ele, aquelas cenas de momentos bobos e fúteis, mas que mostram o quanto o casal se ama ou gosta da companhia um do outro. A garota estava fantasiada de múmia, era até engraçado, mas com Pettigrew fazia sentido. Ele mordeu seu lábio e olhou pras outras garotas, seu coração pulou em seu peito. Era sinceramente impressionante o quão perfeitas garotas eram. Cada uma de seu jeitinho, todas encantavam Sirius. Mas nenhuma lhe dava a sensação dos livros. Não que ele não gostasse de garotas! Muito pelo contrário, ele amava garotas, de verdade. Amava as peles macias, os cabelos, as risadas... Por Merlin, como ele as adorava. Mas ele nunca teve aquela sensação de pertencimento, nunca se apaixonou por uma garota, ele nunca namorou, era considerado um "fuckboy", e sinceramente o título o agradava. Apesar de acharem que ele nunca vá querer algo sério, a verdade é que ele realmente quer algo sério, alguém que possa dormir de conchinha, dançar em bailes, que faça seu coração explodir no peito e borboletas dançarem em sua barriga. Ele quer que isso seja real, mas ninguém despertou isso nele, pelo menos o momento.

- Padfoot! Olha isso!- A visão de Remus correndo em sua direção fez seu coração pular. - Olha! Eu estava analisando a profecia que a senhora tinha feito e tá vendo essa linha? Eu tenho quase certez-
Sirius colocou sua mão sobre a boca de Remus, forçando o garoto a se calar. Ele recebeu uma careta do mais alto, não que isso o incomodasse muito.

- Insuportável.- Remus resmungou quando sua boca ficou livre.
Sirius tomou o caderninho de Remus da mão dele.
-Sem ver esse negócio de profecia, Remus! Pelo menos durante essa noite, por favor. - Ele disse escondendo o caderninho atrás de suas costas.
- Pads...- O mais alto se calou novamente quando Sirius colocou o dedo indicador em seus lábios.

- Por mim? - Black perguntou, com um biquinho, fazendo aquela maldita cara de cachorro perdido que ainda afetava Remus toda santa vez.
- Ugh, tudo bem. O que você quer fazer então?

Sirius sorriu e guardou o caderninho do amigo em seu bolso.
- É uma festa, Moony, vamos dançar.- Black disse, dobrando o braço para que Remus entrelaçasse o seu ali. O garoto hesitou, mas acabou cruzando seus braços e indo com Sirius.
Eles seguiram até um lugar mais afastado da festa, onde ainda se podia ouvir a música. Sirius pousou uma de suas mãos na cintura de Remus, enquanto a outra segurava a mão esquerda de Remus. Lupin sentiu borboletas em sua barriga e pousou sua mão direita no ombro de Sirius.

- Você é um idiota.- Ele resmungou, sentindo suas bochechas esquentarem.- E se alguém nos vir assim, Six?
- Qual o problema de verem dois amigos dançando?
- Você sabe o que eu estou querendo dizer, Pads.

Sirius colou seu peito com o de Remus e sorriu doce, com um pouco de travessura escapando no sorriso. Seus pés começaram a se mover junto com os de Remus.
- Desde quando você se importa com o que os outros pensam, Moony?
- Desde quando você sabe dançar sem pisar nos pés do seu parceiro?
A risada de Sirius ecoou pelo pátio e Remus sentiu as vibrações contra seu peito. Ele sorriu com a sensação.
- Touché.

Eles continuaram em silêncio, os pés se movendo sincronicamente, os corações batendo no mesmo ritmo, suas sombras se entrelaçando na grama. Sirius cheirava a menta e... Uma risada escapou do licantropo.
Sirius arqueou a sobrancelha.

- O que foi?
- Você está cheirando a álcool, Sirius. Você batizou o ponche outra vez?!
- Você pensa tão mal de mim, Remie. - Sirius disse, sentindo o canto de sua boca subir.
- Sabe, você faz 17 anos ano que vem, não seria preciso esperar muito pra beber legalmente.
- Ah, Moony, mas aí onde estaria toda a graça?
Remus revirou seus olhos.
- Nem para me oferecer então?- Sirius riu com a resposta e parou seus movimentos. Ele levou sua mão ao bolso de sua calça e dali tirou um frasco de Whisky. Ele tirou a tampa e tomou um gole, em seguida ofereceu ao garoto a sua frente.

- O que é?- Remus perguntou, fechando seus dedos ao redor do frasco.
- Vodka pura, tome cuidado que é forte.
Remus revirou os olhos.
- Eu sei o que é vodka pura, Black.
Remus tomou um gole grande. Sirius sorriu de lado e cruzou os braços, esperando o amigo ter uma crise de tosse, reclamar, xingar, ou até mesmo cuspir tudo. Mas ele não esperava Remus abaixar o frasco, com o rosto sem expressão alguma, encarar Sirius e sorrir.
- O que você estava dizendo, querido?

- Ah, cale a boca. - Sirius sentiu suas bochechas esquentarem e tentou pegar o frasco de volta. O que foi falho, porque Remus era no mínimo dez centímetros mais alto que Sirius, e ele havia esticado sua mão para o alto, deixando o frasco para longe do alcance de Black.
Remus riu alto.

- Agora isso é simplesmente cruel. - Sirius resmungou, com o rosto pegando fogo, seus braços cruzaram novamente.
- Awwww, você fica tão adorável de biquinho, Black. Acho que a altura ajuda um pouco.
- Eu vou te matar, Remus John Lupin.
- Vai fazer o que? Me bater? Cuidado para não bater a cabeça no meu joelho.
- Você é um homem morto.- Sirius declarou, Lupin riu alto e começou a correr em direção às árvores, Sirius o seguiu em seus pés, xingando mentalmente as pernas longas e rápidas de Remus.
- Me pegue se conseguir!- Remus disse rindo para as árvores, o vento cortando ao seu lado. Ele tomou mais um bom gole do pequeno frasco.

Sirius havia começado a pensar que aquilo era um pouco injusto. Ele parou por um momento, e de um segundo para o outro ele não era mais aquele menino, e sim um grande cão preto. Ele voltou a correr, em poucos segundos ele já havia alcançado o pé do mais alto. E ele decidiu fazer o que qualquer pessoa em forma de cachorro faria, ele mordeu o calcanhar de Remus. Não pra machucar, apenas para ter um gostinho de vitória quando Remus caísse no chão. O que foi o que aconteceu.

- Seu cachorro fedido!- Remus xingou e começou a rir, equilibrando o frasco em sua mão para que a bebida não derramasse. Sirius voltou a sua forma humana e riu enquanto se sentava no chão ao lado do garoto. Ele pegou o frasco de volta e deu um belo de um bom gole.

O fato era, a vodka pura era uma bebida forte, ela descia queimando pela garganta e seu efeito era rápido. Não era o primeiro gole de Sirius, tampouco o de Remus. O efeito do álcool pode ser diferente em cada pessoa, por exemplo, uma vez no quinto ano, a primeira vez que conseguiram convencer Sirius a ficar realmente bêbado, ele não parava de rir, beijou todas garotas presentes que havia conseguido no menor tempo possível. Em contrapartida, na mesma noite, James havia ficado chorando, se perguntando o porquê da Lily não gostar dele. E Peter havia dormido logo assim que havia começado a beber. Sirius nunca havia visto Remus bêbado. Ele não sabia qual seria sua reação. Talvez ele pudesse culpar a bebida. Ou o jeito que os dois estavam perto, dividindo os últimos goles da bebida. Ou talvez o crescente calor no seu peito, o formigamento de seus dedos, as borboletas em seu estômago. A lista de Remus já era maior, a bebida com certeza era um dos fatores, e todos aqueles sentimentos também. Talvez ele também pudesse culpar a Lua Cheia que estava próxima, seus sentimentos afobados e seus sentidos bagunçados. Ele não poderia mentir, era algo que ele queria há tempos. E talvez, talvez, eles nunca chegassem a uma conclusão concreta dos motivos que levaram ambos as decisões feitas naquela noite.

Sirius rosqueou a tampa de volta e guardou o frasco vazio em seu bolso. Seus olhos encontraram o de Remus. Âmbar em Cinza, Cinza em Âmbar. Seus dedos finos se ergueram e traçaram as pequenas sardas no rosto de Remus. Remus sentiu um arrepio percorrer seu corpo com o toque gelado.

- Eu acho que nunca te disse isso, mas eu amo suas sardinhas - Sirius disse e sorriu fraco- É quase como se você tivesse suas próprias Constelações.
Remus sentiu um sorriso involuntário crescer em seu rosto, seu olhar baixou e ele traçou um desenho na terra, sem saber como responder. Era a milésima vez que ele corava nesta noite. Sirius Black tinha esse efeito sobre ele.
Sirius mudou sua mão de lugar e segurou o queixo de Remus, erguendo o rosto do mais novo para que eles se encarassem. Remus sentiu seu interior revirar, uma fisgada em sua barriga e seu coração dobrar de ritmo em seu peito.

- Você fica adorável quando cora. - Sirius disse com a voz como veludo, como música para os ouvidos de Remus. Então Remus fez o que qualquer pessoa sã faria. Ele se inclinou e selou seus lábios com o de Sirius, o beijando com urgência, carinho e cautela, sentindo cada átomo de seu corpo pedir por mais.
Sirius não poderia dizer que estava surpreso com o ato, o que, na verdade, o surpreendia. Ele moveu sua mão até a cintura de Remus e se entregou ao beijo. No momento ele não conseguia pensar em mais nada. Mais tarde ele iria ter uma crise de sexualidade, ia se preocupar com o que sua família iria pensar, iria se preocupar com o que sua família de verdade iria dizer: James, Peter e os pais de James. Mais tarde. Agora tudo que seu cérebro conseguia formular era como os lábios de Remus eram macios, de como eles se encaixavam perfeitamente nos seus, em como ele nunca havia se sentido tão em casa como nos braços do garoto a sua frente.


A música na mídia é a que eu usei pra escrever esse capítulo, então acho que seria ótimo se vocês lessem a ouvindo.
Eu queria agradecer a todos vocês que lêem e apoiam esta história, Constelações já chegou a 8k de visualizações! Isso é incrível de pensar, em Novembro eu estava comemorando os 3k! Muito obrigado por todo o apoio, vocês são foda. Apolo.

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