Minha casa não é como a mansão Mikaelson, mas também é uma enorme. Meus pais se casaram logo depois que eu nasci.
Tia Valentine diz que o tio Kol (chamamos ele assim), soltou fogos nesse dia. Quem ficou triste foi o Jordan. Depois de um tempo ele se acostumou. Falando nele, estou com saudades do meu tio preferido. Pois é, fui trocada por Hollywood.
Jordan virou diretor de cinema. E sempre me manda presentes caros.
Tomo um susto quando olho para o relógio. Estou muito atrasada!
"Sarah, não corra pelas escadas" - pede o meu pai.
"Desculpa pai, é que estou atrasada para ir pra escola" - falei pegando a minha bolsa.
"Vai querer que eu te leve?" - perguntou a minha mãe.
"Obrigada mãe, mas não quero atrapalhar vocês. Estou indo, beijos" - falo beijando as bochechas deles.
"Cuidado" - pede Katherine.
"Fique longe dos garotos" - falou Derek, colocando uma torrada na boca.
"Pai!" - reclamo.
Se ele soubesse...
"Derek!" - falou minha mãe.
Meu pai olha para mim e depois para sua esposa.
"Sem reclamações! Nada de meninos e ponto" - disse.
Katherine fica brava e começa a discutir com ele. Saio de fininho, porque se não vai sobrar pra mim.
Entro no meu carro e começo a dirigir.
Minha mãe fala que devo aproveitar a vida e ficar com garotos. E eu faço isso, faço porque o garoto que me interessa também fica com outras.
Nunca que eu, Sarah Hale Petrova, iria ficar pintada de palhaça vendo o Sirius sair com várias e euzinha com ninguém.
Isso mesmo, fiquei com algumas pessoas. Ser uma das garotas mais populares da escola tem seus pós e contras.
Meu pai não pode nem pensar que já beijei na boca. Só de imaginar o show que ele iria fazer me arrepio toda. É capaz do tio Jordan sair de Hollywood só para vim filmar.
Se pelo menos o Sirius gostasse de mim como eu gosto dele...
Não sou apaixonada por ele só por causa da sua beleza. Confesso que o fato dele ser lindo contribui bastante, mas existe outros motivos. O Parker sempre foi carinhoso e cuidadoso comigo. Ele amava me pegar no colo e jogar o meu corpo pra cima, e depois segurá-lo.
Dei o apelido de Little Prince para o Sirius, porque o mesmo disse uma vez que iria buscar uma rosa em um planeta diferente, para provar que eu sou mais bonita do que até a mais rara das rosas.
No meu aniversário de treze anos, ele falou uma coisa que não sai da minha cabeça até hoje.
"A cada dia que passa, a cada mês e ano, você parece que fica ainda mais bonita. Vou ter que me preocupar com os meninos idiotas agora" - fala, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Passo por um beco um pouco escuro. Fechei os vidros. Fiquei distraída pensando no Sirius, que quase bato o carro quando vejo o mesmo beijando uma garota qualquer.
Parece que adivinhou que eu estava pensando nele.
Respirei fundo.
Aumento a velocidade do carro.
Seguro as lágrimas. Nunca chorei e nunca vou chorar por homem algum.
Minha mãe me ensinou que não devemos chorar por quem não nos merece. Temos é que fazer eles chorar pela gente.
Estacionei o carro, porém não saio dele.
"Por que eu insisto em me iludir? Que droga Sarah, vê se cresce e supera essa paixão idiota de criança" - falo batendo no volante.
Escuto uma respiração atrás de mim.
Quando olhei pra trás, tomei um susto.
"Que susto Max, quer me matar? Você está parecendo um psicopata desse jeito" - falo.
"Talvez eu seja um" - sussurra sorrindo.
Dou risada.
Max é meu... Hum... Ficante? Amigo colorido? Algo relacionado.
"Disso eu não duvido nem um pouco" - falei.
Ele levanta uma sobrancelha.
"Por que você estava tão irritada com o volante?" - perguntou.
Semicerrei meus olhos.
"Não finja que não escutou. Você é um vampiro!" -
E novamente, ele sorri.
"Dessa vez você me pegou. Ei, não vale a pena esquentar a cabeça por alguém que não te merece... Vem, vamos entrar logo. Precisamos ir rápido, se o diretor nos vê é o nosso fim" - brincou, enquanto abria a porta do carro para mim.
Deixo o Max pegar na minha mão.
"Você está certo. Acho que está na hora de eu ser mais como a minha mãe era" - digo sorrindo maliciosa.
Faço um toque de mão com o Max.
"Adorei a ideia" - falou no meu ouvido.
Balancei a cabeça em forma de negação.
Quem ver pensa que o Max é apaixonado por mim, só que não é isso. Podemos ficar, mas ainda somos grandes amigos. Meu amigo parece com o tio Damon, tenho suspeitas de que eles são pai e filho.
Vai saber né.
Entramos na escola e começamos a correr. Eu quase caia no caminho, o que fez a gente rir até dar de cara com o Sirius, Henry e Hero.
Parker me encara nada feliz, depois olhou para o Max, que fez questão de passar as mãos pelos meus ombros (como eu disse, ele é a cópia do Damon Salvatore).
Hero coça a garganta, fazendo a guerra de olhares acabar.
"Aonde você estava Sarah?" - perguntou sério, sem tirar os olhos do Max.
"Ela estava comigo" - respondeu o meu amigo colorido.
Sirius dá um passo para frente, fazendo ele e Max ficarem cara a cara.
"Não me lembro de ter te perguntado algo. Sarah, o que você estava fazendo com ele?" - agora sua atenção foi pra mim.
"A gente estava matando a saudade. Sabe, nossas bocas passaram muito tempo sem ter contato de novo. Se quiser pode falar que estávamos nos pegando, é esse o linguajar dos jovens deste século né?" - Max perguntou para mim.
"Ferrou" - sussurra Henry.
Sirius está com o maxilar travado e com as mãos em punhos.
Um dos seus punhos iria acertar o Max, mas eu o puxei.
"Sirius! Ficou maluco?" - perguntei, ficando na frente do meu amigo.
"Como? Você é que está maluca por matar aula pra ficar com um cara de décadas mais velho que você. Seu pai sabe disso Hale? Que anda por aí ficando com qualquer um..." - imterrompo ele.
"Meninos, nos deixem sozinhos" -
"Tem certeza?" - sussurrou Max, no meu ouvido.
Escutei um rosnado vindo do Sirius.
"Pode ir, vou ficar bem" - tranquilizei ele.
Antes do Max sair ele me dá um selinho. Henry e Hero seguraram o Parker pelos braços.
"Eu vou matar esse pedófilo aproveitador" - quase grita.
"Já chega Sirius! Hero, Henry, por favor..." - peço.
Henry me lança um olhar de que vai chamar a Luz, nego para ele, que entende o recado. Os meninos saem rapidamente.
Cruzei os braços irritada.
Hora de mostrar de quem sou filha.
Fico bem perto sua boca, o mesmo não desvia a atenção da minha.
"Escuta bem Little Prince, a vida é minha e não sua. Fico com quem eu quiser e na hora que eu desejar. Sou livre" - me aproximo um pouco mais.
Meu "primo" nem se meche, sua atenção se divide entre a minha boca e meus olhos.
"Não tem nenhum direito de exigir algo de mim Sirius. Eu não sou uma das garotas vulgares que você pega" - continuei.
Me afasto dele e coloco o dedo na frente da sua boca, só para brincar um pouco.
Depois tiro o meu dedo. Ele sorri um pouco.
Seu sorriso some quando eu aproximo a minha boca em ouvido.
"Quem matou aula para ficar com alguém, foi você" - sussurrei.
O sinal toca, fazendo com que eu me afaste.
Sirius pisca três vezes, depois me olha de uma forma... diferente.
Meu corpo é puxado fortemente, ficando assim colado ao seu.
"Fique longe dele e de qualquer garoto. Não vou deixar os meus amigos me segurarem na próxima vez" - sussurra no meu ouvido, passando a boca de leve nele.
Assim como me puxou rápido, ele me larga rapidamente.
Parker sorri de lado e dá as costas para mim, sumindo no corredor.
Que raiva! Ele virou o jogo!
"SARAH" - grita Luz, pulando em mim.
"Ai, não me esmaga não" - brinco.
Ela abre a boca indignada.
"Está me chamando de gorda?" - perguntou.
"Estou. Antes de me matar, tenho que te contar o que acabou de acontecer" -
"Vai me dizer que perdeu a virgindade" - quase grita.
Coloco a minha mão na sua boca.
"Xiu, não fale alto. Não foi nada disso" -
Luz me puxou para a sala de limpeza e me fez explicar tudo o que aconteceu. Perdemos duas aulas nesse tempo.
Minha amiga passou quase quarenta minutos só rindo.
"Eu já falei que amo o Max? Admiro muito esse garoto" - falou rindo ainda mais.
"Desse jeito você vai morrer de tanto rir" - digo.
Ela respira fundo, parando de rir.
"Okay, Okay. Isso o que você me contou é coisa de fanfic. Parece que finalmente o meu irmão está percebendo que gosta de você" -
"Não, não. Ele estava agarrando uma garota alguns minutos antes de tudo acontecer. Chega de Sirius Parker por uns dias" - falei suspirando.
"A decisão é sua. E na verdade até concordo com você. Está na hora de fazer meu irmãozinho correr atrás do amor da vida dele" - disse, arrumando o cabelo.
" Eu vou amar ver ele implorando por meu amor" -
A Mikaelson me analisa por alguns segundos.
"É como se eu estivesse olhando para uma versão menos vadia da Katherine" - falou chocada.
Revirei os olhos e dou risada.
O sinal toca novamente.
"Parece que é hora do intervalo. Sirius deve estar uma fera porque não me viu na aula. Já estou até imaginando os ataques de ciúmes" - disse fazendo cara de cansada.
"É melhor a gente ir. Eu vou primeiro, depois de uns três minutos você sai" - falo.
Ela levantou as sobrancelhas.
"Está com medo de dizerem que nos pegamos? Desculpe Sarah, não curto mulheres" - fala, segurando o riso.
Revirei os olhos e saio da salinha.
Luz nem esperou os três minutos, saiu logo da sala.
"Não me olhe assim, a gente nunca ligou pra o que essas pessoas pensam ou falam da gente. Se nos pegamos ou não é problema da gente" - falou, mexendo no seu celular.
Não respondo, já que a Pequena Estrela está certa.
Algumas pessoas olham para a gente de lado, mas nenhuma tem a audácia de falar ou perguntar algo.
Chegamos no refeitório. Até que hoje não está cheio de alunos. Acho que é por isso que o Lucca está aqui.
"Eu vou falar com o Sirius, ele não para de nos encarar. Prefiro enfrentar a fera agora do que mais tarde" - fala a minha amiga.
"Ok. Só não fale que estava comigo. Inventa algo para ele achar que eu estava ficando com alguém" - digo com um sorriso vingativo.
Luz sorri venenosa e sussurra.
"Pode deixar Katherine dois ponto zero" - disse indo até o irmão.
Observo todo o lugar, até que olhei para o Max, que fez uma cara de surpresa.
Vou até ele e sento do seu lado.
"Mandou eu ir embora para se pegar com o Sirius?" - perguntou em uma falsa indignação.
Bato no seu braço.
"Qual é o problema seu e da Luz em não falar baixo? Não se esqueça que o Sirius pode escutar a gente" - sussurro.
"Ele não vai querida. Anos atrás pedi para uma bruxa colocar um feitiço em mim, onde bloqueia qualquer palavra que saia da minha boca e da boca da pessoa que fala comigo. Você sabe que um vampiro sozinho no mundo corre perigo" - explica.
Faço cara de quem não acreditou em uma palavra do que ele falou.
"Não está acreditando? Pois vou provar agora. Te darei um beijo no pescoço, o Sirius não vai entender nada e vai vim aqui" - disse beijando o meu pescoço, sem nem esperar a minha resposta.
"Olha pro Sirius agora" - sussurra.
Encarei o Little Prince, que está vindo na nossa direção. Sua cara não parece nada boa.
"Vai ser divertido" - falou Max, abrindo um sorriso sacana e colocando os pés sobre a mesa.
Puxo o Max rápido, quase derrubando ele.
"Ai sua doida" - reclama.
"Anda rápido" - falei o empurrando.
"Espera, eu quero ver o que ele vai fazer" - reclama tentando voltar.
Arregalei os olhos.
"Te matar! Ele vai te matar! Anda logo Max, não quero perder um amigo" - digo puxando ele novamente.
Comecei a correr e puxar o Max quando notei que o Sirius está nos seguindo.
"SARAH, NÃO ME FAÇA USAR MAGIA AQUI" - gritou Sirius.
"Xiiii, estamos em uma furada" - falou Max rindo.
Que vontade de bater nesse idiota.
"Corre mais rápido" - falo.
Sirius lança um feitiço de fogo no Max, coloco a minha bolsa na frente.
"Ah não" - falei soltando a bolsa, que ficou lá pegando fogo.
Virei em um corredor junto com o Max. Antes do Sirius nos alcançar, a Luz aparece e lança um feitiço que fez o irmão paralisar.
"Não... poderia... ter feito isso... antes?" - digo, tentando respirar.
"Tinha pessoas perto, não dava" - se explica.
"Ainda bem que sua mãe desbloqueou os seus poderes" -
"Ainda bem mesmo" - me respondeu.
"E você?" - falei pro Max, que mexia em seus anéis.
Ele levanta a cabeça, e diz.
"Eu o quê?" -
Revirei os olhos.
"Nem um obrigado?" - perguntei.
Max dá de ombros.
"Se te deixa feliz... Obrigado Sarah" - falou debochado.
Luz solta uma pequena risada.
"Tenho que libertar ele do feitiço, se alguém o ver assim... Acho melhor você ir para casa Max" - avisa Luz.
Minha amiga ficou discutindo com Max, para ele ir embora. Enquanto isso fui ver o Sirius, que está paralisado. Só os seus olhos se mexem.
"Por que não me deixa aproveitar a vida? Não sou sua irmã de sangue Sirius, mesmo que você me considere uma. Estou te libertando dessa proteção toda. Não precisa mais se preocupar comigo e com quem saio" - falo.
Suas pupilas se dilatam. Em um momento achei que ele iria se soltar do feitiço.
"Não sou a Luz, Sirius, já chega disso tudo. Chega de bater em garotos por minha causa! Não sou mais uma criança! Apesar de que nunca passei de uma criança para você certo? " - digo, segurando a vontade de falar dos meus sentimentos.
Mordo a minha língua e continuo.
"Espero que isso não se repita" -
Fico alguns segundos o olhando. Viro em direção a Luz. O Max já foi embora.
Murmurei um tchau para ela.
Comecei andar para longe deles, até que escuto um sussurro baixo.
"Queria te ver como uma criança, e não como mulher" -
Parei no meio do caminho. Será que ele falou isso ou foi coisa da minha cabeça?
Não voltei lá para descobrir.
Saio da escola rapidamente.
[•••]
Chego em casa correndo.
"O que aconteceu?" - perguntou a minha mãe.
"O amor aconteceu!" - falei com raiva.
Não adianta. Posso tentar ignorar, mas o sentimento ainda vai continuar aqui.
"Sarah, olhe para mim" - pediu, ordenou na verdade.
A olhei.
"O amor não é ruim se for com a pessoa, ou ser sobrenatural certo..." - corto ela.
"O problema é esse, acho que não é com o ser sobrenatural certo" -
Ela me dá um sorriso carinhoso.
"Como você sabe que não é se não tentou? Deveria tentar" - sugeriu.
"Não sei não mãe. E se eu me machucar?" - perguntei.
Katherine sabe muito bem de quem estou falando. Além de ser minha mãe, ela é minha amiga.
"Siga em frente e se cure sozinha. Não precisamos de homem nenhum para curar nossas feridas. Mas filha, o Sirius parece te amar de verdade, ele não seria capaz de te magoar. Pensei bem nisso" - disse, me deixando sozinha.
Coloco as minha mãos nos meus joelhos e começo a pensar.
Depois de três horas deitada pensando e pensando, pulo da minha cama decidida.
Não custa nada tentar.