God's Menu | TAEJIN

By reasontaejin

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"É fácil escolher o que você quer nessa loja Qualquer coisa no cardápio vai satisfazer seus 5 sentidos" Seokj... More

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By reasontaejin

oieeeeee, cheguei com capítulo fresquinho yay!

posso dizer que eu AMEI escrever esse porque eu já aviso, ele contém doses fortes de boiolagem kkk O nome já é bem sugestivo + o spoilerzinho que joguei ontem no twitter, então vocês já devem imaginar o que vem por aí.

Eu fiquei de postar o especial de 1K né? kakakak a fic ta quase com 2K e nada desse especial, mas com aquelas paradas lá que rolaram eu acabei deixando pra depois. Quem sabe no próximo não continuamos no climinha de boiolagem, mas com Jimin e Jungkook? Veremos

Enfim, boa leitura xuxus, não esqueçam de comentar e deixar a estrelinha

Uma das características mais intrínsecas de Taehyung era a de arregalar seus olhos enormemente, tão quanto sua boca, quando ele era pego de surpresa como foi naquele dia. O convite de Seokjin para que ele ficasse em seu apartamento até achar outro foi recebido com clareza, ele sabia que o mais não o estava chamando para morar consigo nem nada — até porque era loucura —, mas mesmo assim, parecia algo muito surreal.

No entanto, apesar da surpresa, ele aceitou. Aceitou porque era uma gentileza gigantesca da parte de Jin, porque não queria ficar na casa de Jimin por conta da distância do restaurante. Aceitou, principalmente, porque eles já basicamente viviam um na casa do outro, dormiam juntos, iam para o trabalho juntos, já estavam mais do que habituados um à presença do outro. Seriam poucos dias, talvez algumas semanas apenas, mas eles fariam delas as melhores possíveis. Porque queriam estar juntos no fim das contas.

E então o primeiro passo foi dado: eles alugaram um container grande, o caminhão de frete foi até o apartamento e agora as coisas de Taehyung — as não essenciais — estavam em um depósito. Ele juntou seus pertences, colocou em uma mala e no fim de uma tarde de quinta-feira, estava indo embora junto de Seokjin para a sua então moradia temporária.

O assunto sobre a hospedagem de Taehyung na casa de Jin ficou tão evidente que eles mal tiveram tempo para conversar sobre o problema com Woojin, mas Jin estava disposto a dizer tudo quando o mais novo finalmente estivesse devidamente acomodado no apartamento. E ele o fez.

Mais uma vez o choque tomou conta de Taehyung.

— Mas por que seu irmão e a mãe dele iriam querer nos afetar desse jeito?

E então, o mais velho, sentado com Taehyung no sofá de seu apartamento, explicou que algumas pessoas às vezes perdem os escrúpulos no mundo dos negócios. São capazes de coisas baixas para alcançarem seus objetivos e isso era completamente esperado. Claro que não da parte de Woojin e Hana, Seokjin sequer tinha contato direto com eles, mas Haneul seria afetado. E muito.

Por isso, a reforma já estava começando e a reinauguração do restaurante estava mais próxima. Eles iriam finalmente mostrar ao mundo a culinária intimista e deliciosa do La Familia, poder falar abertamente na imprensa quem eles eram, como chegaram lá e como trabalhavam arduamente para o crescimento do negócio.

No entanto, com a reforma, o restaurante teria que ficar fechado por alguns dias, dando assim uma folga merecida a todos os funcionários. O proprietário insistia que deveria continuar trabalhando de casa, mesmo que fosse para cuidar apenas da parte administrativa, mas Seokjin bateu o pé: Taehyung merecia um descanso.

E por esse exato motivo que, no dia seguinte à mudança temporária, quando eles se deram ao luxo de acordar mais tarde e se espreguiçavam na grande cama de Seokjin, o mesmo apertou o corpo de Taehyung contra o seu, enterrando o rosto na curva de seu pescoço. O mais novo, ainda sonolento, não conteve o sorriso ao sentir o carinho e ali mesmo, nos braços de Seokjin, se espreguiçou completamente manhoso, mas satisfeito.

— Bom dia — Jin disse rouco em um sussurro.

— Bom dia, hyung — respondeu da mesma forma. — Dormiu bem?

Jin fez que sim com a cabeça e logo depois começou a distribuir beijinhos pela pele do mais novo, fazendo-o se arrepiar, mas aproveitar bastante da carícia.

— Como foi a primeira noite aqui?

— Não foi como se eu nunca tivesse dormido aqui, Jin — disse brincando enquanto ia aos poucos se virando para ficar de frente para o mais velho.

Quando ele esfregou os olhos e finalmente teve a visão clara de um Seokjin que acabara de acordar, o coração de Taehyung se acelerou. Mesmo com os cabelos bagunçados e os olhos inchados de sono, Seokjin ainda era lindo.

Para Taehyung, as pessoas mostram seu eu mais natural quando acabam de acordar, mas Jin ia além disso. Ele não era só bonito, mas etéreo, parecia mesmo um anjo de tão belo.

E foi naquele momento, vendo-o daquele jeito, que talvez as palavras de Jimin realmente pudessem fazer sentido. E ele sorriu pela possibilidade.

— Tá me olhando por quê? Quer me beijar? — Jin brincou.

Mas Taehyung permaneceu sorrindo até o momento em que puxou o mais velho pela cintura e aproximou seus corpos num abraço. Mesmo que as temperaturas estivessem baixas por conta do inverno, Seokjin era quentinho e confortável. Seu abraço era uma espécie de ponto de conforto em que Taehyung vinha gostando bastante de estar, algo que nunca lhe aconteceu antes.

— Quero. Mas quero te propor outra coisa também, já que você quase me bateu quando disse que eu precisava de uma folga.

Seokjin riu leve e depois olhou para o outro completamente interessado.

— E o que seria?

O mais novo levou sua mão até os fios tingidos de Seokjin e ajeitou sua franja que já estava quase batendo nos olhos.

— Quer sair comigo hoje? Almoçar fora, ir ao cinema? O que você achar melhor.

Seokjin parou por um momento e absorveu as palavras. Aquela proposta era nada menos do que um convite para um encontro. Seokjin não ia a encontros. Ele conhecia as pessoas de forma despretensiosa, talvez bebia alguns drinks, ia para a cama e depois cada um seguia seu caminho. Mas com Taehyung não era assim, ele sabia.

As coisas já não eram as mesmas há muito tempo.

Ele poderia não ir a encontros com outras pessoas, mas com Taehyung... Com Taehyung ele iria para um, dois, vários encontros se o mais novo quisesse.

— Eu amei a ideia — disse sem conseguir disfarçar o sorriso bobo que tomava seus lábios carnudos. — Eu quero, Tae.

O coração já inquieto de Tae só ficou ainda mais acelerado com a resposta positiva. Taehyung também nunca ia a encontros. Ele conhecia as pessoas por acaso, como foi com Jungkook, que aconteceu por intermédio de Jimin naquela época.

Nunca teve o prazer de ir a uma lanchonete e dividir um milkshake com alguém, ou abraçar no cinema enquanto viam um filme ou simplesmente andar de mãos dadas em uma noite agradável. Mas ele estava disposto naquele dia, queria ter essa experiência com Seokjin.

Porque não poderia ser com mais ninguém além dele.

— Então vamos levantar e decidir o que vamos fazer, que tal?

Jin assentiu e levou sua destra até o rosto do mais novo, acariciando a bochecha lisinha com o perfil da mão. Só ele tinha acesso aos próprios pensamentos, mas se Taehyung pudesse ler mentes naquela hora, saberia o quão bonito ele era para o mais velho. Não apenas em questão física, mas ele representava toda uma beleza interna também, como alguém gentil e dedicado, de bom coração. Eles já haviam passado do patamar de se acharem apenas atraentes há muito tempo e estava estampado nos olhos de ambos.

Com certa relutância por conta do frio, eles se levantaram, tomaram um longo banho juntos, sem pressa alguma para sair, já que não tinham que ir trabalhar, depois Seokjin cuidou do café da manhã. O mais velho resolveu ignorar seu celular, pelo menos naquele dia, porque além de Taehyung, Jin também vinha se sentindo bastante cansado e de cabeça cheia, não só pelo trabalho, mas pelos recentes eventos, então ignorar os problemas e focar somente naquele homem maravilhoso consigo era o melhor e mais saudável a se fazer.

Assim que já estavam devidamente alimentados, subiram para o quarto já na intenção de se arrumar para sair. A neve caía incessantemente em Seul naquele dezembro, então roupas grossas e casacos longos faziam parte de suas vestimentas. Jin investiu bem em calças jeans pretas, uma camiseta de mangas longas mais casual do que seus ternos e gravatas, um casaco de lã verde e boas botas para neve. Já Taehyung vestia uma calça cáqui marrom, uma camiseta de mangas longas verde musgo e um sobretudo preto, combinando com um gorro fofo que deixava seus cabelos mais quietos.

Enquanto se trocavam, decidiram que o primeiro ponto de parada era o cinema que ficava no centro da cidade. Taehyung pagou pelos ingressos, uma vez que bateu o pé falando que era ele quem estava convidando, então tinha de comprar com seu próprio dinheiro. No entanto, Seokjin não hesitou em se comprometer a pagar o jantar depois, não gostava disso de não rachar a conta das coisas. Eles riam enquanto faziam birra sobre quem iria pagar o que, mas no fim das contas, entraram em acordo e puderam finalmente sair.

Foram no carro de Seokjin, mas Taehyung que o conduzia, uma vez que o mais velho pediu, pois odiava dirigir na neve. Enquanto eles seguiam para o cinema, uma música animada tocava na rádio. Taehyung tamborilava o volante enquanto seguia o ritmo, sorrindo e mal conseguindo se conter em felicidade sabendo que Jin havia aceitado aquele convite para o encontro. Mesmo sabendo que as coisas estavam diferentes, ainda era muito irreal pensar que eles estavam num patamar completamente diferente do que qualquer um dos dois poderia pensar.

Aquilo tinha tudo para ter sido apenas uma transa ou provocações no trabalho, mas era o oposto. Eles exibiam sentimentos desconhecidos, mas tão bons, um companheirismo tão gigantesco, uma determinação de realizarem os objetivos juntos que era mesmo surreal.

— No que está pensando? — Jin perguntou enquanto fitava Taehyung, que olhava para a rua calado, mas com um sorriso pequeno em seus lábios.

— Em você — respondeu brincando, mas com fundos de verdade.

Seokjin riu e balançou a cabeça. Taehyung era mesmo um conquistadorzinho.

— Mas eu estou exatamente aqui do seu lado.

— Exatamente por isso. Porque você está aqui. E eu também — rebateu o olhando nos olhos. — Eu ainda custo a acreditar em certas coisas...

— Tipo?

Taehyung voltou a fitar a estrada, sorrindo um pouco maior.

— Lembra quando a gente quase se pegou no restaurante, mas Jimin e Jungkook chegaram? — indagou e Jin fez que sim. — Naquele dia, eu poderia fazer todo e qualquer tipo de coisa com você, sem me lembrar onde estávamos. Mas depois daquele dia eu fiquei pensando muito, e meses se passaram, nós ficamos um pouco distantes e isso me fez perceber uma coisa.

Seokjin, interessado, inclinou a cabeça e prestou mais atenção.

— E o que você percebeu?

Taehyung sentiu seu rosto esquentar um pouco, mas já havia começado a falar, portanto deveria prosseguir.

— Que nunca foi só tesão... — admitiu, sentindo o coração acelerar. — Eu senti sua falta, mesmo você estando ao meu lado todos os dias, mas nós sabemos bem que não era igual. — Ele olhou para o mais velho brevemente e sorriu tímido — Eu sentia falta da sua mão tocando na minha, de como você sorria de canto depois de falar coisas cheias de segundas intenções, de você sentado pertinho de mim... Eram os mínimos detalhes que me fizeram sentir falta de você na sua própria presença. E enxergando isso hoje e vendo que nós dois estamos aqui dentro desse carro, indo ao cinema juntos, depois de semanas sem enjoar um do outro ou simplesmente ir embora... Nunca foi só tesão. É muito mais do que isso.

Naquele exato momento, Seokjin poderia gritar, pois foi atingido em cheio com aquela confissão repentina, mas necessária. Mas ele se conteve em apenas olhar para Taehyung com ternura em seus olhos, sorrindo feito um bobo que nunca foi, levar sua destra até o rosto do outro, que ainda dirigia, e sentir sua pele quente pela timidez.

— No começo era... mas agora não é mais. E por mais que eu tenha me afastado naquela época, eu sabia de algum jeito que você sentiria falta, mas eu percebi que poderia ver você ir embora também... — admitiu rindo e Taehyung riu de volta, sabia o quão esperto Jin era. — Ainda bem que você ficou.

— É... — Ele olhou para o mais velho quando o carro parou em um semáforo e sorriu abertamente — Ainda bem que eu fiquei. E você também.

Eles sorriram um para o outro, vidrados nos olhares que transbordavam um sentimento puro e bonito.

Taehyung só desprendeu do olhar do mais velho quando teve que dar a partida, pois o sinal havia ficado verde. Seu coração estava tão aquecido por poder ter sido sincero e receber reciprocidade, que o sorriso em seu rosto permaneceu até o fim do trajeto.

[...]

O cinema estava vazio naquele comecinho de tarde, apesar de ser sexta-feira. Foi bem rápido para que eles comprassem as pipocas e se acomodassem nos assentos previamente escolhidos. O filme havia sido uma escolha de Jin, que pediu qualquer coisa, menos filmes de ação, porque não suportava a barulheira exagerada de explosões e de tiros, principalmente no cinema, então acabaram por comprar ingressos para um filme de comédia romântica.

Aos poucos a sala de cinema foi ficando mais cheia, mas a fileira da qual eles haviam escolhido, a última de cima, estava completamente vazia, a não ser por um Taehyung e um Seokjin ansiosos para que as luzes finalmente se apagassem.

— Quando eu era adolescente eu odiava comédias românticas — Jin comentou pegando um pouco de pipoca. — Eu achava completamente exagerada a forma como eles retratam as relações amorosas, sabe?

Taehyung prestou atenção enquanto sugava um pouco de coca-cola de seu copo.

— Como assim?

— Superestimavam o romance de uma forma chata. Naquela época, eu realmente achava impossível que alguém fizesse loucuras de amor, ou simplesmente fosse romântico, entende?

Taehyung assentiu e pegou um pouco de pipoca.

— E agora?

Jin sentiu seu rosto esquentar, no entanto sorriu doce para o mais novo, olhando seu rosto iluminado pela luz fraca da sala de cinema.

— Agora eu penso diferente, mas é muito recente essa mudança de opinião.

Taehyung gargalhou.

— E quem te fez mudar de ideia sobre romances? — perguntou o óbvio só para ter o gostinho de ouvir Jin dar a resposta que ele queria ouvir.

Seokjin estreitou os olhos e balançou a cabeça diante da prepotência de Taehyung, depois desatou em uma risada gostosa, jogando uma pipoca no rosto do mais novo.

— Você é um bobão mesmo — respondeu rindo e no mesmo instante as luzes se apagaram, indicando que o filme estava para começar.

Eles se aconchegaram em suas poltronas, colocaram os baldes de pipoca no colo e o refri nos suportes. As mãos livres se entrelaçaram nos braços das cadeiras enquanto os trailers antes do filme enchiam a sala de cinema de luzes e barulho.

Nenhum dos dois nunca tinha feito isso antes, ir ao cinema com outra pessoa para um encontro. Era realmente estranha a sensação, mas ao mesmo tempo o friozinho no pé do estômago era sensacional, sentir os dedos entrelaçados de forma carinhosa e despretensiosa, apenas aproveitando das companhias, sem pensar em nada carnal.

O filme não demorou a começar, os olhos de ambos estavam fixos no telão, assim como as mãos ainda entrelaçadas se acariciavam de tempos em tempos. O enredo era bem leve, às vezes até mesmo arrancando umas risadas dos dois.

Em dado momento, Seokjin olhou Taehyung de rabo de olho, vendo o rosto concentrado do mais novo, iluminado pelas luzes fortes que saíam do telão. O maxilar dele era bonito, assim como seu perfil, seu nariz, sua boca, seus olhos, tudo. Era simplesmente impossível não suspirar e se considerar tão sortudo por poder estar com alguém como Kim Taehyung, ter a certeza de que aos olhos dele, não era mais só apenas uma noite.

Taehyung não precisou dizer com palavras claras e nem com declarações ultra românticas que estava apaixonado e que tinha sentimentos. Jin entendeu bem e deixou o mesmo claro, da forma deles. Era justo, os dois nunca haviam se entregado dessa forma a alguém, então não tinham como saber exatamente a fórmula de uma declaração. Mas assim como no trabalho, fora dele eles também tinham sinergia.

Ao perceber que era encarado, Taehyung olhou de volta e encontrou um Seokjin sorrindo bobo. Não hesitou em largar sua mão com delicadeza, levá-la ao queixo do mais velho e colar os lábios num beijo carinhoso. O primeiro beijo depois de admitir a paixão. E ele tinha um sabor doce, apesar do salgado da pipoca. Tinha um sabor de novo começo e de sensações confortáveis. Não havia mais ninguém naquela fileira, as outras pessoas tampouco olhavam para eles, o que os deixou confortáveis o bastante para intensificar o ósculo.

Foram aos poucos se contendo, terminando com selinhos, até as testas se colarem e os sorrisos reaparecerem.

— Me chamou pro cinema pra não assistir o filme, né? — Jin sussurrou divertido.

— Eu pensei que essa fosse a intenção.

Eles riram juntos e então voltaram a se beijar, horas com urgência e mãos bobas, horas calmamente, apenas apreciando o gosto e perfume um do outro. No fim das contas, eles sequer viram o final do filme, só pararam de se apreciar quando perceberam que as luzes já tinham acendido e as pessoas começavam a se levantar.

— Olha, eu nem sei se no fim o protagonista reconquistou a menina — Taehyung comentou enquanto eles se levantavam, pegando os baldes de pipoca vazios.

— Claro, você tava mais interessado em mim. — Jin deu de ombros convencido — Mas eu também nem vi. Tinha coisa melhor do meu lado. — Deu uma piscadela para Taehyung.

— O Chan me diz que em todos os encontros no cinema em que ele levou a Sana, eles sequer assistiram o começo do filme — comentou enquanto já andavam para fora da sala de cinema. — Ta aí uma coisa curiosa... por que as pessoas pagam pra não ver o filme?

Jin olhou para o outro balançando a cabeça e estalando a língua.

— Você pergunta e você mesmo deu a própria resposta no momento em que me beijou, bobão — respondeu depois de jogar as coisas no lixo e então procurou pela mão de Taehyung, entrelaçando os dedos novamente. — Agora vamos, temos que chegar cedo no restaurante, ele sempre fica lotado a partir das 18h.

— E em qual vamos?

Seokjin sorriu quase que vitorioso.

— Você vai ver.

[...]

Jin colocou as coordenadas no GPS e Taehyung seguiu dirigindo, a resistência do mais velho em guiar o carro na neve era realmente muito grande. O estabelecimento que havia escolhido não era muito longe, então eles chegaram bem rápido em seu destino. Quando Taehyung viu, ele ficou de boca aberta.

A fachada era muito luminosa, assim como grande, tendo em letras delicadas o hangul "신들의 메뉴".* O estabelecimento era todo revestido por vidro escuro, mas ainda assim era possível observar alguns lustres pendendo do teto, mesmo do lado de fora. O estacionamento estava começando a ficar cheio, indicando que os clientes chegavam aos poucos, mesmo que ainda fosse por volta de 17h30 da tarde. O mais novo mal podia acreditar que estava mesmo ali e que Seokjin havia sido tão perspicaz em sua escolha.

— Nós vamos jantar na primeira franquia do Sindeul-ui Menyu? A primeira de todas? — indagou surpreso enquanto Seokjin ria.

— Olha, eu não te trouxe aqui só porque meu pai é o dono, até porque mesmo eu tenho que pagar se quero comer — respondeu achando graça no rosto impressionado de Taehyung. — Mas eu sei que você sempre teve o Sindeul-ui Menyu como referência e mesmo agora, recebendo o investimento para o La Familia ser uma franquia da rede, você nunca teve a oportunidade de vir, então...

Taehyung olhou para o mais velho, tomado por gratidão. Claro que ele nunca havia sequer pisado ali, era completamente fora da sua realidade financeira. Mas aquele restaurante, o maior de Seul e quiçá da Coreia, sempre o encheu de inspiração no que se diz crescer. Todos conheciam a história de luta e trabalho de Kim Haneul, de como um homem simples conseguiu construir um império e hoje tinha uma fama mundial. Ele queria aquelas coisas para si, queria trabalhar para fazer igual. Estar no Sindeul-ui Menyu era uma honra.

— Hyung... — Taehyung sussurrou. — Muito obrigado por isso, sério. Você é incrível, pensou em mim e nas coisas que eu gosto e me importo... Eu não sei nem por onde começar a agradecer direito.

Jin levou a destra até o rosto do outro e apertou sua bochecha de leve.

— Não precisa me agradecer, nós somos parceiros em tudo, devemos fazer bem um para o outro.

O mais novo não sabia o porquê, mas aquela frase lhe atingiu intensamente, transbordando em um sorriso. Jin lhe fazia muito bem, queria fazer bem para ele também.

— Vamos entrar?

Taehyung assentiu e eles logo atravessaram o estacionamento, sendo recepcionados por um homem alto e elegante na porta.

— Senhor Kim! Quanto tempo! — ele disse feliz ao ver o filho do dono ali, depois de quase um ano inteiro sem pisar no restaurante.

— Oi, Wook. Como vai? — falou simpático. — Tem alguma mesa disponível para o meu sócio e eu?

— Claro, Senhor Kim. Para o senhor, sempre — respondeu com cordialidade e talvez leves tons de puxação de saco. — Podem entrar e sejam bem-vindos.

Os dois sorriram e adentraram a grande porta de madeira que dava acesso ao restaurante, sendo guiados imediatamente por uma mulher tão bem vestida quanto o tal Wook. O interior era simplesmente magnífico, com toques sofisticados em cada detalhe. As mesas eram variadas, tendo espaço para grandes famílias ou apenas duas pessoas. Os forros eram de um branco perolado, combinando com as paredes de madeira e os lustres caros que pendiam acima de cada mesa. Havia um balcão que dava para um pequeno bar, onde prateleiras exibiam bebidas das mais caras, que Taehyung sequer sonhou em beber um dia. Era tudo simplesmente magnífico — e por algum motivo, toda a fineza lhe remetia um pouco a Jin.

A mulher os acomodou em uma mesa mais afastada e logo receberam os cardápios. Taehyung estava com um rebuliço bom por dentro, ansiedade para finalmente provar por si mesmo da comida maravilhosa que só ganhava mais fama e elogios a cada dia, que o inspirava a crescer também. Seokjin o fitava com carinho enquanto o mais novo passava o olho pelo menu, mas pigarreou, pois apesar de todo o clima do encontro estar perfeito, jantar no Sindeul-ui Menyu implicava em outras coisas também.

— Tae... Eu só posso te pedir uma coisa? — indagou e ganhou a atenção do outro, que assentiu. — Bem, a maioria dos funcionários aqui me conhece desde que eu era criança... Eu quis te trazer aqui porque sabia que você adoraria, mas acho que vamos ter que dar uma pausa no encontro.

Taehyung franziu o cenho sem entender exatamente onde seu hyung queria chegar.

— Uma pausa?

Seokjin riu da expressão assustada do outro, precisava escolher melhor suas palavras.

— É que meu pai, apesar de estar cansado de saber que eu só me relaciono com homens, ainda finge que isso não acontece — desabafou. — Então, estamos aqui jantando no nosso encontro, ele vai continuar, mas... Mais contido.

Taehyung suspirou de alívio naquele momento, pôde até achar que seria pior. Sinceramente, ele estava bastante acostumado com essas coisas, afinal, viviam em um país que ainda não era bem visto não ser hetero, ainda mais quando se tratava logo deles dois, que eram sócios. Abria uma série de brechas para boatos, e sob as condições que eles estavam com toda a história de Woojin, Hana e Sora, não tirava a razão do mais velho.

— Eu imaginei quando chegamos aqui, hyung. Entendo muito bem seu lado, e ficou claro quando você me chamou de "sócio" lá na porta. — Riu — E sinto muito por seu pai agir assim... É sempre muito difícil ter que criar praticamente uma armadura pra disfarçar, mas ainda pior quando sabem exatamente, mas preferem ignorar o fato. Meus pais são exatamente assim, por isso que eu cresci com a abuelita.

Kim Rosa era uma mulher simplesmente aberta e acolhedora. Sempre deu espaço para seu neto ser quem era, diferente dos pais rígidos de Taehyung. Ele conseguia compreender Seokjin e sequer ficava chateado por não poderem agir ali, como estavam agindo no cinema ou quando estavam sozinhos. Na verdade, o mais novo encarou aquele jantar como uma experiência magnífica de poder ter acesso à sua fonte de inspiração, o que não era menos válido do que o encontro num todo.

— Penso que quando alcançarmos nossos objetivos com o restaurante, meu pai vai passar a controlar menos a minha vida e eu vou ter liberdade pra ser quem eu realmente sou, sem ele ou minha mãe fecharem os olhos. Você acredita que ela até hoje tenta me casar com a afilhada dela? — Riu balançando a cabeça — Coitada da Chae, minha mãe coloca tanta esperança na garota que ela nem se preocupa em ir procurar alguém que realmente queira ficar com ela.

— É sério isso? — o mais novo indagou rindo. — Sua mãe agindo como se vocês estivessem no século XV, arranjando casamento. Isso é realmente preocupante, essa menina deve estar cheia de ilusões.

— E eu já tentei tirar todas da cabeça dela, acredite. — Riu e então, na mesma hora, o garçom chegou com uma garrafa de vinho tinto e duas taças, servindo os dois, que agradeceram e o viram sair — É complicado demais viver desse jeito, mas eu encontrei nessa imposição do meu pai, de eu procurar um investimento e trabalhar duro, também a fórmula pra que no futuro ele apenas me deixe viver minha vida. E bem... eu tenho muitas perspectivas de futuro agora.

Ele fitou Taehyung enquanto bebericava o primeiro gole e a frase ficou ambígua, pairando pelo ar. Como ele sempre fazia. Mas aquela não era de cunho malicioso, mas sim de implicitamente deixar claro que nessas perspectivas, Taehyung estava envolvido. E ele sorriu.

— E você tem pretensões de me contar quais são essas perspectivas? — indagou, mesmo sabendo exatamente do que se tratava.

Jin sorriu de canto e apoiou a cabeça com a mão.

— Se você olhar no espelho, vai ver elas. — Deu uma piscadela e eles riram juntos.

Logo a comida chegou e com ela, o coração de Taehyung se acelerou em ansiedade. O cheiro estava maravilhoso, assim como a estética e aparência do prato à sua frente. Não queria parecer desesperado, mas era impossível conter sua felicidade naquele momento, o que despertava em Jin um sorriso e pensamentos de que o mais novo era extremamente fofo daquele jeito.

Quando deu a primeira garfada, sua alma quase saiu do corpo. Por deus, aquela comida era simplesmente de outro mundo. Sabor, textura, tudo era da melhor qualidade, fazendo Taehyung quase gemer de satisfação no famoso "orgasmo gastronômico".

— Seu pai sabia o que estava fazendo quando decidiu colocar o nome do restaurante de Menu dos Deuses, puta merda — exclamou depois de quase desmaiar de felicidade.

— Eu não vou negar, a comida é realmente boa. Meu pai que fez a maioria das receitas... O homem é quase um deus da culinária — respondeu achando graça nos olhos fechados e na expressão quase derretida de Taehyung.

— Seu pai é um gênio — murmurou antes da próxima garfada. — E eu quero chegar nesse patamar.

Jin riu baixinho depois de uma garfada generosa.

— Você pode não perceber, mas do mesmo jeito que você tá agora, todo mundo fica quando come no La Familia, então...

Taehyung negou com a cabeça, sentindo-se levemente sem graça. Ele nunca teria coragem de se colocar nos mesmos pés que Haneul, apesar de que, para Jin, ambos eram realmente parecidos, não só na história de vida e trabalho, mas no talento.

— Taehyung, sejamos sinceros... Não vai demorar pra você ter isso que meu pai tem, até mais. Você tem nas suas mãos a fórmula exata pra ser bem sucedido: Talento, dedicação e um restaurante em potencial. Se eu fosse você, começava a abrir os olhos e imaginar mesmo o futuro do La Familia sendo bem mais próspero do que você imagina.

Ele imaginava mesmo um futuro bom, mas ainda tinha tons de realismo nos pensamentos, não querendo criar expectativas enormes. Mas Jin era realista também, além de entender como todo o processo de crescimento funcionava. Bastava confiar nas palavras do mais velho e um pouquinho mais em si mesmo.

O jantar seguiu com Taehyung praticamente emocionado com a comida, o que arrancava risadas de Seokjin por vezes. Conversaram sobre o dia a dia, de como esperavam que o La Familia ficaria depois da reforma e também sobre a comida que estavam apreciando. Diferente do cinema, apesar do clima ser íntimo entre eles, realmente estavam mais contidos em olhares.

No fim, Jin pagou a conta, se despediu dos funcionários e nem se deu ao trabalho de perguntar se seu pai estava lá, queria evitar explicações a qualquer custo. Eles entraram no carro, já era noite na cidade e estavam indo para a última parada de seu encontro: o parque de diversões.

Claro que a ideia partiu de Taehyung, mas a intenção não era se aventurar em brinquedo algum. Era dezembro e a cidade estava iluminada pela decoração de fim de ano, algo realmente bonito de se apreciar. Havia um calçadão por onde pedestres caminhavam, muitos casais de mãos dadas ou famílias que apreciavam as luzes de natal naquela noite fria. Quando os dois chegaram até o local, trataram de se juntar à essas pessoas, entrelaçando seus dedos gelados novamente.

Receber alguns olhares reprovadores dos mais conservadores não os intimidava, de certa forma, ambos já haviam se acostumado com isso, então bastava apenas seguir o caminho e fingir que nada aconteceu.

Seokjin tinha que admitir que sua primeira experiência em um encontro havia sido a melhor possível. Tinha se divertido no cinema — apesar de não ter assistido o filme —, o jantar, apesar de "contido", tinha sido ótimo só por ter tido o prazer de realizar um desejo de Taehyung. E agora, a caminhada de mãos dadas, sentindo o frio lamber seus rostos, tinha ainda mais significado. Eles pareciam um casal de verdade.

Alguns flocos de neve caíam em suas cabeças, mas os dois apenas continuaram a andar, até pararem em uma árvore completamente iluminada por pequenas lâmpadas de luz branca. Sua copa era vasta e as folhas estavam cobertas pelo branquinho dos flocos de dezembro. Taehyung que quis parar ali, achou um ponto interessante para poder levar Jin até seus braços e se confortar em seu corpo quentinho.

— O dia passou rápido — comentou acariciando os cabelos do mais velho, que só se deixou repousar no abraço.

— Se você parar pra pensar que a gente acordou quase às 14h da tarde — respondeu sorrindo e Taehyung com concordou.

— Hyung, sobre aquilo que eu disse no carro mais cedo... Eu queria conseguir te falar melhor sobre todas essas coisas que eu sinto por você, mas sinceramente nem eu mesmo sei colocar direito em palavras. Eu nunca senti antes por ninguém.

Seokjin levantou a cabeça, que estava repousada no ombro do mais novo, e lhe olhou intensamente nos olhos.

— Mas eu entendi tudo perfeitamente, Tae. Você não precisa falar nada mais do que isso. Eu também nunca senti e foi muito repentino perceber que em um dia eu só queria transar com você e no outro eu já imaginava você fazendo parte do meu futuro. Foi assustador no começo, mas agora é bom.

Taehyung sorriu satisfeito, era bom estar na mesma página que o mais velho, saber que ele não precisava se forçar a tentar ser algo com o que não estava habituado, mas que juntos iriam aprender aos poucos.

— Obrigado pelo encontro. O dia foi maravilhoso — Jin disse encostando as testas e fechando os olhos para aguçar ainda mais seus outros sentidos. — Foi meu primeiro encontro da vida e eu quero outros como esse.

— Nós podemos ter vários se você quiser... Mas não precisamos terminar ele por aqui — respondeu em um sussurro, a voz completamente cheia de malícia na rouquidão apaixonada que saía por sua garganta.

— E você só tem boas ideias... — foi a última coisa que disse antes de selar os lábios com os de Taehyung em um beijo molhado.

Seokjin levou suas mãos até o rosto do outro, segurando-o enquanto explorava sua boca com avidez e urgência. As mãos de Taehyung seguravam forte a cintura de Jin, garantindo que ele estava perto, colado em si, mas queria apertar seu corpo por baixo das roupas, de preferência na intimidade do quarto que eles dividiam temporariamente.

O mundo girava num complexo de sensações que eles descobriam a cada minuto que passavam juntos, uma atmosfera cheia de vida nova, de primeiras experiências e de paixão.

Há algumas semanas — ou meses — atrás, eles apenas se sentiam atraídos. Agora eles queriam estar juntos independente do que fosse.

Jin inclinou a cabeça para beijar Taehyung mais intensamente, levando suas mãos agora ao ombro do mais novo, apertando o tecido do casaco quase com as unhas tamanha era sua vontade de devorá-lo. Sua respiração já estava pesada e ele estava a ponto de se derreter completamente quando algo o pegou de surpresa.

Click.

O barulho curto, mas alto o bastante, fez com que o mais velho abrisse os olhos imediatamente, conseguindo captar os últimos segundos de um flash vindo do escuro, há alguns metros deles dois. Continuou o ósculo, porém seus olhos já não prestavam mais atenção no rapaz em sua frente, mas sim vasculhavam por todos os cantos, procurando novamente por aquela luz que já não estava lá.

Ele interrompeu o beijo e fitou Taehyung sério, o que assustou o mais novo que logo percebeu a expressão completamente diferente de poucos minutos atrás.

— O que foi, hyung?

— Você ouviu isso? — indagou preocupado.

Taehyung franziu o cenho.

— O que?

Seokjin passou os olhos por todos os cantos novamente, tentou ao máximo procurar pelo escuro ou pelas pessoas que transitavam ali perto. Nada. Era como se tivesse simplesmente evaporado.

Suspirou pesadamente e olhou para o mais novo que ainda permanecia confuso em seus braços. Não podia deixar de sentir aquela sensação estranha de estar sendo observado, mas também não queria estragar a face completamente feliz e realizada que Taehyung exibia desde o começo do dia.

— Acho que eu tô alucinando — mentiu bem, rindo sem graça e tentando disfarçar. — Eu acho que devemos ir pra casa. Sua ideia ainda me parece ótima pra fechar a noite.

Taehyung o analisou por alguns milissegundos e então assentiu, mas ainda assim, dentro de si havia uma pequena ponta de preocupação.

Mas ele deixaria para confrontar seu hyung outra hora.

— Tudo bem, vamos pra casa — respondeu com um pequeno sorriso e depois deu um selinho rápido no mais velho.

Novamente eles entrelaçaram as mãos e saíram caminhando pelo calçadão até o estacionamento.

No entanto, Seokjin não pôde deixar de vasculhar, mesmo que pelas luzes do parque de diversões, das pequenas lanternas nas árvores ou até mesmo no mais escuro dos arbustos, os sinais de evidência de que alguém estava ali. E estava com uma câmera apontada para eles.



* Literalmente significa Menu dos Deuses, que deu nome à história

quem me conhece sabe que a vida não é só flores nas minhas fics kkkkk tudo muito bonito, mt maravilhoso, mas a desgraça lá longe vindo a passos curtos 

E então, vamos às perguntinhas

- Qual foi a parte que vcs mais gostaram do capítulo?

- O que vocês acham que vai rolar depois desse "click" ai? 

E uma perguntinha, mas pra sugestão:

- Se fossem escolher uma # pra história, qual seria? kkkkk (eu juro que eu to pensando nisso há dias e nao chego a lugar algum).

Enfim, nos vemos no próximo com possibilidades de um cap voltado aos jikookinhos nhonhonho. Já que a maioria escolheu eles pro especial de 1K, se a fic bater 5k até eu concluir, o próximo especial é dos yoonseok!

é isso, até a próxima <3



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