Uma missão de Hermione Granger

By OliversLestrange

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Tudo deveria ter acabado com a queda de Voldemort. Mas não foi o que aconteceu. E de repente ela estava alter... More

Capítulo 1: O início
Capítulo 2: O primeiro passo
Capítulo 3: A Ordem da Fênix
Capítulo 4: Novas Alianças
Capítulo 5: O plano
Capítulo 6: A Câmara Secreta
Capítulo 7: A descoberta de Sirius
Capítulo 8: Severus Snape
Capítulo 9: O encontro
Capítulo 10: Regulus Black
Capítulo 11: A cabana dos Gaunt
Capítulo 12: O natal
Capítulo 13: O vínculo de almas gêmeas
Capítulo 14: O diário de Tom Riddle
Capítulo 15: A Caverna de Cristal (Parte I)
Capítulo 16: A Caverna de Cristal (Parte II)
Capítulo 17: Perdas
Capítulo 19: Aniversários
Capítulo 20: Especulações
Capítulo 21: Fenrir Greyback
Capítulo 22: O Ministério da Magia
Capítulo 23: A eleita
Capítulo 24: A verdade para os Potter
Capítulo 25: Travessuras
Capítulo 26: A garota Amaldiçoada
Capítulo 27: Legilimência
Capítulo 28: O Diadema (Parte I)
Capítulo 29: O Diadema (Parte II)
Capítulo 30: O Diadema (Parte III)
Capítulo 31: Sem mentiras
Capítulo 32: Decisões estúpidas
Capítulo 33: A instauração do caos

Capítulo 18: os Prewett

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By OliversLestrange

O início de fevereiro chegou da forma mais lenta possível, os dias após a morte de Hermione Granger foram datas nubladas para Sirius, demarcadas apenas pela dor, lembranças e o entorpecimento ocasionado pela ingestão de muito álcool. Era engraçado como os dias se arrastaram enquanto a dor ainda estava presente, o dilacerando.

O Black mais velho se espreguiçou, sentindo o corpo dolorido e cansado pelas horas inadequadas de sono que teve, olhando para o relógio em sua mesa de cabeceira notou que eram seis da manhã. Típico. Sirius havia desenvolvido sérios problemas de insônia desde o episódio da caverna, dormindo extremamente tarde e acordando cedo, fazendo isso para evitar sonhar, sonhar com ela, pesadelos em que estavam no mesmo cenário, chamas ao redor deles, enquanto ela gritava por ajuda e ele nunca conseguia alcança-la. Porque ele realmente não conseguiu.

Ele se levantou, esfregando lentamente os olhos, e caminhou até sua pequena janela, as ruas da Londres trouxa estava congelante e solitária, assim como Sirius se sentia. Mesmo com o frio congelante, ele abriu a janela, a leve brisa fria fazendo seus pelos se arrepiarem. Alcançando seu maço de cigarros caros, ele escolheu um para ascender, levando-o aos lábios deu uma tragada profunda antes de soltar a fumaça. Sorriu. Hermione certamente repudiaria seu hábito deletério. Ele gostaria bastante que ela estivesse ali para ralhar com ele. Mas ela nunca estaria, não é?

Sentindo o peito se apertar, como acontecia toda manhã quando os primeiros pensamentos do dia chegavam até ela, Sirius tragou novamente e passou a observar os primeiros movimentos da rua. O limpa-neves estava passando cedo naquele dia, as pessoas caminhavam preguiçosamente pelas ruas, aborrecidas com a quantidade de neve tapando a calçada e dificultando suas locomoções, aborrecidas por motivos tão frívolos e estúpidos, sem se dar conta que ao lado havia uma guerra bruxa prestes a começar. Ele sentiu inveja, também gostaria de não saber o que estava prestes a acontecer.

Ontem havia chegado uma carta do Ministério para Sirius vinda diretamente do departamento de mistérios, James e ele teriam de investigar algumas vilas trouxas espalhadas por todo o Reino Unido, porque aparentemente algum assassino louco estava incendiando essas vilas, matando e torturando pessoas. Muito sangue bruxo de crianças inocentes também estava sendo derramado, filhos de pais trouxas, que foram pegos no meio do tiro cruzado. Black se perguntava até onde Lorde Voldemort era capaz de ir para alcançar seus objetivos de imortalidade e domínio. Longe o suficiente. Sirius presumia.

- Bom dia, passarinho. – ele disse ao terminar o cigarro, o apagando na neve encrustada na janela, a voz animando apenas um tom enquanto apertava o colar em formato de vira-tempo em seu pescoço – Hoje eu vou fazer o que me pediu, ir vigiar os irmãos de Molly, não será uma tarefa fácil, com exceção de Lily, ruivos geralmente não fazem meu tipo. – ele riu, não achando realmente engraçado – James irá comigo, convenientemente fomos designados para algumas investigações sobre ataques à crianças nascidas trouxas. Fique tranquila, ele não sabe o que realmente vai acontecer, mas eu não conseguiria impedir um ataque de comensais sozinho de qualquer forma, ele é habilidoso o suficiente para sobreviver, vai ficar tudo bem, amor. Ah, e ele também não sabe sobre nada, ainda acredita que você está viajando a negócios, tive de impedir Lily de mandar uma carta para você ontem, ela não ficou muito feliz, estava ansiosa para te contar que Harry chutou a barriga dela. James diz que ele será um grande jogador de quadribol, ele apostou que Harry seria atacante e eu que ele seria um apanhador. Ele vai perder, não vai? – a voz dele falhou um tom e ele pigarreou, sua visão embaçando levemente – Bem, bom dia para você, e só para constar, ainda sinto sua falta.

Seus dedos se soltaram vagarosamente do colar e ele suspirou. Em algum momento ele teria de contar a eles o que aconteceu com Hermione, até o momento apenas Remus, Regulus e Dumbledore sabiam. O diretor apareceu em seu apartamento um dia após a primeira reunião da Ordem em que Hermione não esteve presente, e então Sirius teve de lhe contar o que aconteceu e não entendeu o olhar conhecedor presente nos olhos azuis atrás dos óculos de meia lua. Então, por fim, o Black decidiu que seria melhor ignorar e foi o que fez.

Seu irmão, o grande covarde que era, se foi cerca de duas semanas depois, dizendo que havia coisas mais importantes a fazer do que ficar ali. Foi uma briga terrível, é claro que foi, Sirius inconscientemente o culpava pela morte dela, uma vez que era para Regulus ter perecido naquela caverna. Mas ele jamais iria dizer isso ao irmão, era cruel. Hermione nunca o perdoaria se ele o fizesse.

E então, restou apenas Remus e ele novamente, a rotina retornando ao que era antes de Hermione, Sirius trabalhando como um louco, bebendo até tarde em pubs enquanto Remus ficava em casa, lia e, agora, finalmente estava trabalhando com livros em uma universidade trouxa.

Vestindo sua jaqueta de couro e botas do mesmo material, Sirius se encaminhou para a lareira, passando a mão demoradamente pelos cachos e então murmurou sua próxima parada.

James já estava lá quando chegou, os óculos pendendo em seu nariz, parecendo tão cansado quanto o próprio Black.

- Noite difícil? – perguntou ao amigo.

- Lily quis sorvete. – esclareceu como se fosse óbvio – As quatro da manhã.

- Entendo. – Sirius escondeu o riso atrás da mão, mas não deve ter sido rápido o suficiente já que levou o soco do amigo no ombro. A mulher de James estava em uma fase interminável de desejos estranhos, em horas bastante inconvenientes, e considerando o cãozinho que seu amigo era para Lily, ele estava sempre disposto a agradá-la.

- Um dia, você entenderá o que estou falando e não achará tão engraçado, ela parecia seriamente a ponto de me matar. Imagine só a manchete do profeta diário "Auror é morto por esposa grávida após demorar demais para lhe trazer um sorvete" ... – ele estendeu a mão como se apresentasse a manchete, Sirius se desligou um pouco do restante, uma vez que estava fixado nas palavras de que um dia ele se casaria e teria filhos. Ele realmente faria isso? Duvidava muito. Só havia uma pessoa que seria capaz de tirar isso dele. E ela não estava disponível no momento.

- E então, você os viu? – interrompeu as divagações de James, tentando desviar o assunto que levaria a suas lembranças dela.

- Estão em reunião com Moody. – esclareceu James e no mesmo instante as duas cabeças ruivas, quase da mesma altura, apareceram no corredor, indo diretamente para as lareiras internacionais. – Missão fora do país?

- Aposto que vão para a Escócia. – arriscou Sirius, não se mostrando nada sutil quando seguiu os irmãos pelo corredor, James em seu encalço.

Eles pararam a alguns metros dos dois irmãos, ouvindo atentamente quando falaram o nome do local para onde iriam.

- Letterston? – perguntou James curioso.

- Oeste do País de Gales, o último ataque a trouxas aconteceu lá, três famílias assassinadas, duas delas possuíam bruxos nascidos trouxas. – explicou Sirius puxando James, de forma um pouco impaciente, para dentro da lareira.

- Você-sabe-quem não atacaria novamente uma mesma vila, ele não é idiota.

- Mas seus seguidores são, acho que o alvo desta vez não são os trouxas. – explicou Sirius antes de dizer o nome da vila trouxa, as chamas verdes os consumiram, os transportando diretamente para o País de Gales.

Os dois aurores saíram em uma chaminé de um porão muito sujo e escuro, sendo surpreendidos por dois pares de olhos verdes os encarando de braços cruzados.

- Vão nos dizer porque estão nos seguindo ou precisaremos usar veritaserum? – o gêmeo, que Sirius presumiu ser Gideon, disse para os dois, ambos os irmãos estavam recostados na parede em frente a lareira.

- Moody, é claro. Também recebemos uma carta do Departamento de Ministérios, eles queriam que nós viéssemos investigar.

- Quatro aurores para uma mesma vila, você acredita nisso Fabian?

- Não muito, Gideon.

- Moody acredita que estão tentando capturar os aliados da Ordem. – disse Sirius os encarando com seriedade.

- E porque justamente nós dois? - questionou Fabian.

- E porque justamente hoje? - Gideon perguntou em seguida.

- Vocês prenderam três comensais, não fazem sequer duas semanas, já são motivos mais do que suficientes para o próprio lorde ficar irritado. - respondeu Sirius.

- E não sabemos se será hoje ou não, por isso vamos tratar isso como uma missão de reconhecimento. - completou James.

Os irmãos trocaram um olhar aguçado, como se avaliassem a situação e se comunicassem telepaticamente, e então resolveram dar de ombros, fizeram um leve movimento com a cabeça para que os seguisse. Os quatro homens seguiram por uma escada empoeirada que os tirava do porão de uma loja de roupas antigas, não havia ninguém em seu interior, nem mesmo o dono. Sirius franziu o cenho quando pisaram no chão recoberto por uma espessa camada de neve, o clima mais congelante do que Londres, não haviam muitas casas ali, e as que haviam estavam separadas apenas por alguns metros umas das outras.

- Não há ninguém aqui. – comentou James observando o ambiente, se gritassem naquele momento, talvez fossem capaz de ouvir o eco da própria voz.

- Isso geralmente não é um bom sinal. - disse Gideon - Vocês conseguem sentir?

- Magia negra. - responderam os outros três ao mesmo tempo.

Não precisou de muito mais para saberem que havia algo errado, e como de costume, Hermione Granger estava certa.

Uma bola de fogo voou em direção à James em um piscar de olhos e, Sirius só teve tempo de empurrar o amigo, antes que os quatro fossem jogados no chão devido a explosão.

Figuras mascaradas, encapuzados e trajadas com longas vestes pretas apareceram diante de seus olhos, o ambiente começou a queimar apesar de toda a neve, cortesia da pequena horda de comensais que aparecia diante deles, Sirius presumia que seriam cerca de oito.

- Comensais da morte. - disse James ficando em pé com a varinha muito bem firmada em sua mão.

- Parece que eles estavam certos, Fabian. – disse Gideon se levantando em um pulo.

- Parece que sim. – respondeu o irmão antes de se virar e bloquear um feitiço rapidamente – Pouco corajoso, além de não assumir sua verdadeira identidade, como o covarde que é, ainda ataca pelas costas... Muito feio, capacho do lorde das trevas, muito feio.

Eles foram cercados e os feitiços começaram a voar, todos os tipos de colorações saiam de suas varinhas em forma de flashes e fagulhas. Sirius sentia seu corpo suar enquanto tentava se defender e contra-atacar, era muito difícil combater dois bruxos ao mesmo tempo, dois bruxos das trevas, mas não era impossível. Ele já havia feito muito mais que isso, Merlim, ele havia enfrentado um lago de inferis.

- Estupefaça. – James gritou atingindo um comensal que começava a proferir as palavras da maldição da morte em direção a Sirius, o indivíduo mascarado caiu como uma bigorna contra a neve, em um baque surdo.

- Obrigado amigo. – disse Sirius com um sorriso quando lançou um feitiço para afastar os outros três comensais que atacavam os dois.

Eles ficaram ali pelo que pareceram horas duelando, até que Sirius finalmente derrubasse mais um, os outros dois chegaram à conclusão que eram covardes demais para prosseguir e se foram como fumaça. E então aconteceu.

- Avada Kedavra.

Sirius ouviu alguém gritar e se virou a tempo de ver, pela primeira vez, a maldição da morte em ação. Fabian estava cercado por dois comensais e tentou ajudar o irmão Gideon que estava sendo tortura pela maldição cruciatus. Fabian conseguiu impedir que a tortura parasse, mas isso não deixou o comensal da morte nada feliz. E então Sirius viu a vida deixando o rosto de Fabian naquele mesmo instante, os olhos perdendo o brilho da vida, como se o espirito dele houvesse saído de seu corpo. Ele estava em pé e de repente caiu na neve, os olhos abertos, o rosto contorcido em surpresa.

A risada maníaca que saía da figura mascarada o assustou, Sirius conhecia muito bem essa risada, era uma risada incrivelmente satisfeita, sádica. Barulhos de aparatação começaram a serem ouvidos e os comensais sobreviventes reunirão em um pequeno círculo e aparataram, aurores começaram a aparecer por todos os lados.

- Fabian! – Sirius ouviu o grito desesperado que deixou os lábios de Gideon e sentiu seu próprio peito apertar, ele conhecia muito bem aquela dor, a dor de ver alguém que se ama morrer diante de seus olhos. O choro do gêmeo Prewett sobrevivente foi a única coisa ouvida naquele instante, todos os outros aurores observaram a cena com pesar e tristeza.

- Eu mandei um patrono, mas foi tarde demais. – disse James depois de um tempo, baixo o suficiente para Sirius ter de olhar para ele.

Ainda ouvindo os gritos inconsoláveis do Prewett sobrevivente, os dois aurores se viraram para as figuras ainda mascaradas que haviam sido abatidas, Sirius se agachou e, sem nenhum cuidado ou delicadeza, puxou a máscara, revelando o rosto desacordado.

- Crabbe. – disse James com nojo, sentindo vontade de cuspir no chão de repente – Não me sinto surpreso.

Mas o sentimento de James logo iria mudar, quando Sirius puxou a máscara do outro comensal abatido, aquele que havia tentando lançar uma imperdoável nele, a maldição da morte, os rostos dos dois amigos ficaram tão brancos quanto a neve em que pisavam.

- Pe-pe-peter? – disse James encarando o rosto desacordado espalhado pela neve, Sirius fechou a mão no cabo de sua varinha com uma força capaz de quebra-la.

Peter Pettigrew, seu amigo de todos os anos em Hogwarts, que esteve com ele durante anos no mesmo quarto, que ele considerou um irmão... Naquele mesmo dia tentou... tentou... tentou mata-lo com suas próprias mãos.

- Estão usando polissuco Almofadas, eu tenho certeza. – James disse chacoalhando a cabeça descrente – Ele... Ele jantou conosco na última terça... ele acariciou a barriga de Lily... – Pontas passou a mão pelo rosto, transtornado o suficiente para sequer conseguir fitar o rosto do homem que compunha o grupo dos marotos.

Sirius apontou a varinha para o rosto de Pettigrew e murmurou o feitiço audivelmente. Nada aconteceu.

- Não é polissuco. – disse simplesmente, a magoa carregada em sua voz.

- Imperius. – disse James como se fosse a solução mais óbvia – Ele nunca... Ele é nosso amigo Sirius... Ele foi deve estar sobre o efeito de Imperius. – James andava de um lado para o outro, provavelmente agindo e se sentindo do mesmo modo que ele próprio quando descobriu sobre a traição de Pettigrew. Traição. Raiva. Tristeza. Mágoa.

- Não é uma imperdoável James, no fundo você sabe que não é. – Sirius soltou um longo suspiro, de repente se sentindo exausto com toda a situação – Incarcerous. – cordas envolveram o corpo de Peter e o prenderam.

Eles haviam descoberto o traidor naquele dia, isso significava que Peter não viria a traí-los futuramente, porque ele já não seria mais o fiel do segredo da localização de James, Lily e do pequeno Harry. Consequentemente, Sirius não seria preso.

Hermione mudou o futuro mais uma vez. Inconscientemente ele levou a mão até o colar que sempre estava presente em seu pescoço, apertando o pingente na mão, ele sentiu o material esquentar entre seus dedos.

- Houveram perdas, passarinho, mas você conseguiu me salvar.

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