Quem era aquela mulher? Tsunade se questionou. Jiraya nunca disse uma palavra sequer sobre ter conhecido uma moça como aquela e pelo o que via a mulher vinha de alguma vila Shinobi pelo modo que estava vestida e pela espada que estava em suas costas. Será que eles tiveram algo?

Tsunade sentiu uma pontada de ciúmes a atingir e isso a fez morder seu lábio inferior e estalar a língua em desaprovação.

— Ela perdeu as pessoas que ama, uma por uma. — revelou com um sorriso triste. Uma leve rajada de vento passou por entre os dois, levando mais folhas secas para a agua do lago — No momento, ela rejeita a própria noção de amar alguém.

Oh, então mostrariam esse dia... Jiraya pensou com um sorriso, internamente sentindo-se nervoso e envergonhado. Seus sentimentos verdadeiros por Tsunade que revelou de um modo inteiramente sinceros apenas para Nobuko¹ seriam mostrados para todos na sala. Mas não é como se não soubessem ou notassem que o Sannin era perdidamente apaixonado pela quinta Hokage, apenas Tsunade que era cega e se negava a acreditar nisso.

A imagem do corpo de Nawaki coberto por um pano foi mostrado. Uma chuva forte caía e mesmo da tela era notável o frio que aquele dia fazia.

O rosto de Tsunade foi a segunda imagem a ser mostrada. Seus olhos estavam arregalados e suor frio escorregava por seu rosto. Não era certo se aquela humidade toda era graça a chuva que ela tomou ao ir até aquele local ou se era graças ao suor frio.

Calafrios percorreram o corpo de Tsunade. Suas mãos tremeram e ao invés de colocar a unha de seu dedão entre seus dedos como era de costume para se acalmar, ela esfregou a ponta de seus dedos para sentir a ponta de sua unha arranhar a pele. Por anos ela havia bloqueado a imagem do corpo desfigurado de Nawaki em sua mente. A Senju odiou a sensação que aquele arrepiou trouxe pro seu corpo. Uma dor incomoda se alojou em seu estomago e ela apertou o tecido verde de seu kimono, nem mesmo notando que graças a essa cena todas as afirmações de que ela era essa mulher de que Jiraya era apaixonado foi irrevogavelmente confirmada.

Uma música melancólica tocou ao fundo. Ela não tinha letra. O que tornava tudo mais triste.

Tsunade deu passos para trás, balançando a cabeça repetidas vezes. Se negando a ver que aquele era seu irmãozinho. Ela tremeu, fraquejou e quando Jiraya tocou seu ombro ela cedeu. Seu copo caiu e em um choro sem som se desatou em lágrimas. Jiraya a abraçou, segurando seus ombros e a deixando chorar.

Ele sempre esteve lá...

Shizune notou com um sorriso triste olhando para sua mentora. Se Tsunade ainda se negasse a enxergar os sentimentos de Jiraya, e dela mesma, a Senju não percorreria outro caminho que não fosse o de perder Jiraya e seu amor. Shizune queria que alguém pudesse a amar como Jiraya a amava.

Porfavor, Tsunade-sama. Acredite que ele te ama...

A ninja médica pediu silenciosamente ao ver o Gama sennin olhar para a loira com um olhar verdadeiramente preocupado. Ele não queria que sua Hime voltasse a lembrar daqueles momentos tão dificeis de serem esquecidos.

Dan aparece. Ensanguentado, morto no chão em meio a outra forte chuva. As mãos tremulas de Tsunade sujas com o sangue do seu amado aparecem. Trovões iluminaram os céus. Esse foi o dia em que seu trauma começou.

Seu olhar mostrava desespero e mesmo que o vídeo estivesse sem som, muitos fecharam os olhos ao ver a forma que Tsunade gritou ao se debruçar sobre o corpo do Kato.

Tsunade sentiu um gosto metálico em sua boca graça ao corte que causou em seu lábio ao morde-lo com força. Não importava se seu passado tivesse sido revirado dos pés à cabeça desde que chegou naquela sala, a forçando a encarar aquelas memorias dolorosas que tanto enterrava em seu peito. Ela nunca conseguiria se manter firme com a imagem do corpo desfigurado de Kawaki pela guerra ou a lembrança da sua mão quente e pintada pelo sangue de Dan. As duas únicas pessoas que ela não conseguiu fazer nada, as duas únicas pessoas que importavam. Ela não foi capaz de salvar.

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