Steps

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"O amor não olha com os olhos, mas sim com a mente. E, portanto, o Cupido alado é pintado às cegas." 
— Shakespeare (Sonho de uma noite de verão)

A semana pareceu interminável para Draco, que passou tentando ignorar Harry na aula tanto quanto ele estava sendo ignorado, e estudou até tarde da noite enquanto se perguntava mais uma vez o que o grifinório estava fazendo e por que ele tinha ido embora. Mas finalmente chegou o sábado, o dia da visita a Hogsmeade. Ir com Harry estava fora de questão, é claro, e, apesar de um convite de Milla para dividir uma mesa e algumas canecas no Três Vassouras, Draco decidiu ficar no castelo. 

Ele simplesmente não estava com humor para fazer parte de suas tentativas desesperadas de deixar a marca da Sonserina na cidade, e não havia nenhum negócio em particular que ele realmente precisasse cuidar que não pudesse ser tratado mais facilmente por uma coruja. Ele presumiu que Harry tinha ido para a cidade com seus amiguinhos.

Ele passou a manhã estudando sozinho, como de costume, então dirigiu-se ao extraordinariamente silencioso Salão Principal na hora do almoço. Blaise foi o único outro sonserino do sétimo ano que ficou para trás, e ele e Draco conversaram sobre Poções enquanto comiam.

— Posso te perguntar uma coisa? — Blaise perguntou com a boca cheia de comida.

Draco encolheu os ombros. 

— Claro — respondeu ele, esperando outra pergunta sobre o difícil processo de preparação do Veritaserum.

— O que você fez com o Potter?

— O que?

A cabeça de Draco se ergueu. 

— Por quê?

— Ele esteve observando você durante toda a refeição. Na verdade, ele esteve observando você nos últimos dias, mas é muito mais óbvio agora que ele não tem seus amiguinhos por perto.

Mesmo depois de todo esse tempo sem ver, seu primeiro impulso foi se virar e olhar, verificar com seus próprios olhos. 

— Potter está sozinho? — ele perguntou, controlando sua voz com esforço.

— Sim. Aparentemente, não somos os únicos perdedores que pularam a visita a Hogsmeade — Blaise disse com uma risada. — Então, o que você fez com ele? O que você poderia fazer com ele?

Draco ignorou o comentário impensado. A raiva de repente voltou com força total. Harry não conseguia dizer duas palavras para ele, mas poderia sentar e olhar para ele a semana toda? Não! Ele ia se explicar e ia fazer isso agora. Não havia ajudantes para atrapalhar, nenhuma lição para a qual correr.

Ele empurrou a cadeira para trás. 

— Tendo, mesa da Grifinória — ele disse ao seu Líder, acelerando tão rapidamente em suas direções que se alguém cruzasse seu caminho, o orbe não teria sido capaz de avisá-lo a tempo.

— No destino.

Veio a voz do Líder. Não conseguia reconhecer pessoas individualmente, apenas lugares. Então agora ele estava à mesa, sem nenhuma ideia de onde exatamente Harry estava. Ele começou a descer pela mesa, do lado de fora, onde o outro garoto deveria estar sentado se estivesse olhando.

— Potter, nós vamos conversar. Agora — ele falou, baixo, mas claro, passando uma das mãos pelas costas das cadeiras enquanto caminhava em direção ao centro da mesa.

Sem resposta.

— Você quer que eu levante minha voz e me faça dizer isso para o salão inteiro?

Draco in Darkness - DRARRY Onde histórias criam vida. Descubra agora