- Não deveria ter, mas tem, a parte dos meus tios e de ainda trabalharmos juntas - Acentuei. Muito embora soubesse que desde a primeira faísca entre nós aquele sentimento vinha perdendo força.

- Isso não te impediu de dormir com a descarregadora - Que também esteve com Rafaella.

- Tecnicamente não é uma funcionária... - E usei da mesma desculpa.

- Que seja! O que eu acho é que mesmo se ela saísse hoje você não beijaria ela - Como não? Óbvio que sim! - E sabe porquê? Porque o problema não é ser descoberta por seus tios, mas o que pode acabar descobrindo se se permitir... - Revirei os olhos. Mas era claro que não, nem um pouco, nem um pouquinho mesmo.

- Eu não sou covarde - Reafirmei mais para mim que para ela ainda a odiando.

- E eu sou fiel há uma única mulher! - Mentiu com descaro.

- Gizelly! - Repreendi!

- Ué... Não era a hora da mentira? - Neguei rapidamente - O ponto é que você tem medo de se apaixonar por ela - Pontuou e eu ri alto no meio do apartamento.

Eu? Apaixonada?

Logo eu, Bianca Andrade, quenga com ascendente em quenga, apaixonada?

Eu deveria ter conversado mais com Gizelly ao longo dos anos... Minha única amiga não me conhecia mesmo!

- Eu não me apaixono. Eu tenho sexo, fico amiga, coloco no contatinho.... Me apaixonar jamais! - Nunca, never em todas as línguas e sinônimos.

- Por não ter acontecido até hoje não quer dizer que nunca vai. Eu mesmo sei que até eu um dia vou cair e tenho me preparado - Avisou Gi e isso que estávamos falando com um dos maiores galinhas de São Paulo.

Cafajeste romântica? Revirei os olhos.

- Você é patética - Disse depois de revira-los, duas vezes.

- Está fazendo aquilo de atacar para desviar do assunto - Lógico que não... Até porque...

- Não estou. Não preciso, eu não vou me apaixonar - Garanti com veemência.

Nunca aconteceu e nunca aconteceria, não fui criada para ser uma mulher que acredita nessas tolices e mesmo Rafaella com todos os seus atributos poderia mudar essa minha visão tão arraigada da vida.

- Então prove - Demandou.

- Como assim? Você está louca? - Quis saber porque eu já providenciava a papelada.

- Apostemos... Se você tiver sexo com ela e não acabar se apaixonando eu faço um ano de propaganda de graça para seu bistrô - E seu trabalho era caro... Logo, sua proposta era meio que irrecusável.

Ou era o inconsciente gritando para que eu fizesse uma operação boca a boca?

Balancei a cabeça.

- E se eu perder? O que não vai acontecer, só para eu saber - Por via das dúvidas...

- Você vai trazê-la para ela pedir sua mão a mim - Era coisa mais absurda que eu tinha escutado em tempos e olha que eu assistia TV Senado.

- Isso é ridículo - Apontei com muita convicção e o própria Gizelly assentiu sem vergonha.

- É muito. Mas mesmo assim você tem medo disso - Medo? Eu não tinha medo de nada, era a mulher mais corajosa que eu conhecia.

Minha mãe me abandonou ainda bebê, meu pai se foi aos meus dezoito anos e eu fiquei sob a vigilância da Liga do Fracasso, eu era corajosa para caralho!

Deliciosamente proibido  -  Versão RabiaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant