Capítulo Trinta e Um

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Levantei meu olhar para o rosto do infeliz, que ousou me tocar. Mas me suavizei quando uma percebi que era uma mulher e visivelmente assustada. Ela era alta, do tipo, bem alta e seus cabelos escuros caiam sobre seus ombros desnudos pelo vestido sem alças. O rosto angelical como de uma boneca e os lábios finos e rosados.

— Tudo bem. — Tentei não soar tão ignorante e rude, mas obviamente não foi concluído com sucesso.

— Me perdoa mesmo eu estava distraída procurando um amigo que nem vi a senhora. Me perdoe. — Suas mãos tocaram meus braços descobertos com suavidez e graça.

Apenas sorri e tirei suas mãos delicadamente de mim.

— Eu já disse que está tudo bem...-Rude de novo. Seu olhar se entristeceu e eu tentei consertar a situação. — Não se preocupe.

Ela se acalmou e ficou alguns segundos me apreciando. Como se me conhecesse, mas não conseguisse se lembrar. As mãos se enrolaram em volta de sua cintura e percebi o quão magra ela era, mas como seu corpo era desenhado perfeitamente com belas curvas, sem exageros.

Quando ia voltar ao meu caminho, ela soltou um gritinho e deu um breve pulinho me fazendo levar um susto.

— Eu sei de onde você é! Você é dona de uma empresa não? Eu sempre te vejo na TV!

Eu realmente, sou muito famosa.

— Sim. Uma empresa popular.

— Você é tão bonita pessoalmente!

Um sorriso tomou meus lábios e eu acenei com a cabeça.

— Obrigada.

Ficamos em um silêncio absurdamente intimidador, até ela dar o primeiro passo e sair em direção a uma mesa cheia de outras mulheres. Recuperei minha postura e dei uma bela vasculhada no lugar, procurando por Lisa.

Não a encontrei.

Estranho.

Ela estava bem ali a alguns minutos atrás.

Comecei a me movimentar a sua procura. Não era tão difícil encontrá-la, já que de longe, ela estava chamando toda a atenção para si. Um garçom passou por mim, carregando alguns copos com uns drinks e eu me apressei em pegar um. O líquido azul desceu pela minha garganta rasgando. Tão forte e tão delicioso. Extremamente delicioso. Era um licor impressionante.

Meus olhos faziam uma limpa no salão diversas e diversas vezes, e quando eu finalmente a encontrei, um nó se fez na minha garganta. Ela estava próximo ao palco, no lado mais escuro, encostada na parede, com as mãos nos bolsos e sorrindo. Sorrindo alegremente. E não era atoa.

Uma mulher estava em sua frente e quando ela se virou rapidamente, pude perceber que era a mesma que se esbarrou em mim algum tempo atrás.

Eu juro, isso não pode estar acontecendo.

Me aproximei lentamente, encostada nas paredes e pilastras. Eu estava parecendo uma maluco no meio do salão. Eu não conseguia entender o que elas, muito menos decifrar o que estavam falando, mas eu tenho certeza que era algo aleatório e os duas não paravam de sorrir. A piranha até encostava sua mão grotesca na blusa social dela.

Meu sangue já fervia e meus olhos provavelmente estavam pegando fogo.

— Elas ficam tão lindas juntas, não é? — Me assustei levemente, mas manti a postura e tentei disfarçar o que estava fazendo encarando o meio do salão e fingindo que ninguém falou comigo. — Elas são tão perfeitas que merda! Eu nunca vou conseguir competir com ela.

O assunto começou a me interessar e eu fui praticamente obrigada a olhar a pessoa que se referia a mim. Era um garoto, provável que tenha no máximo 18 anos. Estava com um terninho cinza e os cabelos escuros jogados para trás. Ela encarava Lisa e a sua "amiga" ao meu lado, sem nem piscar.

Yes, Mommy | JenlisaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant