Matter to you | SOPE

two

Já era tarde, Yoongi tentou ao máximo se afundar no seu computador e no trabalho que tinha que fazer. Mas nesse dia não estava fluindo muito. Só pensava no menino do café de óculos escuro que mancava, nossa tão... estranho. Nem viu que já tinha chegado a hora de ir embora, ao sentir uma mão em seu ombro.

                — Vamos Yoon? Já passamos do horário. Vamos comer churrasco? — Jimin sorridente e animado, já estava agasalhado com um suéter quente, sobretudo preto com botões grandes e cachecol branco.

Jimin era um dos amigos que Yoongi fizera nas faculdade e agora trabalhavam na mesma empresa, além de Namjoon

                — Preciso ir pra casa. — respondeu sem muito ânimo. — Deixa pra sexta, tomar uma no bar do meu irmão, vai ser inaugurado, cerveja por minha conta.

               — Wow, chamarei o Nanjoom também, fique bem! Até amanhã. — disse saindo do escritório.

Yoongi se arrumou, o frio estava mesmo chegando na Coréia. Achava que seria o frio mais pesado de todos os tempos.

Colocou seu sobretudo , cachecol e pegou sua capanga (uma pasta) e colocou de lado do ombro e onde estendia até os joelhos, estava todo de preto. Ajeitou de lado e caminhou para saída, iria direto pra casa naquele dia. Não poderia ficar só saindo todos dias pra chegar em casa tarde e tentando suprir a falta do seu filho com a bebida.

Caminhou até o metrô, sentindo o vento gelado em seu nariz , apostava que estava vermelho. Brincava sozinho soltando o ar pela boca para ver a "fumaça". Eram 15 minutos de metrô e 15 andando para sua casa.

Andar sozinho lhe agradava muito, tinha tempo de pensar, refletir e melhor... sentir a vida. Mas realmente algo estava faltando. Seus dias eram ir trabalhar, trabalhar exaustivamente até tarde, sair do trabalho, ir até a aos seus irmãos malucos para beber e então chegar em sua casa fria e vazia para ver de vez em nunca a sua esposa que um dia foi seu grande amor, mas que hoje era quase uma estranha.

Após 30 minutos estava em casa. Ao chegar só havia silêncio. Ninguém em casa como sempre, sentou no sofá e soltou o ar pelas narinas.

Olhou para o porta retrato em frente a televisão, do seu apartamento em na parte nobre da cidade e sentiu saudades do seu filho. Era um aperto em seu coração que não conseguiria explicar.

Porque concordou em deixar morar longe? Onde estava com a cabeça naquele dia?

Colocou os cotovelos no joelhos e as mãos no rosto, nem viu quando as lágrimas molharam seu rosto e não soube dizer por quanto tempo ficou ali chorando.

Seu filho foi morar com sua tia nos Estados Unidos. Era uma criança muito evoluída para sua idade e Yoongi o amava muito. Era sim um pai babão. Ele queria ser um idol  e ser fluente em inglês.

Escutou a porta ser destrancada. 

             — Chegou cedo, é um milagre!

             — Por favor, hoje não. Não quero escutar suas piadinhas hoje. —Yoongi se levantou do sofá e caminhou até o banheiro, tentando esconder seu rosto inchado pelo choro de mais cedo.

             — Você é meu marido, mereço satisfações da sua vida, mereço saber com quem fica todas as vezes que saí do trabalho e cheirando a álcool. — Dahee aumentou o volume da sua voz e caminhou atrás de Yoongi em seu encalço.

            — Você me dá satisfações de sua vida? Não sei por onde você anda , para onde viaja e o que você faz. — Passou a mão pelos cabelos bagunçado irritado. — Você não sente saudades dele droga? Ele é seu filho também.