Forgotten • [csb + hnk]

13 - I'm not going to wait until you're done.

N A R R A D O R

Você já esteve em uma festa, onde supostamente deveria ser divertido, mas tudo que você consegue sentir é a sensação sufocante de estar fazendo algo errado?

Kai teve um encontro maravilhoso, com um cavalheiro, que foi prestativo e atencioso, cuidadoso a ponto de observar a barreira que Kai criara em relação a seu passado, e respeitar em distância segura este muro tão alto. Mas, em casa, quando estava só ele e ele mesmo, ele enchia seus pulmões de ar.

Estava se sentindo derrotado, para baixo, com um pressentimento ruim, todos esses sentimentos o percorriam seu interior, e ele sentia a tão conhecida e incômoda sensação de sentir-se incompleto.

Seria difícil de explicar até para um poeta conhecedor das mais belas palavras.

Mais um suspiro fundo e Huening cortou a sala a passos firmes, tomando um gole da garrafa mais gelada de água que guardava na geladeira. Dez segundos depois, outro suspiro.

— O que tá acontecendo comigo? — questionou, sozinho, onde jamais receberia uma resposta.

Ele viu seu celular brilhar em novas mensagens apoiado no armário, mas apenas continuou a engolir sem delicadeza alguma todo aquele líquido gelado, que trazia a sensação refrescante a seu interior.

Infelizmente, a sensação refrescante era apenas em seus órgãos cansados do dia a dia desgastante do rapaz. Por mais que aquele em específico tenha sido um dia tranquilo, Huening ainda poderia sentir a ausência do cuidar de si, que tanto faltava em sua rotina. Aliás, falta na rotina de todo estudante.

Kai estava sentimental, gostaria de apenas se lembrar de seu encontro com Jeno como algo especial, como realmente fora, mas ele apenas conseguia se concentrar em como se sentia não vazio, mas incompleto, culpado, como se fosse imoral.

Não era, Kai não tinha quaisquer dúvidas sobre sua sexualidade, muito menos qualquer problema com ela.

Mas então, o que está me incomodando? Kai pensou.

Vez ou outra, enquanto estudava, ou quando não fazia nada além de ver vídeos na internet, Kai se perguntava se ignorar seu passado era uma decisão sábia, e parte dessas vezes, desejava desesperadamente voltar para a casa da mãe, revirar as caixas de fotos e seja lá que diabos ele guardava quando era quando mais novo.

Olhou, de relance, a tela de seu celular. Mensagens no Kakao, notificações no Instagram, e uma do próprio sistema do celular, avisando alguma mensagem no correio de voz. Ignorou, apenas se dirigindo ao próprio quarto. Ele percebeu que o uniforme que usava no trabalho estava jogado, sujo com a bebida que um dos outros funcionários derrubou ao esbarrar com ele enquanto procurava pela máquina de cartão. Ele riu. Foi culpado por aquela cena. Cada um dos atendentes tinha uma máquina de cartão para ficar sob sua responsabilidade. Os outros a carregavam em algum dos bolsos, mas Huening só deixava encostada em algum lugar de fácil acesso. Bem, agora ele tinha consciência que deveria mudar seu hábito, não gostaria de ter que pagar por um novo uniforme.

Hyuka tinha mudado sua TV da sala para o quarto desde o fim do almoço/jantar com os amigos, não planejava receber mais ninguém a não ser os dois amigos, e cá entre nós, ele não se importava em fazer sala. Ele colocou na Netflix, Reply 1988, era o seu favorito do momento, ele já tinha assistido três ou quatro vezes, mas se recusava a achar outra coisa para assistir. Vencido pelo vício, ele se rendeu a olhar o celular e o que ele tinha para lhe apresentar.

KakaoTalk:
Jeno | 21h13
espero que tenha sido tão legal para mim quanto para você, Hyun ;)

Os Taebeomkai:
Tae | 20h54
old que o Kai tá com o jeno até agorakkkkkkk
Beom | 20h55
jurei que ele tava rendido no bonitão lá

Instagram:
[hyukaxx]: textsfromthesoul publicou depois de algum tempo.

Sistema:
Novo Correio de Voz. Ligue para...

Ele respondeu o que lhe interessou, mas apenas fechou a notificação do Instagram. Sabia que era um limbo, e se ele fosse olhar, estaria num loop infinito de tentar achar qualquer pista que o ajudasse a encontrar quem é o bendito autor daqueles textos. Tudo que ele sabia é que era um rapaz, e isso não ajudava muito.

[...]

— Hyuning! — Kai reconheceu no exato momento em que ouviu, só seu chefe o chamava assim, ele nunca quis corrigir. — Abrimos em dez minutos, já arrumou as mesas?

— O Jaemin está fazendo isso, senhor. — Huening respondeu, enquanto lavava os copos na pia.

— Vá ajudá-lo. E depois abra as portas. Quando estiver tudo pronto, vê se tem alguma coisa pra repor no freezer.

Kai concordou, terminou de lavar os copos e foi a procura do companheiro de trabalho. Eles foram contratados juntos, mas somente nessa semana que passaram a trabalhar no mesmo turno.

— Jaemin? — Kai chamou, observando o colega descer os bancos de cima das mesas. — Precisa de ajuda?

— Tô acabando aqui já. Precisa de alguma coisa?

— Me mandaram te ajudar... — Huening contou, enquanto agora fazia o mesmo que o companheiro. — É só a gente e a Dabin hoje?

Jaemin pareceu pensar um pouco, mas logo deu de ombros, alegou não saber.

Continuaram a organizar tudo juntos, e não demorou muito até que os primeiros clientes da noite chegassem. Eram, em sua maioria, pessoas que regulavam de idade com Kai. Huening considerava que essas eram as únicas pessoas fisicamente saudáveis pra encher a cara numa quarta-feira e voltar aos seus afazeres na quinta, se é que tinham algum.

Kai ficou no caixa. Anotava pedidos, distribuía bebidas, entregava os pedidos preparados por Youngjae, e principalmente, conversava com os clientes que escolhiam se sentar no balcão, aqueles que provavelmente estavam sozinhos.

Perto da meia-noite, quando o lugar já estava mais cheio, e Kai um pouco mais atarefado, ele quase erra a receita de um dos drinks quando levantou os olhos para observar a chegada de dois novos clientes.

Choi Yeonjun e Choi Soobin.

Foi Jaemin que os atendeu, visto que Kai estava ocupado com a batida que preparava. Mas ainda sim, ele ficou responsável por preparar a bebida de Yeonjun, o único a pedir algo mais elaborado. Soobin optou por uma cerveja.

Huening passou a noite ouvindo os dois conversarem, serviu mais algumas cervejas para Soobin, e viu os dois rapazes gradativamente mais alcoolizados do que deveriam. Perto das três da manhã, os dois já riam, falavam sobre pessoas que Kai não conhecia, e ele já tinha até desistido de ouvir a conversa alheia, mas isso passou quando ouviu Yeonjun dizer "... aposto que em Ansan não tinha isso."

Ansan era a cidade natal de Kai. Também era a cidade natal de Soobin?

— Ei! Huening, né? — Yeonjun chamou.

Ele estava com o rosto levemente ruborizado, os cabelos desorganizados, e a voz um tanto arrastada. Kai dirigiu toda sua atenção aos dois rapazes, passou alguns bons segundos observando o outro Choi, apoiado na mesa com a cabeça baixa, visivelmente bêbado.

— Você estuda na mesma universidade que a gente, né? Eu te vi por lá, ouvi falar de você. — Yeon revelou. — Bastante, até.

— Ouviu? Quem falou de mim?

Continua...

mano oi tem mil anos que eu não apareço aqui

mudei até o pov... agradeçam essa atualização a todas as pessoas que me encheram o saco diariamente pra eu voltar

enfim, estamos bem? tem teorias? me conta aí

aliás, se vcs viram erros aí, é pq eu tive preguiça de revisar e provavelmente  farei isso durante a madrugada

até depois!

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