A Herdeira. - Bucky Barnes.

Uma conversa com Bruce Benner

-Você queria falar comigo?

Indaguei, ficando gelada. Bucky tirou as duas botas e me olhou. 

-Sim, quero. É que eu vou precisar ficar alguns dias fora. 

-Dias? 

-É... Mais de uma semana. - Bucky tirou o casaco e a blusa de cima, tacando longe. 

Observei quando levantou e tirou o cinto. Antes que eu pudesse raciocinar, eu já tinha questionado: 

-O que diabos você está fazendo, Bucky? 

Bucky parou, estático, com o cinto na mão. Ele tinha uma Ruga na testa

-Tirando a roupa? 

-Para quê?! 

Ele franziu mais a testa e suspirou, com as duas mãos na cintura. 

-Eu achei que não ia ter problema dormir aqui de novo. 

-Não tem. - Assegurei. - Contanto que seja só dormir... 

O queixo de Bucky foi ao chão. Então, ele fechou os olhos, esfregando o rosto e soltando o ar, bem devagar. 

-Quer saber, Abelhinha? Vou fazer um lanche, tá? Depois eu volto... 

Bucky recolocou a blusa e ia sair do quarto, mas eu levantei e o impedi, ficando entre ele e a porta. Bucky me encarou, confuso. 

-Por quê você ia sair? 

-Porque, claramente, você não está se sentindo confortável comigo. - Cheguei a abrir a boca para falar algo, mas ele me interrompeu. - Você nem diga que não está! O sem tom de voz foi de desespero e eu só estava tirando a roupa para ir dormir! Então, antes que eu ou você fiquemos chateados, eu ia sair... 

-Não. - Segurei a mão de verdade dele e o encarei. - Fica. Me conta porquê você vai precisar ir... 

Bucky suspirou e voltou para a cama. Tomei coragem e sentei no joelho dele, mas Bucky deu um meio sorriso e me empurrou para a cama. Bufei. 

-Vou precisar ir para a Lituânia, é algo sobre traficantes de armamentos pesados. Não sei ao certo, vou entender melhor quando chegarmos lá. 

-Quem vai? 

-Eu, Steve e Natasha. 

Suspirei, pegando a mão dele e encarei Bucky. 

-Por que você não me beijou hoje? 

Ele ergueu as duas sombrancelhas e ficou vermelho. Coçando a nuca, me encarou de lado. 

-Queria que eu te beijasse? 

-Não é isso que as pessoas fazem quando estão juntas? 

-Normalmente, sim. 

-Então...? 

Ele deitou na minha cama e ficou encarando o teto.  Esperei. Quando percebi que ele não ia responder, me joguei em cima dele e o encarei, voltando a repetir a pergunta. Ele passou a mão pelos meus cabelos, pentando com os dedos.