4: várias versões da mesma história

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Quando você me beijou, marcou meus lábios com o seu batom e eu senti que poderia manter em minha boca para sempre aquele tom. Quando você arranhou a minha pele, não me importei com as feridas, eu queria cegamente ter você em minha vida e nem mesmo minha carne sendo rasgada pela tua unha iria me afastar.

Quando você espalhou minhas roupas pelo quarto, gostei da sensação de me despir, afinal, eu estava mais do que nua ali, eu estava entregue para todos os sentimentos que você me causou.

No peito era uma festa, uma euforia sem fim, e quando nossos sons  abafados pelo quarto ecoavam, parecia não ser de tudo tão ruim.

Eu gostava de estar vulnerável, gostava de expor cada mísera parte do meu coração, e quando eu senti que estava em suas mãos nada disso me assustou.

Mas como toda marca é fruto de alguma cicatriz, você me machucou quando eu pensava que era feliz. Você me machucou quando dizia me amar, mas a tua forma de me destruir era tão sútil que eu levei um tempo para notar.

E quando eu estava quebrada, machucada e marcada por dentro e por fora, você sabia que era a sua hora de ir embora, assim poderia dizer que não me deixou em pedaços.

Existem várias versões dessa história, e nenhuma delas você admite que me matou enquanto eu estava nos teus braços.

todas as marcas que você deixou. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora