CAPÍTULO TRINTA E NOVE

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A névoa nítida e esverdeada permanecia firme no céu quando a garota de cabelos loiros abaixou a sua varinha. O barulho característico de folhas sendo esmagadas ao chão chamou a sua atenção e ela se virou bruscamente em busca de outra presença humana no local.

Uma ardência se destacou em seu antebraço esquerdo e ela deixou um suspiro de dor escapar de seus lábios. Assim que levantou a manga de seu suéter, Agatha viu o símbolo tatuado de um crânio com uma serpente saindo de sua boca, transformando-se na cor vermelho-vivo.

Aquele sinal excruciante fez a jovem sentir arrepios em sua pele descoberta. Ficou evidente para Agatha, quando a dor foi aliviando aos poucos, que, o Lorde das Trevas estava contando com o seu trabalho e aquela seria a noite definitiva para exercer a sua missão e consequentemente, provar o seu valor.

Próximo a Comensal da Morte recém-descoberta, escondidos atrás das densas árvores naquele local, os dois jovens ainda observavam a garota que havia mentido para todos os seus amigos durante muito tempo.

— Eu não consigo pensar em nada — Liam sussurrou, desesperado. — Aquele era o símbolo dele? — ele perguntou, referindo-se ao bruxo das Trevas.

— Sim — a lufana confirmou. A adrenalina corria em suas veias, deixando-a cada vez mais descrente da situação. — Como eu nunca tinha visto a marca no braço dela?

— Como você sabe que ela tem a marca no braço?

— Todos os seguidores dele possuem essa marca tatuada no braço — ela explicou, procurando manter a calma, mesmo em meio à tensão do momento. — Nós precisamos avisar todo mundo antes que ela tente algo ruim.

Enquanto os dois adolescentes se apressavam em passos largos para encontrar o grupo de amigos um pouco distante, a Comensal da Morte ouvia atentamente a conversa deles. Com a varinha em mãos, a garota andou sorrateiramente atrás dos dois jovens e apontou o braço em direção ao corvino.

— Incarcerous! — Agatha exclamou e irromperam finas cordas da ponta de sua varinha que colidiram com o garoto, prendendo o seu corpo.

No momento seguinte o garoto da Corvinal foi ao chão, as cordas cercando os seus pés e as suas mãos faziam ele se sentir agoniado e apertado. Quando viu o melhor amigo amarrado e amordaçado no chão, a lufana preparou a sua varinha e apontou em direção a origem do feitiço.

A jovem de cabelos áureos sentiu a fúria inundando o seu organismo, misturando-se com a adrenalina constante, assim que os seus olhos avistaram aquela que dizia ser a sua melhor amiga em um passado nem-tão-distante. A Comensal da Morte abriu um sorriso carregado de malícia.

— Expelliarmus! — Ellie exclamou, irritada.

— Quase sete anos estudando magia e você não conhece outro feitiço? — Agatha desviou ágil do feitiço enquanto dava uma risada maléfica. — Eu esperava mais de você.

— Engraçado alguém como você esperar alguma coisa de qualquer pessoa — ela ironizou, cuspindo as palavras com irritação. — Qual é a graça de ser uma mentirosa?

A lufana desviou rapidamente a direção de sua varinha, apontando para o corvino encurralado sobre o chão e sussurrando um contrafeitiço para ajudar o seu melhor amigo. As cordas sumiram ao redor do corpo do garoto, libertando Liam para que ele se levantasse do chão e firmasse a varinha em mãos.

FALLING - JAMES POTTEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora