XXIX-Morgana

10.9K 833 75
                                    

Os meus olhos não doíam, na verdade nada doía. Levantei do chão,mas eu não parecia tocá-lo, isso estava me deixando um pouco receoso.
Como eu vim parar aqui eu não tenho a menor ideia.
Tudo ao meu redor tinha um ar de contos de fadas, parecia que eu tinha roubado um livro infantil, rasgado as páginas e polvilhei o rosto por cima desse jardim. Algumas pequenas casinhas feitas dentro de tronco de árvores brilhavam em cores alegres. De longe podia se ver um pequeno jardim de lírios que cintilavam com a ajuda de um pó mágico que era derramado neles por um duende pálido, mas de roupas esfarrapadas azuis.
Eu não estava sentindo o meu corpo, olhei para os meus braços, mas eles não possuíam uma cor muito vívida.
Pássaros passavam cantarolando, pequenas fadas voavam felizes distribuindo pó brilhante.
Eu acho que se passasse mais um minuto nesse lugar me tornaria um personagem da Disney.
Vaguei pela parte central e descampada do bosque.
Uma jovem garota, de pele morena, de no máximo 5 anos veio em minha direção. Ela usava um vestido longo de princesa na cor bege que combinava com seus cabelos negros e ondulados.
- Oi.
Os seus olhinhos enormes me fitavam.
- Oi.
Respondi continuando a observá-la. Era realmente uma criança linda. Eu seria um irmão muito ciumento se a tivesse como irmã. Ri sozinho com isso.
- Novo aqui?
Ela perguntou com o rosto bem levantado, eu era bem mais alto do que ela.
- Sim. Qual seu nome ?
Perguntei curioso e ela ainda parecia processar a minha resposta.
Se desvencilhou dos pensamentos e me deu um sorriso.
- Eu não sei realmente. Mas as pessoas aqui me chamam de Aura. E o seu?
Logo que ela perguntou o meu nome eu franzi o cenho. Eu não lembrava o meu nome, na verdade não lembrava de nada.
Eu dei de ombros.
- Eu... Eu não sei.
Aura deu um sorriso triste e segurou a minha mão.
- Não tem problema, vamos arrumar um nome lindo para você. Você vai ver. Agora vamos, você deve estar com fome. Os nossos convidados sempre estão com fome.
Ela me puxou para caminhar-mos rumo a um chalé rústico.
- Que tal Fred? Ou será Nick? Amo o nome Tobias.
Eu ri e ela continuou a tagarelar até chegamos na porta do chalé.
Ela abriu a porta e entramos no pequeno lugar. Não era espaçoso, tão pouco luxuoso. Mas era confortável e quentinho, era como se tivesse sido abraçado pela sua mãe.
A pequena sala só possuía uma lareira a lenha e um sofá felpudo, um tapete no meio do lugar dava os toque final.
Ela me fez sentar em uma das cadeiras da mesa de jantar. As cadeiras e a mesa fora feito totalmente de madeira maciços.
- Já volto.
Esperei por alguns minutos que pareciam uma eternidade até ela aparecer de traz da porta trazendo um prato de sopa. Era desengonçada e isso me fez rir. Levantei e a ajudei.
- Pronto. Bom apetite senhor sem nome.
Ela falou segurando o riso.
- Não fique rindo dos nossos convidados Aura.
Uma jovem de cabelos cor de mel entrou na sala. De uma luz própria que emanava em todo o apertado recinto ela possuía olhos bem claros. A sua aparência era jovem e celestial.
- Meu nome é Condessa.
Ela me ofereceu a mão e eu a aperrei.
- Desculpa mas eu não sei meu nome.
Falei sendo sincero.
- Eu já imaginava que não. Coma e depois conversaremos.
Ela sentou-se no sofá da sala e Aura sentou ao seu lado e ambas começaram a cantarolar entre sorrisos enquanto eu devorava o meu prato de sopa.
Praticamente engoli toda a comida rapidamente, está querendo mais respostas e preferia que fosse logo.
Me sentei em uma poltrona de frente as duas e pigarreei.
- Então, o que eu realmente estou fazendo aqui e como vim parar nesse lugar?
Ela olhou para mim pensativa e acabou saindo um suspiro apreensivo de mim.
- Você morreu Oliver.
Eu olhei para ela atônico.
- Claro que eu não morri, eu estou aqui.
Olhei para o meu corpo, ele era pálido, mas eu estava de pé, eu respirava.
Ela tinha um ar cansado para uma garota.
- Por isso que está aqui. A sua alma é imortal, ela nunca morrerá, porém quem possuir o seu espírito possuirá o poder do ar. Em mãos errados isso será péssimo para o nosso mundo.
- Eu posso, você sabe, voltar a vida?
Perguntei.
- Sim. Com um beijo de um dos filhos dos mortos.
Eu franzi o senho.
- De quem?
Ela suspirou e começou a falar.
- Você só sobreviveu por que um dos filhos dos mortos ou seja, um dos príncipes do submundo beijou-te.
Eu olhei para ela abismado.
- Se isso ocorrer novamente eu estou livre?
Ela assentiu e eu pensei deliberadamente.
Ela levantou-se e quando isso aconteceu, uma luz forte me segou por um minuto vindo de fora da cabana mas para nossa má sorte estávamos de janela aberta.
Um estrondo forte nos alertou logo após o feixe de luz.
- Temos mais um convidado.
Ela falou levantando, tivera caído no chão com o estrondo.
Corremos até o centro do bosque e quando chegamos eu olhei pensativo.
Uma jovem de cabelo ruivo e com um símbolo brilhante no ombro estava caída inconsciente no chão do bosque.
Me aproximei dela e coloquei a cabeça no seu colo, o seu rosto mostrava o quão indefesa ela estava.
Ela abriu os olhos que eram de um verde claro, era realmente lindos e eu estava percebendo que ela me era familiar.
- Oi.
Falei.
- Oi.
Ela falou um pouco atordoada.
- O ar e fogo unidos nos bosques, essa é realmente novo para mim.
Falou Condessa.

-----------
Amigos, me perdoe pelo capítulo pequeno, minhas aulas começaram e com ela as responsabilidades de um ano letivo puxado. Espero que me perdoem e em breve estarei postando outro capítulo para vocês.
Obg pelos 35 mil visualizações, isso é realmente muito importante para mim.
- G

Guardiões ElementaresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora