Capítulo 8

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Já na hora do café da manhã, eles se reuniram em uma grande mesa de madeira, com acabamentos de plantas nas bordas. O café fora servido antes deles chegarem.

Para Luma, Silvestre e Viktor, fizeram uma deliciosa omelete de frango e para Luiz, Sayuri, Thetis e Levi, em especial, pois amavam beber sangue, receberam sangue envelhecido.

— Você precisa me dizer onde arruma esse sangue — disse Luiz a Sayuri, enquanto girava seu sangue restante na taça.

— É um segredo muito bem guardado — respondeu ela, com um sorrisinho. Levi concordou com a cabeça.

— Quando ela fala que vai guardar um segredo, ninguém nunca descobre — murmurou ele.

— Na verdade, Levi — disse ela, ironicamente —, Aly sabe. — Ele ergueu uma das sobrancelhas.

— A Aly, jura? — ironizou Levi

Sayuri apenas deu ombros.

De repente, uma mulher de cabelos negros, roupa preta e sobretudo de mesma cor, com a pele marrom-dourada brilhando à luz do sol, entra na sala e vai direto até Sayuri. Ela não olhou mito para os outros sentados à mesa.

— Sayuri, relatório da barreira de contenção — disse a mulher. A mestiça gesticulou com a mão para que ela continuasse. — Recebemos o relatório do lado sul dizendo que haviam guerreiros prontos para atacar, mas já lidamos com isso. — Sayuri assentiu. — O Norte relatou o mesmo. E trouxeram prisioneiros. Recuperamos e já os interrogamos. Encarreguei Kist de ajuda-los a se acomodarem nas cabanas.

— Ótimo. E quando as tropas?

— Vim aqui justamente para pedir a sua autorização para reforçar nas barreiras.

Sayuri suspirou.

— Pode fazer o que achar melhor. Demos um passo ao faze-la me chamar pelo meu nome, agora, preciso fazer você entender que não é necessário pedir a minha opinião eu a minha autorização. Sei que acha que não faz parte de nosso povo e faz o seu melhor, mas você é parte de nós tanto quanto nós mesmo, Irene — disse Sayuri, com um enorme sorriso. A mulher tentou contar um sorriso tímido e feliz.

— Como quiser. — Ela levantou o olhar para os outros na sala. Irene olhou para cada um, mas seus olhos se arregalaram levemente ao ver Luma. Seu corpo enrijeceu automaticamente. Silvestre lançou um olhar solidário a ela. — Bom, agora irei comunicar aos outros. Bom ver que está vivo, idiota — disse ela a Silvestre. E sumiu.

Luma ficou estática por alguns instantes antes de perguntar em voz baixa, quase em um sussurro:

— Quando foi que ela veio para cá.

— Logo depois que o marido quase morreu. Ela me disse que escutou boatos que eu acolheria a todos que não tivessem preconceitos e um bom motivo.

— Então já faz todo esse tempo... — sussurrou Luma. — Pensei que ela havia morrido.

— Sinceramente, no início achei que você a tinha enviado com duas crianças para adquirir informações sobre esse lugar, e mandar um exército para nos atacar — replicou Sayuri.

— Eu nunca pensei que ela fosse sair de lá. Mesmo depois de tudo.

Deu para notar os olhares de curiosidade de todos eles. Então Luma explicou:

— Ela era uma das minhas melhores guerreiras. Cuidava da segurança de tudo e todos de Watan. Mas, depois que o marido dela foi acusado de traição, não tive escolha a não ser manda-lo para a fogueira. — Ela lançou um olhar para Sayuri. — Depois ela levou os dois filhos deles e saiu de lá.

Em Busca de Liberdade - Crônicas de Sangue e Ódio - Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora