ثقة

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Karila Aistarabaw POV

— Dê-me distância. – Ordenei observando meus seguranças me envolvendo em uma proximidade esmagadora e sufocante, não era exatamente o que eu precisava naquele momento, principalmente com tantas questionamentos que me tornassem confusa o suficiente. A má iluminação do local me trouxe uma estranha impressão, mesmo que não fosse tão ruim como pensava, só não era bem localizado, redondezas perigosas do Cairo, o suficiente para entender que não era uma boa localização para uma mulher.

Segurei o lenço em minha face, cobrindo minha identidade ao sentir que a brisa fria da noite o tentava levá-lo. Ao me aproximar do carro tão familiar eu o toquei em reflexo, tentando mensurar o que estava diante dos meus olhos, o que fazia ali? Não era o melhor dos lugares, minha matemática sempre foi muito clara, sem rebuscos desnecessários para que não encontrasse a resposta correta com facilidade.

Normani.

Acenei com a mão a Hadd para que ele me acompanhasse com certa distância necessária, subindo aquelas escadarias sozinha, sentindo os olhares de meus seguranças me guiando os caminhos. Havia somente um homem atrás do balcão de recepção, os olhos antes perdidos em algum programa aleatório da pequena TV embutida na parede agora se dirigia a mim, com um interesse que me causou repúdio a medida que me aproximava em busca de informações, a decisão de acenar para Hadd ressoou certeira em mim. Ao notá-los o homem pareceu se concentrar em não me olhar com o fervor nojento anterior. A medida que o reflexo de similaridades surgiam em sua postura ele parecia compreender melhor o que eu era.

É honroso tê-la aqui, Alteza Karila. – Seus olhos estavam parados nas próprias mãos, não parecia estar em condições para me olhar nos olhos.

— Estou aqui em busca de informações. – Informei observando o local com incômodo certeiro me atingindo, não haviam informativos internacionais em quase nenhum lugar, não é um lugar adequado para uma mulher estar, mantive minha distância do balcão, o observando e mover incomodado sobre sua cadeira, parecia agora adotar aquela típica postura de homens quando se recordavam da minha pequena fama nacional.

— E no que posso ajudá-la? – Sua disposição imediata era irritante. Olhei em direção ao elevador, sobre a necessidade de mentir e esforçar-me para nada, só quero saber o que Normani faz aqui, não preciso vê-la.

Normani Kordei, ela está aqui? Mulher negra, relativamente alta... – Descrevi-a de tal maneira que seria impossível não saber, Normani era uma mulher notável, não passava despercebida por nenhum lugar, seu porte é poderoso. Ele seguindo minhas descrições folheou um livrinho de check in debaixo das mãos.

— Sim, essa mulher entrou aqui uma hora e meia atras, Senhora. Mas é sigiloso, eu... – Tentou relutar diante da eminência de entregar uma informação que não devia. Inclinei a cabeça levemente o observando profundamente, se seria capaz de continuar relutando quando o olhava daquela maneira.

— Ela está visitando alguém, uma estrangeira que se mudou recentemente com contrato, ela é branca, olho verde, nome esquisito. – As descrições não me atingiram em cheio, não em surpresa, franzi meu cenho porque era tão óbvio que me fazia sentir tola, as coisas estranhas aconteciam desde o dia anterior, o que eu esperava? Normani havia se tornado um pedaço corruptível de minha equipe? E se tivesse finalmente se entregado a uma proposta irresistível em troca de minha cabeça?

Não há muito o que eu possa fazer.

Sentia meu corpo esquentar com a realidade se transformando diante de mim, como vou resolver tudo isso? Como posso deixar de lado e ser imparcial quando Normani está enfiada em alguma loucura relacionada a uma estranha que sequer conhecia há poucos dias atrás. Quanto caos trazido a minha mente em tão pouco tempo atribuído a uma americana estúpida...

Karila AistarabawOnde histórias criam vida. Descubra agora