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demorei porque desedratei muito no processo da tradução 😞🤙

Hoseok estava muito feliz.

Voltar a ver Jin era talvez o que menos esperava em toda sua vida. Isso porque desde que ele havia descoberto os verdadeiros sentimentos de Hoseok por ele, foi apenas questão de dias para que lhe dissesse que era melhor os dois se distanciarem.

Não havia sentido ódio dele, mas é claro que era isso que ia acontecer, quem poderia continuar uma amizade quando de um lado já não havia só amizade? Porém, havia doído e muito.

O fato de não voltar mais a vê-lo, ajudou a esquecer. Mas sentiu saudades dele e muita, por meses, por anos, porque Jin foi o único que falava consigo nesse tempo que ninguém mais queria. Ele sempre o havia feito se sentir bem com palavras doces e ternas. Ele havia sido o primeiro que lhe havia dado um abraço.

Kim Seokjin era a única pessoa que alguma vez lhe deu carinho e afeto. E sim, isso foi o suficiente para que se apaixonasse por ele. Para que deixasse de vê-lo como amigo. Apesar de que também foi porque o rapaz era bastante atrativo.

Ainda continuava sendo.

O castanho ao princípio não queria saber nada dele, mas tinha quase certeza de que logo depois havia estado babando enquanto o olhava como fazia anos atrás. Até se estremeceu por completo quando o abraçou como antes e lhe havia tocado no braço. Tampouco podia sentir ainda mais emoção quando ele lhe disse que estava bonito, ele literalmente havia dito “Você está mais bonito que antes”. Ele sempre foi a única pessoa que lhe dizia esse tipo de coisas... bom, além de Taehyung.

Se repreendeu mentalmente por pensar no moreno.

Voltando para Jin, seu coração havia se agitado demais em sua presença, talvez nunca havia se desapaixonado por ele depois de tudo, mas não podiam culpá-lo, o mais alto havia sido tão gentil e amável com ele como era antes. E, acima de tudo, havia aliviado seu coração ao dizer que a verdadeira razão pela qual havia se afastado era por culpa dos idiotas de seus colegas, coisa que havia lhe esclarecido antes mas que não acreditava nele.

Hoseok sempre achou que tudo nele é que estava mal, bom, todo mundo lhe dizia que ele era tudo de mal, assim que, por quê não acreditar neles? Não podiam estar todos equivocados, ou sim?

Em fim, por isso havia pensado que o havia assustado assim que descobriu que estava apaixonado por ele. Apesar de que talvez Jin estava mentindo para si.... Hoseok tentou eliminar esse pensamento. Jin não podia mentir para ele, ele era bom. E a verdade é que agora se sentia bem melhor. Jin até lhe havia dado seu número.

Por geral, nesse dia se sentia muito bem. Até seus pais o trataram bem também. Recordaria esse domingo para sempre, tinha certeza.

No dia seguinte, segunda, também estava muito feliz, não só pelo que aconteceu no domingo mas também porque sabia que seria aprovado na prova para a qual tanto havia estudado. Já que na revisão geral resolveu tudo. E somando a esse dia, sua mãe havia feito seu bolo favorito.

Havia ido dormir feliz, e despertou cedo para chegar a tempo para a prova.

Mas, na manhã de terça, como já devia esperar, sua mãe não estava de bom humor. Era um desses dias que se acordava de mal humor e discutia com todos. Ao que parecer havia discutido com seu pai primeiro, agora discutia com Jiwoo e isso era o pior que podia acontecer.

Porque quando discutia com sua irmã, sobrava para Hoseok a pior parte.

Está se convertendo na bicha do teu irmão” “Se continuar assim vai terminar sendo uma fracassada de merda como ele” “Onde está o idiota do teu irmão?” “Os dois deveriam ir embora logo dessa casa, par de inúteis” “Me adoece ver Hoseok, não seja igual ele” “Deveriam aprender com Jimin e Boung, eles são filhos exemplares”Acorda a merda do teu irmão de uma vez por toda antes que eu acorde ele com água fervente”.

Hoseok quis ignorá-la, e realmente conseguiu, com um nó em sua garganta, mas não pôde ignorar quando o empurrou, como o estorvo que era, e o fez bater contra uma estante. Tocou sua testa pela dor e olhou sua mão depois de senti-la úmida. Era sangue.

Realmente sempre fui um estorvo.

Se negando a chorar, se lavou rápido com água e sabão. Sem tomar café da manhã, beijou Mickey e logo depois Hoya, deixando um beijo também no ventre de Hoya, para sair rápido dali.

Saiu rápido direto à parada de ônibus, correndo para não o perder. Chegou a tempo, mas sabia que veria Taehyung (estava no horário que ele sempre pegava ônibus porque havia perdido muito tempo curando sua testa). Quando o viu, se escondeu atrás de um pessoa e colocou uma mão sobre sua testa, tentando a esconder com sua franja. Ao menos teve sorte com que Taehyung não o visse, e teve ainda mais sorte quando viu que ele se sentou em um dos assentos na frente de todos, enquanto Hoseok estava em outro lá atrás.

Agora devia se concentrar. Tirou seu caderno de anotações e estudou um pouco mais, hoje seria sua prova e pensava em tirar uma boa nota de qualquer forma.

[...]

Fora do exame, se sentiu feliz de novo. Havia ido muito bem, fazia anos que não acontecia algo assim. Havia conseguido uma pontuação quase perfeita e isso o motivava a continuar estudando. Talvez esse seria o fim do mal, no fim seria o dia em que tudo melhoraria, e em que sua classificação começaria a subir. Se sentia tão positivo que foi feliz para casa, rápido, para contar a sua mamãe.

Quando chegou havia silêncio, tanto silêncio que acreditou não haver ninguém em casa. Apesar de que isso era entendível, já que havia chegado mais cedo em casa. Exceto que escutou ruídos no pequeno quintal, provavelmente sua mãe estaria limpando ali, como sempre... Hoseok tinha um pouco de medo. Ela estaria de bom humor? Tomara que sim, pensava.

Mickey apareceu para lhe saudar, Hoseok sorriu amplamente e o pegou nos braços, lhe devolvendo a saudação.

- Aprovei, Mickey! – exclamou em um sussurro com um grande sorriso em forma de coração enquanto deixava beijos por todo o rosto de seu cachorro.

Logo que o colocou no chão, foi procurar por Hoya em seu quarto, onde agora sempre ficava dormindo. Lhe saudaria, tocaria seu ventre e lhe daria beijinhos ao mesmo tempo porque, por alguma razão, quando fazia isso sentia os filhotinhos se movimentando mais rápido no interior dela e ela movia o rabo sumamente feliz. Hoya era tão alegre e carinhosa como Mickey, a amava, e tinha certeza de que seria uma boa mamãe. Sorriu recordando que Jin lhe disse que lhe ajudaria com a adoção dos filhotinhos.

Ele tinha muitos amigos, tinham certeza que conseguiriam encontrar um lar para todos. Estava muito feliz por isso também. Mas quando entrou em seu quarto franziu o cenho, Hoya não estava, como sempre ficava, descansando em sua caminha. Saiu e a procurou nos demais quartos. Tampouco estava. Parecia não estar em lugar nenhum. Se sentiu sumamente confuso imaginando que ela não estivesse dentro de casa e que talvez tivesse ido ao quintal.

Decidiu ir ao quintal para lhe levar de volta ao quarto e de passo daria a boa notícia a sua mãe, sobre que havia tido uma das melhores pontuações da sala, porque sabia que ela ficaria muito feliz com isso.

Mas quando chegou, se deteve. Hoseok se deteve bruscamente no marco da porta do quintal, olhando o que sua mãe estava fazendo. Olhando inocentemente sem entender o que acontecia.

Ela estava de costas a ele, por isso não podia ver bem. Mas quando conseguiu, seu mundo se veio a baixo no mesmo instante.

E simplesmente acreditou estar em um pesadelo. Devia estar em um pesadelo. Devia acordar. Devia, mas não acordava.

Seu coração ser apertou como se tivesse parado. Sua garganta se fechou como nunca antes, o deixando sem ar. E seu corpo se descompassou; tremendo, ficando frio.

Lhe tomou muito tempo processar que o que estava vendo era real. Sua mãe, ao notar sua presença, se virou para ele -agachado- e lhe disse tranquilamente “era necessário, temos muitos gastos, você não faz nada, não trabalha e-”, mas ele não escutou mais, se negou a continuar ouvindo e até mesmo seus ouvidos pareceram se fechar. Quando viu que ela se virou, ele só correu a empurrando para um lado para evitar que ele fizesse isso, mas já era tarde. Ela fez. Mas por culpa dele. Só dele.

O corpo do cachorrinho que tinha em mãos caiu no chão. Sem vida. Hoseok gemeu caindo de joelhos com forças contra o piso de cimento.

Um inútil.

Eram cinco. Foram cinco.

Ainda me lembro.

Cinco filhotinhos. Cinco bebês, agora jogados um sobre o outro, sem vida. Como pelúcias. Pequenos demais para poderem se defender.

Os bebês de Hoya. Os bebês de Hoya não puderam se defender.

- O que você fez!? – gritou pela primeira vez a sua mãe, com uma voz tão rouca que não se reconheceu nem ele mesmo. Ela mencionou algo como “não sofrerão” como se isso aliviasse, como se isso tirasse algo da dor que estava sentindo. Como se isso o despertasse desse pesadelo. Como se isso lhe servisse no futuro para não se sentir culpado.

Você não entende, nunca entenderá, você não é eu. Não sabe como foi viver esse momento. O momento mais traumático e doloroso da minha vida, do qual só existe um antes e um depois do que sou agora. Da merda que sou agora. Não sabe como é carregar esta culpa todos os malditos dias da minha vida. Porque sim, você mesma disse e repete; é minha culpa. Só minha.

Os olhos de Hoseok estavam nublados pelas lágrimas, mas sem dúvida conseguiu ver algo e olhou para um canto. Um filhotinho.

Só restava um bebê, só um com vida, o qual estava se arrastando para longe, como se soubesse qual seria seu destino. Como se soubesse o que lhe aconteceria quando ela o agarrasse e o segurasse pelo pescoço.

Hoseok se apressou a agarrar o bebê e se levantou do chão.

Então correu.

Correu para longe dela. Fora de sua casa. O mais rápido que pôde, como se soubesse para onde ir. Quando não sabia e nem tinha ideia para onde ir.

Era um desastre de lágrimas e soluços fortes. O casal de anciãos que o viu, parou para lhe olhar com intriga e lástima, mas Hoseok continuou correndo, abraçando ao filhotinho em suas mãos. Era tão pequeno que com apenas uma mão podia o cobrir quase por inteiro. Seu pelo estava seco, como se não tivesse nascido há algumas horas.

Onde estava Hoya?

Se sentando em um dos bancos do parque, mais longe o possível dos olhares de fofoqueiros, se pôs a chorar abraçando ao filhotinho. Se sentindo uma merda total. Se sentindo o único culpado por todos aqueles corpinho sem vida. Queria ir procurar por Hoya. Se existia um Deus, lhe pedia e suplicava para que Hoya estivesse com vida e que nada tivesse acontecido com ela.

Mas talvez não existia um Deus. Ou talvez não um para uma merda de pessoa como ele era.

Hoseok não deixava de chorar e secar suas lágrimas com o torso da mão enquanto que com a outra abraçava o filhotinho contra seu peito.

Não soube quanto tempo esteve ali, e apesar de que começava a se desidratar, suas costas já doíam pela posição. Em um momento pareceu chover ou chuviscar, não tinha certeza. Ele continuava chorando. Chorando como se isso melhorasse algo, mas é que era um inútil, um inútil que só sabia chorar.

Nós, inúteis, só servimos para chorar.

O filhote em sua mão parecia ter dormido pelo calor que lhe brindava seu corpo, Hoseok o acomodou melhor para que pudesse dormir tranquilo.

Se tivesse faltado a prova, como sempre fazia, os teria salvado. Mas não, teve ir como se isso apagasse o idiota inservível que era. Se tivesse trabalhado como sua mãe lhe disse ou lhe tivesse comentado que Jin pensava em ajudá-lo, os teria salvado também. Era sua culpa.

A culpa que sentia era muita. Ele não se sentia capaz de lidar com algo assim, mas não podia evitar culpar a si mesmo por cada segundo que passava.

Mais uma vez passou sua mão em seu rosto, limpando as lágrimas em suas bochechas sem nenhuma delicadeza, odiava chorar, mas não podia controlar e menos agora. Seus ombros e corpo tremiam pelo lanto. Não sabia a quanto tempo levava chorando.

- Hoseok? Hey, o que aconteceu? – Taehyung apareceu do nada, como sempre fazia. Mas dessa vez não era momento para que o chateasse, queria continuar chorando até que sobrasse nem uma gota em seu corpo e que este gritasse para ser hidratado outra vez, não respondeu porque simplesmente não conseguia parar de chorar e porque sentia que não sairia nenhuma voz de sua dolorida garganta – Alguém te machucou? – lhe perguntou com a voz carregada de preocupação, segundos depois. Hoseok se estremeceu voltando a recordar tudo.

E assentiu, assentiu chorando mais forte pelas imagens que voltavam a sua mente do horrível momento que viveu e da dúvida que ainda sentia por não saber onde estaria Hoya. Escondia seu rosto com uma mão enquanto que com a outra abraçava o filhotinho contra seu peito.

Hoseok não podia pensar em como se via, não sabia o que Taehyung estaria vendo, mas tinha certeza de que logo mais ele se iria. Devia ter uma aparência horrível, devia dar medo. Talvez com isso por fim o moreno entenderia que ele era estranho. Já haviam passado dias que não falava consigo, não entendia porque havia falado agora. Apesar de que talvez já tenha ido embora, já que só se ouvia seus próprios soluços. O castanho não queria olhar para comprovar, mas tinha certeza de que era assim, já haviam passados vários minutos de sua última pergunta.

Mas então sentiu um simples toque em suas costas, seus espasmos eram tantos que mal havia se dado conta.

- Calma – sussurrou baixo, Taehyung continuava ali – Não irei embora até que você fique bem – pareceu prometer.

A garganta de Hoseok doía de tanto chorar que não podia responder. O filhotinho começou a se mexer em sua mão e se sentiu um idiota por não pensar em que talvez ele podia sentir fome. Talvez... talvez Taehyung poderia lhe ajudar com o filhote, não podia ter um coração tão mal para não o ajudar, certo? Mesmo apesar de ser amigo de Jimin, certo?

Hoseok olhou com cuidado para o moreno, o qual apesar de ter as pontas dos dedos em sua costa, lhe dando leves carícias, olhava para a frente, com o rosto sério. Parecendo ter sentido seu olhar, se virou para ele e o castanho notou um brilho nos olhos do moreno, como se estivesse segurando lágrimas, mas talvez era só sua imaginação. Baixou seu olhar ao filhote e logo olhou novamente para Taehyung.

O moreno entreabriu os lábios olhando para o filhotinho, estava surpreso e confuso.

- Q-que...? De onde...?

O castanho nunca havia contado a Taehyung sobre Hoya ser fêmea e menos ainda sobre ela está prenha. Entendia sua confusão. Mas, em vez de responder, só soltou um soluço.

Era tão patético.

Taehyung envolveu o filhotinho -que começava a fazer pequenos barulhos de choro- com suas mãos, sobre a mão do castanho.

- Acho que ele tem fome – Taehyung murmurou – Ou sente saudades de sua mamãe... parece recém nascido – os olhos de Hoseok voltaram a se encher de lágrimas, mas não queria chorar como estava fazendo há alguns minutos, não agora que o moreno o olhava – Você é um anjo, Hobi. De onde o salvou? – Hoseok baixou seu rosto ante o “salvou” e uma lágrima caiu por sua bochecha, mas quando ia limpa-la, o moreno fez isso primeiro. Com seu polegar a secou e apoiou o resto de sua mão em sua bochecha, Hoseok não pôde evitar o olhar com os olhos grande de surpresa ante esse gesto – Vou te levar até tua casa, em qualquer momento pode voltar a chover e-

Hoseok começou a negar rápido: – N-não, n-não quero ir ali... não hoje.

Viu o olhar sério que Taehyung lhe dedicou.

- Foram eles, certo? – perguntou olhando a ferida em sua testa, Hoseok havia se esquecido dela. Decidiu não responder e baixar o olhar ao filhote, sabia que o moreno tinha conhecimento de que seus pais não o tratavam muito bem, que digamos. Taehyung deixou cair sua mão e suspirou – Já comeu? Eu morro de fome e acho que o cachorrinho também – disse depois de vários segundos, mudando o tom de sua voz a um mais animado – Não seja cruel, Hobi, deixa a gente ir comer...

- A-aonde? – perguntou aspirando pelo nariz, Taehyung fez uma cara de pensativo.

- Aonde você quiser – deu de ombros – Que tal irmos para minha casa? – perguntou finalmente em voz baixa, como se tivesse medo de sua resposta.

Hoseok não queria ir para a sua casa porque não queria ver os pais do moreno, mas tampouco queria ficar nesse parque e menos ainda queria ficar sozinho. Por outro lado, o filhotinho precisava realmente se alimentar (não sabia há quanto tempo havia nascido nem se havia tomado leite desde que nasceu), e por ainda ser muito bebê, também precisava ficar em algum lugar seco e quentinho. Por isso que assentiu na direção de Taehyung e se levantou do banco.

- Espera – o moreno lhe disse, Hoseok o olhou confuso e o viu tirar sua jaqueta. Quando estava a ponto de se negar, era tarde. Taehyung envolveu o castanho com sua jaqueta. A jaqueta cobria por completo suas costas e ombros, por cima da sua roupa que estava molhada, sabia que iria umedecer a bonita jaqueta do moreno e se sentiu mal por isso.

Mas quando Taehyung lhe sorriu levemente, esqueceu aquilo.

- Pronto, vamos – disse sem parar de lhe sorrir, e começando a caminhar ao seu lado.

Hoseok lhe seguiu os passos se sentindo como antes, mas um pouco menos mal ao sentir que já não estava tão sozinho como estava há algumas horas atrás.

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julho não é mês das férias, ?

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