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Any Gabrielly:
3//10
—☆—

Eu estava ansiosa e não sabia o que vestir.

Noah havia dito que me encontraria em frente ao campus para podermos ir até um encontro surpresa.

Ele sempre perguntava por que não poderia vir até minha porta me buscar, e eu explicava o que iria acabar acontecendo.

Minha mãe iria surtar.

Como sempre.

Puxei o meu celular para fora do bolso de minha calça jeans e disquei o número do Noah. Ele atendeu no segundo toque.

- O que foi? - ele parecia irritado.

- Desculpe... Eu posso ligar mais tarde - falei sem graça e me adverti mentalmente por ter ligado sem avisar antes.

- De jeito nenhum. Eu atendi sem ver quem era - ele disse e seu tom de voz se suavizou.

Suspirei em alívio.

- Eu só queria saber para onde estamos indo.

- Eu te disse que é uma surpresa, amor.

Girei o anel de prata que havia no meu dedo indicador e apoiei o celular contra o ombro.

- Sim, mas como vou saber o que vestir? - Franzi a testa mesmo sabendo que ele não poderia ver.

- Só use o que te faz se sentir confortável.

- Tudo bem, mais tarde a gente se vê. - Encerrei a chamada.

A porta de meu quarto se abriu bruscamente e eu tomei um susto. A figura de minha mãe apareceu na porta.

Sua expressão não era nem um pouco amigável. Seus olhos eram puro gelo.

- Eu sabia - ela disse analisando meu rosto.
Meu coração se acelerou.

- O quê? - perguntei fingindo que não sabia sobre o que ela estava falando.

- Você está tendo encontros com aquele riquinho de merda.

- Não chame ele assim - falei fitando seus olhos seriamente.

Ela andou até mim e segurou meu maxilar com força. Ela abriu a boca para falar mas eu a interrompi.

- Eu já sei. Estou indo embora agora mesmo, não se preocupe. - Soltei sua mão bruscamente de meu rosto e me levantei.

Fui até meu armário e retirei minha mala antiga dos fundos.

Minha mãe encarava cada movimento meu sem dizer absolutamente nada.

Puxei o zíper da mala e joguei as poucas peças de roupas que eu tinha dentro dela. Após isso eu a fechei e ergui meus olhos para minha mãe.

- Você não tem para onde ir e esqueça a faculdade - ela disse antes de se virar e bater a porta fortemente.

Suguei o ar com força.

Puxei o zíper da mala por a cavam travadas a todo instante.

Amanda estava sentada na poltrona encarando a tevê. Ela não parecia incomodada com o fato de que sua filha iria embora sem ao menos ter um lugar para onde ir.

Foi nesse momento que eu percebi que ela realmente não se importava.

E se ela não se importava, eu iria não me importar mais ainda.

Atravessei a porta e segui até o quintal.
Quando o fato de que eu não tinha para onde ir realmente pareceu real um soluço saiu de minha garganta.

As lágrimas começaram a rolar imediatamente.

Apenas mais uma {NOANY}Where stories live. Discover now