Prólogo

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01 de Setembro de 2014

O nosso carro pára em frente à Somerset House. Espero que o motorista me abra a porta e aceito a mão do meu pai para não prender o meu vestido. Estou farta que todos estes eventos me obriguem a parecer perfeita, a ser quem não sou. Eu não gosto de todo este luxo, de beber vinhos em copos do tamanho do meu rosto, de andar de vestido comprido que me faz tropeçar de minuto a minuto nem de meter os meus pés nuns sapatos de salto que me fazem ficar quase dez centímetros mais alta.

Depois de cumprimentar todas as pessoas que fazem questão de me conhecer, apenas por eu ser filha de um editor de uma revista de moda, procuro o meu nome nos cartões espalhados pelas mesas. Agarro no cartão que tem escrito o meu nome numa linha fina e grossa ao mesmo tempo, dourado sobre branco.

Um rapaz moreno vestido de smoking preto e com uma aparência extremamente calorosa senta-se ao meu lado. Viro a minha atenção para ele e devolvo-lhe o sorriso que me dá. Os seus olhos castanhos-claros estão brincalhões e sombrios ao mesmo tempo.

"Rose." Ele diz o meu nome de forma lenta, lendo o meu cartão.

"Zayn." Imito-o, um vislumbre de uma gargalhada é solta do fundo da sua garganta.

O seu olhar pousa em mim, depois de percorrer as pessoas que se dispersam pelo exterior da Somerset. Ele passa os seus dedos finos e grandes pelo maxilar e queixo, desvio o meu olhar do seu.

"Entediada?" Ele pergunta.

"Estou farta de aturar gente rica que gere grandes empresas e só se preocupa com futilidades." Resmungo. O meu pai passava-se comigo agora, no meio desta gente toda, se me ouvisse a dizer isto. "E tu?"

Zayn enche um copo alto de cristal com vinho branco e bebe dois goles. "O que posso eu dizer?" Ele aponta discretamente para todas as mulheres de vestido e homens de smoking. A sua expressão contorce-se numa careta e eu gargalho baixinho.

Os seus olhos escurecem, mas continuam brincalhões. Encho o meu copo de vinho, não há outra bebida na mesa, bebo-o aos poucos e continuo a pensar em como eu estava melhor em minha casa, sentada na minha cama enquanto fazia qualquer coisa que não envolvesse festas e roupas caras.

"Façam o favor de se sentarem, o jantar irá ser servido dentro de momentos." Um homem na casa dos quarenta anos, também vestido com um smoking escuro, informa no microfone.

O jantar decorre na perfeição, o meu pai revela a John, um amigo de longa data, a sua nova ideia para um artigo na revista que edita, e John parece bastante interessado. Ambos discutem de forma saudável sobre a ideia, mas são interrompidos pelo mesmo senhor que nos informou que a hora do jantar se aproximava.

Tanto eu como Zayn partilhámos algumas ideias sobre estas festas que não levam a lado nenhum, confesso que fiquei chocada quando ele me disse que tinha festas deste género três a quatro vezes por mês. Não era capaz de viver assim, disso eu tenho certeza.

A mão do meu pai estremece o meu joelho e o seu olhar encontra o meu, assinto lentamente e sorrio para ele. Não somos apenas pai e filha, somos como dois melhores amigos que funcionam bastante por telepatia, basta um olhar para que nos percebamos um ao outro.

"Boa noite." O senhor diz. Viro-me para ele, assim como todos os trezentos, ou mais, convidados. "Espero que estejam a apreciar a festa de inauguração da M. Photography, queria pedir ao criador e diretor que subisse ao palco, Zayn Malik."

O meu queixo cai assim que o nome de Zayn é mencionado. Sinto vergonha por ter partilhado a minha ideia, de estar farta deste tipo de eventos e de pessoas que só se preocupam com negócios e futilidades, com um estranho. Sinto o meu sangue deixar todo o meu corpo para se reunir na minha cara, fodasse, nunca pensei que ele fosse a razão pela qual eu estou aqui hoje.

Photography |Zayn MalikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora