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  Era final do verão, faziam dois meses que tinha ido para a pequena ilha, chamada Outer Banks, para ajudar o meu avô à cuidar da minha avó que estava muito doente, e faziam duas semanas que a mesma havia nos deixado.
  Foi quando mudei os meus planos de voltar para casa com os meus pais e meu irmão no final do verão, decidindo ficar com o vovô para lhe fazer companhia até o próximo semestre quando iria para a faculdade de medicina veterinária, em Chapel Hill, assim ficaria perto do mesmo, que nós últimos meses acabei me apegando muito, e apesar de ele nunca demonstrar, sei que também cultiva um carinho por mim.
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  Era um dia ensolarado, e eu acordei animadíssima, teria uma feira de adoções de animais resgatados, que seria promovida pela instituição que passei a maior parte do meu tempo livre deste verão, cuidando dos animaizinhos cruelmente abandonados. Essa feira seria um momento muito esperado, quando acharíamos uma lar para aqueles que cuidamos e demos tanto amor durante as últimas semanas.
  Estava tão empolgada que quase não comi nada antes, dei um beijo na bochecha do vovô, que apesar de não mudar a sua expressão, vi o brilho de seus olhos, e para mim foi mais do que suficiente para um homem tão reservado como ele.
  Logo que cheguei na feira estavam montando as cercas e a tenda, dando bom dia para todos, que estavam muito alegres, fui perguntar para o supervisor que horas os bichinhos chegariam, assim que obtive a resposta fui ajudar nas finalizações, até os animais chegarem, os quais colocamos com muito carinho um por um dentro da cerca desejando que cada um ganhasse um lar cheio de amor e carinho.
  Com o passar do tempo pessoas que passavam por perto e aqueles que tinham ouvido falar sobre a feira apareciam, e cada um que se aproximava eu abria o maior sorriso com a esperança de que escolhesse uma daquelas fofuras para levar consigo.
  Já havia algumas horas que estávamos ali, eu estava distraída com um dos filhotes quando percebi a presença de alguém observando os animaizinhos perto de mim, assim que olhei para cima me deparei com um garoto loiro, com um boné vermelho para trás e mochila nas costas, ele estava com as mãos nos bolsos e olhava serenamente os bichinhos, quando me levantei chamando a sua atenção:
- Você está pensando em adotar um deles? - disse olhando para o garoto com um sorriso estampado.
- Errr.. estava passando por aqu... - ele respondeu assustado com o olhar arregalado levando as mãos em direção a nuca
  Eu soltei uma risada leve olhando para os meus pés e levando de volta o olhar para ele, percebendo que se a feira havia chamado a sua atenção só podia estar interessado pelo que se passava, e eu estava determinada a convencer ele à adoção.
- Qual deles você gostou mais? - perguntei.
- Eu gostei daquele ali... mas não sei se consigo cuidar dele.. - disse ele apontando para um golden retriever preto de apenas alguns meses, que nós tínhamos carinhosamente apelidado de Lucky.
- Esse é o Lucky, ele foi resgatado quando tinha 7 semanas na parte sul da ilha, estava muito magro e deveria estar vários dias sem comer... - eu disse com o coração apertado de lembrar a história do filhote. O garoto assentiu, parecendo estar comovido, e com muito pesar disse:
- Eu não tenho certeza de que eu sou a pessoa certa pra ele sabe? Não acho que consigo cuidar de outro alguém..
- Eu tenho certeza de que se tiver carinho e amor já vai ser suficiente, com certeza você vai se apaixonar por essa criaturinha - eu respondi enquanto brincava com o Lucky - claro que é uma grande responsabilidade, e é uma decisão séria a ser tomada, mas acaba criando uma ligação com eles, e parece que ele sempre sabe pelo o que você está passando e é quase instintivo saber como cuidar deles - eu conclui enquanto ainda olhava para o cachorro, e assim que subi o meu melhor para o loiro, ele me olhava fixamente com um sorriso tímido no rosto, estava com as mãos no bolso e os ombros contraídos, parecia bastante convencido e seguro.
- Você me convenceu - disse ele assentindo com a cabeça - mas eu vou precisar que você me ensine os cuidados básicos... - ele terminou de forma bem sugestiva.
- Com certeza, será um prazer te ensinar como cuidar do seu novo amigão! - eu respondi da forma mais inocente encostando o meu nariz no de Lucky, me sentindo bastante orgulhosa do meu feito.
- Quando você está livre? - ele perguntou me surpreendendo um pouco, já que achei que ensinaria ele como todos os outros, ali mesmo. Percebendo a minha reação ele concluiu de forma envergonhada:
- Você sabe... pra me ajudar com o Lucky... eu sou o JJ por sinal - disse estendendo a mão pra mim.
- Eu sou a Kate - respondo levando a minha mão de encontro com a dele.

Esse foi o meu primeiro capítulo espero do fundo do meu coração que tenham gostado!
Não se esqueça de dar a estrelinha!
O que você ainda quer ver nessa história?

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