Capítulo 02

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LEONARDO
Olho no espelho e o que vejo me agrada. Um homem bem vestido, elegante, olhar determinado, de quem sabe o que quer. Tenho 29 anos, advogado, carreira estabilizada, escritório renomado em todo o estado de São Paulo.
Trabalho duro a semana toda, estudo casos, participo de audiências, atendo clientes, enfim uma rotina desgastante mas que me traz uma enorme satisfação pessoal.
Depois de uma semana movimentada, estou aqui arrumado, cheiroso, gostoso e pronto para a curtição. Muitos acham que com minha idade já deveria estar amarrado, ou pensando em me estabilizar. Mas meu relógio biológico me avisa sempre, principalmente finais de semana, que não estou pronto, quero beijar muitas bocas, pegar muitas gostosas e me fartar com variedade no sexo, enquanto sou solteiro e desimpedido.
Imagino que com 35 anos estarei pronto para esta nova etapa, buscarei dentre às socialites que conheço, alguém que traga uma boa aliança com meu sobrenome, que seja refinada, saiba oferecer boas festas e que esteja a meu nível social e econômico, e assim formaremos um casal perfeito para circular nos eventos e ocasiões da sociedade paulistana.
Não saio por aí contando meus planos e como escolherei minha futura esposa, muitos que soubessem destes meus pensamentos talvez me achassem convencido, soberbo, pretensioso, mas não preciso externar o que penso para ninguém, mas no meu íntimo está tudo muito bem resolvido e espero curtir muito até chegar a idade de sossegar o facho.
Os mais românticos talvez indagassem e o amor?? A meu ver tudo isso é muito supervalorizado, acho isso muito abstrato, no meu ponto de vista o que existe é atração, paixão, desejo e se tudo for bem pensado, se a escolha da pessoa ideal for feita com a razão, aí sim, terá uma grande chance de uma boa convivência, respeito, afinidade e uma maior possibilidade de sucesso na relação. Penso como advogado, com sensatez e agirei desta forma na hora de escolher a
felizarda que receberá meu sobrenome.
Enquanto isso pego geral, não tenho estereótipo da mulher ideal na balada, o que tenho é vontade de diversão, fazer um sexo gostoso e sem amarras e se rolar uma vontade de trocar telefone e repetir a transa, não encano com isso, só não quero cobrança, compromisso e muito menos alguém no meu pé.
Mas até um canalha como eu, que não namora e nem se compromete tem seus limites e o meu é Mariana, a doce e atenciosa faxineira que trabalha para minha família.
Mariana é linda, morena clara, cabelos longos, que mesmo com o uniforme que veste diariamente, nestes três anos que trabalha aqui ja tive várias chances de vê-los em seus dias de folga e comprovar o quanto são lindos e bem cuidados, olhos cor de mel e corpo que me enlouquece. Sim, tenho fixação na garota, mas tenho bem claro em meu íntimo que ela é proibida, não porque é funcionária, ou por causas dos meus pais, nada disso seria obstáculo, o que realmente me impede de investir nela é a ingenuidade latente e o amor,que não consegue esconder, alimenta por mim.
Se alguém soubesse de minhas divagações talvez me achassem um filho de puta convencido e arrogante, mas um homem experiente como eu, que já teve mulheres demais na cama, sabe quando a mulher está afim. E ela está, não do sexo, ou do status de ficar com o herdeiro Andrade, mas ela quer o sentimento, o felizes para sempre e porra, corro léguas de distância de coleira. Claro que ela não iria se insinuar, mas alimentaria esperanças e tudo que menos quero é estilhaçar o coração de Mariana.
Mas o fato de evitar alimentar este sentimento não impede de secar a garota, claro com descrição, mas sempre que tenho uma oportunidade, miro nas pernas torneadas, na bunda empinada, nos seios do tamanho que me agrada, porque porra, sou um pervertido, claro que reconheço sua beleza, mas seu corpo certamente, como dizem, é meu número.
Nestes anos todos nunca avancei o sinal, sequer a deixo perceber meu interesse, mas gosto quando está perto, alimenta meu ego seus olhares e adoro seu sotaque do interior. Claro, alguns de meus amigos riquinhos e metidos, talvez achariam brega e cafona mas, admito, muitas vezes a cumprimento só para ouvi-la puxar o r e dizer doutor Leonardo. Sim ela mantém a formalidade e a deferência no trato com o advogado para referir-se a min e mesmo o meu pai tendo a mesma profissão ela o trata como senhor Alvaro, percebo que inconscientemente talvez ela perceba tudo que nos separa e mantenha esta distância inclusive através do tratamento.
Seria hipocrisia dizer que não queria um momento com ela. Talvez o certo seria dizer que ela é meu sonho de consumo, mas nunca irei investir, pois sei que nem as mulheres modernas e liberais que tanto combinam comigo estão imunes a um possível sofrimento, quem dirá Mariana, que mesmo com todo o distanciamento proposital que mantenho, não disfarça o sentimento que aparentemente desperto nela.
Noto os suspiros, o nervosismo e podem me chamar de louco, mas percebo a decepção em seus olhos quando estou arrumado para a farra, porra isso insufla meu ego, mas também desperta em mim uma espécie de angústia em saber que enquanto estarei curtindo como se não houvesse amanhã, ela estará aqui, sozinha, pensando no que estou aprontando e certamente sofrendo com isso.
Mas como não posso mudar este sentimento que Mariana carrega, resta-me somente manter-me afastado para que o dano nao seja maior.
Chego para o jantar e percebo o momento que seu semblante murcha, vejo como o fato de imaginar minha noite com mulheres e bebidas mexe com ela, mas deixo bem claro minhas intenções, como disse não alimento o sentimento de Mariana, reforço para minha família que dormirei fora, sou a porra  de um canalha que destrói seus sonhos, mas sei que é melhor assim.
Após o jantar, Vinicius, meu amigo de farras, chega muito animado, fazendo-me criar expectativas com o desenrolar da noite. Minha consciência dói um pouco ao lembrar de  Mariana, mas meu corpo anseia por a adrenalina e a excitação pela caçada e a certeza que terminarei a noite com uma mulher gostosa para aliviar meu corpo e descarregar minha libido.

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