SEVENTEEN: dirty little secret

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“Digo a mim mesmo que eu gosto disso, quando você amarra minhas mãos nas minhas costas. (...) Ah, os hábitos do meu coração. Eu não posso dizer não, está me rasgando ao meio. Você está muito perto. Você torna difícil te deixar ir.”

Habits of My Heart – Jaymes Young

   — Eu ainda não acredito que você quebrou o nariz de alguém

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   — Eu ainda não acredito que você quebrou o nariz de alguém. – a expressão de Samantha permanecia num misto de choque e indignação. Não que eu a julgasse, afinal, ela me conhecia melhor do que ninguém e, por isso, melhor do que ninguém, sabia que fazer aquele tipo de coisa não era do meu feitio. Continuei mexendo a mistura pastosa ao seu lado, sem saber ao certo se deveria dar alguma resposta. — E ainda vai dar uma festa... – ri nasalado, porque sua preocupação parecia muito mais direcionada à festa do sábado do que ao nariz quebrado de Hayden. Virei-me em sua direção, encontrando-a sentada sobre a ilha da cozinha, balançando os pés enquanto encarava os movimentos de minha mão.

   — Está tão preocupada assim com a festa? – franzi o cenho, mesmo sabendo que sim, ela estava, e a culpa era inteiramente minha. Depois do que eu fiz da última vez, era mais que justo seu receio em dar as caras em qualquer outro lugar parecido. Samantha apenas subiu o olhar até encontrar com o meu, logo em seguida fazendo uma careta em puro escárnio.

   — Não estou preocupada, só não me sinto confortável participando de uma orgia de piscina. – não segurei a risada que saiu assim que ouvi suas palavras. Na casa de Charles – ou no fundo dela – tinha uma enorme e luxuosa piscina, além do generoso espaço onde caberia facilmente outra mansão, mas as únicas pessoas que a utilizavam eram Ashley e Samantha quando decidiam que o dia fazia muito calor, ou algumas pessoas quando eu decidia chamar outros adolescentes para ficar por lá, e era esse o caso de agora. A diferença era que eu tinha chamado mais pessoas que usualmente faria, e isso não agradou minha melhor amiga que, obviamente, passaria o final de semana dormindo em minha cama e usufruindo de minhas regalias.

   — Qual é o seu problema com orgias, afinal? – voltei a me pronunciar, a sombra do sorriso ainda em meu rosto. — Eu, particularmente, prefiro menáge à trois, mas nada contra aos outros. – assim que o disse, Samantha me encarou feio e eu abri um sorriso ladino, deixando a vasilha arredondada de lado e andando lentamente ao encontro de minha amiga, que parecia tentar ignorar meus movimentos. Parei assim que fiquei de frente para ela, espalmando as mãos em ambos os seus lados, encurralando-a. — O que foi, borboletinha? Prefere à deux? – aproximei meu rosto do seu e seus olhos finalmente subiram, mantendo um olhar estranhamente acuado e instigante, retribuindo o meu numa ousadia quase imoral.

   Enquanto aproximava meu corpo, não ousei quebrar o olhar, mas tive plena noção do movimento delicado de suas coxas, afastando-se uma da outra lentamente e abrindo espaço para que meu quadril ficasse absurdamente próximo ao seu. E talvez aquele movimento tivesse sido muito mais instintivo do que racional, talvez Samantha sequer tenha o notado, mas não era o que sua expressão me dizia, e eu me peguei pensando até onde sua ingenuidade poderia ir e como eu adoraria descobrir quais eram os seus limites. Deslizei os olhos até seu busto, que subia e descia ofegante, e logo depois até suas pernas, só então me dando conta de que ela usava um vestido solto que subia deliciosamente por sua pele. Escorreguei uma das mãos até sua coxa descoberta, espalmando-a ali e ouvindo um suspiro assim que o fiz. Minha palma cobria praticamente toda aquela superfície, e eu tive uma vontade quase incontrolável de pressioná-la até que deixasse uma marca avermelhada em sua pele pálida. No entanto, não o fiz, pois sabia que não podia, sabia que não importava o quanto Samantha estivesse próxima, ela não estava ao meu alcance.

Just Friends (HIATUS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora