te dei camomila,
te dei flores,
janela aberta e um peito
cheio de doreste dei canela, mar e sol
me ví sentada,
desamparada na companhia
de um único lençolte dei hibisco, te dei chá
mais uma vez perdida
em meio a um
"nunca vou te deixar"me dei lua,
me dei por do sol
me ví curada em meio a mais um lençol.————————————————————————
Oi xxxx,
Não sei bem qual o propósito dessa carta, não é como se algum dia ela fosse chegar em tuas mãos.
É muito louco o rumo que nosso para sempre tomou, né? nunca me imaginei tão machucada por quem dizia ser capaz do impossível por mim.
Admito que nunca fui uma pessoa de muitas expectativas, mas você lembra disso, certo? É, "a gente" acabou sendo uma exceção desse meu princípio.
Tu me fez acreditar que sim as pessoas são capazes de mudar por amor, eu só não consigo para de me questionar sobre a rapidez com a qual esse amor se esvaiu, com a tamanha facilidade a qual a impulsividade e a falta dele me quebraram em exatos 293 pedacinhos. Vinte e nove para nosso começo e três para nosso fim. Cada "não quero mais.." penetrou em cada partezinha do "por mim a gente nunca vai ter fim" em cada milímetro do "eu nunca faria nada para te machucar".
Acredita que eu ainda não consegui tirar o peso que cada "eu te amo infinito" teve em mim? que eu ainda não consegui deixar de sentir a ausência do "dorme bem, amor".
Engraçado como mesmo de longe a gente ainda se machuca tanto. Foda foi não conseguir deixar de cogitar a nossa volta mesmo depois de tantos "não sei nem se me arrependo".
Não vou mentir em dizer que a saudade não aperta, mas a saudade do meu amor próprio falou um pouquinho mais alto.
Obrigada por tudo e eu te amo para sempre, mas dessa vez vou ter de me amar mais um pouquinho.com carinho,
(: .
