troublemaker // h.s.

control

10.

Três dias depois do acontecimento com o Liam, abri os olhos abruptamente causa de um pesadelo estúpido que tinha acabado de ter, mas invadida por uns poucos raios de sol, fechei-os rapidamente.

Tudo o que menos queria era acordar. Mexi o meu pescoço mas fui parada por uma dor lacerante no mesmo. E depois lembrei-me de ter adormecido no sofá na noite anterior.

Levantei-me, reparando na posição terrível em que tinha adormecido.

Barafustei algumas palavras, ouvindo a minha voz abafada pelas minhas mãos a esfregar a minha cara, tentando livrar-me do suor.

Procurei o meu telemóvel, que se encontrava caído no tapete da sala e desbloqueei-o. Era cedo, cedo do tipo seis horas da manhã. Cedo do tipo ninguém merece ter de acordar a estas horas.

Levantei-me num salto e senti o meu corpo dorido, do exercício que eu tinha feito no domingo no ginásio. Pois, porque eu faço kickbox, um pouco como uma maneira de aliviar o stress e manter o meu peso. A contrapartida: a dor muscular durante os dias seguintes. Normalmente fico com dores durante umas horas e depois de uma boa noite de sono volta tudo ao normal, mas devo ter-me esforçado demasiado desta vez.

Bem, fodasse isso. Eu tinha de estar as nove no meu querido estágio e para isso tinha de começar a preparar-me.

Depois de tomar banho e me arranjar minimamente ainda considerei colocar maquilhagem, mas o trabalho era muito por isso descartei a hipótese. Vesti umas calças pretas simples e uma camisa branca. Calcei umas botas rasas e fui comer qualquer coisa.

Acho que nunca me tinha vestido de forma tão casual para o estágio, mas a verdade era que eu me tinha fartado das sainhas e afins e que hoje estava um vento gelado. Não passa na cabeça de ninguém sair de casa assim com um tempo destes.

Peguei na minha mala preta, guardando os meus equipamentos eletrónicos e outras coisas importantes, e vesti um casaco de malha da mesma cor, saindo do meu apartamento. Cumprimentei a minha vizinha da frente e os seus filhos antes de descer as escadas duas a duas, porque, por mais "estranho" que pareça, o elevador estava de novo avariado.

Tentei chamar um táxi e aí uns dez minutos depois e com as minhas calças já salpicadas com água, um qualquer teve a dignidade de parar. Disse ao taxista onde queria ir e, ao chegarmos ao destino paguei.

Entrei na revista com os olhos no tablet e imersa nos meus pensamentos. Já sabia como me mover quando estava desta maneira, de forma a não chocar contra ninguém.

- Olá! - alguém disse, posicionando-se ao meu lado.

Olhei para cima. - Bom dia, Ashley.

Ela sorriu para mim. - Como foi o teu fim de semana?

Não tinha nada para lhe contar porque não queria contar-lhe sobre a festa, nada contra ela, mas ela iria fazer daquilo um bicho de sete cabeças. No fundo, não foi nada de mais.

Encolhi os ombros. - Normal...? E o teu?

Ela parou-me no meio do caminho e olhou-me com os seus olhos azuis brilhantes e um sorriso histérico. - O Niall pediu-me em casamento.

Abri a boca em espanto, seguidamente sorrindo e começando a saltitar de alegria enquanto a Ash me seguia os movimentos.

Quando eu cheguei ao meu cubículo, ela já me tinha contado dos planos e me informado de quem ela queria convidar.

- Bem, sabes que eu até te convidava para dama de honor, mas a minha irmã passava-se comigo. - Ela riu e eu acompanhei-a. - Oops, a Lace está a vir para aqui. Boa sorte. -Ashley estalou-me um beijo na bochecha e saiu sorrateiramente.