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Luiza on

Depois daquele almoço maravilhoso e um pouco estranho. Eu voltei para casa e a Bia para a dela.

No almoço conheci o Ph, o irmão da Bia e dono do morro. Quando o vi eu não reconheci mas assim que ele abriu a boca reconheci a voz, ele foi aquele garoto que me encontrou no beco naquele dia e é o mesmo cara que me barrou quando estava a sair de casa pra ir para o hospital.

Também voltei à ver o garoto que me levou para a minha casa quando cheguei aqui Ele é o Menor e é sub do morro. Eu queria saber o nome deles mais só falavam os vulgos, percebi que a tia Rosa não gostava muito de os chamar por os vulgos.

Quando chego em casa, vou pegar algumas coisas para a Laurinha e saio de casa. Pelo caminho, vi o Ph que ficou a olhar para mim mas nem liguei, sai do morro e fui para o hospital.

Assim que chego lá, vou direito ao quarto da minha princesa, quando chego lá ela já não estava com a máscara de oxigénio e estava mais algre.

Laurinha: Mamãe, olha o que a tia me deu - ela mostra um livro de colorir

Eu: Que bonito, meu amor - sento-me na cadeira ao lado da sua cama

Laurinha: Mamãe, a tia Maliana quê falar com a senhora

Eu: Tudo bem, meu bem a mamãe vai falar com ela e já volto - saio do quarto e vou até à sala da médica que acompanhava a minha filha desde do começo

Chego à sala e bato na porta, logo recebo permissão para entrar e entro.

Eu: Doutora, a Laurinha disse que queria falar comigo

Dra. Mariana: Queria sim queria, sente-se por favor - ela aponta para a cadeira à frente da sua secretária - Olha Luiza, você sabe que a Laurinha precisa do transplante - apenas concordei com a cabeça - Ela tem reagido bem ao tratamento que está a fazer, a doença está controlada e eu estive a ver e não vejo o porque de Laura não ir para casa mas terá que vir ao hospital todas as semanas para o tratamento e tem de ter muitos cuidados - assim que ouvi aquilo eu sorri, senti uma felicidade enorme por saber que poderei levar minha menina para casa

Eu: E quando, ela vai poder ir para casa, doutora?

Dra.Mariana: Ainda vai demorar um pouco, temos de ter certeza mas eu resolvi te contrar logo porque achei que precisava de uma boa notícia

Eu: E não sabe como essa notícia me deixa feliz

Dra.Mariana: Eu acredito minha querida

A doutora Mariana tem sido um anjo na minha vida e na vida da minha filha, ela sempre me ajudou. Ela além de médica da minha filha, virou uma amiga e minha psicóloga, sem ela eu não sei se teria tanta força para lutar por minha filha.

Eu: Doutora, eu queria saber se é possivel a Laurinha receber visitas

Dra.Mariana: Claro que sim, ela agora vai ser transferida e pode receber visitas normalmente mas é claro que não pode vir muita gente de uma vez

Apenas acenti e despedi-me da sala e fui para o quarto da minha princesa que continuava a colorir no seu novo livro. Contei-lhe a novidade e ela adorou a ideia de sair do hospital.

Depois mandei mensagem a Bea, para lhe dizer que ela poderá visitar a Laura, ela ficou eufórica. Continuei a conversar com a Bea mais não parei de dar atenção à minha filha.

Luiza off

Ph on

Aquele foi o almoço mais estranho que tive, eu senti um negócio estranho, sabia que Matheus também,ele não parou de olhar pra mina.

Eu: Diz que eu não tou doido e que não fui o único com um sentimento estranho quando olho para aquela mina - tava com Menor na minha sala

Menor: Não, eu também senti um negócio estranho

Eu: No outro dia, eu vi ela a sair de casa de noite com uma mochila

Menor: Será que ela é uma X9?

Eu: Será mano? Sabe quando olhei para ela parecia que... - paro de falar - Porra impossível ser ela, se fosse a gente ia reconhecer - nego com a cabeça

Menor: O corpo da minha irmã nunca apareceu

Eu: Não começa - suspiro frustrado- Ela tinha 12 anos impossível ela sumir assim do nada

Menor: Não esquece que minha irmã é esperta

Eu: Menor, mete na cabeça que a Milena morreu e não vai voltar mais - falo rude

Saio da sala e vou andar pelo morro, cumprimentos os moradores e alguns vapores. Estava a falar com alguns vapores quando vejo a Luiza a sair para fora do morro com uma mochila.

Pego no radinho e chama o Farofa, ele é um dos vapores em quem mais confio.

Radio on

Eu: Farofa, a mina nova já saiu?

Farofa: Tá a sair, patrão

Eu: Certo, eu quero que tu siga ela, para tudo o canto que ela for e depois vai me dizer

Farafo: Falou patrão, fé ai

Eu: Fé

Rádio off

Se ela for uma X9 eu vou descobrir e acabar com o mané que me quer foder

Volto para o boca e fico lá a ver a papelada, nunca gostei desta parte de ser dono do morro, é muito número à minha frente, cê é louco. Já estava cansado daquilo arrumo tudo e saio da boca.

Pego na minha moto e vou até à parte mais alta do morro, quando quero pensar é para lá que eu vou, ninguém sabe daquele lugar.

Este era o lugar da Milena, ela adorava ir para lá e ficar horas olhando o morro.

Quando ela se foi eu começei a vir para cá sempre que tinha alguma coisa que me preocupava ou quando tinha saudades dela.

Chego lá, deixo a moto num canto e me sento no chão. Fico a olhar para o morro e a recordar de todas as aventuras que eu e ela vivemos.

Eu: Tu não sabe a saudade que eu tenho,morena - digo para mim mesmo e deixo as lágrimas escorrem

Chorei como uma criança, mas eu precisava de tirar aquela dor do meu peito. Sabia que nunca ia passar até eu vingar a morte de quem eu amo e eu não vou descansar até matar um por um.

Ph off

De volta ao morro ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora