I.

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sinto como se eu estivesse lentamente morrendo.

queria vê-la outra vez. quando isso se tornou meu vício? foi desde a primeira vez que falhei? estive com medo de vê-la novamente, mas anseio por isso algumas vezes depois que o sol esfria e os polos degelam. ela é charmosa e atraente no seu vestido de cetim preto. ela viria se eu a chamasse com mais veemência, talvez, mas algo me faz esperar.

me afobo no doce cheiro putrefato que rodeia os travesseiros. me acolhe. mesmo o inverno não é tão frio quanto àquela terceira vez em que ela me visitou, tão bonita e elegante.

ela é meu vício e a cada vez se torna mais próxima de tê-la para sempre. deveria eu, à minha mesquinha maneira de ser, jogá-los adiante pela quarta vez?

pode acontecer, de repente, sem querer, que a dama no seu vestido de cetim preto se renda ao meu vício de vez, no meio-fio, no leito, da maneira mais banal... ou sujando minhas próprias mãos.

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