XI.

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J E O N G G U K

Era o quinto cigarro seguido que quase desfazia em seus dedos enquanto ele pensava na dor aguda que sentia.

Estava sendo completamente ignorado por Taehyung. Não de um jeito inocente como das outras vezes; olhos desviando dos seus e sumiços esquisitos. Era frio e cruel, porque Taehyung só fingia que Jeongguk não existia, a expressão sempre raivosa no rosto sendo a maior armadura.

Cinco dias desde o grande show tinham se passado e Jeongguk não imaginou que a relação entre eles se tornaria um caos. Sabia que seria difícil para Taehyung, que ele negaria até não conseguir arranjar mais desculpas e que talvez o evitasse, mas não estava preparado para receber tanto desprezo, algo dentro daqueles olhos mais escuros que o usual fazendo Jeongguk perceber que a coisa era mesmo séria, um não se aproxime riscado em sangue nas pupilas.

Mas Jeongguk queria se aproximar. Queria beijá-lo de novo, queria as mãos fortes dele na sua cintura de novo, queria os toques doces e carinhosos, os beijos singelos no queixo, os olhares envergonhados e os risos contidos, qualquer coisa que o fizesse se sentir ainda mais rendido.

Taehyung tinha se transformado em uma casca vazia impenetrável. Não se parecia em nada com ele, não tinha nem mesmo os resquícios tímidos adoráveis de antes e parecia muito mais distraído, muito mais arredio, esbarrava em Jeongguk sem perceber e, embora soubesse que estava sendo evitado, muitas vezes sentia que Taehyung não fazia de propósito.

Jogou a bituca do sexto cigarro pela janela e mordeu o lábio, nervoso. Se pudesse voltar atrás, não teria beijado Taehyung, porque pelo menos ainda seriam amigos. Jeongguk estava só cansado de perder pessoa, cansado de se sentir tão sozinho, cansado de não conseguir fazer ninguém ficar.

Queria que Taehyung ficasse. Queria desesperadamente que ele ficasse.

Respirou fundo o ar fresco que vinha do lado de fora e fechou os olhos, quase conseguindo sentir o gosto da boca de Taehyung na sua. Ele beijava bem, muito bem, e tinha uma pegada boa que até agora causava suspiros em Jeongguk sempre que ele decidia reviver aquele momento, o coração disparado no peito e os calafrios quentes na coluna indicando que não tinha sido tesão reprimido.

A primeira vez que Jeongguk começou a gostar de alguém, foi com dez anos, quando conheceu Danny. Ele tinha cabelos castanhos que desciam nos ombros e olhos azuis intensos, tão brilhantes que chegavam a cegar, dando a impressão de serem dois diamantes lapidados nas cavidades. Jeongguk amava fazê-lo rir, porque as covinhas das bochechas apareciam e as sardas no nariz ficavam mais evidentes, a voz dele fazendo seu coração acelerar assim como acontecia quando estava com Taehyung e, por isso, talvez, já soubesse exatamente o que estava acontecendo.

Glitter | taekookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora