Acordo com um barulho insuportável, 7 horas da manhã, desligo meu despertador e tudo que eu quero é voltar a dormir.
Minha maior saudade era a época da escola, eu realmente não tinha que me preocupar com nada, agora tenho trabalho e faculdade. Viro-me para o lado da parede da cama e o Igor ainda está dormindo.
Levanto-me e vou para o banheiro, faço minhas higienes matinais e vou direto ao chuveiro.
Deixo a água o mais quente possível, hoje está frio. Sinto o meu corpo arde sob as gotas de água quente que caem sobre mim.
Hoje é dia 12, segunda-feira, 7h30 da manhã. O Lucas vai voltar hoje para o Brasil, provavelmente ele ira esta aqui na parte da tarde, e se vai se encontrar com os nossos amigos as 8h00. Penso se devo ir ou se devo ligar para ele.
Será que ele ainda tem o mesmo número de telefone?
Nenhuma das opções me parece ser a certa, e ligar seria a menos certa no momento. Nunca nos falamos depois do que aconteceu na última vez que nos vimos. Não houve contato algum depois. Acredito que o fato pelo qual ainda não consigo superar, seja esse, as coisas não terminadas. Não resolvemos nada, deixamos pela metade, todo o sentimento, o amor, a nossa história ficou pela metade quando ele saiu sem nem uma despedida e eu fiz as malas sem uma boa explicação.
— Lívia, tudo bem? — Olho para o lado, o Igor está na porta do banheiro me olhando como se eu estivesse com algo de errado.
— Sim. Por quê? — pergunto, sem entender o motivo dele está me olhando estranho.
— Nada, só estou preocupado. Você parece preocupada, está tudo bem mesmo?
— Sim. Já estou saindo. Feche a porta por favor. — Ele fecha a porta assim que peço.
Eu estou com O Igor faz apenas 5 meses, por mais que seja recente, eu amo ele. A sensação que eu tenho quando estamos juntos é quase a mesma sensação que eu tinha quando estava com o Lucas. Ele me faz bem.
Mas às vezes me pergunto se estou com ele por paixão, ou por carência.
Sinto que por mais que eu ame ele, não é da mesma forma que eu amava o Lucas. E me sinto péssima por isso. Principalmente pelas comparações que eu insisto em fazer, na verdade, essas comparações surgem sozinhas na minha cabeça. Parece que eu estou sempre em busca dele, e da sensação única que eu sentia quando ele me beijava, me tocava, e me olhava. Mas nada é igual, nada nem chegar perto de ser.
E de repente o medo, de encontrar ele e não sentir mais aquele olhar novamente, percorre pelo meu corpo inteiro.
Tenho medo de que nunca mais consiga amar e me sentir amada daquela forma.
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Depois do longo banho, me arrumei para o serviço. Estou trabalhando na empresa do meu pai, fico responsável apenas na área administrativa. Não é meu sonho. Mas me ajuda a pagar as contas e bancar meu espírito burguês. Meu pai já me ajuda com a faculdade, que no momento e meu maior objetivo. Na adolescência meu sonho era cursar artes cênicas, mas era apenas um sonho mesmo. Hoje eu decidir colocar na minha realidade foi os passos do meu pai, estou cursando arquitetura. Pretendo subir de cargo e ficar na parte de criação, 'design', etc. o Eduardo terminou a faculdade direto, saiu da casa dos meus pais como eu e foi morar com Beck. Eles estão tentando ter um bebe, então acredito que até o final do ano, posso virar tia.
A Bianca pretende voltar a morar com o Luan, isso significa que o apartamento vai voltar a ser todo meu de novo.
Como hoje é segunda-feira, vou para casa dos meus pais jantar com eles. E algo que tentamos fazer nas segundas-feiras, raramente vou. Mas como hoje não tenho aula na faculdade, o Igor vai ficar até mais tarde no serviço e meus amigos vão sair. Suponho que vai ser minha melhor opção. Já estava no caminho para casa, com meu pai.
— ouvir dizer que o Lucas vai voltar. Como você tá com isso? — Meu pai é o único que sabe de tudo, ele que foi me buscar no aeroporto, e foi o único que eu conseguir desabafar.
— Bem, acho que estou bem. — Ele sabe o quanto estou fodida com isso, então não preciso dizer.
— Legal. — Sinto que ele está com medo de me perguntar mais, ele sabe como isso me machucou. — Olha, eu não queria tocar nesse assunto. Mas você precisa falar sobre isso, você fingiu que nada aconteceu durante dois anos e meio. Mas filha, O seu ciclo com o Lucas ainda está aberto, e vai doer até vocês colocarem um ponto final ou uma vírgula. Então o que eu te... — interrompo ele.
— Pai, obrigada. Mas eu não quero conversar sobre isso. Eu sei o que preciso, e não discordo do senhor, mas não quero falar sobre isso. Eu tenho um namorado agora, e o Lucas não significa nada, eu só me sinto mal pela forma que terminamos. Só isso.
— Acredito que nós dois sabemos que o que você sente pelo Igor não é bem amor.
— Não importa. O que eu tinha com o Lucas ficou em um passado que já não me pertence mais!
