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[Hey! Saindo pra um dia com muito sol, sombra e água fresca e pensando seriamente no tipo de coisas que vocês vão fazer aí no Campo Topaz! Hahahaha]

[Coisas bem mais legais do que isso, eu espero! Hahaha], minha amiga virtual retrucou.

[Dúvido, ein?]

Implicar com a Becca seguia sendo uma das minhas atividades favoritas com o telefone nas mãos.

[Mas confesso estar morrendo de vontade de mergulhar no mar], ela continuou. [É ruim ver ele aqui de cima e não poder chegar mais perto]

[Pois então... Depois te conto como foi, prometo! Hahahaha]

[Idiota! Hahaha... Aproveita por mim, então. Depois te conto o que fizemos por aqui, também. Não falei com ninguém ainda]

[Combinado!]

[;D]

[=b]

Vesti um shorts azul, uma camiseta branca e desci rumo à praia.

[...]

Por quanto tempo iria durar a liderança do Osvaldo, eu ainda não sabia. Mas foi ele, mais uma vez, quem nos explicou os termos do evento — depois da já tradicional mensagem de convite.

Bom dia, campistas azuis! Espero todos vocês às 9:00, no 6º andar, para mais um dia de atividades exclusivas da Bubble. Vistam roupas leves e se preparem para um dia de muita diversão! [MENSAGEM DO LÍDER, enviada às 7 e 36 minutos de hoje]

— Para comemorar a proximidade do verão, o Campo Safira foi escolhido para receber atividades e produtos exclusivos — ele leu, com o celular em mãos e as mãos próximas ao rosto. Nos reuníamos atrás das portas francesas que, fechadas, continham nossa curiosidade. — São bebidas e comidas que combinam com seus paladares e diversões que abrangem as preferências de cada um de vocês. Estão ansiosos?

— Muito! — gritou uma empolgada Fernanda.

— Então vamos lá — seguiu o Osvaldo, aproveitando a deixa para seguir sua leitura. — O sol brilha lá fora e o dia tem tudo para ser de muita alegria. Aproveitem ao máximo, tudo do seu jeito!

E se virou, indo em direção as portas. Cartão magnético em mãos.

Enquanto isso, a Renata, alguns passos a minha frente, disse em voz baixa para o campista ao seu lado. E não pude deixar de ouvir.

— Já estou ficando cansada desse papinho.

O Henrique se limitou a dar de ombros, mas ela tinha mesmo alguma razão. Estava ficando chato. Tudo era sempre do nosso jeito, sempre exclusivo.

Será mesmo? Ou será que isso é o que gostariam de nos fazer acreditar?

Como comunicador, sempre compreendi que, se verdadeiros, rótulos eram desnecessários. Só precisávamos adjetivar algo, de fato e seguidamente, quando as percepções sobre este algo ainda não estavam abalizadas, definidas.

Para forçar e fixar uma interpretação.

Seria este o caso da Bubble?

Foi o tempo do Osvaldo abrir as portas para que qualquer reflexão mais aprofundada cessasse dentro de mim, sendo substituída, de imediato, pela vontade de colocar meus pés na areia.

[...]

— Será que em algum momento teremos disputas entre os acampamentos?

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