— Volte para o dormitório, o sino já tocou — ele aconselha. — Se te encontrarem aqui depois do horário, é você quem será punido.

— Soa mais como te fazer companhia com permissão. Parece bom. — SiZhui responde em um tom jocoso.

— Pare de brincar, SiZhui. — ele quase chora. — Eu estou tentando ser sério aqui.

Desta vez, SiZhui segura o riso, e Lan JingYi desiste de mandá-lo embora, um suspiro lento e resignado escapa de seus lábios.

— Tudo bem. Se quer me fazer companhia, apenas sente e me espere. Não há necessidade de fazer parada de mãos, isso não vai me fazer copiar as regras mais rápido, acredite.

SiZhui concorda, sentando-se pacientemente no chão.

"E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa"

De onde está sentado, ele observa o pátio escuro e deserto. Mas o vazio da noite é de repente preenchido pela lembrança de um certo dia. Já faz tanto tempo...

Havia uma criança sentada na grama, o soluço baixo sendo contido enquanto secava as lágrimas dos pequenos olhos. SiZhui se lembra de estar muito triste naquela tarde, as coisas ainda eram muito novas para A-Yuan. Embora todos o tratassem bem nos Recantos da Nuvem, ele ainda sentia um vazio, a falta desesperada de algo que era difícil de explicar, e isso sempre o fazia ter vontade de chorar.

Em seguida, havia outra criança se aproximando, sorrindo e oferecendo seus brinquedos assim que notou a tristeza no rosto do menino, mas percebendo que o outro não parecia muito animado com os brinquedos, logo imaginou que precisaria de uma ação mais arrojada se quisesse ter sua atenção. E então, o pequeno JingYi rolou, dando algumas cambalhotas desajeitadas pela grama verde. Rolou uma, duas, três... tantas vezes até que pudesse ouvir a risada genuína vinda do outro pequenino. JingYi continuou a rolar enquanto A-Yuan sorria e batia palmas como se apreciasse o espetáculo do garoto mais enérgico.

Em algum momento, ele parou com a exibição, e enquanto se esparramava sobre a relva, deixou que seu riso fluísse junto com o do novo amigo. E então havia alguém o repreendendo, porque a esta altura, JingYi já era uma completa bagunça de roupas sujas e cabelos desgrenhados.

"De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância"

Quando a imagem desaparece da mente de Lan SiZhui, ele ri porque se lembra que JingYi quebra as regras da seita desde que aprendeu a andar, mas ele também se lembra que o sorriso gentil que carrega hoje só não se perdeu porque JingYi estava lá.

As horas passam, mas a montanha de papéis sob o discípulo Lan parece nunca terminar. SiZhui imagina que já deve ser madrugada alta, porque os olhos de JingYi estão sonolentos e quase se fechando, seu corpo tremula levemente para lá e para cá, e o pincel em suas mãos já não rabisca há algum tempo.

— JingYi? — ele o chama.

— Hm? — JingYi desperta e retorna para as cópias.

SiZhui sabe que o amigo está muito cansado, e é por isso que continua a observá-lo com diligência.

Os momentos em que JingYi quase adormece se repetem algumas vezes, e está ficando cada vez mais difícil mantê-lo acordado. Seria péssimo caso ele acabasse caindo. O barulho é proibido nos Recantos da Nuvem, e SiZhui imagina que Lan QiRen ficaria furioso, e JingYi acabaria por ter que copiar as escrituras novamente, agora o dobro de vezes.

JingYi está realmente se esforçando, mas seu corpo ainda vacila, treme, e a pilha de papéis continua lá. SiZhui decide que é o suficiente, se levanta e caminha furtivamente para o interior do salão. Parando diante da mesa do velho professor, ele coloca sobre ela um amontoado de papéis que acaba de tirar das próprias vestes.

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