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Exausta é pouco.

Eu estou acabada!

Depois de servir tantas mesas eu já não aguentava mais ficar em pé.

Sem contar o tal "gerente" que não me ajudava em nada e só sabia reclamar de absolutamente tudo que eu fazia.

Se eu limpava a mesa de um jeito, ele falava que tava errado. Se eu servia com uma mão ele falava que era pra servir com a outra.

Conclusão, um tremendo babaca.

- Você ouviu o que eu disse? - falando do diabo, olha ele ai - Você vai fechar a loja hoje e abrirá amanhã logo cedo. Certifique - se de trancar todas as portas e janelas, inclusive as dos fundos. Entendeu? - balanço a cabeça indicando que sim e então ele continua - Saiba que tudo estará sobre sua responsabilidade. Então se deixar alguma porta ou janela aberta e a lanchonete for assaltada por exemplo, terá que pagar o prejuízo com o próprio bolso. - ele explica - Você entendeu senhorita Bennett? - fala sério! Bennett? Por acaso ele acha que estamos em algum tipo de escritório ou o que?

- Sim, entendi. E pode me chamar de...- eu estava prestes a terminar minha frase quando o mesmo deu as costas para mim e simplesmente saiu andando.

Imbecil.

                      《    》

Edward narrando...

Esperei algumas horas para dar tempo de Alicia dormir e depois fui até seu quarto.

Como havia prevido, ela estava dormindo. Como um anjinho, eu diria. Porém essa daí está longe de ser um anjinho, ela está mais pra pestinha mesmo.

Bom, agora não importa do que eu a chame. Estou prestes a descobrir a verdade e dependendo dela quem sabe eu possa chama - la de filha.

- Mamãe...- ouço ela murmurar e na ponta dos pés, me aproximo - papai...- O que? - eu quero o papai...

Pera. Ela não está acordada e sim, sonhando.

Sonhando com o pai que nunca teve.

Vê - la assim tão sozinha, me fez pensar.

Eu sempre achei que o mais afetado com tudo isso era eu. Que só eu sofria e só eu sentia falta de ter alguém para amar.

Mas estava enganado, como sempre.

Alicia também sofreu, ela também foi afetada.

E eu nem imagino como é crescer sem o pai, mas eu sei a falta que uma figura paterna faz.

Foi por isso que fui até ela e com todo cuidado, puxei um fio de seu cabelo.

Ela se mexeu para lá e para cá, mas continuo dormindo.

Dormindo como um anjinho. Eu diria.

                   《   》

Katherine narrando...

Depois de fechar todas as portas, janelas e conferir pela milésima vez, fui para casa. Ou melhor, para casa de Andrew.

Eu estava exausta mas fiz o possível para chegar cedo porque  queria encontrar Alicia acordada.

Só que o metrô não me ajudou muito pois demorou para chegar ao ponto e por isso acabei chegando tarde.

E é claro que quando cheguei a primeira coisa que fiz foi ir para o quarto de Alicia, mas ela estava dormindo.

Depois de cinco anos essa foi a primeira vez que minha pequena dormiu sem antes ouvir uma história.

E tá, eu sei que ela já ouviu a mesma história cem mil vezes mas isso já tinha virado uma rotina entre a gente.

- Mamãe, você chegou! - ouço ela murmurar e vou em sua direção.

- Sim filhota, me desculpa por ter te acordado.

- Tudo bem, pelo menos agora posso ouvir uma de suas histórias. - ela sorri para mim e eu me acomodo ao seu lado.

- O tio Andrew cuidou bem de você hoje?

- Sim, mas eu fiquei preocupada...

- Porque?

- Porque ele chorou vendo Barbie. - ela diz e eu começo a rir.

- A querida, o seu tio Andrew é muito sensível. Ele sempre foi.

- No fim, eu que cuidei dele.

- Eu não duvido disso.

                  《    》

Edward narrando...

- Duas semanas?

- Sim senhor, esse é o nosso prazo.

- Tem certeza que não tem como o resultado sair antes?

- Certeza absoluta. Esse não é um teste qualquer, é um teste de DNA. O resultado demora pra chegar.

- Sei...

- O senhor tem certeza que não pode esperar? Te garanto que essa demora valerá a pena depois.

- Pois bem. Pra quem esperou cinco anos, duas semanas não é nada.

Depois de nós dois Onde as histórias ganham vida. Descobre agora