CAPÍTULO 35 - Lembranças

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Gregório:

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Gregório:

Abro os olhos me sentindo um pouco tonto. Sinto o cheiro hospitalar impregnado no meu nariz e isso me deixa um pouco enjoado. Som de aparelhos ligados e pessoas falando, invadem meus ouvidos de uma forma desagradável. O quarto onde estou é pequeno e só tem um leito. Tudo ao meu redor parece durar lentamente e não consigo me mecher muito, pois me sinto fraco. Não consigo lembrar quando desmaiei.

Lembro-me vagamente de ter entrado no centro cirúrgico, mas pedir a consciência antes mesmo de  começarem a cirurgia. Tem um branco na minha memória que me impede de relembrar o ocorrido e não consigo recordar direito como fui parar no hospital. Só me lembro de me acordar e já está no hospital.

Uma moça vestida de jaleco azul segura meu braço e aperta o medidor de pressão. Olho para ela me sentindo desnorteado e ela sorri pra mim. Tento me levantar mas a moça me impede. Fico atordoado e bate uma tontura forte quando tento me levantar, e isso me causa certo desespero. Fecho os olhos com força esperando a sensação ruim passar e esfrego os olhos com os punhos.

— Calma. Você acabou de sair de uma cirurgia, não forçe seu  abdômem – A mulher diz tirando o aparelho de pressão do meu braço.

Quando a tontura passa, lembro-me da facada e de ter ligado para a emergência. Porém não me recordo quando fui socorrido, nem quando entrei na ambulância ou quando cheguei ao hospital. Me sinto tão impotente que mal tenho forças para levantar meu próprio braço.

— Como cheguei aqui? Em que hospital estou?– Pergunto confuso. Minha visão começa a normalizar e as vertigens melhoram lentamente conforme fico sem mexer a cabeça.

Porque sinto como se fosse apagar a qualquer momento? Parece que morte continua me puxando para junto dela. Estou com muito sono e tenho medo de voltar a dormir. Tenho medo da escuridão tomar conta de mim e não conseguir mais retornar para a luz. Tive muito medo de morrer, e ainda estou sentindo esse medo intenso predominar dentro de mim.

— Eu não sei como o senhor chegou aqui, mas está no hospital São Camilo. Só aqui vim ver como está sua pressão – a moça diz ajustando a bolsa de soro e vejo também ao lado do soro, uma bolsa de sangue.

— Porque me sinto tão fraco? Ainda corro risco de vida? – Questiono sentindo as primeiras pontadas apertarem meu abdômen no local da ferida.

—  O senhor perdeu muito sangue.  Tivemos que fazer uma transfusão de sangue. E você ainda não se recuperou totalmente da anestesia. Mas daqui a pouco se sentirá melhor.

— Estou com uma sensação ruim.

— O senhor está com fome, quer comer alguma coisa? Talvez se comer, você se sinta melhor – Diz checando novamente o soro.

Olho para minha mão, e vejo um acesso nela. As agulhas presas juntos com alguns esparadrapos e fios ligados ao acesso. O que me permite estar recebendo soro, sangue e a algum tipo de medicação diretamente na veia.

Meu tenente Gregório! (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora