Capítulo 42

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Pov Sina

Eu estava paralisada, talvez tenha apenas entendido errado.

— Acho que não compreendi corretamente.

Comecei a comer novamente, eu preciso de comida quando fico nervosa.

— Espere um segundo.

O senhor saiu do cômodo, eu evitei olhar para Heyoon, olhei para um ponto qualquer. Será que minha avó teve um caso com esse senhor? Vovó eu não imaginava que a senhora fosse tão safada, acho que acabei de perceber a quem eu puxei.

— Sina tá tudo bem? – Heyoon falou e eu enfim a olhei.

— Minha avó era uma safada Yoon. – Falei olhando fixamente pra ela, coloquei outra garfada de panqueca na boca. Ao menos ele cozinhava bem.

— Que? Sina? Por que está falando isso? – Heyoon pareceu abismada com minha fala.

— Minha avó teve um caso com esse senhor... – Eu falei baixo para o senhor não ouvir.

— Aí meu Deus! Sina esse senhor é teu...

A fala dela foi cortada pelo senhor que voltou com um álbum de fotos.

Ele se sentou novamente e me entregou uma foto de duas pessoas jovens, bonitos, a mulher eu sei quem é, eu sempre fui a cópia da vovó. Ele me entregou outra, dessa vez a vovó estava grávida, a próxima meu pai tinha nascido...

— Espera aí! – Olhei para a foto e para o senhor. — Aí meu Deus do céu não é possível.

— Desculpa ter sumido meu amor. – Ele segurou minha mão, duas lágrimas escorreram dos meus olhos.

— Por quê? Por que o senhor nos abandonou? Por que abandonou a vovó?

— Ela iria vir comigo, mas ela pensou em você.

— Em mim? Quando eu nasci o senhor já tinha sumido a anos. – Falei mais alto do que pretendia.

— Sina calma, deixa ele falar. – Heyoon tentou me acalmar.

— Calma nada Yoon, você sabia disso e não me falou?

Eu me levantei da mesa e sai para o jardim, me sentei na grama, me assustei quando um cachorro preto quase do meu tamanho lambeu meu rosto.

— Você me assustou cara. – Falei e brinquei com os pelos dele. Eu nunca tinha visto um cachorro tão bonito. — Como você consegue enchergar com seus pelos nos seus olhos? Eu vou dar um jeito nisso, calma aí.

Peguei uma liga de cabelo que tinha no meu braço e fiz um penteado nele.

— Você é do meu avô? É estranho chamá-lo assim, você gosta dele? – O cachorro latiu e pulou em cima de mim, me derrubando na grama

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— Você é do meu avô? É estranho chamá-lo assim, você gosta dele? – O cachorro latiu e pulou em cima de mim, me derrubando na grama.

— Cara sabia que você é pesado? Acho que você pesa mais que minha namorada. – Eu falei e ri, porque realmente era verdade.

— Paçoca sua folgada, sai de cima dela. – Ouvi a voz do senhor Peter atrás de mim. A cachorra correu imediatamente para perto dele. — Você ganhou um penteado bebê? Você tá linda, agora vai lá brincar com sua bola. – Ele jogou uma bola toda mordida e ela saiu correndo atrás.

Eu fiquei em silêncio, ele caminhou até mim, e se sentou na grama com um pouco de dificuldade.

— Desculpa ter sumido, mas você deve conhecer seu pai, não foi uma decisão fácil deixar minha família para trás, mas foi preciso. Me arrependo apenas de não ter visto você crescer, e de ter deixado sua avó para trás, mas você precisava dela mais que eu no momento.

— Eu não tinha nascido ainda, como vocês sabiam que eu iria precisar da vovó?

— Porque sua avó conhecia seu pai Sina, ela sabia que você iria ser deixada de lado, e ela sabia que mais cedo ou mais tarde seu pai teria filhos. Vejo que ela não estava errada.

— O que meu pai fez para o senhor deixar tudo de lado?

— A empresa de nossa família veio passando de geração em geração, eu nunca quis uma empresa, meu sonho sempre foi isso aqui. – Ele falou e olhou ao redor. — Eu nunca me senti bem sendo empresário, quando seu pai se formou e passou a entender sobre a área, o egoísmo dele subiu a cabeça, ele só queria saber de lucros e lucros, destruiu vários projetos que eu tinha, como doações para instituições, não pude mais doar livros para bibliotecas e escolas públicas, eu comecei a sentir muito desgosto, porque além disso ele passou a me tratar mal também.

— Por que o senhor apenas não saiu da empresa?

— Seu pai criou alguma espécie de barreira entre nós, eu tive medo dele acabar estragando meu amor com sua avó, eu decidi deixá-lo com tudo e vir para outra cidade e recomeçar, eu não aguentava vê-lo me tratar com indiferença.

— Eu odeio o meu pai, não acredito que deixei de ter o senhor e a vovó do meu lado por culpa dele, não quero acreditar que a vovó perdeu seu grande amor por minha causa, por medo do que poderia acontecer comigo.

— Ei não pense assim filha, sua avó nunca me perdeu, eu e ela sempre tivemos ligados por alma. Ela fez uma boa escolha, ela devia ter tanto orgulho de você, é tão bonita e parecida com ela, sua avó sempre quis uma menina, mas depois do seu pai ela nunca conseguiu engravidar novamente.

— Acho que dei muito trabalho a ela. – Falei e ele sorriu.

— Claro que deu, você é uma Deinert, quebrou muitas plantinhas dela? – Ele falou e eu soltei um riso nasal.

— Ela ficava tão brava comigo. – Ele começou a rir.

— É claro que ela ficava, ela amava plantas. Eu poderia passar o dia inteiro falando dela com você Sina, mas acho que você precisa voltar. – Eu olhei para trás e Heyoon estava em pé nos observando.

— Eu posso voltar aqui mais vezes?

— Sempre que quiser, essa casa é sua, literalmente falando, você é minha única família.

Eu o abracei, ele acabou se desconcentrando e bateu as costas no chão.

— Vovó o senhor tá bem? – Me preocupei.

Ele riu alto.

— Tô bem filha, tô bem, só vou precisar de uma ajudinha pra me levantar.

Eu e Heyoon ajudamos ele, depois se despedimos e eu entrei no porta-malas para voltar ao internato. Eu encontrei meu avô!

Depois de alguns minutos Heyoon parou o carro, ouvi a porta bater, ela deve ter descido, esperei ela vir me soltar, porque já estava angustiada dentro daquele espaço minúsculo.

— Heyoon querida, graças a Deus você chegou, preciso te mostrar alguns detalhes sobre o evento. – Ouvi a voz da senhora Anastácia. Puta merda me fodi.

As vozes da senhora Anastácia e de Heyoon foram ficando distantes, até que não pude mais ouvir. Ótimo! Fiquei esquecida dentro de um porta-malas.

(.) (.)

Sina só se da mal tadinha... kkk

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