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(Escolha anterior: Eu entro no tanque de areia.)

Você decide entrar no tanque de areia, e as pegadas parecem sugerir que há um jeito certo de fazê-lo. Sem ter certeza sobre a verdade, você decide não arriscar. Você pisa em cada pegada, da borda até o centro do tanque e, quando dá o último passo, sente uma estranha leveza. Algo está diferente.

Sem saber bem porque, você encara as próprias mãos, e descobre que elas estão invisíveis.
Na prática, em instantes você nota que não é bem esse o caso — seu corpo está transparente, camuflando-se contra o cenário. Quando você se move, é possível ver uma leve distorção no ar, sugerindo que seu corpo está ali, mas para efeitos práticos é como se você tivesse desaparecido.

Então você ouve um barulho alto, de madeira batendo, e segura um grito de susto. Segundos de silêncio, depois passos pesados, e outra vez o som se repete. Mais silêncio, mais passos, e outra vez o som de madeira, que você finalmente entende que é o som das portas de correr sendo abertas com violência. Há alguém se aproximando, abrindo porta a porta para olhar dentro dos quartos.

O som dos passos sugere alguém pesado, e a violência sugerem força e objetivo que você não gostaria de enfrentar. Aproveitando sua transparência, você se mantém imóvel, compreendendo que os passos talvez fossem uma indicação desse local de segurança para o inimigo que se aproxima.

E logo você vê quem é que abre cada uma das portas de correr: o Homem Pálido. Aquele ser forte, mas com rosto de crânio e pele branca como papel. Aquele que você encontrou em um quarto antes, um quarto que, como havia acontecido com esse outro, acreditou que fosse o seu.

O Homem Pálido parece furioso. Ele caminha com velocidade e violência, os punhos cerrados, olhando por todos os cantos, e segue abrindo os quartos um a um. Ele abre a porta de correr, enfia a cabeça para dentro, procura, e segue para o próximo.

Quando ele se aproxima do jardim de inverno, de costas para ele — e para você — ele finalmente pausa por um instante e se volta para trás lentamente. Ele se aproxima, baixando o rosto em direção à areia, depois olhando para o luar que penetra pelo vidro do jardim de inverno, parecendo deixá-lo ainda mais pálido. Ele permanece em silêncio por mais alguns instantes e se vira novamente de maneira brusca, seguindo com sua busca corredor à frente, até sair de vista.

Você solta o ar, sentindo alívio por ter sobrevivido ao encontro, e considera suas opções. Talvez a porta de entrada, lá atrás, tenha sido por onde o Homem Pálido havia entrado. Seria um bom jeito de despistá-lo se você seguisse por lá, ainda mais porque não sabe qual a confiabilidade dessa invisibilidade.

Um ruído. De pedra e areia, algo sutil. Você olha para o tanque, procurando a origem, e se surpreende com um rosto branco te encarando.

Você novamente quase grita, até que se dá conta de que o rosto pálido é de uma pessoa comum iluminada pela luz branca da Lua. É outra pessoa que você conhece: o homem que você encontrou pouco depois de fugir do Homem Pálido pela primeira vez. O que te mostrou o caminho ao Homenzinho Azul e à Mulher Vermelha. Ele está olhando de um buraco que se abriu no chão do tanque de areia, e parece te enxergar, apesar da invisibilidade.

— Ei! Você! — ele chama, em sussurros cheios de urgência. — Venha aqui comigo!

O que você faz?

A) Eu sigo pelo buraco.

B) Eu saio pela porta da frente.

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Por Trás da Porta, o PesadeloOnde as histórias ganham vida. Descobre agora