THOMAS (Trilogia Homens De Ferro)

PRÓLOGO 01

 

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"Triste bicho deste pequeno
e úmido planeta eu me
sentia sob a influência dos signos misteriosos que a ciência
dos caldeus lia nas curvas
e cerúleas do infinito,
e quando Saturno entrava
em Virgo ou Vênus atingia os Peixes eu sentia coisas estranhas
dentro de mim, e me punha a empreender viagens,
ou fazer novas relações
ou evitar negócios de imóveis, obediente, como um perú,
às linhas do zodíaco."

      (Aconteceu com Oreste) 200 Crônicas escolhidas de Rubem Braga.

        

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   Thomas acordou ouvindo passos em frente ao seu quarto, vindos do corredor. Naquela manhã a mansão estava mais agitada que o normal e lo- go apressou-se para se levantar, algo está errado,  com esse pensamento foi rapidamente a  em direção a porta do  quarto abrindo-a, vendo empregados entrando e saindo apressadamente no quarto de sua mãe.

    Seguiu em direção ao mesmo notando sua irmã Bonnie parada em frente a porta, com o seu inseparável urso de pelúcia em sua companhia, já todo desgastado pelo tempo, lembrando-se das  incontáveis vezes em que ele tentou lhe convencer sumir com ele prova disso são os vários e vários outros brinquedos que sua irmã tinha em seu quarto em que ele e até mesmo a sua própria mãe havia lhe dado.

__Thom o que está acontecendo? Mamãe está bem?

   Bonnie lhe perguntou com suas duas  grandes pedras de esmeraldas já brilhantes pelas lágrimas não derramadas.

   Ela era sua princesinha, a amava mais que qualquer coisa, ela conseguia lhe arrancar o que quisesse , bastava olhar para ele com seus olhos e seu belo sorriso.

   Havia herdado praticamente todas as características de sua mãe, a única coisa em que a mesma não herdara da matriarca da família eram os incomparáveis olhos verdes idênticos a duas belas esmeraldas os dois eram indiscutivelmente diferentes, enquanto ele era moreno com cabelos e olhos pretos iguais ou até mais escuro que as asas de um corvo, ela tinha uma pele clara e delicada e cabelos  em um ruivo intenso como as labaredas de uma chama. Ela era linda, principalmente pelo fato dela ser parecida com a sua mãe, não tinha dúvidas de que quando crescesse se tornaria uma linda mulher, já ele não tivera essa mesma sorte, era idêntico a  ele e amaldissuava-se por isso não desejava ter nada que fosse igual ao seu pai, já era castigo o suficiente carregar no sangue o mesmo DNA que o dele.

   Despertou-se dos seus pensamentos e respondeu a sua irmã.

__Eu não sei princesa, mas não deve ser nada.

   Tentou inutilmente lhe acalmar torcendo para que o mesmo estivesse certo, mas nem ele acreditava em tais palavras.

   Sua mãe estava doente a muito tempo, mas ultimamente ela andava mais debilitada que o normal, vinha tentando disfarçar para sua irmã e ele, mas não enganava-ó  sabia  que seu estado havia piorado, mais não imaginava que era tanto.

   Desviou os olhos de  sua irmã quando notou que alguém estava saindo do quarto,  logo reparou que era seu pai e um homem com cabelos grisalhos e jaleco branco, que logo afirmou ser um médico, ele falava algo para ele e sua expressão não era das melhores.

   Logo os dois homens repararam em sua presença e de sua irmã, o homem em que acreditava ser o médico lhes dirigiu um olhar penoso, alí Thomas viu que havia acontecido algo com sua mãe e logo preocupou-se.