Capítulo 3 (MODIFICADO)

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Amores, eu sei que alguns têm raiva da Katie, mas peço, por favor, que tentem ao menos compreendê-la. Ela foi a maior vítima desta história e foi manipulada em todos os sentidos; então é normal  o caminho que tenha seguido. Não, ela não é uma vagabunda, mas é uma garota quebrada, sem quaisquer lembrança ou perspectivas de uma vida melhor ou feliz. 

Katie

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Katie

Estava escuro.

Eu estava amolecida.

Entretanto, eu parecia sentir tudo... dor, desespero, medo, aflição. Não demorou muito para que o ar começasse a me faltar e, em meio ao pavor, percebi que minha vida estava se perdendo, ou pior, estava sendo roubada de mim.

— Por favor... não — balbuciei, esforçando-me para apertar as mãos masculinas ao redor do meu pescoço.

Mas minha súplica foi em vão.

Um grito desesperado, porém rouco, rasgou minha garganta e, eu acordei. Meu coração estava vibrando no peito, os batimentos acelerados equiparando-se a minha respiração. Olhei para o lado contrário da cama e vi que Calvin ainda dormia. No criado-mudo, eu vislumbrei o horário, três e meia da manhã.

Devagar, joguei os pés para fora da cama, tentando não fazer muito barulho, pois não queria que o Calvin acordasse. Não era justo fazê-lo perder sua noite de sono por conta da turbulência do meu.

A verdade é que quase todas as minhas noites eram preenchidas com pesadelos e traumas do passado. Eu não conseguia me libertar mesmo depois de passados dez anos.

Flashes sem sentido.

Imagens distorcidas, mas que me atormentavam a todo o instante.

Por mais que eu tentasse seguir em frente e esquecer tudo o que passei, não conseguia. O medo se tornou meu maior companheiro e todos os meus sonhos reais acabaram me trazendo pavor, porque eu não me permitia arriscar. Eu olhava para o lado e temia ser atacada pelas pessoas. Meus pesadelos noturnos ganhavam vida e vinham me atormentar durante o dia e tudo em mim gritava por socorro.

Eu estava presa em mim mesma.

Presa em minhas lembranças distorcidas.

Presa pelas dúvidas.

Há dez anos, Zane não foi o único a perder a liberdade, porque eu também perdi a minha.

Todos os meus sonhos se foram com ele. Nós nos amávamos e ele havia jurado me proteger. Ele tinha jurado enquanto olhava nos meus olhos. Mas então por que as mãos dele estavam sujas com o meu sangue? Por que eu estava toda machucada quando apenas nós dois tínhamos estado naquele quarto?

Em alguns dos pesadelos que me assombravam era o rosto dele que surgia no meu campo de visão; eram as mãos dele que cobriam meu pescoço. Contudo, eu não tinha certeza se era a minha mente me pregando peças, uma vez que, eu não estava bem.

AMARGA SOLIDÃO - Duologia Sombrios SOMENTE DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora