THE CAR - H.S PT

XXXIX

O resto da entrevista foi tranquilo e com muitas risadas. Era realmente surreal que minha primeira entrevista em um show de tv era no Jimmy Fucking Fallon.

- Você foi incrível! - senti meu corpo ser levantado e sorri. - Você manteve a calma, e foi elegante.

- Obrigada por vir.

- Jamais perderia sua primeira entrevista, pequena. -  Louis bagunçou meu cabelo. - Então... como se sente?

- Incrível! - sorri animada enquanto caminhávamos. - Estou realmente muito feliz que você está aqui. Eu não conseguiria fazer sozinha.

- Vou sempre estar aqui. - ele sorriu. - Enquanto Harry estiver longe, eu vou sempre cuidar de você. Eu prometi para ele.

- Obrigada. - sorri sentindo seus lábios na minha testa.

- Como está se sentindo? Já sabe se vai querer conversar sobre aquilo?

- Bom, não tenho opção. Eu só... queria manter as coisas calmas como estão.

- Não adianta nada as coisas estarem calmas se você se sente mal por dentro.

- Eu sei, eu só...

- Eu sei que você tem medo de perdê-lo. Mas fugir disso só vai piorar as coisas.

- Eu sei. - senti deu braço em cima dos meus ombros quando saímos para o lado de fora do estúdio sendo cercados por fotógrafos. Jake me ajudou a subir na grande camionete e Louis veio logo atrás.

- Eu só quero que você fique bem. Eu vejo como isso está a sufocando. Você realmente não falou nada com ele?

- Não. - comecei a brincar com os meus dedos e suspirei. - Eu acompanhei um pouco da tour na América e logo voltei pro Reino Unido. Eu apenas... - agora eu percebia o quão idiota isso soava. - Eu ignorei. Ainda estou ignorando. Ele não faz ideia de nada. Pra ele, está tudo bem entre nós.

- Quando ele volta?

- Semana que vem. - ele balançou a cabeça e o silêncio pairou no carro. Eu me sentia impotente no momento pois eu sentia que poderia explodir a qualquer momento, todo minuto do meu dia era assim... Eu sentia que poderia explodir. Quando imaginava Harry com ela... eu conseguia escutar meu coração se quebrando um pouquinho mais. Mas eu não ia causar uma discussão no meio da tour dele, não seria justo com ele. Eu não poderia ser egoísta dessa forma. Por mais que Harry esteja me machucando, ele ainda é a pessoa que eu mais amo, e que eu mais me importo. Não importa o que ele me faça, eu sempre vou querer o bem dele. - Toda noite ele me manda uma mensagem dizendo que me ama. E eu não consigo responder de volta. Eu não tenho dúvidas que eu o amo, mas... será que ele realmente me ama? - senti meus olhos marejados quando Louis me puxou para apoiar minha cabeça em seu ombro.

- Harry seria louco em deixar de te amar. Você sabe... Você é o amor da vida dele, Liza. Ninguém tem dúvidas disso.

- Então porque ele está fazendo isso?

- Você terá que conversar com ele para descobrir.

Na mesma noite Louis e eu voltamos para a Inglaterra. Ele teria um pocket show no outro dia.
Eu estava virada em viagens nesses últimos meses. Mal dormia, mal comia e no tempo livre que eu tinha eu tentava encontrar o pessoal. Algumas semanas atrás eu não estava aguentando mais carregar o fato de que Harry estava me traindo sozinha. Então em uma janta com Louis e Eleanor eu acabei contanto pra ele. Ele é o único que sabe, e desde então ele apenas fala que devemos conversar antes de eu tirar qualquer conclusão precipitada. Mas eu sabia o que vi. Decidi então que não iria encontrar Harry mais até ele vir, o que seria semana que vem. Eu escapava das suas ligações dizendo que estava trabalhando ou não atendia com a desculpa de que estava dormindo. A única coisa que eu conseguia fazer era responder suas mensagens. E a intensidade de ansiedade que eu sentia perante essa situação, era a mesma que eu sentia a sua falta.

"Acabei de ver o Jimmy Fallon, você estava maravilhosa. Estou muito orgulhoso. Amo você! Me avisa quando aterrizar em Londres."

Mordi os lábios sentindo meu estômago revirar. Louis leu a mensagem por cima do meu ombro e fez um gesto para que eu respondesse.

"Obrigada! Acabamos de chegar, vou ao show do Lou mais tarde. Como está por aí?"

Mostrei aí Louis e ele fez um sinal de 'ok' antes de pegar nossas malas e seguirmos para o carro que nos esperava no lado de fora.

- Você vai para casa?

- Sim, quero dar um jeito nisso. - apontei para o meu rosto e ri. Ele fez um sinal para o motorista que concordou e seguimos. - É as 19?

- Isso. Depois vamos jantar fora.

- Tudo bem.

O resto do caminho foi silencioso. Eu estava morta de cansada. Não via a hora de chegar e tirar um cochilo.

- Está entregue. Quer que eu mande alguém buscar você?

- Não precisa. - ele me ajudou com a mala. - Obrigada por ir comigo. - o abracei. - Eu realmente não  conseguiria sem você.

Ele deu um beijo no topo da minha cabeça e entrou no carro. Abanei e esperei o carro sumir da minha visão. Suspirei segurando minha mala e entrei.

Eu teria uma hora até precisar começar a me arrumar. Enquanto o elevador subia eu apenas pensava na minha cama.

No momento em que abri a porta do meu apartamento o cheiro que invadiu minhas narinas fez eu congelar no lugar. Olhei para o sofá e lá estava ele.

- Harry... - fechei a porta atrás de mim devagar. - O que você está fazendo aqui? Você tem...

- Você sabia que eu voltaria hoje. - ele se aproximou e eu dei um passo para trás.

- Não, era pra você voltar apenas semana que vem.

- Não... Era essa semana. - eu parei pra pensar em que semana estávamos. Eu estava tão confusa que acabei perdendo a noção de tempo. - Elizabeth...

- Sim? - o olhei. Ele estava impecável como sempre. Senti instantemente meus olhos encherem d'água sentindo que mesmo que ele estivesse a poucos passos de mim, ele não era mais meu.

- Precisamos conversar.